sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O ALIMENTO DA ORAÇÃO, Lc.18.7.

O ALIMENTO DA ORAÇÃO, Lc.18.7.

Introd.:          
            “[...] Crescer (é um processo natural na vida de todos os homens, mas o cristão) cresce na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo [...]”, 2Pe.3.18.
            Esse crescimento espiritual depende de Deus, assim como, o crescimento físico depende da alimentação.
            Para crescer espiritualmente o cristão necessita de uma boa alimentação, acompanhada de exercício espiritual.
            A dieta bíblica é composta por alguns alimentos básicos. A oração é o primeiro deles.
            A oração produz a nutrição espiritual. Quem ora, cresce espiritualmente. Quem não ora vive na estagnação e no ostracismo.
            Todos os servos de Deus foram pessoas de oração.
            A oração é o prato principal que acompanha todos os outros ingredientes da alimentação espiritual.
            James Huston lamenta que “muitos de nós reservamos tempo para nos exercitar ou fazemos dietas para manter nossos corpos saudáveis, mas recusamos-nos a encontrar tempo para a oração, para a saúde de nossas almas”.
            A parábola do juiz iníquo é uma síntese do ensino bíblico acerca da oração.
Exposição
1 – O que é orar?
            Orar é falar com Deus sobre qualquer assunto.
            “[...] Jesus (declara que o crente tem) [...] o dever de orar sempre e nunca esmorecer”, Lc.18.1.
            Quando o texto fala: “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?”, Lc.18.7, Jesus está dizendo para nós que orar é clamar a Deus.
            O livro “Oração: o refúgio da alma”, Richard Foster classifica vários tipos de oração: oração simples, do desamparado, de exame, de lágrimas, de renúncia, de formação, de aliança, de adoração, de descanso, sacramental, incessante, do coração, meditativa, contemplativa, comum, peticionaria, intercessória, de cura, de sofrimento, de autoridade e radical.
            Como em todas as “cidades (pode) existir [...] um juiz que não teme a Deus, nem respeita homem algum”, Lc.18.2,     Jesus insiste conosco: “[...] Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”, Lc.11.9,10.
            É por este motivo que deve “haver também, (nesta) [...] cidade (igreja), um (servo de Deus) [...] que vem ter com ele (Deus), dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário”, Lc.18.3.
            Esse clamor pode vir acompanhado de lágrimas, daí, podemos “esperar confiantemente pelo SENHOR; ele se inclina para nós e nos ouve quando clamamos por socorro”, Sl.40.1.
            “[...] Jesus (não foi diferente), nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade”, Hb.5.7.
            A oração revela a batalha entre o meu querer e a vontade de Deus ao orar como Jesus que “[...] disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo”, Mt.26.38 – pedido de ajudantes na oração.
            Assim como Jesus “[...] orou [...] dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres”, Mt.26.39, devemos fazer o mesmo sem pretensão de querer somente o que achamos ser melhor para nós.
            Como o “juiz, por algum tempo, não a quis atender (injustiça social); mas, depois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum”, Lc.18.4; a viúva não aceitou essa injustiça.
            A viúva foi procurar os seus direitos na pessoa certa, em Deus, daí, “[...] como esta viúva (o) [...] importunava, (disse ele, não por vontade própria, mas mandado por Deus) julgarei a sua causa, para não suceder que, por fim, venha a molestar-me”, Lc.18.5.
            Viúva na Bíblia é símbolo típico dos inocentes, impotentes e oprimidos.
            A Bíblia declara que “a nenhuma viúva nem órfão (devem ser) afligidos”, Ex.22.22.
            E, “se de algum modo os afligirmos, e eles clamarem a Deus, Deus lhes ouvirá o clamor”, Ex.22.23.
            Antes de eu e você desejar afligir os oprimidos, precisamos saber “que (Deus) faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes”, Dt.10.18, então, “não (devemos) perverter o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomar em penhor a roupa da viúva”, Dt.24.17, porque “maldito (é) aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá: Amém!”, Dt.27.19.
            Essa proteção é porque “Deus é Pai dos órfãos e juiz das viúvas em sua santa morada”, Sl.68.5.
            Sendo filhos de Deus, jamais podemos “[...] negar justiça aos pobres [...] arrebatar o direito aos aflitos [...] (não) despojar as viúvas e (nem) roubar os órfãos!”, Is.10.2.
