BEIJAR
O beijo é um costume antigo entre os povos. O beijo pode ser uma expressão de
amor, desejar alguém por perto, beija aquele que se ama ou beijar por se sentir
alegre. Não é costume beijar o inimigo, o estranho, o desafeto, aquele que causou
a dor ou que usou de astúcia para contigo.
São muitos os que beijaram na Bíblia. O beijo de amor para ser abençoado, foi
quando Jacó “[...] se chegou e beijou (o seu pai) Isaque [...] e (este) o
abençoou [...]” (Gn 27.27). O “[...] beijo (de interesse conjugal de) Jacó a
Raquel [...]” (Gn 29.11) quando a encontrou. O “beijo (do reencontro de) José
[...] (com) todos os seus irmãos [...]” (Gn 45.15) para colocarem um fim ao
ódio e estenderem o perdão.
Houve também “[...] o beijo [...] (do profeta Samuel que acompanhou o) ungir
[...] por príncipe (Saul) sobre [...] o povo de Israel [...]” (1Sm 10.1). Entre
pais e filhos, aconteceu de Eliseu “[...] deixar [...] os bois, correr [...]
(para) beijar a seu pai e a sua mãe [...]” (1Rs 19.20) em sinal de amor,
respeito e honra.
Quando Paulo esteve em Mileto, pediu que chamassem os presbíteros de Éfeso,
“[...] houve grande pranto entre todos, e, abraçando afetuosamente a Paulo, o
beijavam, entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera: que não
mais veriam o seu rosto [...]” (At 20.37,38), porque em breve seria preso em
Jerusalém e levado para Roma. Logo após essa prisão, Paulo aconselha que todos
os irmãos em Cristo precisam “saudar uns aos outros com ósculo santo [...]” (Rm
16.16) com a finalidade de estreitarem “[...] com laços de amor [...]” (Os
11.4) a amizade, o companheirismo, a intercessão, a comunhão, a fidelidade a
Deus “[...] e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Jesus também foi agraciado com vários beijos. Um deles, o de adoração quando
“[...] uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do
fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e, estando por detrás, aos
seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios
cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento” (Lc 7.37,38).
Praticamente, este beijo foi um prenúncio de que o Mestre estava prestes a ser
entregue para ser crucificado. Este outro, um dos mais terríveis registrados na
Bíblia, foi quando Judas Iscariotes “[...] chegou, aproximando-se, disse-lhe:
Mestre! E o beijou” (Mc 14.45).
Por causa desse beijo que Jesus Cristo recebeu em sua face, até hoje ecoa por
todos os cantos a mais intrigante e inquietante pergunta do Filho de Deus:
“[...] Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?” (Lc 22.48). Outra pergunta
precisa acontecer em cada coração: Com que interesse ou finalidade você tem
beijado? Saiba “[...] que aquele que ama a Deus ama também a seu irmão” (1Jo
4.21).
Rev. Salvador P. Santana
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