PERDE E GANHA
Acontece com todas as mães. Após uma gestação de risco ou muito tranquila e
abençoada pelo Papai do céu, o bebe perde o lugar de tranquilidade, alimento na
dosagem certa, a bolsa e o líquido amniótico para ganhar e viver em um mundo
competitivo onde, “[...] se multiplica a iniquidade, o amor se esfria de quase
todos” (Mt 24.12).
As perdas não terminam após o nascimento dos nenês. No decorrer do tempo,
devido aos problemas sociais, saúde dos pais, obrigações diárias, os filhos não
param de perder. A amamentação do leite doce dá lugar para as papinhas
salgadas, dos colos confortáveis para andarem no chão, deixam de receber
carinho para começarem a receber beliscões, palmadas, surras. Neste caso, os
pais não precisam exagerar, pois a ordenança bíblica é de que “a vara e a
disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a
sua mãe” (Pv 29.15).
Aquele conforto dentro de casa muda radicalmente quando as crianças são
deixadas com as babás, levadas para as creches e escolas. A quietude dá lugar
as correrias junto com os colegas de rua e de sala de aula. As brincadeiras são
trocadas pelas lições escolares e a preocupação de alcançarem a série escolar
seguinte. Uma triste história se repete quase que em todos os lares. É nesta
época da vida que muitos pais não se preocupam em dar exemplo de vida. O uso de
drogas lícitas e ilícitas tem deixado uma herança maldita. É preciso aprender
com “[...] Jesus (que) deu [...] exemplo, para que, como ele [...] fez, façam
[...] também (os pais)” (Jo 13.15).
Na adolescência começam as muitas divergências dentro e fora de casa. A casa
parece mais com um campo de guerra devido “[...] o filho desprezar o pai, a
filha se levantar contra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do homem
são os da sua própria casa” (Mq 7.6). Esta situação pode acontecer por rebeldia
contra tudo e todos, influência dos amigos, por querer ser diferente. Note bem
que neste estágio da vida, o adolescente, se não tiver cuidado, tende a perder
com muita facilidade os parentes, amigos e começa a ganhar mais inimigos e
pessoas de má índole para andar ao seu lado.
A fase adulta é terrível para muitas pessoas. As perdas se tornam mais reais
que na infância e adolescência. E é neste período de vida que as decisões
tomadas tendem a ser para o resto da vida. A saída da casa dos pais é por
motivos dos mais variados. É tempo de faculdade, muitos fazem esse caminho
tornar mais tranquilo para novas conquistas. Por falta de oportunidade de
trabalho, muitos saem do seu domicilio para alcançarem novos ideais de
trabalho. Talvez, por falta de orientação, irresponsabilidade, filhos aparecem
sem o devido planejamento, daí, surgem novas responsabilidades. Alguns, não
suportando a pressão da família resolvem buscar outros rumos. Muitos fazem como
o filho pródigo: “[...] ajunta tudo o que (é) [...] seu, parte para uma terra
distante e lá dissipa todos os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lc 15.13).
Mas, é possível “[...] cair em si [...] levanta, e (vai) [...] ter com o seu
pai, e lhe diz: Pai, pequei contra o céu e diante de ti” (Lc 15.17,18).
Para todos aqueles que pensam que na velhice, ou, como queiram chamar de melhor
idade, dias finais, serão os melhores da vida, estão enganados. Praticamente,
quase tudo quanto ganharam desde a infância, começam a perder vertiginosamente.
Perdem a boa aparência, a visão, os dentes, os cabelos, o corpo esbelto, os
amigos mais chegados, os parentes mais queridos. Se desde os primeiros dias ele
viveu desregradamente, é sinal que toda riqueza será desviada para restabelecer
a sua saúde. A vida de muitos se compara ao “[...] homem [...] (que) ganhou o
mundo inteiro e perdeu a sua alma [...]” (Mt 16.26).
Todos precisam saber que “[...] a tristeza segundo Deus produz arrependimento
para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz
morte” (2Co 7.10), então, “[...] considera tudo como perda, por causa [...] de
Cristo Jesus [...] perde todas as coisas e as considera como refugo, para
ganhar a Cristo” (Fp 3.8).
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