quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

PERDE E GANHA

PERDE E GANHA
                Acontece com todas as mães. Após uma gestação de risco ou muito tranquila e abençoada pelo Papai do céu, o bebe perde o lugar de tranquilidade, alimento na dosagem certa, a bolsa e o líquido amniótico para ganhar e viver em um mundo competitivo onde, “[...] se multiplica a iniquidade, o amor se esfria de quase todos” (Mt 24.12).
                As perdas não terminam após o nascimento dos nenês. No decorrer do tempo, devido aos problemas sociais, saúde dos pais, obrigações diárias, os filhos não param de perder. A amamentação do leite doce dá lugar para as papinhas salgadas, dos colos confortáveis para andarem no chão, deixam de receber carinho para começarem a receber beliscões, palmadas, surras. Neste caso, os pais não precisam exagerar, pois a ordenança bíblica é de que “a vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe” (Pv 29.15).
                Aquele conforto dentro de casa muda radicalmente quando as crianças são deixadas com as babás, levadas para as creches e escolas. A quietude dá lugar as correrias junto com os colegas de rua e de sala de aula. As brincadeiras são trocadas pelas lições escolares e a preocupação de alcançarem a série escolar seguinte. Uma triste história se repete quase que em todos os lares. É nesta época da vida que muitos pais não se preocupam em dar exemplo de vida. O uso de drogas lícitas e ilícitas tem deixado uma herança maldita. É preciso aprender com “[...] Jesus (que) deu [...] exemplo, para que, como ele [...] fez, façam [...] também (os pais)” (Jo 13.15).
                Na adolescência começam as muitas divergências dentro e fora de casa. A casa parece mais com um campo de guerra devido “[...] o filho desprezar o pai, a filha se levantar contra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Mq 7.6). Esta situação pode acontecer por rebeldia contra tudo e todos, influência dos amigos, por querer ser diferente. Note bem que neste estágio da vida, o adolescente, se não tiver cuidado, tende a perder com muita facilidade os parentes, amigos e começa a ganhar mais inimigos e pessoas de má índole para andar ao seu lado.
                A fase adulta é terrível para muitas pessoas. As perdas se tornam mais reais que na infância e adolescência. E é neste período de vida que as decisões tomadas tendem a ser para o resto da vida. A saída da casa dos pais é por motivos dos mais variados. É tempo de faculdade, muitos fazem esse caminho tornar mais tranquilo para novas conquistas. Por falta de oportunidade de trabalho, muitos saem do seu domicilio para alcançarem novos ideais de trabalho. Talvez, por falta de orientação, irresponsabilidade, filhos aparecem sem o devido planejamento, daí, surgem novas responsabilidades. Alguns, não suportando a pressão da família resolvem buscar outros rumos. Muitos fazem como o filho pródigo: “[...] ajunta tudo o que (é) [...] seu, parte para uma terra distante e lá dissipa todos os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lc 15.13). Mas, é possível “[...] cair em si [...] levanta, e (vai) [...] ter com o seu pai, e lhe diz: Pai, pequei contra o céu e diante de ti” (Lc 15.17,18).
                Para todos aqueles que pensam que na velhice, ou, como queiram chamar de melhor idade, dias finais, serão os melhores da vida, estão enganados. Praticamente, quase tudo quanto ganharam desde a infância, começam a perder vertiginosamente. Perdem a boa aparência, a visão, os dentes, os cabelos, o corpo esbelto, os amigos mais chegados, os parentes mais queridos. Se desde os primeiros dias ele viveu desregradamente, é sinal que toda riqueza será desviada para restabelecer a sua saúde. A vida de muitos se compara ao “[...] homem [...] (que) ganhou o mundo inteiro e perdeu a sua alma [...]” (Mt 16.26).
                Todos precisam saber que “[...] a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2Co 7.10), então, “[...] considera tudo como perda, por causa [...] de Cristo Jesus [...] perde todas as coisas e as considera como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.8).
                                 
Rev. Salvador P. Santana

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