quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O OUTRO NÃO PODE OCUPAR O MESMO ESPAÇO.

O OUTRO NÃO PODE OCUPAR O MESMO ESPAÇO

            João Alberto, brasileiro, negro, foi espancado até a morte no Carrefour de Porto Alegre, RS por dois seguranças. George Floyd, americano, negro, foi morto por um policial branco em Minneapolis, EUA. De fato, é como disse “Will Smith: ‘Racismo não está piorando, está sendo filmado” – https://istoe.com.br/morte-de-homem-negro-desarmado-gera-protestos/.

            As intrigas, brigas, discórdias e embates sempre aconteceram e nunca deixarão de ocorrer. As teias de desarmonias acontecem no momento da ira, da raiva, do ódio aflorar, sair “[...] de dentro [...] porque, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.21-23).

            Perceba que a “[...] contaminação (do) [...] homem” (Mc 7.23) não fica restrita apenas a sua pessoa. Outros, como filhos, parentes, vizinhos e até mesmo o seu oponente, serão influenciados para o mal. É por este motivo que “para o insensato, praticar a maldade é divertimento [...]” (Pv 10.23). Ao se deparar com pessoas dessa laia, faça de tudo para “fugir da presença do homem insensato, porque nele não divisarás lábios de conhecimento” (Pv 14.7).

            Os embates podem acontecer por incentivo daqueles que estão de fora, por uma das partes, pela falta de inteligência e reconciliação de um e outro. Pode ser que você esteja planejando há muito tempo alguma revanche, embate por causa de um desaforo, uma afronta sentida a tempos antigos.

            Ao agir com má intenção, premeditar o que irá fazer, de acordo com a Palavra de Deus, você estará agindo dolosamente. Ou seja, há intenção, desejo de ferir, machucar, destruir o outro. “[...] Os filhos de Jacó, por causa de lhes haver Siquém violado a irmã, Diná, responderam com dolo a Siquém e a seu pai Hamor [...]” (Gn 34.13) e os mataram.

            Assim como os filhos de Jacó, muitos ainda nestes dias têm nas “[...] palavras de sua boca [...] (a) malícia e dolo; abjuram (desistem, fazem paralisar) o discernimento e a prática do bem” (Sl 36.3). Então, o resultado não pode ser outro a não ser a destruição mútua. Como nenhum conhece o coração do outro; somente Deus é quem pode “sondar [...] e conhecer o seu coração, provar e conhecer os seus pensamentos” (Sl 139.23); então, Deus fala que “o ímpio, com a boca, destrói o próximo [...]” (Pv 11.9). Esse ímpio é como “flecha mortífera (instalada em sua) [...] língua [...] falam engano; com a boca fala cada um de paz com o seu companheiro, mas no seu interior lhe arma ciladas” (Jr 9.8).

            Sendo algo interno, marcado desde o ventre materno, o único que pode restaurar a vida é Deus através de Jesus Cristo. Todos precisam entender que o homem “[...] nasce na iniquidade (perverso, depravado), e em pecado (o) [...] concebeu sua mãe” (Sl 51.5) É preciso partir do próprio Deus “dar-lhe coração novo e por dentro de (cada um) [...] espírito novo; tirar de (todos) [...] o coração de pedra e lhes dar coração de carne", Ez.36.26 para ser trabalhado, moldado na direção do bem.   

            Para amenizar um pouco maldade, a dor, o desespero em cada coração, o próprio Deus ordena em sua Palavra: “Amai [...] o estrangeiro [...]” (Dt 10.19); “aborrecei o mal, e amai o bem [...]” (Am 5.15); “[...] amai os vossos inimigos [...]” (Mt 5.44); “amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.10); “maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura” (Cl 3.19); “[...] amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1Pe 1.22); “tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei” (1Pe 2.17).

                Isto não quer dizer que todos irão obedecer essas ordens, mas aquele que se esforçar terá condições de viver melhor neste mundo ao lado do outro que você julga ser diferente, menor que você e que, portanto, não pode ocupar o mesmo espaço onde você está.

            Pensa melhor antes de matar o físico, o sentimento, a moral ou a vida espiritual de outros “joãos” da vida e outros “floyds” andantes pelas estradas. Faça de tudo para aceitar o outro como ele é e jamais pensa que ele deve ser igual a você.

Rev. Salvador P. Santana

             

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

DESCULPA.

 DESCULPA

            “Se eu (Jesus) não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado” (Jo 15.22).         

            As desculpas são diversas. Estava chovendo, por isso não pude ir à igreja; mas faça chuva ou faça sol o trabalho reclama a sua presença. Ventou muito e sujou muito a casa; teve que ser limpa, mas no meio da semana vai acontecer a mesma coisa e outras obrigações terão preferência. Chegou uma visita inesperada e só foi embora depois das 22h; fiquei com vergonha de pedir licença. O meu parente não é acostumado a frequentar a igreja, preferir fazer companhia.

            Muitos se desculpam de que o ar condicionado instalado na igreja é muito gelado ou o ventilador despenteia o cabelo. Quando estão passeando nos shoppings não reclamam do ar condicionado. Nos consultórios e nas salas de cirurgias ficam quietinhos e nada de reclamação do frio que tanto faz.

