ALEGRIA MAIOR
A volta para casa é um momento muito
esperado e, porque não dizer, um dos mais felizes. Tanto para aquele que está
chegando quanto para aquele que está aguardando o retorno de alguém, existe
muita expectativa.
É triste relatar, mas muitas pessoas
não conseguem chegar ao destino. Alguns, por pura imprudência, outros não
voltam devido a imperícia de terceiros. Uma grande parte perde a condução ou
são impedidos por problemas técnicos. É nesse exato momento que o desespero
começa a tomar conta de muitos corações devido a falta da presença do ente
querido ou do grande amigo.
A decisão tomada ou forçada de não
voltar para o lar se complica muito mais quando se trata de filho querido,
aceito e bem tratado dentro de casa. Nesse momento os pais entram em desespero.
A situação fica mais complicada quando os pais não sabem qual é o paradeiro do
filho, como ele está se alimentando, se está em repouso ou passando por alguma tribulação.
Até parece que os dias e as noites ficam
paralisadas. A cada dia o sufoco aumenta por não saber notícias. A procura se
torna intensa nas casas dos parentes, amigos, vizinhos, hospitais, delegacias
e, como que numa última busca incessante, eles são procurados nos necrotérios.
Estima-se que, por ano, cerca de 200
mil pessoas desaparecem, destas, 50 mil são crianças e adolescentes. Para todos
estes casos não existe outra saída. Nesse momento de luta, desespero, perda
total ou parcial é apenas o de “confiar os [...] cuidados ao SENHOR, e ele [...]
sustentará [...]” (Sl 55.22) os pais desesperados para suportar toda e qualquer
adversidade.
Jesus conta uma parábola (história
curta baseada em fatos verdadeiros com o fim de ensinar lições a respeito do
Reino de Deus) que terminou com um final feliz.
Aconteceu que, “[...] certo homem
tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens
que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres” (Lc 15.11, 12).
A verdade é que muitos filhos agem
de caso pensado. Planejam por longos anos como fazer para conquistar uma grana
a mais, um bem móvel ou imóvel com mais facilidade.
Muitos, por meios escusos, ajudados
ou não, fazem de tudo para trapacear, roubar e se possível matar seus próprios
pais para adquirir o objeto desejado.
O filho pródigo (gastador), pelo que
tudo indica, já havia planejado o golpe financeiro. O desejo maior dele era
somente “[...] ajuntar tudo o que era seu, partir para uma terra distante e lá
dissipar todos os seus bens, vivendo dissolutamente (desregrado)” (Lc 15.13)
tal como muitos tem feito nestes dias.
Pelos cálculos humanos parecia não
haver mais possibilidade de rever o filho dentro de casa. O filho estava
afortunado, em terra distante, influenciado pelos amigos, sendo aproveitado e quem
sabe, até mesmo sendo “[...] tentado pela sua própria cobiça, quando esta o
atraiu e (o) seduziu” (Tg 1.14).
Que bruto golpe! Mas, como todo pai
aguarda ansioso o retorno do filho para o seu domicílio original, ele jamais
perdeu a esperança. É possível que esse pai do filho perdido tenha feito a
mesma pergunta do salmista: “E eu, Senhor, que espero? (e a resposta foi das
mais surpreendentes) [...]” (Sl 39.7).
Exatamente! Esse pai aflito não
precisou correr atrás, enviar cartas, pedir a alguém para procurar o filho
perdido. Ele preferiu aguardar e dizer bem alto: “[...] Deus (o Senhor eterno)
é a minha esperança” (Sl 39.7). Não deu outra. A partir do momento em que ele
esperou, Deus interveio fazendo com que o filho gastador de fortuna “[...] se levantasse,
fosse para seu pai [...]” (Lc 15.20).
A reação do progenitor não podia ser
outra quando “[...] vinha (o) filho ainda longe [...] seu pai o avistou, e,
compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou” (Lc 15.20).
Não existe alegria maior do filho de
Deus que voltar para servir a Jesus Cristo de todo o coração, mesmo porque, o
próprio “Jesus [...] afirma que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de
Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15.10).
Rev. Salvador P.
Santana