O MAIOR DE
TODOS OS PAIS, Jo.1.1-5.
Introdução: É comum a
afirmação de que o Deus do Antigo Testamento é um “Deus vingador” e, o do Novo
Testamento, um “Deus Pai”, “Deus de amor”.
Tal
distinção, maléfica, prejudica a compreensão da unicidade da Teologia Bíblica –
dicotomizando Deus e a sua Palavra.
Tanto
no Antigo como no Novo Testamento, encontramos a revelação de Deus como Pai de
amor, bondade e justiça.
Não
é à toa que o evangelho de João declara que “no princípio (da criação
do mundo) era o Verbo (Jesus amoroso, bondoso), e o Verbo estava com Deus
(agindo), e o Verbo era Deus (fazendo justiça quando o homem precisava de
justiça)”,
Jo.1.1.
Alguns
aspectos da [...]
1 – A paternidade de Deus no Antigo Testamento.
Ora,
precisamos saber que “Jesus estava no princípio (da criação do mundo) com
Deus”, Jo.1.2.
No
Antigo Testamento, a paternidade de Deus é reconhecida como sendo exclusiva do
povo Judeu.
Deus
é Pai de Israel, “porque Israel é povo santo ao Senhor [...] escolhido
(por) Deus, para que lhe fosse o seu povo próprio, de todos os povos que há
sobre a terra”,
Dt.7.6.
Precisamos saber que Deus “o
Senhor não [...] teve afeição, nem [...] escolheu Israel porque fosse mais
numeroso do que qualquer povo, pois era o menor de todos os povos”, Dt.7.7.
A
escolha de Israel para ser filho é “[...] porque o Senhor (os)
[...] amava e, para guardar o juramento que fizera a seus pais, o Senhor os
[...] tirou com mão poderosa e os [...] resgatou da casa da servidão, do poder
de Faraó, rei do Egito”, Dt.7.6-8.
Todo
o povo de Israel reconhecia que “[...] Deus era (seu) [...]
Pai [...] (e) seu Redentor [...] desde a antiguidade”, Is.63.16.
Apesar
de só encontrarmos 14 vezes a palavra “Pai” se referindo a Deus, o Antigo Testamento
apresenta, em todas as suas partes, essa ideia de forma enfática.
A
paternidade de Deus sobre Israel encontra o seu fundamento no ato histórico de
salvação; o Êxodo do Egito.
Deus
tirou Israel da escravidão como um pai que liberta e protege o seu filho – Escravidão
no Egito.
A
ordem foi dirigida a Moisés nestes termos, confirmando a paternidade de Deus: “Dirás
a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te,
pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis
que eu matarei teu filho, teu primogênito”, Ex.4.22, 23.
Assim
como Deus é apresentado como Pai no Velho Testamento, vemos também [...]
2 – A paternidade de Deus no Novo Testamento.
A
paternidade de Deus é amplamente ensinada no Novo Testamento.
Paulo,
em todas as suas cartas declara que “[...] Deus [...] (é) nosso
Pai, e do Senhor Jesus Cristo”, Rm.1.7.
A paternidade divina é entendida
como um ato de intenso amor para com os homens, que se encontrava em um estado
de total depravação e miséria.
O
evangelista João fala que precisamos “ver (o) grande amor que nos
tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato,
somos filhos de Deus [...]”, 1Jo.3.1.
Eis
o motivo “porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o
seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna (e seja filho)”, Jo.3.16.
Os
homens são filhos de Deus não apenas por nascimento natural, mas por um novo
nascimento concedido por Deus, tornando-se assim, seus filhos adotivos.
Essa
adoção é da livre graça de Deus, a tal ponto de “[...] se alguém não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus [...] (e) quem não nascer da água
e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”, Jo.3.3, 5.
O
novo nascimento ou filiação do Pai celeste, acontece logo depois dos filhos de
Deus “[...] receberem [...] o espírito de adoção, baseados
no qual clamamos: Aba, Pai”, Rm.8.15.
É tão
maravilhosa essa paternidade que foi o próprio Deus que “nos
predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade”, Ef.1.5.
