O EXERCÍCIO DO
QUEBRANTAMENTO, Is.57.11.
Objetivo da lição:
aprender a se quebrantar diante de Deus.
Introd.:
O
profeta Isaías faz uma declaração de exaltação ao Deus que pode mudar,
transformar e renovar cada coração.
Deus
tem esse poder “porque assim diz o
Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no
alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito,
para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos”,
Is.57.15.
Interessante
notar que Deus tem dois endereços de habitação.
O
primeiro fala que Deus “[...] habita a
eternidade [...] habita no alto e santo lugar [...]”, Is.57.15, ou seja,
“no céu está o nosso Deus [...]”,
Sl.115.3.
O
segundo lugar de “[...] habitação [...]
do Santo (é) [...] também com o contrito (arrependido, esmagado, quebrantado) e
abatido (humilde, baixo) de espírito [...]”, Is.57.15.
A
respeito desses “[...] humildes de
espírito (Jesus declara que eles são) bem-aventurados, porque deles é o reino
dos céus”, Mt.5.3.
Davi
reconhece que “sacrifícios agradáveis a
Deus são o espírito quebrantado (esmagado); coração compungido (tristeza por
haver pecado) e contrito (arrependido), não o desprezarás, ó Deus”,
Sl.51.17.
O
problema é que temos um coração orgulhoso, cheio de si, mesmo após a nossa
conversão, sendo habitação de Deus, o nosso coração continua duro é por este
motivo de Deus reclamar: “Mas de quem
tiveste receio ou temor (deuses), para que mentisses e não te lembrasses de
mim, nem de mim te importasses? Não é, acaso, porque me calo, e isso desde
muito tempo, e não me temes?”, Is.57.11.
A
declaração do profeta Jeremias mostra cada um de “nós fazendo pior do que nossos pais; pois eis que cada um de nós
anda segundo a dureza do nosso coração maligno, para não [...] dar ouvidos a Deus”,
Jr.16.12.
Sendo
um coração em constante desejo para desviar-se de Deus, “[...] o Alto, o Sublime, que habita a
eternidade [...] (deseja) vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o
coração dos contritos”, Is.57.15.
Quebrantamento
é a solução para o nosso coração orgulhoso.
Você
tem praticado o exercício do quebrantamento (desanimado, aflito, ferido)?
Exposição
1 – O que é quebrantamento?
A
palavra quebrantamento traduz a palavra bíblica contrição (arrependimento).
Essa
palavra sugere algo que foi esmagado em minúsculos pedaços, tal como uma rocha
que se tornou em pó.
Davi fala
que “perto está o SENHOR dos que têm o
coração quebrantado (arrependido, esmagado, minúsculo) e salva os de espírito oprimido”,
Sl.34.18.
Nancy
L. DeMoss afirma que quebrantamento consiste em três coisas:
1
– Quebrantamento é o rompimento da nossa vontade pessoal e total rendição à
vontade de Deus.
Ao
renegar a vontade de Deus em nossas vidas, agimos como Simeão e Levi que “[...] na sua vontade perversa [...]
(misturado a) seu furor mataram homens [...] jarretaram (aleijar) touros”,
Gn.49.6.
O
sinal do quebrantamento é quando o servo “[...]
que [...] diz: Senhor, Senhor! [...] faz a vontade do [...] Pai, que está nos
céus”, Mt.7.21.
2
– Quebrantamento é abrir mão da autoconfiança e da independência de Deus.
Muitos
ainda neste mundo agem como “[...]
Faraó (que era autoconfiante e totalmente independente de Deus ao afirmar):
Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o
SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel”, Ex.5.2.
O
quebrantamento começa quando “amamos o
SENHOR, nosso Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-nos a ele; pois disto
depende a nossa vida e a nossa longevidade [...]”, Dt.30.20.
3
– Quebrantamento é o amolecimento do solo do nosso coração para que a
Palavra de Deus penetre e lance raízes.
Assim
como “[...] Faraó [...] (muitos)
corações continuam endurecidos e não [...] ouvem [...] o (que o) SENHOR tem dito”,
Ex.8.15.
