O ALIMENTO DA ORAÇÃO, Lc.18.7.
Introd.:
“[...] Crescer (é um processo natural na vida
de todos os homens, mas o cristão) cresce na graça e no conhecimento de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo [...]”, 2Pe.3.18.
Esse
crescimento espiritual depende de Deus, assim como, o crescimento físico
depende da alimentação.
Para
crescer espiritualmente o cristão necessita de uma boa alimentação, acompanhada
de exercício espiritual.
A
dieta bíblica é composta por alguns alimentos básicos. A oração é o primeiro
deles.
A
oração produz a nutrição espiritual. Quem ora, cresce espiritualmente. Quem não
ora vive na estagnação e no ostracismo.
Todos
os servos de Deus foram pessoas de oração.
A
oração é o prato principal que acompanha todos os outros ingredientes da
alimentação espiritual.
James
Huston lamenta que “muitos de nós reservamos tempo para nos exercitar ou
fazemos dietas para manter nossos corpos saudáveis, mas recusamos-nos a
encontrar tempo para a oração, para a saúde de nossas almas”.
A
parábola do juiz iníquo é uma síntese do ensino bíblico acerca da oração.
Exposição
1 – O que é orar?
Orar
é falar com Deus sobre qualquer assunto.
“[...] Jesus (declara que o crente tem) [...]
o dever de orar sempre e nunca esmorecer”, Lc.18.1.
Quando
o texto fala: “Não fará Deus justiça
aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em
defendê-los?”, Lc.18.7, Jesus está dizendo para nós que orar é clamar a
Deus.
O
livro “Oração: o refúgio da alma”, Richard Foster classifica vários tipos de
oração: oração simples, do desamparado, de exame, de lágrimas, de renúncia, de
formação, de aliança, de adoração, de descanso, sacramental, incessante, do
coração, meditativa, contemplativa, comum, peticionaria, intercessória, de
cura, de sofrimento, de autoridade e radical.
Como
em todas as “cidades (pode) existir
[...] um juiz que não teme a Deus, nem respeita homem algum”, Lc.18.2, Jesus insiste conosco: “[...] Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra;
e a quem bate, abrir-se-lhe-á”, Lc.11.9,10.
É
por este motivo que deve “haver também,
(nesta) [...] cidade (igreja), um (servo de Deus) [...] que vem ter com ele
(Deus), dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário”, Lc.18.3.
Esse
clamor pode vir acompanhado de lágrimas, daí, podemos “esperar confiantemente pelo SENHOR; ele se inclina para nós e nos
ouve quando clamamos por socorro”, Sl.40.1.
“[...] Jesus (não foi diferente), nos dias da
sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a
quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade”,
Hb.5.7.
A
oração revela a batalha entre o meu querer e a vontade de Deus ao orar como
Jesus que “[...] disse: A minha alma
está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo”,
Mt.26.38 – pedido de ajudantes na oração.
Assim
como Jesus “[...] orou [...] dizendo:
Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu
quero, e sim como tu queres”, Mt.26.39, devemos fazer o mesmo sem
pretensão de querer somente o que achamos ser melhor para nós.
Como
o “juiz, por algum tempo, não a quis
atender (injustiça social); mas, depois, disse consigo: Bem que eu não temo a
Deus, nem respeito a homem algum”, Lc.18.4; a viúva não aceitou essa
injustiça.
A
viúva foi procurar os seus direitos na pessoa certa, em Deus, daí, “[...] como esta viúva (o) [...] importunava, (disse
ele, não por vontade própria, mas mandado por Deus) julgarei a sua causa, para
não suceder que, por fim, venha a molestar-me”, Lc.18.5.
Viúva
na Bíblia é símbolo típico dos inocentes, impotentes e oprimidos.
A
Bíblia declara que “a nenhuma viúva nem
órfão (devem ser) afligidos”, Ex.22.22.
E,
“se de algum modo os afligirmos, e eles
clamarem a Deus, Deus lhes ouvirá o clamor”, Ex.22.23.
Antes
de eu e você desejar afligir os oprimidos, precisamos saber “que (Deus) faz justiça ao órfão e à viúva e
ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes”, Dt.10.18, então, “não (devemos) perverter o direito do
estrangeiro e do órfão; nem tomar em penhor a roupa da viúva”, Dt.24.17,
porque “maldito (é) aquele que
perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá:
Amém!”, Dt.27.19.
Essa
proteção é porque “Deus é Pai dos
órfãos e juiz das viúvas em sua santa morada”, Sl.68.5.
Sendo
filhos de Deus, jamais podemos “[...]
negar justiça aos pobres [...] arrebatar o direito aos aflitos [...] (não) despojar
as viúvas e (nem) roubar os órfãos!”, Is.10.2.
Eis
o motivo da ordem do “[...] SENHOR:
Executai o direito e a justiça e livrai o oprimido das mãos do opressor; não
oprima ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não faça violência, nem
derrame sangue inocente neste lugar”, Jr.22.3.
