TRABALHAR COM PRAZER, Ec.2.18-26.
Após vários dias,
sobrecarregado e revoltado com o seu trabalho, o funcionário exclamou: - Ah, se
eu soubesse quem inventou o trabalho!
Esse sentimento
acompanha muita gente que faz do trabalho um jugo pesado, isso gera estresse e,
ataca ferozmente a saúde emocional e física.
Trabalhar ao lado de
pessoas sem motivação é algo que pode comprometer nossa qualidade de vida.
Ficamos indignados em
saber que o resultado do trabalho dedicado, de muitos, será repassado a alguns
que não fazem por merecer.
A reflexão de Salomão é
sobre “[...]
todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo (é) [...] vaidade e
correr atrás do vento”, Ec.1.14.
O filho de Davi, a
respeito das posses, pensou, a fim de refrescar a nossa memória, sobre o “empreendimento (de)
grandes obras; edificações [...] (de) casas [...] (a) feitura (de) jardins e
pomares [...] (a) compra (de) servos e servas [...] (o) amontoado [...] (de) prata
e ouro e tesouros [...] (a) provisão de cantores e cantoras e das delícias dos
filhos dos homens: mulheres e mulheres”, Ec.2.4,5,7,8.
A respeito do
conhecimento o rei declara que “aplicou o coração a esquadrinhar e a (se) informar com
sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; este enfadonho trabalho impôs
Deus aos filhos dos homens, para nele os afligir. Atentou para todas as obras
que se fazem debaixo do sol [...] engrandeceu e sobrepujou em sabedoria a todos
[...] com efeito, o seu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do
conhecimento”, Ec.1.13,14,16.
A respeito do prazer o
pregador “resolveu no seu coração dar-se ao vinho [...] e entregar-se à loucura,
até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu,
durante os poucos dias da sua vida”, Ec.2.3.
Mais uma vez o autor nos
convida a refletir sobre “[...] a penosa [...] obra que se faz debaixo do sol;
sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento”, Ec.2.17, porém, desta vez, acrescenta algo novo, pois, além de ser “[...] vaidade é também
[...] grande mal”, Ec.2.21.
O rei ficou amargurado
porque o acúmulo de riquezas não o levou a lugar nenhum.
Ele fala que “aplicou o coração a
esquadrinhar e a informar com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu
[...] atentou para todas as obras que se fazem debaixo do sol (chegou a
conclusão de) [...] que tudo (é) [...] vaidade e correr atrás do vento.
(Portanto) aquilo que é torto (ambição humana e exploração) não se pode
endireitar; e o que falta (sabedoria do alto) não se pode calcular”, Ec.1.13-15.
Salomão faz uma análise
sobre o drama da vida humana que trabalha e, ao final, sentem que tudo foi em
vão.
Precisamos resgatar a
visão prazerosa do trabalho, algo que dá sentido à vida, pois “[...] tudo o que
fizermos [...] (devemos) fazer em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a
Deus Pai”, Cl.3.17.
O trabalho será uma
bênção na perspectiva de [...]
1 – Conceber uma visão altruísta (pensa nos outros) do trabalho.
É muito fácil perceber,
em todas as empresas, uma pessoa “[...] aborrecendo a vida, pois lhe foi penosa a obra
que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento”, Ec.2.17.
Não havia motivo para
Salomão viver “[...] aborrecido (da) vida [...] (e nem) foi penosa a obra que [...] (ele)
fizera debaixo do sol [...]”,
Ec.2.17, pois herdara o reino com muitas riquezas.
Era impossível para o
rei, filho de Davi, ficar “[...] afadigado (sofrer com esforço) debaixo do sol
(pois ele comandava de dentro do palácio) [...]”, Ec.2.18 e nem mesmo “[...] o (seu) coração se desesperou (sem esperança) de
todo trabalho [...]”, Ec.2.20,
pois obteve tudo que desejava.
É muito difícil conceber
altruísmo (pensar nos outros) quando o trabalhador enxerga “[...] todos os seus
dias (como sendo) [...] dores, e o seu trabalho, desgosto; até de noite não
descansa o seu coração; também isto é vaidade”, Ec.2.23.
