A TENTAÇÃO DE CRISTO, Lc.4.1-13.
Introdução: Assim como
Jesus foi tentado pelos Diabo, nós também somos tentados, portanto, devemos “vigiar e orar, para que não entremos em
tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”,
Mt.26.41.
1 – Diferenças entre os sinóticos (parecidos).
Os
três evangelhos registram a tentação de Jesus, Marcos não trás detalhes.
A
ordem da narrativa de Mateus:
a)
“[...] Manda que esta pedra se
transforme em pães”, Mt.4.3.
b)
“[...] Colocou-o sobre o pináculo
do templo [...]”, Mt.4.5 “[...] Se és Filho de Deus,
atira-te abaixo [...]”, Mt.4.6.
c)
“Levou-o ainda o diabo a um monte
muito alto, mostro-lhe todos os reinos [...]”,
Mt.4.8 “[...] disse:
Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”,
Mt.4.9.
Em Lucas
a ordem é diferente: a) “[...] Manda que esta pedra se
transforme em pão”, Lc.4.3; b) “[...] Dar-te-ei toda esta
autoridade [...]”, Lc.4.6 “[...] se prostrado me adorares
[...]”, Lc.4.7; c) “[...] Se és o Filho de Deus,
atira-te daqui (pináculo) abaixo”, Lc.4.9.
A
única diferença é a ordem, mas as três tentações são apresentadas.
2 – O contexto.
Tanto
Mateus como Lucas falam sobre a tentação de Jesus após o batismo.
“[...] O [...] batismo [...] (de) Jesus
[...] (deu início ao Seu ministério com o) [...] Espírito Santo descendo sobre
ele em forma corpórea como pomba [...]”,
Lc.3.21,22.
Mateus
e Lucas registram que a “[...] voz [...] (do Pai) diz: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo”, Mt.3.17; Lc.3.22.
Por
duas vezes Satanás usa essas palavras na tentação, “[...] Se és o Filho de Deus,
manda que esta pedra se transforme em pão”,
Lc.4.3.
“[...] Se és o Filho de Deus,
atira-te daqui abaixo”, Lc.4.9.
No
momento do batismo é afirmada a Divina filiação de Jesus que Satanás pretende
distorcer.
Antes
de falar da tentação Lucas fala da genealogia de Cristo até Adão – escreveu
para os gentios – prova a humanidade de Cristo, Lc.3.38.
A
genealogia de Mateus, escrita para o povo judeu, apresenta “[...] Jesus Cristo [...] (como)
filho de Abraão”, Mt.1.1.
É
a partir desse momento que começa a tentação de Jesus.
3 – A realidade da tentação.
A
tentação de Jesus é real para você ou é uma fábula?
Não
importa a sua opinião, “[...] Deus não pode ser tentado pelo mal [...]”, Tg.1.13.
Jesus
era igual a nós.
A
Bíblia prova a humanidade de Cristo apresentando-O como “[...] tendo fome”, Mc.11.12; “[...] sede [...]”, Jo.19.28; “[...] cansado da viagem [...]”, Jo.4.6; “[...] dormindo sobre o travesseiro [...]”, Mc.4.38.
Jesus
sendo homem “[...]
foi [...] tentado (externamente e não internamente) em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado”, Hb.4.15.
Outra
característica humana de Jesus é que ele ficava “condoído (compaixão das pessoas) [...]”, Mt.20.34.
“[...] algumas crianças [...] (levadas
a Ele) para que lhes impusesse as mãos e orasse [...]”, Mt.19.13.
Muitas
vezes Ele ficou “[...]
angustiado [...]”, Lc.12.50.
Por
causa dessa humanidade de Jesus que “[...] o diabo (fez a proposta de tentação): Se és o Filho de Deus,
manda que esta pedra se transforme em pão”,
Lc.4.3.
Qual
foi a resposta? “[...]
Não só de pão viverá o homem”, Lc.4.4.