O
quebrantamento nos levar “[...] ouvir
[...] (as) palavras (de) Jesus e as praticar (daí) será comparado a um homem
prudente que edificou a sua casa sobre a rocha [...] (este) semeado em boa
terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a
sessenta e a trinta por um”, Mt.7.24; 13.23.
2 – Avalie o seu orgulho.
J.
N. Darby declara que “o orgulho é o pior dos males que podem nos sobrevir. De
todos os nossos inimigos, ele é o que perece com mais dificuldade e mais
lentamente”.
É
preciso combater o orgulho, pois “Deus,
certamente, escarnece dos escarnecedores [...]”, Pv.3.34.
Devemos
gravar em nosso coração que “[...] Deus
resiste aos soberbos (orgulho) [...]”, Tg.4.6; 1Pe.5.5.
É
impossível o orgulhoso esconder do “[...]
SENHOR [...] (porque) ele os conhece de longe”, Sl.138.6.
Faça
um check-up espiritual do seu coração. Avalie o nível de orgulho presente no
seu coração.
1
– O orgulhoso olha para os fracassos dos outros e está sempre pronto a
mencioná-los tal como “[...] Judá (depois
que soube que) [...] Tamar, sua nora, adulterou [...] (mandou) tirá-la fora
para que ser queimada”, Gn.38.24;
2
– O orgulhoso tem um espírito crítico e está sempre procurando erro nos outros.
“[...] Ele vê o argueiro (cisco) no
olho do [...] irmão, porém não repara na trave que está no seu próprio [...]”,
Mt.7.3;
3 – O
orgulhoso tem a tendência de criticar quem se encontra em posição de autoridade
(presidente, patrão, marido, pai, pastor), e comenta com outras pessoas as
falhas percebidas.
Isto aconteceu com “Miriã e Arão (que) falaram contra Moisés, por
causa da mulher cuxita (etíope) que tomara [...]”, Nm.12.1;
4
– O orgulhoso se autojustifica; tem um conceito elevado de si mesmo a ponto de,
“[...] posto em pé, orar de si para si
mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou (mas ao mesmo tempo menospreza os
outros) porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros,
nem ainda como este publicano”, Lc.18.11;
6
– O orgulhoso quer provar que sempre está certo e deseja sempre ter a última
palavra a ponto de dizer: “[...] Hoje
ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e
teremos lucros”, Tg.4.13;
7
– O orgulhoso exige sempre os seus direitos e a preservação de sua reputação.
Foi o que fez a esposa do rei Acabe. Ela, para não ficar humilhada por um dos
súditos do rei, que recusou vender um pedaço de terra ao soberano, primeiro
quis saber se “[...] com efeito (Acabe)
governava [...] sobre Israel [...] (com o seu orgulho prometeu) dar(-lhe) a
vinha de Nabote [...] (por meio) homens malignos, que testemunharam (falsamente)
[...]”, 1Rs.21.7,10.
8
– O orgulhoso deseja sempre ser servido, quer que a vida gire em torno de si e
de suas necessidades, tal como “[...] os
governadores dos povos (que) os dominam e que os maiorais exercem autoridade (mandam)
sobre eles”, Mt.20.25;
9
– O orgulhoso tem o sentimento de que a igreja é privilegiada por poder contar
com ele, pois somente ele “resolve
[...] rege [...] empreende [...]edifica [...] planta [...] faz [...] compra
[...] possui [...] amontoa [...] sobrepuja [...]”, Ec.2.3-5,7-9 a todos,
portanto, ele é único;
10
– O orgulhoso busca sempre se autopromover;
11
– O orgulhoso deseja intensamente ser reconhecido e apreciado por seus esforços,
pois “amam o primeiro lugar nos
banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o
serem chamados mestres pelos homens”, Mt.23.6,7;
12
– O orgulhoso fica magoado quando outros são promovidos em vez dele, tal como “[...] o filho mais velho [...] quando [...]
ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Ele se indignou e não
queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo”, Lc.15.25,28;
13
– O orgulhoso se deixa abater pelas críticas;
14
– O orgulhoso não aceita ser corrigido ou disciplinado;
15
– O orgulho se preocupa com a opinião das pessoas a respeito dele;
16
– O orgulhoso tem dificuldade de aceitar os seus erros e pedir perdão;
17
– O orgulhoso não conhece a verdadeira condição do seu coração;
18
– O orgulhoso considera que não precisa de arrependimento e avivamento
espiritual.
Essa
lista te ajudou a reconhecer o quanto você é orgulhoso?
Não fique desesperado,
“as misericórdias do SENHOR são a causa
de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim”,
Lm.3.22.
3 – Pratique o quebrantamento.
O
quebrantamento é uma obra de Deus, mas exige a nossa participação.
Alguns
passos para o quebrantamento:
3.1
– Aproxime-se de Deus.
Deve
nascer o desejo em cada coração de “chegar-se
a Deus [...]”, Tg.4.8 por meio da oração, leitura bíblica e frequência
aos cultos.
Duas
coisas importantes:
3.1.1
– Deus não rejeita a oração de alguém que o busca de todo o coração.
Quando
buscamos a presença de “[...] Deus (temos
a certeza de que Ele) me tem ouvido e me tem atendido a voz da oração.
(Portanto) bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a
sua graça”, Sl.66.19,20.
Quando
nos dispomos a “buscar Deus o [...] achamos
quando o buscamos de todo o nosso coração”, Jr.29.13.
E
quando “[...] não sabemos orar como
convém [...] o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza [...] (e)
intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”, Rm.8.26.
3.1.2 – “[...] A palavra de Deus é viva, e eficaz, e
mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração (mais duro)”, Hb.4.12.
“[...] A palavra (é) fogo, diz o SENHOR, e
martelo que esmiúça a penha (coração mais endurecido) [...]”, Jr.23.29.
3.2
– Confesse os seus pecados.
Ao
aproximar-se de Deus, pela oração e meditação bíblica, enxergamos o quanto “[...] estamos perdido! Porque somos homem de
lábios impuros, habitamos no meio de um povo de impuros lábios [...]”,
Is.6.5.
Quando
somos impulsionados a “chegar a Deus, e
ele se chega a nós [...] (então, a nossa obrigação é) purificar as mãos, (somos)
pecadores [...] (devemos) limpar o coração. Afligir (atormentar), lamentar e
chorar [...] (a fim de) nos humilhar na presença do Senhor, e ele nos exaltará”,
Tg.4.8-10.
Cada
um de nós pode ter a certeza, pois, “se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça”, 1Jo.1.9.
3.3
– Tome atitudes de obediência a Deus.
John
Maxwell diz que atitude é um sentimento interior que se expressa pelo
comportamento exterior. É a capacidade de transformar pensamentos em ações.
Para
Tiago, você tem atitude quando se “torna
[...] praticante da palavra e não somente ouvinte, enganando a (si) [...] mesmo”,
Tg.1.22.
Atitude
é “[...] apresentar o nosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional. E não nos
conformar com este século, mas (ser) transformados pela renovação da nossa
mente, para que experimentemos qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus”, Rm.12.1,2.
Faça
uma lista de decisões a ser tomadas:
1
– Ajoelhe-se diante de Deus e reconheça a sua dependência;
2
– Reúna a sua família e peça perdão pelas suas ofensas e reconheça os seus
erros;
3
– Desista de brigar e entregue os seus ressentimentos para Deus;
4
– Comece a dar testemunho de cristão no seu ambiente de trabalho;
5
– Comprometa-se com a sua igreja através dos dízimos;
6
– Passe a falar de Jesus para as pessoas que estão ao seu redor.
Conclusão: O meio-irmão de Jesus fala que todos nós
devemos “nos humilhar na presença do
Senhor, e ele nos exaltará”, Tg.4.10.
Não
podemos “[...] ter receio ou temor (de)
Deus (para sermos quebrantados) [...]”, Is.57.11.
Discussão: 1 – Você é uma pessoa soberba?
2
– Você tem se esforçado para buscar o quebrantamento?
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Dieta espiritual – Z3 Editora – Rev.
Arival Dias Casimiro.
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