            Eis o motivo da ordem do “[...] SENHOR: Executai o direito e a justiça e livrai o oprimido das mãos do opressor; não oprima ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não faça violência, nem derrame sangue inocente neste lugar”, Jr.22.3.
2 – Quando e como orar?
            Jesus fala que “[...] devemos [...] orar sempre [...]”, Lc.18.1.
            O salmista declara que “à tarde, pela manhã e ao meio-dia, (precisamos) fazer as nossas queixas e lamentar; e ele ouvirá a nossa voz”, Sl.55.17.
            Para Paulo, a “oração (é) sem cessar”, 1Ts.5.17.
            O cristão “[...] nunca (pode) esmorecer (cansar, desanimar)”, Lc.18.1 e muito menos “[...] desfalecer (desmaiar, enfraquecer)”, 2Co.4.1 em relação a oração, a fim de que “[...] o nosso homem interior se renova de dia em dia”, 2Co.4.16.
            Esse desejo de orar insistente é até que Deus responda as nossas orações.
            W. Hendriksen apresenta cinco possíveis razões pelas quais as orações nem sempre são respondidas:
            Ensina-nos a paciência e outras virtudes;
            Aumenta nossa gratidão quando finalmente recebemos a bênção;
            Porque Deus nos reserva uma bênção maior quando “[...] escolhemos a boa parte, e esta não nos será tirada”, Lc.10.42.
            Por razões que estão fora da esfera da experiência humana quando “[...] Deus envia um homem [...] como testemunha para que testifique a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele (Jesus) a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem”, Jo.1.6,7,9.
            E por outras razões conhecidas somente por Deus.
3 – Quem deve orar?             
            Jesus fala que o dever de orar é para os “[...] seus escolhidos [...]”, Lc.18.7 – homens e mulheres que creem em Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas.
            Estes escolhidos são aqueles que “[...] Deus [...] escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade”, 2Ts.2.13.
            Homens e mulheres “[...] escolhidos nele (Jesus) antes da fundação do mundo, para serem santos [...]”, Ef.1.4.
            Cada um foi “[...] escolhido [...] (e) designado para que vá e dê fruto, e o [...] fruto permaneça [...]”, Jo.15.16.
            Os escolhidos oram porque eles “[...] são feitura dele (Deus), criados em Cristo Jesus para boas obras [...]”, Ef.2.10.
            Os primeiros cristãos da igreja Primitiva “[...] se reuniam (no) cenáculo (salão superior) [...] perseverando unânimes em oração [...]”, At.1.13,14.
            Eles não iam esporadicamente, mas, “diariamente perseveravam unânimes no templo [...] levantavam a voz a Deus (em oração) [...]”, At.2.46; 4.24.
            O resultado da oração é que “muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos [...]”, At.5.12.
4 – Por que devemos orar?
            A Bíblia apresenta algumas razões por que devemos orar:
            É um mandamento, pois devemos “orar sem cessar”, 1Ts.5.17.
            Não podemos deixar de “pedir, e dar-se-nos-á; buscar e acharemos; bater, e abrir-se-nos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”, Mt.7.7,8.
            A pergunta de Jesus é: “[...] Qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?”, Mt.7.9,10.
            A resposta para aquele que ora é: “Ora, se nós, que somos maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais nosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?”, Mt.7.11.
            Orar é uma necessidade, pois, “[...] qual dentre nós, tendo um amigo, e este (nos) [...] procurar à meia-noite e nos disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer. E (eu) [...] lhe responda lá de dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; Jesus (nos) diz que, se (eu) não [...] levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe daremos tudo o de que tiver necessidade”, Lc.11.5-8.
            Quando oramos, “[...] depressa [...] (Deus) nos fará justiça [...]”, Lc.18.8.
            Orar é um privilégio, porque “[...] quando oramos, entramos no [...] quarto e, fechada a porta, oramos (ao) [...] Pai, que está em secreto; e (o) [...] Pai, que vê em secreto, nos recompensará”, Mt.6.6.
            Ao orar, sabemos que a vida espiritual é “[...] ocultada [...] aos sábios e instruídos [...] (mas elas são) reveladas aos pequeninos”, Mt.11.25.
            Orar é um meio de graça ou de sermos abençoados espiritualmente, com a finalidade de eu e você “vigiar e orar, para que não entremos em tentação [...]”, Mt.26.41.
            É um meio de graça a oração porque “[...] o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”, Rm.8.26,27.
            A razão fundamental para orar apresentada por Jesus, na parábola do juiz iníquo, é que Deus responde às nossas orações, ainda que “[...] pareça demorado em Deus (nos) defender”, Lc.18.7.