Jesus
“[...] foi [...]
tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”, Hb.4.15.
4 – Narrativa.
Após
o batismo “Jesus,
cheio do Espírito Santo [...] foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto”, Lc.4.1.
Jesus
ficou “[...]
quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos
quais teve fome”, Lc.4.2.
A
– A primeira tentação põe em dúvida o poder de Deus sustentar o homem que passa
fome.
Jesus
estava com fome, “[...]
o diabo (aproveitou dessa fraqueza para tentar o Filho de Deus): Se és o Filho
de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”, Lc.4.3.
A
conjunção “[...] se [...]”, Lc.4.3 usado pelo diabo é retórico (falar bem para
convencer), ele tinha certeza que Jesus é de fato “[...] Filho de Deus [...]”, Lc.4.3.
Satanás
queria colocar dúvida em Jesus a respeito da providência do Pai ao dizer: “Qual dentre vós é o pai que, se o
filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em
lugar de peixe uma cobra?”, Lc.11.11.
Como
resposta, Jesus usa a Palavra de Deus: “[...] Não só de pão viverá o homem”,
Lc.4.4 usa Dt.8.3.
O
servo de Deus depende do sustento do criador; seja de alimento ou outra coisa
qualquer.
B
– A segunda tentação sugere:
“[...] Dar [...] autoridade e a
glória [...]”, Lc.4.6 de “[...] todos os reinos (nações) do
mundo”, Lc.4.5 para Jesus.
A
desculpa de que a “[...]
autoridade (dos) reinos [...] foi entregue ao diabo (e que por isso) [...] dava
a quem ele quisesse”, Lc.4.6.
Satanás
tem autoridade sobre as nações? Ele é mentiroso, Jo.8.44; “[...] Jesus (é que tem)
autoridade sobre espíritos imundos [...]”,
Mt.10.1.
“Jesus [...] tem toda a autoridade
[...] no céu e na terra”, Mt.28.18.
O
desejo do diabo era que Jesus “[...] prostrado o adorasse [...]”,
Lc.4.7.
“Mas Jesus lhe respondeu: Está
escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto”, Lc.4.8.
O
que o diabo faz neste mundo é “[...] atuar (controla, ajuda) nos filhos da desobediência”, Ef.2.2.
“[...] O mundo inteiro jaz (debaixo)
no Maligno”, 1Jo.5.19.
Deus
não deu nada para o diabo, “tudo [...] foi entregue a Jesus [...] (pelo) Pai [...]”, Mt.11.27.
Somente
Jesus tem poder para “[...]
despojar os principados e as potestades, publicamente os expondo ao desprezo,
triunfando deles na cruz”, Cl.2.15.
Essa
vitória de Jesus era certa devido a profecia, pois Ele “[...] será exaltado e elevado [...]”, Is.52.13.
Antes
dessa vitória foi preciso Jesus ser “[...] desfigurado, mais do que o de outro qualquer [...]”, Is.52.14.
“Era desprezado e o mais rejeitado
entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem
os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso”, Is.53.3.
Chegou
a ponto de pedir: “[...]
Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu
quero, e sim como tu queres”, Mt.26.39.
O
diabo sugeriu que Jesus não passasse pela cruz a fim de ser adorado, mas Jesus
usa Dt.6.13: “[...]
Ao Senhor, teu Deus, adorarás [...]”, Lc.4.8.
C
– Na terceira tentação Jesus é induzido a testar a sua confiança.
“[...] O levou a Jerusalém, e o
colocou sobre pináculo do templo (dizendo:) [...] Se és o Filho de Deus,
atira-te daqui abaixo”, Lc.4.9.
A
desculpa do inimigo: “[...]
Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem”, Lc.4.10.
“e: Eles te susterão nas suas
mãos, para não tropeçares nalguma pedra”,
Lc.4.11.