Todas
as demais bênçãos que recebemos, decorrem dessa graciosa bênção.
Na
oração dominical Jesus começa dessa forma: “[...] Pai nosso [...]”, Mt.6.9 e disse que orássemos
assim confirmando que somos filhos e tendo Deus como Pai.
A
Bíblia mostra de forma clara que Deus é o nosso Pai.
Percebemos
com facilidade todos os [...]
3 – Aspectos da paternidade de
Deus nas Escrituras.
Faz-se
necessário entender que foi através de Jesus que “todas as
coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se
fez”, Jo.1.3,
principalmente a nossa adoção como filhos do [...]
A –
Pai glorioso, Mt.6.9, 13.
O
Deus que chamamos “[...] Pai nosso, (é aquele) que está nos céus [...]”, Mt.6.9, o qual tem “[...] o
reino, o poder e a glória para sempre [...]”, Mt.6.13.
Aquele
que é filho de “[...] Deus [...] (tem) o Pai da glória (que) [...] concede
espírito de sabedoria e de revelação [...]”, Ef.1.17.
Ao
reconhecer Deus como o Deus da glória, enchemos de admiração e reverente temor
diante dEle.
A
glória divina se revela na sua criação e na sua obra salvadora, por meio do
qual ele redime o seu povo.
Por
este motivo é que “todas as coisas foram feitas por intermédio Jesus,
e, sem ele, nada do que foi feito se fez”, Jo.1.3.
Tenhamos
sempre isso em mente para que sejamos cheios de admiração e reverente temor.
A
paternidade de Deus nos aproxima; a sua glória nos dá a dimensão da sua
grandeza e nos enche de gratidão.
A
paternidade de Deus deve nos conduzir ao senso de adoração pelo motivo de que “a vida
está (em Jesus e a vida é a luz dos homens”, Jo.1.4.
A
paternidade de Deus aponta para o [...]
B –
Pai santo, Mt.6.9.
Temos um verdadeiro “[...]
Pai [...] que está nos céus, (é) santificado [...] o seu nome”, Mt.6.9, ou seja, Deus é sem
pecado.
A
Sua natureza e o seu nome são santos “porque o Poderoso [...] é Santo
[...] o seu nome”,
Lc.1.49.
Quando
nos aproximamos de Deus, temos de buscar nele a purificação de nossa vida, e “se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça”, 1Jo.1.9.
A
paternidade de Deus deve nos levar a examinar nossa conduta, petições e as
motivações que as cercam.
Nós
temos um Pai santo, puro, que não pode conviver com a imundícia do pecado, por
isso, “a luz (que é Cristo) resplandece nas trevas, e as trevas
não prevalecem contra ela”, Jo.1.5.9.
A
paternidade de Deus nos mostra um [...]
C –
Pai justo, Jo.17.25.
“Pai justo
[...]”,
Jo.17.25 é alguém que não pode ser subornado com carinhos, oferendas, orações
fervorosas.
“[...]
O Senhor (não tem) [...] prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se
obedeça à sua palavra [...] eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e
o atender, melhor do que a gordura de carneiros”, 1Sm.15.22.
Deus
é justo, não é subornável.
Por
isso, “[...] o mundo não [...] conhece Deus [...]”, Jo.17.25 como sendo um “Pai
justo [...]”,
Jo.17.25.
“[...] Jesus, porém, (o) conhece (como)
Pai justo [...]a”,
Jo.17.25 e nos informa através da Sua Palavra, a respeito dessa justiça.
Quando
reconhecemos Jesus Cristo como o nosso Senhor, eu e você iremos “[...]
compreender que Deus [...] enviou Jesus”, Jo.17.25 com a finalidade de nos apresentar o “Pai
justo [...]”,
Jo.17.25.
Em
todas as ações do “Pai justo [...]”, Jo.17.25 podemos encontrar ações perfeitas e
retas pelo motivo de que a “justiça e direito são o fundamento do [...] trono
(de) Deus [...]”,
Sl.89.14.
A
ira de Deus é uma manifestação da sua justiça – Torre de Babel – Babilônia,
Sodoma e Gomorra.