O psicólogo Adam Grant,
declara que existem três tipos de profissionais:
1 – “O toma lá dá cá
– ele não quer devorar os colegas nem ser devorado. Oferece favores, mas espera
favores em troca. 2 – fominha – ele vê o ambiente profissional como uma
selva. Extrai dos colegas e do entorno mais do que se dispõe a oferecer. 3 – generoso
– sem esperar vantagem imediata, dispõe a compartilhar recursos preciosos como
ideias e oportunidades” – Época – pag. 71.
Muitos trabalhadores em
seu orgulho e usura, se fecha em si mesmo, acumula bens e “[...] dizem à sua alma:
tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te”, Lc.12.19.
Esses trabalhadores não
sabem repartir, contribuir e nem dividir com os outros; “assim é o que
entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”, Lc.12.21.
Cada um de nós precisa
aprender a “trabalhar, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida
eterna, a qual o Filho do Homem nos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o
seu selo”, Jo.6.27.
Você trabalha por
obrigação só para se sustentar ou é “a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja
glorificado em (você) [...]”,
2Ts.1.12 pelo trabalho exercido?
As suas mãos te sustenta
ou “[...]
Deus é o seu ajudador, o SENHOR [...] (é) quem (te) [...] sustenta a vida (?)”, Sl.54.4.
Busque o bem-estar dos
outros no seu trabalho [...]
2 – Desfrutando o resultado do trabalho.
Após lamentar a sorte, o
autor admite que “nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma
goze o bem do seu trabalho (desfrutar) [...]”, Ec.2.24.
Sabe-se que o desejo de
todos os “[...] homens [...] (é) levar vida regalada (satisfeito, próspero)”, Ec.3.12.
Mas, a vida próspera “[...] não depende
de quem quer ou de quem corre [...]”, Rm.9.16, por isso, devemos entender “[...] que é dom (presente) de Deus que
possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho”, Ec.3.13.
Sendo Deus o doador de todas
as coisas, então é “[...] melhor o homem [...] alegrar-se nas suas obras, porque essa é a sua
recompensa [...]”, Ec.3.22, “[...] gozar [...]
do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os
poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção”, Ec.5.18.
Ao desfrutar o resultado
do trabalho, “[...] o homem [...] se alegrará; pois isso o acompanhará no seu trabalho
nos dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol”, Ec.8.15.
Como o trabalho é uma
bênção, então, “[...] Deus já de antemão se agrada das nossas obras [...] (por isso,
devemos também) gozar a vida com a mulher que amamos, todos os dias de nossa vida
fugaz, os quais Deus (nos) [...] deu debaixo do sol; porque esta é a [...]
porção (daquele que foi agraciado) nesta vida pelo trabalho com que (fica)
[...] afadigado debaixo do sol”,
Ec.9.7,9.
Assim como o povo de
Israel, muitos outros ainda trabalham na escravidão.
Houve momentos na vida de
Israel que, segundo a permissão de Deus, o povo sofreu “[...] terror, a
tísica (tuberculose) e a febre ardente, que fazem desaparecer o lustre dos
olhos e definhar a vida; e semeavam debalde a [...] semente, porque os [...]
inimigos a comiam”, Lv.26.16.
Quando existe
exploração, trabalho escravo, guerra, não há desfrute do trabalho porque o
homem “desposa
[...] uma mulher [...] outro homem dorme com ela; edifica casa, porém não mora
nela; planta vinha, porém não a desfrutarás [...] o teu boi será morto [...]
porém dele não comerá [...] as tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos [...]
teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo [...] a tua mão nada poderá
fazer [...] tu serás oprimido e quebrantado todos os dias”, Dt.28.30,31-33.
Para todos aqueles que
trabalham Jesus faz uma proposta: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de
mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa
alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”, Mt.11.28-30.
Este convite é feito
para todos aqueles que conseguem e não se habilitam a desfrutar do trabalho de
suas mãos, então, é por este motivo que “[...] Jesus veio para que (eu e você) tenha vida e a
tenha em abundância”, Jo.10.10.
Mas, diante de tanto
trabalho, precisamos gravar na mente “[...] que isto vem da mão de Deus”, Ec.2.24.