            E “se eu (Jesus) não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado” (Jo 15.22), isto porque, “quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim (Jesus) não é digno de mim (Jesus); quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim (Jesus) não é digno de mim (Jesus)” (Mt 10.37). O texto é claro: você “[...] não têm desculpa do seu pecado” (Jo 15.22) quando deseja de dentro do seu coração não frequentar os cultos para adorar a Deus.

            Talvez você possa dizer: – Ei! Só pelo fato de eu não ir à igreja não quer dizer que não amo a Jesus. Você está certo, mas o problema é que pode se tornar um vício frequente em sua vida e cair no esquecimento a frequência aos cultos de adoração. Não é à toa quando a carta aos Hebreus adverte a respeito de “não deixar de congregar, como é costume de alguns; antes, (se deve) fazer admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25).

            Os Salmistas tinham o prazer de falar a respeito de “[...] entrar na [...] casa (do Senhor) e se prostrar diante do seu santo templo [...]” (Sl 5.7) em agradecimento a tudo quanto Deus havia realizado e feito em seu favor.

            Era tão costumeiro ir para a casa de Deus para louvar e exaltar o seu nome que ficou registrada a “lembrança [...] de como passava [...] com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa” (Sl 42.4). Pode ter acontecido de tempos depois essa procissão ter caído em desuso.

            Ainda que tenha havido a diminuição das idas em conjunto à casa do Senhor, ainda assim, era possível encontrar com aqueles que se “alegravam quando lhe disseram: Vamos à Casa do SENHOR” (Sl 122.1). Estes, de comum acordo, achavam “[...] bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl 133.1).

            Pode acontecer de você, caro leitor, ter “[...] a [...] mão pesada (de Deus) dia e noite sobre você, e o seu vigor se tornar em sequidão de estio” (Sl 32.4), daí, é possível que “não haja parte sã na sua carne, por causa da [...] indignação (de Deus sobre você); não há saúde nos seus ossos, por causa do seu pecado” (Sl 38.3); pode ser pela razão das suas boas desculpas apresentadas diante de Deus.

            Todos não devem se omitir de reconhecer que “[...] ama [...] a habitação da [...] casa (de Deus, pois é) [...] o lugar onde [...] glória (de Deus) assiste” (Sl 26.8).

            Pare de dar desculpas e faça “uma coisa pedindo ao SENHOR, e a busque: que você possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da sua vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo” (Sl 27.4).

            Que Deus abençoe você para não dar mais desculpas esfarrapadas, pois “se eu (Jesus) não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado” (Jo 15.22).

            Rev. Salvador P. Santana                                

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

DECISÃO.

 DECISÃO

            Tomar uma decisão não é nada fácil. Para um relacionamento conjugal é preciso pensar muito bem antes do enlace matrimonial porque os dois precisam viver juntos. No trânsito é preciso pensar rápido para agir em milésimos de segundos para não ser pego de surpresa em acidentes que podem tirar a vida. Em uma discussão a decisão errada pode obrigar você chamar a polícia para intervir, comparecer perante o juiz ou você pode chegar às portas da morte.

            A decisão que Adão e Eva tomaram foi cruel e as consequências se refletem até hoje. É possível que o casal Adâmico teve tempo para pensar a respeito daquilo que deviam fazer, mas a determinação foi prejudicial às suas vidas. “[...] Adão [...] (simplesmente) atendeu a voz de sua mulher e comeu da árvore que Deus [...] ordenara não comesses (por isso) maldita é a terra por [...] causa (de Adão); em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de sua vida” (Gn 3.17).

            Quando “[...] enviou Davi mensageiros (a Bate-Seba) que a trouxessem; ela veio, e ele se deitou com ela [...]” (2Sm 11.4), tudo indica que ele estava completamente fora de si. A sua mente estava totalmente descontrolada. As consequências foram trágicas para eles e toda a sua posteridade. Logo após o fato ocorrido, Deus declara que ele “[...] o fez em oculto, mas Deus faria isto perante todo o Israel e perante o sol” (2Sm 12.12). Este fato aconteceu na vida de Davi porque “[...] nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido” (Mt 10.26).

            Um dos filhos de Jacó tomou uma decisão nada agradável nem para ele e muito menos para toda a sua família, especialmente para Jacó, seu pai, porque a decisão ficou gravada para o resto da vida. Não se sabe o motivo, mas “[...] aconteceu que, habitando Israel naquela terra (próximo a Belém), foi Rúben e se deitou com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube [...]” (Gn 35.22). É provável que Jacó guardou esse segredo até o dia da bênção profética proferida a seus filhos.