2 – Quando e como orar?
Jesus
fala que “[...] devemos [...] orar
sempre [...]”, Lc.18.1.
O
salmista declara que “à tarde, pela
manhã e ao meio-dia, (precisamos) fazer as nossas queixas e lamentar; e ele
ouvirá a nossa voz”, Sl.55.17.
Para
Paulo, a “oração (é) sem cessar”,
1Ts.5.17.
O cristão “[...] nunca (pode) esmorecer (cansar, desanimar)”,
Lc.18.1 e muito menos “[...] desfalecer
(desmaiar, enfraquecer)”, 2Co.4.1 em relação a oração, a fim de que “[...] o nosso homem interior se renova de dia
em dia”, 2Co.4.16.
Esse
desejo de orar insistente é até que Deus responda as nossas orações.
W.
Hendriksen apresenta cinco possíveis razões pelas quais as orações nem sempre
são respondidas:
Ensina-nos
a paciência e outras virtudes;
Aumenta
nossa gratidão quando finalmente recebemos a bênção;
Porque
Deus nos reserva uma bênção maior quando “[...]
escolhemos a boa parte, e esta não nos será tirada”, Lc.10.42.
Por
razões que estão fora da esfera da experiência humana quando “[...] Deus envia um homem [...] como
testemunha para que testifique a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por
intermédio dele (Jesus) a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina
a todo homem”, Jo.1.6,7,9.
E
por outras razões conhecidas somente por Deus.
3 – Quem deve orar?
Jesus
fala que o dever de orar é para os “[...]
seus escolhidos [...]”, Lc.18.7 – homens e mulheres que creem em Cristo
como Senhor e Salvador de suas vidas.
Estes
escolhidos são aqueles que “[...] Deus [...]
escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé
na verdade”, 2Ts.2.13.
Homens
e mulheres “[...] escolhidos nele (Jesus)
antes da fundação do mundo, para serem santos [...]”, Ef.1.4.
Cada um foi
“[...] escolhido [...] (e) designado para
que vá e dê fruto, e o [...] fruto permaneça [...]”, Jo.15.16.
Os
escolhidos oram porque eles “[...] são feitura
dele (Deus), criados em Cristo Jesus para boas obras [...]”, Ef.2.10.
Os
primeiros cristãos da igreja Primitiva “[...]
se reuniam (no) cenáculo (salão superior) [...] perseverando unânimes em oração
[...]”, At.1.13,14.
Eles
não iam esporadicamente, mas, “diariamente
perseveravam unânimes no templo [...] levantavam a voz a Deus (em oração) [...]”,
At.2.46; 4.24.
O
resultado da oração é que “muitos
sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos [...]”,
At.5.12.
4 – Por que devemos orar?
A
Bíblia apresenta algumas razões por que devemos orar:
É
um mandamento, pois devemos “orar sem
cessar”, 1Ts.5.17.
Não
podemos deixar de “pedir, e dar-se-nos-á;
buscar e acharemos; bater, e abrir-se-nos-á. Pois todo o que pede recebe; o que
busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”, Mt.7.7,8.
A
pergunta de Jesus é: “[...] Qual dentre
vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se
lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?”, Mt.7.9,10.
A resposta
para aquele que ora é: “Ora, se nós,
que somos maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais nosso
Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?”, Mt.7.11.
Orar
é uma necessidade, pois, “[...] qual
dentre nós, tendo um amigo, e este (nos) [...] procurar à meia-noite e nos disser:
Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de viagem,
procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer. E (eu) [...] lhe responda lá de
dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos
comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; Jesus
(nos) diz que, se (eu) não [...] levantar para dar-lhos por ser seu amigo,
todavia, o fará por causa da importunação e lhe daremos tudo o de que tiver
necessidade”, Lc.11.5-8.
Quando
oramos, “[...] depressa [...] (Deus)
nos fará justiça [...]”, Lc.18.8.
Orar
é um privilégio, porque “[...] quando
oramos, entramos no [...] quarto e, fechada a porta, oramos (ao) [...] Pai, que
está em secreto; e (o) [...] Pai, que vê em secreto, nos recompensará”,
Mt.6.6.
Ao
orar, sabemos que a vida espiritual é “[...]
ocultada [...] aos sábios e instruídos [...] (mas elas são) reveladas aos
pequeninos”, Mt.11.25.
Orar
é um meio de graça ou de sermos abençoados espiritualmente, com a finalidade de
eu e você “vigiar e orar, para que não
entremos em tentação [...]”, Mt.26.41.
É
um meio de graça a oração porque “[...]
o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos
orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com
gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do
Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”,
Rm.8.26,27.
A
razão fundamental para orar apresentada por Jesus, na parábola do juiz iníquo,
é que Deus responde às nossas orações, ainda que “[...] pareça demorado em Deus (nos) defender”, Lc.18.7.