Conversas
idiotas em que as pessoas pedem para provar que confiamos em Deus.
Jesus
mais uma vez contra-ataca com a Palavra de Deus: “[...] Não tentarás o Senhor, teu
Deus”, Lc.4.12 citando Dt.6.16 quando Israel
estava para possuir a terra prometida.
Não
tem necessidade de provar que confiamos ou não em Deus, “pois o SENHOR conhece o caminho
dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”,
Sl.1.6.
Jesus venceu as tentações porque
usou a Palavra de Deus. É por isso que,
“passadas que foram
as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno”, Lc.4.13.
5 – A tentação de Cristo e as nossas tentações
A – Lições sobre a tentação.
1 – Deus permite a tentação.
Mas “[...] Deus é fiel e não permitirá que sejamos
tentados além das nossas forças [...]”,
1Co.10.13.
“Jesus, cheio do Espírito Santo
[...] foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto”,
Lc.4.1.
|
Jesus sendo Filho de Deus não foi poupado da tentação,
nós não somos melhores, por isso a ordem é: “Vigiar e orar, para que não entremos em tentação; o espírito,
na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”,
Mc.14.38.
Pede:
“E não nos deixes
cair em tentação [...]”, Mt.6.13.
Deus
não vai te deixar desamparado, pois, “[...] juntamente com a tentação, nos proverá livramento, de sorte
que a possamos suportar”, 1Co.10.13.
2
– A astúcia do inimigo.
Você
vai passar necessidade - “[...] fome”, Lc.4.2.
Você
terá fama - “[...] autoridade
e a glória destes reinos [...]”, Lc.4.6.
Você
vai sofrer no futuro - “[...] atira-te daqui abaixo”,
Lc.4.9.
Para
colocar medo, Satanás afirmou uma verdade usando textos isolados, você “[...] é [...] Filho de Deus [...]”, Lc.4.3 e “[...] atira [...] anjos [...] te guardam”, Lc.4.9,10.
O
diabo promete algo que não lhe pertence: “[...] Dar-te-ei [...] (os) reinos [...]”, Lc.4.6.
O
inimigo arma ciladas, “[...] como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim [...]
(ele insiste para que) seja corrompida a nossa mente e se aparte da
simplicidade e pureza devidas a Cristo”,
2Co.11.3.
A
atitude do cristão deve ser de “revestir de toda a armadura de Deus, para podermos ficar firmes
contra as ciladas do diabo”, Ef.6.11.
Todo
cuidado é pouco, “[...]
porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz”, 2Co.11.14.
3
– A importância da revelação escrita.
|
Jesus usou apenas textos da Palavra de Deus: “[...] Está escrito: Não só de pão
viverá o homem”, Lc.4.4.
“[...] Está escrito: Ao Senhor,
teu Deus, adorarás e só a ele darás culto”,
Lc.4.8.
“[...] Dito está: Não tentarás o
Senhor, teu Deus”, Lc.4.12.
A
Palavra de Deus é instrumento para a batalha espiritual; “[...] capacete da salvação e a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus”,
Ef.6.17.
A
“Palavra (quando) Guardada
no coração [...] (evita) pecar contra o Senhor”,
Sl.119.11.
B
– A identificação.
“Aquele que não conheceu pecado,
ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”, 2Co.5.21.
A
obra de Jesus foi completa em nosso lugar, foi tentado, sofreu e morreu, por
isso “[...] ele [...]
é poderoso para socorrer os que são tentados”,
Hb.2.18.
Esse
sofrimento humano irá acabar quando Jesus “[...] enxugar dos olhos toda lágrima, e a morte já
não existir, [...] não houver luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras
coisas passaram”, Ap.21.4.
Conclusão: Enquanto eu e você vivermos neste mundo, seremos
tentados; não brinca com o inimigo e nem com a aparência do mal.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana da Revista da Escola Dominical – Esxpressão – A vida
de Jesus – CCC.
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