Longe de pensar em uma
vida materialista onde “[...] só (prevalece) gozo e alegria [...] matança
(de) bois [...] ovelhas [...] (para) se comer carne, beber vinho e se diz:
Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” Is.22.13.
Devemos ter uma vida
prazerosa, mas é preciso “lembrar do (nosso) [...] Criador nos dias da (nossa)
[...] mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais diremos:
Não tenho neles prazer”,
Ec.12.1.
Há um equilíbrio possível
na realização do trabalho, conciliando a visão altruísta, que nos leva a pensar
nos outros, com o desfrute das bênçãos do trabalho diário.
O desfrute deve ser para
[...]
3 – Honrar a Deus com o trabalho.
Todo trabalho é feito “[...] perante o
SENHOR, (mas o prazeroso deve ser) com grande regozijo [...] (a fim de que o
homem) coma e beba [...]”,
1Cr.29.22 para glorificar a Deus.
O viver com prazer não é
apenas “[...] comer carnes gordas, tomar bebidas doces (é necessário) [...] enviar
porções aos que não têm nada preparado para si [...] (isto precisa acontecer) porque
a alegria do SENHOR é a nossa força”, Ne.8.10, por este motivo, para muitos, “[...] tudo lhe sucedeu bem”, Jr.22.15.
A fim de honrar a Deus,
Paulo declara que “[...] quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo
para a glória de Deus”,
1Co.10.31.
Quando o nosso trabalho
serve para honrar a Deus, é possível desfrutar de tudo quanto temos.
Quando “[...] trabalhamos (com
prazer) [...] socorremos os necessitados e recordamos as palavras do próprio
Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber”, At.20.35.
Todo “[...] trabalho
(honesto deve ser) [...] feito com as próprias mãos [...] para que tenha com
que acudir ao necessitado”,
Ef.4.28.
Prestar auxílio é uma forma
de honrar a Deus, por isso, “se amamos os que nos amam, qual é a nossa
recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizermos o bem aos
que nos fazem o bem, qual é a nossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E,
se emprestamos àqueles de quem esperamos receber, qual é a nossa recompensa?
Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto”, Lc.6.32-34.
É o nosso dever, como
servos de Deus “amar, porém, os nossos inimigos, fazendo o bem e emprestando, sem esperar
nenhuma paga; será grande o nosso galardão, e seremos filhos do Altíssimo. Pois
ele é benigno até para com os ingratos e maus”, Lc.6.35.
Também é o nosso dever “ser misericordioso,
como também é misericordioso nosso Pai”, Lc.6.36.
Validando este ensino do
socorro aos outros para honrar a Deus, Jesus recomenda que “não (devemos) acumular
para nós [...] tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde
ladrões escavam e roubam; mas (devemos) ajuntar para nós [...] tesouros no céu,
onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque,
onde está o nosso [...] tesouro, aí estará também o nosso coração”, Mt.6.19-21.
Se
por acaso eu andar na contramão do ensino bíblico, “também
(vou) aborrecer todo o meu trabalho, com que me afadigo debaixo do sol, visto
que o seu ganho eu hei de deixar a quem vier depois de mim”, Ec.2.18.
Não honrando a Deus com
o meu trabalho, então, “[...] quem pode dizer se será sábio ou estulto (o
que receberá a minha herança)? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ganho das
minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também isto é vaidade”, Ec.2.19, pois neste aspecto, tenho mais
desejos pelos bens do que por Deus.
Eis o motivo do conselho
de Paulo “[...] aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem
depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo
nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam
ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para
si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da
verdadeira vida”, 1Tm.6.17-19.
Trabalhar com prazer
precisa [...]
Conclusão – Ser feita
esta pergunta: “Pois que tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração,
em que ele anda trabalhando debaixo do sol?”, Ec.2.22.
O divertimento agradou a
Deus?
Bens acumulados garante a
vida eterna?
Ora, se tudo “[...] vem da mão de
Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?”, Ec.2.24,25.
Discussão – Como
aplicar sabiamente os nossos recursos materiais?
É possível trabalhar com
prazer em um ambiente não cristão?
Que tipo de trabalho não
agrada a Deus e deve ser evitado pelo cristão?
Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para
estudo da Revista Vida abundante – Didaquê – Rev. Wilson Emerick de Souza.
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