            Podemos ter a certeza de que “[...] Deus me tem ouvido e me tem atendido a voz da oração”, Sl.66.19, portanto, “bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça”, Sl.66.20.
            O meio de graça declara que ao “[...] orar a Deus [...] Ele nos ouvirá. (Ao) buscá-lo [...] (O) acharemos quando (cada um de nós) buscar (a Deus) de todo o nosso coração”, Jr.29.12,13.
            Em oração, cada um de nós dirige ao “[...] Pai (que) sabe (dar) boas dádivas [...] àqueles que lho pedirem [...]”, Lc.11.13.
5 – Aprendendo a orar?
            Não devemos orar para aparecer, mas numa postura espiritual adequada.
            James Houston diz que “orar é tomar a decisão de ficar sozinho diante de Deus, sem ter de jogar para a plateia ou fazer comparações que nos desviem de nosso propósito”.
            Orar é falar com Deus sobre tudo que se acha dentro do coração.
            Na oração do Pai nosso devemos nos colocar na posição de filhos, de adoradores, de súditos, de servos, de dependentes, de pecadores e espiritualmente fracos.
            A oração do Pai nosso é dividida em três partes:
            1 – Relacionamentos com o “[...] Pai nosso (e com os nossos irmãos a ponto de) [...] perdoar aos nossos devedores”, Mt.6.9,12.
            2 – Responsabilidades – honrar o nome de Deus, “[...] santificando [...] o seu nome (declarando o Seu Senhorio e submetendo que Ele) [...] faça a sua vontade, assim na terra como no céu”, Mt.6.9,10.
            3 – Pedidos do “[...] pão nosso de cada dia [...] (o) perdoar as nossas dívidas [...] e não nos deixar cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!”, Mt.6.11-13.
            O evangelista João faz um resumo de como devemos orar.
            Orar é “[...] pedir [...] (ao) Pai [...]”, Jo.14.13
            O modelo é: “[...] Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome”, Mt.6.9.
            Jesus declara que; “[...] se nós, que somos maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais nosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem [...]”, Mt.7.11.
            Nesta oração é preciso “[...] confiar (em Deus – humildade e submeter tudo o que) [...] pedirmos (a Ele) [...] segundo a sua vontade, ele nos ouve”, 1Jo.5.14.
            Orar é “[...] pedir em nome (de) Jesus [...]”, Jo.14.13 porque “[...] Cristo Jesus (é o único) [...] Mediador entre Deus e os homens [...]”, 1Tm.2.5 e, é somente por meio “[...]de nosso Senhor Jesus Cristo, que [...] (somos) abençoados com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”, Ef.1.3.
            Orar é “[...] pedir tudo quanto (quiser) [...]”, Jo.14.13
            Por este motivo, nenhum de nós deve “[...] andar ansioso de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as nossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”, Fp.4.6.
            Não existem limites para pedirmos a Deus, contudo, a motivação deve ser santa.
            Muitas vezes “cobiçamos e nada temos [...] nada temos, porque não pedimos”, Tg.4.2.
            Outras vezes “pedimos e não recebemos, porque pedimos mal, para esbanjarmos em nossos prazeres”, Tg.4.3.
            Orar é “[...] pedir alguma coisa em nome (de) Jesus (com fé na certeza de que) Ele [...] fará”, Jo.14.14, mesmo porque, “[...] Deus [...] não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça”, Sl.66.20.
            Orar produz resultados: “[...] a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”, Jo.14.13.        
            Tudo quanto Deus é e faz é para promover a Sua “[...] glória [...]”, Sl.115.1.
Conclusão:     A oração é o primeiro alimento para a nossa vida espiritual.
            Se você deseja crescer, ore.
            É somente “[...] o Espírito [...] (que pode) nos assistir em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”, Rm.8.26,27.        
            W. Wiersbe fala que “uma das evidências de que uma pessoa é nascida de novo é o seu desejo de orar. Quando o Espírito Santo entra no coração, o novo crente deseja orar”.
            Cada um de nós precisa “[...] considerar no que diz (o homem) [...] iníquo (injusto)”, Lc.18.6, então, ao orar, Jesus “nos diz que, (Deus) depressa, nos fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”, Lc.18.8.

            Reflexão: Quanto tempo você investe diariamente em oração?
            Você já recebeu respostas imediatas de orações que fez a Deus?
            Quando ora, você percebe alguma diferença na sua vida espiritual?


            Adaptada pelo Rev. Salvador P. Santana da Revista da Escola Dominical – Dieta espiritual – Z3 Editora – Rev. Arival Dias Casimiro.

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