Podemos
ter a certeza de que “[...] Deus me tem
ouvido e me tem atendido a voz da oração”, Sl.66.19, portanto, “bendito seja Deus, que não me rejeita a
oração, nem aparta de mim a sua graça”, Sl.66.20.
O
meio de graça declara que ao “[...]
orar a Deus [...] Ele nos ouvirá. (Ao) buscá-lo [...] (O) acharemos quando (cada
um de nós) buscar (a Deus) de todo o nosso coração”, Jr.29.12,13.
Em
oração, cada um de nós dirige ao “[...]
Pai (que) sabe (dar) boas dádivas [...] àqueles que lho pedirem [...]”,
Lc.11.13.
5 – Aprendendo a orar?
Não
devemos orar para aparecer, mas numa postura espiritual adequada.
James
Houston diz que “orar é tomar a decisão de ficar sozinho diante de Deus, sem
ter de jogar para a plateia ou fazer comparações que nos desviem de nosso
propósito”.
Orar
é falar com Deus sobre tudo que se acha dentro do coração.
Na
oração do Pai nosso devemos nos colocar na posição de filhos, de adoradores, de
súditos, de servos, de dependentes, de pecadores e espiritualmente fracos.
A oração do
Pai nosso é dividida em três partes:
1
– Relacionamentos com o “[...] Pai
nosso (e com os nossos irmãos a ponto de) [...] perdoar aos nossos devedores”,
Mt.6.9,12.
2
– Responsabilidades – honrar o nome de Deus, “[...]
santificando [...] o seu nome (declarando o Seu Senhorio e submetendo que Ele)
[...] faça a sua vontade, assim na terra como no céu”, Mt.6.9,10.
3
– Pedidos do “[...] pão nosso de cada
dia [...] (o) perdoar as nossas dívidas [...] e não nos deixar cair em
tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para
sempre. Amém]!”, Mt.6.11-13.
O
evangelista João faz um resumo de como devemos orar.
Orar
é “[...]
pedir [...] (ao) Pai [...]”, Jo.14.13
O
modelo é: “[...] Pai nosso, que estás
nos céus, santificado seja o teu nome”, Mt.6.9.
Jesus
declara que; “[...] se nós, que somos
maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais nosso Pai, que
está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem [...]”, Mt.7.11.
Nesta
oração é preciso “[...] confiar (em
Deus – humildade e submeter tudo o que) [...] pedirmos (a Ele) [...] segundo a
sua vontade, ele nos ouve”, 1Jo.5.14.
Orar
é “[...] pedir em nome (de) Jesus [...]”,
Jo.14.13 porque “[...] Cristo Jesus (é
o único) [...] Mediador entre Deus e os homens [...]”, 1Tm.2.5 e, é
somente por meio “[...]de nosso Senhor
Jesus Cristo, que [...] (somos) abençoados com toda sorte de bênção espiritual
nas regiões celestiais em Cristo”, Ef.1.3.
Orar
é “[...] pedir tudo quanto (quiser)
[...]”, Jo.14.13
Por
este motivo, nenhum de nós deve “[...]
andar ansioso de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de
Deus, as nossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”,
Fp.4.6.
Não
existem limites para pedirmos a Deus, contudo, a motivação deve ser santa.
Muitas
vezes “cobiçamos e nada temos [...] nada
temos, porque não pedimos”, Tg.4.2.
Outras
vezes “pedimos e não recebemos, porque
pedimos mal, para esbanjarmos em nossos prazeres”, Tg.4.3.
Orar
é “[...] pedir alguma coisa em nome
(de) Jesus (com fé na certeza de que) Ele [...] fará”, Jo.14.14, mesmo
porque, “[...] Deus [...] não me
rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça”, Sl.66.20.
Orar
produz resultados: “[...] a fim de que
o Pai seja glorificado no Filho”, Jo.14.13.
Tudo
quanto Deus é e faz é para promover a Sua “[...]
glória [...]”, Sl.115.1.
Conclusão: A oração
é o primeiro alimento para a nossa vida espiritual.
Se
você deseja crescer, ore.
É
somente “[...] o Espírito [...] (que
pode) nos assistir em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas
o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E
aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a
vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”, Rm.8.26,27.
W.
Wiersbe fala que “uma das evidências de que uma pessoa é nascida de novo é o
seu desejo de orar. Quando o Espírito Santo entra no coração, o novo crente
deseja orar”.
Cada
um de nós precisa “[...] considerar no
que diz (o homem) [...] iníquo (injusto)”, Lc.18.6, então, ao orar,
Jesus “nos diz que, (Deus) depressa, nos
fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na
terra?”, Lc.18.8.
Reflexão:
Quanto tempo você investe diariamente em oração?
Você
já recebeu respostas imediatas de orações que fez a Deus?
Quando ora,
você percebe alguma diferença na sua vida espiritual?
Adaptada
pelo Rev. Salvador P. Santana da Revista da Escola Dominical – Dieta espiritual
– Z3 Editora – Rev. Arival Dias Casimiro.
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