EM BUSCA DA FELICIDADE NO
RELACIONAMENTO SEXUAL, Fp.2.1-4.
Introd.: O prazer que o sexo proporciona tem
sido subestimado, basta ver a forma com que o mundo o trata.
C.
S. Lewis – O problema do homem não era querer algo melhor, mas estar atrás de
algo pior.
Quando
o homem rejeita a Deus é porque ele está convencido, por sua maneira pecaminosa
de pensar, de que há algo melhor, para si mesmo, do que os caminhos do Senhor.
Na
vida sexual isso não é diferente, e a maneira descompromissada com que o mundo
encara o sexo é uma amostra clara disso.
A
melhor maneira de ter felicidade no sexo é a que segue os parâmetros bíblicos.
Se
o casal deseja buscar felicidade no relacionamento sexual, é preciso ter [...]
1 – Ligação de pensamento.
Sobre
a comunhão esperada entre os irmãos da igreja de Filipos, Paulo fala sobre o “[...] pensamento [...]”, Fp.2.2.
É
“[...] pensar [...]”, Fp.2.2 no
sentido de ter opinião e julgamento idênticos, ter a mente, a “[...] alma (voltados para) [...] o mesmo
sentimento (modo de pensar, sentir, agir)”, Fp.2.2.
Na
comunhão da igreja subtende-se que todos os envolvidos estejam na mesma
direção, a começar pelas ideias, “[...]
alegria [...] amor [...] unidade [...]”, Fp.2.2.
Assim como
acontece na vida da igreja, na vida conjugal a comunhão inclui conceitos, pois
eles direcionam as decisões, os padrões, as reações e a forma como marido e
mulher vão interpretar um ao outro.
Ou
seja, um “completa a [...] alegria (do
outro) [...] pensando a mesma coisa, tendo o mesmo amor, sendo unidos de alma,
tendo o mesmo sentimento (pensar, sentir, agir)”, Fp.2.2.
É
claro que não depende apenas de uma parte. Os dois precisam se “completar
[...]”, Fp.2.2.
Um
casal cristão não deve enxergar o mundo pela sua própria ótica, e sim sob a
ótica da Palavra de Deus, a qual nos fala que devemos “[...] cumprir (com) os mandamentos, os estatutos e os juízos que
mandou o Senhor, nosso Deus, se nos ensinassem [...]”, Dt.6.1.
O
casal tem a mesma necessidade que a igreja tem de andar segundo a Escritura,
sendo “[...] exortação em Cristo [...]
consolados de amor (e na) [...] comunhão (partilha) do Espírito [...] (cheios
de) afetos (amizade, amor) e misericórdias (bondade entre os dois)”,
Fp.2.1.
O
casal só viverá corretamente como um casal cristão se seus conceitos sobre
todas as coisas forem pautados na lei do Senhor.
Toda
união do casal terá que ser conduzida pela Palavra de Deus, de modo que o ato
sexual não seja um mero acontecimento, mas a expressão de uma mente redimida,
que enxerga o outro com o mesmo olhar de Deus.
Antes
da queda, Adão recebeu Eva como presente de Deus, para que ela “[...] lhe fosse [...] uma auxiliadora [...]
idônea (capaz, qualificada)”, Gn.2.20.
Essa
união foi para o agrado de Deus e por meio dela, espalha a imagem de Deus.
Após a
queda, essa realidade mudou. Homem e mulher passaram a se olhar de maneira
diferente.
A
causa foi o fruto do abandono do modo como Deus os ensinou a enxergar um ao
outro.
A
reinterpretação da vida como resultado da rejeição à visão de Deus aconteceu
quando “abriram-se, então, os olhos de
ambos [...]”, Gn.3.7.
Isso
acarretou uma mudança do papel de Eva na vida de seu marido. Criada para
auxiliá-lo, com a visão alterada, ela conduziu Adão à desobediência. Ele foi
passivo e aceitou.
Com
a desobediência, a forma de olhar para o outro mudou quando “[...] percebendo que estavam nus [...]”,
Gn.3.7.
Encheram-se
de pecado, e eles não conseguiram permanecer “[...]
nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si”, Gn.3.7.
E
o pior, “quando ouviram a voz do SENHOR
Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do
SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim”,
Gn.3.8.
Para
haver comunhão é preciso se “completar
[...] (com) o mesmo pensamento [...]”, Fp.2.2.
O
casamento é uma invenção de Deus para viverem em conformidade com o que ele
diz.
Para
alcançar a verdadeira felicidade no relacionamento conjugal, nenhum dos
cônjuges pode “fazer nada por
partidarismo ou vanglória [...]”, Fp.2.3.
A
busca da felicidade no relacionamento sexual fala sobre a [...]
2 – Ligação de propósito.
“[...] Sejais unidos de alma, tendo o mesmo
sentimento”, Fp.2.2.
Paulo
convoca os Filipenses para ter união e seguir a mesma direção e ter o mesmo
propósito.
Acontece
o mesmo na comunhão amorosa, que pede que o casal tenha o mesmo objetivo.
A
forma como a união entre homem e mulher foi criada já demonstra que sua direção
não pode ser outra, a não ser a satisfação da vontade de Deus.
O
casal não pode ter outro objetivo para sua união, que não seja a satisfação da
vontade de Deus para sua vida em comum.
Perseguindo
esse propósito o casal pode chegar mais próximo de um relacionamento que seja
pleno e que inclua um relacional sexual mais satisfatório.
Na
carta aos Coríntios, Paulo fala sobre a relação do cristão com o alimento.
