terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

TRABALHAR COM PRAZER, Ec.2.18-26.

TRABALHAR COM PRAZER, Ec.2.18-26.

            Após vários dias, sobrecarregado e revoltado com o seu trabalho, o funcionário exclamou: - Ah, se eu soubesse quem inventou o trabalho!
            Esse sentimento acompanha muita gente que faz do trabalho um jugo pesado, isso gera estresse e, ataca ferozmente a saúde emocional e física.
            Trabalhar ao lado de pessoas sem motivação é algo que pode comprometer nossa qualidade de vida.
            Ficamos indignados em saber que o resultado do trabalho dedicado, de muitos, será repassado a alguns que não fazem por merecer.
            A reflexão de Salomão é sobre “[...] todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo (é) [...] vaidade e correr atrás do vento”, Ec.1.14.
            O filho de Davi, a respeito das posses, pensou, a fim de refrescar a nossa memória, sobre o “empreendimento (de) grandes obras; edificações [...] (de) casas [...] (a) feitura (de) jardins e pomares [...] (a) compra (de) servos e servas [...] (o) amontoado [...] (de) prata e ouro e tesouros [...] (a) provisão de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres”, Ec.2.4,5,7,8.  
            A respeito do conhecimento o rei declara que “aplicou o coração a esquadrinhar e a (se) informar com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; este enfadonho trabalho impôs Deus aos filhos dos homens, para nele os afligir. Atentou para todas as obras que se fazem debaixo do sol [...] engrandeceu e sobrepujou em sabedoria a todos [...] com efeito, o seu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento”, Ec.1.13,14,16.
            A respeito do prazer o pregador “resolveu no seu coração dar-se ao vinho [...] e entregar-se à loucura, até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida”, Ec.2.3.
            Mais uma vez o autor nos convida a refletir sobre “[...] a penosa [...] obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento”, Ec.2.17, porém, desta vez, acrescenta algo novo, pois, além de ser “[...] vaidade é também [...] grande mal”, Ec.2.21.
            O rei ficou amargurado porque o acúmulo de riquezas não o levou a lugar nenhum.
            Ele fala que “aplicou o coração a esquadrinhar e a informar com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu [...] atentou para todas as obras que se fazem debaixo do sol (chegou a conclusão de) [...] que tudo (é) [...] vaidade e correr atrás do vento. (Portanto) aquilo que é torto (ambição humana e exploração) não se pode endireitar; e o que falta (sabedoria do alto) não se pode calcular”, Ec.1.13-15.
            Salomão faz uma análise sobre o drama da vida humana que trabalha e, ao final, sentem que tudo foi em vão.
            Precisamos resgatar a visão prazerosa do trabalho, algo que dá sentido à vida, pois “[...] tudo o que fizermos [...] (devemos) fazer em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”, Cl.3.17.
            O trabalho será uma bênção na perspectiva de [...]
1 – Conceber uma visão altruísta (pensa nos outros) do trabalho.
            É muito fácil perceber, em todas as empresas, uma pessoa “[...] aborrecendo a vida, pois lhe foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento”, Ec.2.17.
            Não havia motivo para Salomão viver “[...] aborrecido (da) vida [...] (e nem) foi penosa a obra que [...] (ele) fizera debaixo do sol [...]”, Ec.2.17, pois herdara o reino com muitas riquezas.
            Era impossível para o rei, filho de Davi, ficar “[...] afadigado (sofrer com esforço) debaixo do sol (pois ele comandava de dentro do palácio) [...]”, Ec.2.18 e nem mesmo “[...] o (seu) coração se desesperou (sem esperança) de todo trabalho [...]”, Ec.2.20, pois obteve tudo que desejava.
            É muito difícil conceber altruísmo (pensar nos outros) quando o trabalhador enxerga “[...] todos os seus dias (como sendo) [...] dores, e o seu trabalho, desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade”, Ec.2.23.
            O psicólogo Adam Grant, declara que existem três tipos de profissionais:
            1 – “O toma lá dá cá – ele não quer devorar os colegas nem ser devorado. Oferece favores, mas espera favores em troca. 2 – fominha – ele vê o ambiente profissional como uma selva. Extrai dos colegas e do entorno mais do que se dispõe a oferecer. 3 – generoso – sem esperar vantagem imediata, dispõe a compartilhar recursos preciosos como ideias e oportunidades” – Época – pag. 71.
            Muitos trabalhadores em seu orgulho e usura, se fecha em si mesmo, acumula bens e “[...] dizem à sua alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te”, Lc.12.19.
            Esses trabalhadores não sabem repartir, contribuir e nem dividir com os outros; “assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”, Lc.12.21.
            Cada um de nós precisa aprender a “trabalhar, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem nos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo”, Jo.6.27.
            Você trabalha por obrigação só para se sustentar ou é “a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em (você) [...]”, 2Ts.1.12 pelo trabalho exercido?
            As suas mãos te sustenta ou “[...] Deus é o seu ajudador, o SENHOR [...] (é) quem (te) [...] sustenta a vida (?)”, Sl.54.4.
            Busque o bem-estar dos outros no seu trabalho [...]
2 – Desfrutando o resultado do trabalho.
            Após lamentar a sorte, o autor admite que “nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho (desfrutar) [...]”, Ec.2.24.
            Sabe-se que o desejo de todos os “[...] homens [...] (é) levar vida regalada (satisfeito, próspero)”, Ec.3.12.
            Mas, a vida próspera “[...] não depende de quem quer ou de quem corre [...]”, Rm.9.16, por isso, devemos entender “[...] que é dom (presente) de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho”, Ec.3.13.
            Sendo Deus o doador de todas as coisas, então é “[...] melhor o homem [...] alegrar-se nas suas obras, porque essa é a sua recompensa [...]”, Ec.3.22, “[...] gozar [...] do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção”, Ec.5.18.
            Ao desfrutar o resultado do trabalho, “[...] o homem [...] se alegrará; pois isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol”, Ec.8.15.
            Como o trabalho é uma bênção, então, “[...] Deus já de antemão se agrada das nossas obras [...] (por isso, devemos também) gozar a vida com a mulher que amamos, todos os dias de nossa vida fugaz, os quais Deus (nos) [...] deu debaixo do sol; porque esta é a [...] porção (daquele que foi agraciado) nesta vida pelo trabalho com que (fica) [...] afadigado debaixo do sol”, Ec.9.7,9.
            Assim como o povo de Israel, muitos outros ainda trabalham na escravidão.
            Houve momentos na vida de Israel que, segundo a permissão de Deus, o povo sofreu “[...] terror, a tísica (tuberculose) e a febre ardente, que fazem desaparecer o lustre dos olhos e definhar a vida; e semeavam debalde a [...] semente, porque os [...] inimigos a comiam”, Lv.26.16.
            Quando existe exploração, trabalho escravo, guerra, não há desfrute do trabalho porque o homem “desposa [...] uma mulher [...] outro homem dorme com ela; edifica casa, porém não mora nela; planta vinha, porém não a desfrutarás [...] o teu boi será morto [...] porém dele não comerá [...] as tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos [...] teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo [...] a tua mão nada poderá fazer [...] tu serás oprimido e quebrantado todos os dias”, Dt.28.30,31-33.
            Para todos aqueles que trabalham Jesus faz uma proposta: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”, Mt.11.28-30.
            Este convite é feito para todos aqueles que conseguem e não se habilitam a desfrutar do trabalho de suas mãos, então, é por este motivo que “[...] Jesus veio para que (eu e você) tenha vida e a tenha em abundância”, Jo.10.10.
            Mas, diante de tanto trabalho, precisamos gravar na mente “[...] que isto vem da mão de Deus”, Ec.2.24.
            Longe de pensar em uma vida materialista onde “[...] só (prevalece) gozo e alegria [...] matança (de) bois [...] ovelhas [...] (para) se comer carne, beber vinho e se diz: Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” Is.22.13.