A
nossa vida com Cristo revela que estamos com “[...] fome e sede
de justiça [...]”,
Mt.5.6.
A
paternidade nos mostra um [...]
D –
Pai onisciente e providente, Mt.6.6-8, 11.
A
ação de Deus na história não é imediatista ou apenas ara resolver problemas
isolados.
Deus
age de maneira sábia porque “os teus olhos me viram a substância ainda
informe, e no seu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles
escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda”, Sl.139.16.
Ao
ensinar a “[...] orar (Jesus deixa claro que Deus é um Pai onisciente
– conhece infinitamente quando) [...] entramos no nosso quarto e, fechada a
porta, oramos a nosso Pai, que está em secreto; e nosso Pai, que vê em secreto,
nos recompensará”,
Mt.6.6.
É
por este motivo que não precisamos “[...] orar [...] usando [...] vãs
repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão
ouvidos”,
Mt.6.7.
Verdade
é que “[...] Deus, o nosso Pai, sabe o de que temos necessidade,
antes que lho peçamos (sendo assim, temos um Deus providente em todas as
coisas)”,
Mt.6.8, principalmente “o pão nosso de cada dia (Ele tem) dado hoje”, Mt.6.11.
Muitos
não reconhecem um Deus onisciente e providente, então, são movidos de um lado
para outro em suas petições e promessas – seduções espirituais, peregrinações,
sacrifícios, abstinências, louvores exaltados, longas orações.
Esse
não é o Deus das Escrituras.
Podemos
ter a confiança de “buscar, pois, em primeiro lugar, o [...] reino
(de) Deus e a sua justiça, e todas estas coisas (comida, veste, bebida) nos
serão acrescentadas (bondosamente)”, Mt.6.33.
A
paternidade de Deus nos apresenta um [...]
E –
Pai Todo-Poderoso, Mt.6.10, 13.
Temos
um “[...] Deus [...] Soberano (supremo, superior) Senhor, que fez o
céu, a terra, o mar e tudo o que neles há”, At.4.24.
A
esse Deus pertence “[...] o [...] reino [...] (a) terra (e o) [...] céu”, Mt.6.10.
É por
este motivo que “[...] para Deus não haverá impossíveis em todas as
suas promessas”,
Lc.1.37.
Deus
é soberano em todas as coisas, em especial “[...] não nos deixando cair em
tentação [...] livrando-nos do mal [pois dEle é o reino, o poder e a glória
para sempre. Amém]!”, Mt.6.13.
É bom
ficar gravado em cada coração que “todos os moradores da
terra são por Deus reputados (pensar, considerar) em nada; e, segundo a sua
vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe
possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”, Dn.4.35.
Deus
é livre para usar os anjos, os eleitos, os ímpios, Satanás, uma jumenta.
Ele
é quem determina os fins e os meios pelos quais atuará.
Em
Deus há uma perfeita harmonia entre o seu propósito e a sua concretização.
Precisamos
“entregar o nosso caminho ao Senhor, confiar nele, e o mais ele
fará”, Sl.37.5.
A paternidade
de Deus nos avisa que [...]
Conclusão: Deus é
Todo-Poderoso Pai, que se fez nosso Pai, através da “[...]
feitura dele, criados em Cristo Jesus [...]”, Ef.2.10.
Deus
além de ser o nosso Pai é o Senhor da glória.
A nossa
aproximação deve ser cheia de confiança e reverência.
A paternidade
de Deus é uma garantia de que ele cuida de nós em santidade, justiça e poder.
Devemos
aprender com Deus o sentido da genuína paternidade.
Aplicação: “Veja
que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de
Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos
conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo”, 1Jo.3.1.
Louve
a Deus por esse grande privilégio.
Desenvolva
sua admiração e reverência pelo Pai celestial.
Seja um filho obediente e cultive
uma vida que reflita um coração transformado, que luta pela santidade, e
sujeite-se à direção e à justiça divina.
Confie
no cuidado paternal de Deus e desfrute da paz e da segurança que só nele
encontramos.
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