            “Rúben [...] (era) o primogênito de Jacó [...]” (Gn 35.23). Por causa da decisão impensada, perdeu para Judá esse status. No dia da bênção de Jacó a todos os seus filhos, o genitor resolveu não guardar mais o segredo do adultério. “[...] Chamou Jacó a seus filhos [...] (para os) fazer saber o que [...] havia de acontecer nos dias vindouros” (Gn 49.1). O primeiro que compareceu para receber a bênção foi o primogênito. Então, Jacó disse a respeito do filho adúltero: “Rúben, tu és meu primogênito, minha força e as primícias do meu vigor, o mais excelente em altivez e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porque subiste ao leito de teu pai e o profanaste; subiste à minha cama” (Gn 49.3, 4). Quão decepcionante é para muitos quando uma decisão errada que você tomou é exposta quando a família está reunida.

            Fique atento a tudo quanto você faz e veja se faz direito. Jesus declara que “[...] contas serão pedidas a esta geração” (Lc 11.51) e Paulo declara que “[...] cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14.12).

            Que as suas decisões sejam pensadas e repensadas para não cair em erro, desgraça, desespero e carregar para o resto da vida uma mágoa, um ressentimento de não ter feito aquilo que seria o mais conveniente para a vida. Por isso, “tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Ec 9.10).

            Que Deus abençoe você em todas as suas decisões para que, “[...] quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19.28).  

Rev. Salvador P. Santana 

sábado, 7 de novembro de 2020

NÃO SE META EM QUESTÃO ALHEIA.

 NÃO SE META EM QUESTÃO ALHEIA

            “Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa” (Pv 26.17).

            Quem já teve a péssima experiência de ser atacado por um cachorro, quando vê uma foto, uma escultura, uma tatuagem ou um Chihuahua, a menor raça do mundo, se sente como que sendo atacado pela raça maior do mundo, o Dogue Alemão.

            Desta mesma forma é quando o homem “[...] se mete em questão alheia [...]” (Pv 26.17) entre briga de marido e mulher, discussão familiar, briga de trânsito, pancadaria em porta de boteco, saída dos torcedores do estádio de futebol. Em muitos casos o tiro pode sair pela culatra ou tudo acontece de modo contrário ao que você planejava sendo possível até mesmo a morte do intruso.

            “Quem (tem coragem de) se meter em questão alheia (?) [...]” (Pv 26.17). Os policiais foram treinados para enfrentar qualquer embate tanto dentro quanto fora de casa. Psicólogos, terapeutas, psiquiatras, mediadores podem intervir quando são convidados por uma das partes, caso contrário, correm o risco de "[...] se meter em questão alheia (e sair ferido) [...] como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa" (Pv 26.17).

            Quando se fala a respeito do outro que intervém é muito diferente e não próximo daquele que se diz a respeito, mas quando você se depara com a situação frente a frente, a história pode ser contada de modo trágico.

            A história bíblica conta que “[...] Lameque (tinha duas) [...] esposas: Ada e Zilá [...] (a biografia de) [...] Lameque (é trágica e é possível que os transeuntes pensem bem antes de tomar qualquer atitude porque ele as pediu para) [...] escutar o que [...] (tinha acabado de fazer): Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou” (Gn 4.23). Pessoas dessa índole somente policiais tem experiência para detê-los, portanto, “quem se meter (nessa) [...] questão (de crime contra outrem) [...] é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa” (Pv 26.17).

            Outro caso que qualquer um deve chamar a polícia é quando um “[...] Saul (da vida) procura encravar (um amigo) Davi [...] na parede [...] (mesmo que) ele se desvia do seu golpe, indo a lança ferir a parede [...]” (1Sm 19.10). Se faz necessário comunicar as autoridades, isto porque, pode acontecer outras vezes a ponto de dar a “[...] certeza (de) que (o seu próprio filho) morrerá [...]” (1Sm 14.44). E neste caso a pessoa, após a intervenção da autoridade será preciso o agressor fazer um tratamento psiquiatra.

            Quando você encontrar um “[...] louco (que) fala loucamente, e o seu coração obra o que é iníquo, para usar de impiedade e para proferir mentiras [...]”, Is.32.6, chame imediatamente o SAMU ou, ao perceber que a loucura dele vai além de todas quantas você já presenciou, é melhor chamar o Corpo de Bombeiros para detê-lo com mais segurança.

            Fique sabendo que “[...] a (própria) ira do louco o destrói [...]” (Jó 5.2) e ele não pensará duas vezes para intentar contra aquele que estiver por perto dele. Por isso que todo cuidado é pouco em relação a todos quantos estão à sua volta. Logo, então, “melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no homem” (Sl 118.8).

            Urgentemente! Faça como os discípulos de Jesus que não conhecendo o intento do coração dos outros educandos “[...] começaram a indagar entre si quem seria, dentre eles, o que estava para fazer isto” (Lc 22.23) ou aquilo contra você ou contra seus amigos.          

            Além de você ter o dever de se pôr em “[...] oração (a) [...] Deus e, como proteção, (para se precaver contra a pessoa alheia que você não conhece e não sabe do seu intento) ponha guarda contra eles, de dia e de noite” (Ne 4.9) para você não “cair (como) a ave no laço em terra [...] (e principalmente) a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (Am 3.5; 1Tm 3.7).

            Que Deus abençoe e proteja você do homem mau! E que fique bem lembrado: “Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa” (Pv 26.17).

 Rev. Salvador P. Santana