            Devemos ter uma vida prazerosa, mas é preciso “lembrar do (nosso) [...] Criador nos dias da (nossa) [...] mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais diremos: Não tenho neles prazer”, Ec.12.1.
            Há um equilíbrio possível na realização do trabalho, conciliando a visão altruísta, que nos leva a pensar nos outros, com o desfrute das bênçãos do trabalho diário.
            O desfrute deve ser para [...]
3 – Honrar a Deus com o trabalho.
            Todo trabalho é feito “[...] perante o SENHOR, (mas o prazeroso deve ser) com grande regozijo [...] (a fim de que o homem) coma e beba [...]”, 1Cr.29.22 para glorificar a Deus.
            O viver com prazer não é apenas “[...] comer carnes gordas, tomar bebidas doces (é necessário) [...] enviar porções aos que não têm nada preparado para si [...] (isto precisa acontecer) porque a alegria do SENHOR é a nossa força”, Ne.8.10, por este motivo, para muitos, “[...] tudo lhe sucedeu bem”, Jr.22.15.
            A fim de honrar a Deus, Paulo declara que “[...] quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”, 1Co.10.31.
            Quando o nosso trabalho serve para honrar a Deus, é possível desfrutar de tudo quanto temos.
            Quando “[...] trabalhamos (com prazer) [...] socorremos os necessitados e recordamos as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber”, At.20.35.
            Todo “[...] trabalho (honesto deve ser) [...] feito com as próprias mãos [...] para que tenha com que acudir ao necessitado”, Ef.4.28.
            Prestar auxílio é uma forma de honrar a Deus, por isso, “se amamos os que nos amam, qual é a nossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizermos o bem aos que nos fazem o bem, qual é a nossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E, se emprestamos àqueles de quem esperamos receber, qual é a nossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto”, Lc.6.32-34.
            É o nosso dever, como servos de Deus “amar, porém, os nossos inimigos, fazendo o bem e emprestando, sem esperar nenhuma paga; será grande o nosso galardão, e seremos filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus”, Lc.6.35.
            Também é o nosso dever “ser misericordioso, como também é misericordioso nosso Pai”, Lc.6.36.
            Validando este ensino do socorro aos outros para honrar a Deus, Jesus recomenda que “não (devemos) acumular para nós [...] tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas (devemos) ajuntar para nós [...] tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o nosso [...] tesouro, aí estará também o nosso coração”, Mt.6.19-21.
            Se por acaso eu andar na contramão do ensino bíblico, “também (vou) aborrecer todo o meu trabalho, com que me afadigo debaixo do sol, visto que o seu ganho eu hei de deixar a quem vier depois de mim”, Ec.2.18.
            Não honrando a Deus com o meu trabalho, então, “[...] quem pode dizer se será sábio ou estulto (o que receberá a minha herança)? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ganho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também isto é vaidade”, Ec.2.19, pois neste aspecto, tenho mais desejos pelos bens do que por Deus.
            Eis o motivo do conselho de Paulo “[...] aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”, 1Tm.6.17-19.
            Trabalhar com prazer precisa [...]
Conclusão – Ser feita esta pergunta: “Pois que tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol?”, Ec.2.22.
            O divertimento agradou a Deus?
            Bens acumulados garante a vida eterna?
            Ora, se tudo “[...] vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?”, Ec.2.24,25.
Discussão – Como aplicar sabiamente os nossos recursos materiais?
            É possível trabalhar com prazer em um ambiente não cristão?
            Que tipo de trabalho não agrada a Deus e deve ser evitado pelo cristão?



     Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para estudo da Revista Vida abundante – Didaquê – Rev. Wilson Emerick de Souza. 

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