TODO CUIDADO É POUCO
Até
quando? Esta pergunta é muito intrigante e preocupante. Ela ecoa por todos os
rincões deste mundo. O pai deseja saber até quando o filho andará em
desordem. A mãe a todo custo tenta responder para si mesma até quando sentirá
falta do carinho, do abraço e da presença de muitos filhos, e ainda, da falta
do básico dentro de casa porque o marido não tem dado assistência. O filho
procura entender até quando o seu pai continuará fora de casa ou o por quê de
tantas brigas e desordem sem fim que ele tem visto dentro do seu lar.
O
cidadão deseja saber até quando terá que esperar por melhorias em sua cidade,
no seu estado, em seu país. Até quando o patrão injusto deixará de pagar as
obrigações registradas em carteira. E os empregados, até quando irão ficar
enrolando o dia de trabalho. Até quando os políticos continuarão roubando da
população e deixando de administrar aquilo que lhes foi confiado.
Muitos
podem pensar que esta pergunta nasceu neste século, pelo contrário, ela vem desde
tempos antigos, cerca de 1.500 a.C. Deus deu uma ordem específica a Moisés e a
Arão. Como o povo judeu estava sendo escravizado na terra do Egito, Deus já
havia prometido a Jacó: “Eu descerei contigo para o Egito e te farei tornar a
subir, certamente [...]” (Gn 46.4).
Essa
visita de Deus aconteceu exatamente quatrocentos e trinta anos depois que Jacó
desceu para o Egito. Foi nessa época que Deus determinou que Moisés fizesse
essa pergunta ao rei do Egito, nos dias em que se findava o cativeiro dos
hebreus: “[...] Assim diz o SENHOR, o Deus dos hebreus: Até quando recusarás
humilhar-te perante mim? [...]” (Ex 10.3). Deus desejava uma única coisa de
Faraó, que ele se inclinasse, não diante de homens, mas diante dAquele que
coordena e faz todas as coisas, o próprio Deus.
Para
que muitos cheguem a essa atitude de humilhação e inclinação, é necessário
haver uma dobradiça na cerviz (parte superior do pescoço) a fim de que o ser
altivo, prepotente fique na posição desejada por Deus. Faça a experiência! É
possível que você sofra um pouco, mas é somente desta maneira que muitos homens
se humilham diante do Pai Celeste. É como diz o profeta Isaías: “Senhor, por
estas disposições tuas vivem os homens, e inteiramente delas depende o meu espírito;
portanto, restaura-me a saúde e faze-me viver” (Is 38.16).
Outra
atitude mesquinha que Deus não suporta é a murmuração, Deus pergunta até quando
isso irá continuar? Até quando o homem não terá coragem de falar a verdade com
o seu criador? Até quando o ser criado à semelhança de Deus irá tentar enganar
Aquele que sabe de todas as coisas?
No
decorrer dos tempos o homem tem tentado se esquivar de Deus de todas as
maneiras. Uma delas é o falar, censurar ou reclamar em voz baixa como se Deus
não estivesse ouvindo. Como se Deus fosse igual ao homem que não consegue
escutar muito bem. Puro engano, porque “ainda a palavra me não chegou à língua,
e tu, SENHOR, já a conheces toda” (Sl 139.4).
Eis o
motivo de Deus perguntar novamente: “Até quando sofrerei esta má congregação
que murmura (censurar ou reclamar em voz baixa) contra mim? Tenho ouvido as
murmurações que os filhos de Israel proferem contra mim” (Nm 14.27). Esse fato
ocorreu logo depois que os espias voltaram com os seus relatórios da terra
prometida. Dez dentre eles desanimaram o povo de possuir a terra, razão porque
Deus faz essa insistente pergunta: Até quando?
Os
‘até quando’ de Deus não ficam restritos somente a essas duas passagens. Cada
homem neste mundo tem as suas pretensões, as suas queixas, as suas ofensas e as
suas rebeldias contra o seu criador, portanto, todo cuidado é pouco.
É bom
que cada um faça uma análise profunda dos seus "até quando" porque é
abominável ao SENHOR todo arrogante (orgulho manifestado por meio de ações,
modos e palavras) de coração; é evidente que não ficará impune” (Pv 16.5).
Rev. Salvador P. Santana
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