Aprendemos
que nossos desejos devem ser controlados pelo bem do próximo, “[...] daquele que nos adverte [...] (de que
a) comida (é) coisa sacrificada a ídolo, (então) não (devemos) comer, por causa
daquele que nos advertiu [...]”, 1Co.10.28.
Se
o que comemos causar escândalo a um irmão ou abalar a sua fé, “[...] por que há de ser julgada a minha
liberdade pela consciência alheia?”, 1Co.10.29.
Isso
também se aplica ao casamento, pois as atitudes e o modo de o casal se
relacionar devem ser para a glória de Deus.
O
marido sabe que deve satisfazer sua esposa e o mesmo acontece com a esposa;
isso glorifica a Deus, que criou os corpos para que se relacionassem
sexualmente.
A
felicidade sexual não está no outro nem na satisfação dos próprios desejos, mas
na glorificação do Deus do sexo, por meio da relação íntima.
Sexo feliz
é o sexo realizado com o cônjuge realizado segundo os princípios do criador.
Se
o propósito da relação sexual é a satisfação do Criador, a relação dever ser
desenvolvida segundo os parâmetros e princípios dados pelo próprio Deus em sua
Palavra.
O
propósito do sexo no casamento tem de ser visto sob a ótica de nossa realidade
criada, ou seja, a fim de ser “desvendado
(em nós) o mistério da [...] vontade (de) Deus, segundo o seu beneplácito que
propusera em Cristo, de fazer convergir nele [...] todas as coisas, tanto as do
céu como as da terra (nossos relacionamentos)”, Ef.1.9, 10.
A
busca da felicidade no relacionamento sexual fala sobre a [...]
3 – Ligação de interesses.
Propósitos
e interesses são coisas intimamente relacionadas.
Um
casal que tem o propósito de glorificar a Deus em sua relação terá interesses
guiados para essa glória.
Por
isso é que “nada (o casal deve) fazer
por partidarismo ou vanglória, mas por humildade [...]”, Fp.2.3.
É
preciso compreender o modo como a relação sexual deve ser guiada para seu
propósito.
O
interesse do cristão deve ser o de “[...]
considerar [...] o outro superior a si mesmo”, Fp.2.3.
Como
se trata de uma entrega, o sexo que não leva em conta o interesse do outro é
egoísta e pecaminoso.
Paulo
fala que “o marido (deve) conceder à
esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido”,
1Co.7.3.
A
perspectiva de que a felicidade do cristão no sexo, que o usa para a glória de
Deus, consiste em doação, doar seu próprio corpo ao cônjuge, para satisfazer o
outro, como uma oferta de seus membros ao serviço de Deus.
Aos
romanos, Paulo declara que “[...] uma
vez libertados do pecado, fomos feitos servos da justiça (e filhos de Deus)”,
Rm.6.18.
No
campo sexual, ofertávamos nossas relações no altar do coração, a outro deus, e
deixávamos o Criador do sexo.
Agindo
de maneira que não agrada a Deus, o homem serve todo tipo de paixão pecaminosa
e prazeres ilícitos a tal ponto “[...]
oferecer os [...] os seus membros para a escravidão da impureza e da maldade
para a maldade [...]”, Rm.6.19.
Sendo
servos de Deus, “não (podemos) ter cada
um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”,
Fp.2.4.
Em
Cristo, somos chamados a oferecer nossos corpos à santidade.
Quanto
à área sexual, a santidade ocorre quando encaramos nosso cônjuge como o fiel
depositário escolhido por Deus para receber nossa intimidade sexual.
No
relacionamento íntimo um deve investir no outro.
Como
pode um marido deixar de lado seus interesses e agir sobre a vida de sua esposa
como Cristo age com sua igreja?
Como
uma esposa consegue aceitar a liderança do marido que tantas vezes se mostra
falho?
A
resposta é dada por Jesus: “Tomai sobre
vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e
achareis descanso para a vossa alma”, Mt.11.29.
O
nosso maior exemplo é Jesus que se sujeitou ao sofrimento e à morte, para que
pudéssemos receber os benefícios que Ele alcançou para nós.
Ao
entregar seu corpo, Jesus mostrou o clímax de seu amor por nós; o mesmo deve
acontecer na entrega do corpo ao cônjuge. Antes da própria satisfação, em a do
outro. Antes do eu, está Cristo.
Aquele
que me foi confiado deve ser cuidado, edificado, satisfeito, santificado.
Ao
falar aos Coríntios, Paulo faz uma descrição arrasadora do “eu”: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde
em ciúmes, não se ufana (exibe), não se ensoberbece (encher), não se conduz
inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera (irritar),
não se resente (levar em conta) do mal; não se alegra com a injustiça, mas
regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”,
1Co.13.4-7.
Busque
viver uma vida de santificação com o seu cônjuge.
Em
busca da felicidade no relacionamento sexual [...]
Conclusão: É
possível e necessário fazer o outro feliz.
A
felicidade não tem nada a ver com fantasias, nem com aventuras e muito menos
com ideias diferentes.
A
busca do casal deve aprofundar sua comunhão e vivê-la para a glória de Deus.
O
casal precisa estabelecer a Palavra de Deus como padrão de pensamento e conduta
para glorificar a Deus com sua vida sexual.
Aplicação:
Qual
seu interesse maior: Satisfazer-se ou proporcionar satisfação?
Para
você, sexo glorifica a Deus?
Adaptado
para ED – Nossa Fé – A beleza da intimidade sexual – Extensão e limites da
relação no casamento - CCC – Rev. Ricardo Moura Lopes Coelho.