quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
A busca do conhecimento, Ec.1.12-18.
A BUSCA DO CONHECIMENTO, Ec.1.12-18.
Um dos filmes mais impressionantes já produzidos – 2001, “Uma Odisseia no Espaço” – mostra o ser humano representado por um único homem, buscando conhecer o que havia no além: além do horizonte, além do conhecimento cientifico, além de si mesmo.
Preciso aceitar que “as coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”, Dt.29.29.
Mas, o ser humano quer conhecer, em última análise, para dar conta de si próprio, entender quem ele é, o que faz aqui, para onde vai – isso é possível?
O salmista, preocupado com os dias futuros, pediu para Deus: “Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade”, Sl.39.4.
Todos nós sabemos que o conhecimento adquirido passa de “uma geração [...] a outra geração (principalmente) as [...] obras (de) Deus (para) [...] anunciar os [...] poderosos feitos (do) SENHOR”, Sl.145.4.
Essa transmissão de conhecimentos resolve muitos problemas básicos para a manutenção da vida – buscar o Deus verdadeiro, alimentação, saúde, transporte.
Por volta do ano 900 a 1.000 a.C., “[...] o pregador [...] rei de Israel, em Jerusalém”, Ec.1.12, fez uma pesquisa sobre a necessidade de o homem buscar o conhecimento para trabalhar e construir.
Mas, será que o conhecimento sempre tem ajudado a sociedade humana?
A Bíblia fala que “[...] os homens perversos [...] irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. (Diz também que) [...] o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”, 2Tm.3.13; 1Tm.4.1.
Salomão fala que “aplicou o coração a esquadrinhar e a informar com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu [...]”, Ec.1.13.
Muita escolaridade resolve a vida, garante felicidade, paz e tranquilidade?
O “[...] o Pregador [...]”, Ec.1.12 ou professor do livro de Eclesiastes é pessimista a esse respeito.
Salomão acredita que buscar “[...] a informação (conhecimento) [...] de tudo [...] (é) enfadonho trabalho (que) impôs Deus aos filhos dos homens, para nele os afligir”, Ec.1.13.
Tópicos para reflexão.
1 – A busca do conhecimento é tarefa árdua
O texto básico fala que buscar conhecimento e “[...] informar com sabedoria [...] (é) enfadonho trabalho [...] (e) aflição”, Ec.1.13, uma tarefa penosa.
Para adquirir o conhecimento, o ser humano precisa desgastar-se num intenso esforço.
Por mais facilidade que uma pessoa tenha para aprender, sem dedicação não chegará muito longe.
Einstein dizia que a física teórica moderna era 10% inspiração e 90% transpiração.
Conhecimento perfeito, completo é somente para Aquele que “[...] na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos [...] (que) recolheu na terça parte de um efa (17,5 l) o pó da terra e pesou os montes em romana (balança) e os outeiros em balança de precisão [...]”, Is.40.12.
Não existe nenhum ser humano que tenha conhecimento perfeito e completo como Deus que “[...] guiou o Espírito do SENHOR [...] ou, como seu conselheiro, o ensinou [...]”, Is.40.13.
Afinal, “com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?”, Is.40.14; ninguém.
Se ainda não sabemos, devemos gravar na mente “[...] que as nações são consideradas por Deus como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta”, Is.40.15.
Na verdade, “todas as nações são perante Deus como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo”, Is.40.17.
Mas afinal, “com quem compararemos a Deus? Ou que coisa semelhante confrontaremos com ele?”, Is.40.18.
Se por acaso olharmos para a sabedoria do “[...] artífice (que) funde a imagem, e o ourives (que) a cobre de ouro e cadeias de prata forja para ela”, Is.40.19, ou mesmo, tentar entender “o sacerdote idólatra (que) escolhe madeira que não se corrompe e busca um artífice perito para assentar uma imagem esculpida que não oscile”, Is.40.20, precisamos entender que todo esse conhecimento ou sabedoria é em vão, pois, “acaso, não sabemos? Porventura, não ouvimos? Não nos tem sido anunciado desde o princípio? Ou não atentamos para os fundamentos da terra?”, Is.40.21 que “é (o próprio) Deus que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar”, Is.40.22.
Somente Deus tem conhecimento perfeito, mesmo porque, “[...] o homem estúpido se tornará sábio, quando a cria de um asno montês nascer homem [...] (por este motivo) sábio nenhum acharemos entre nós”, Jó 11.12; 17.10.
Vamos acatar em nosso coração que “é Deus quem reduz a nada os príncipes e torna em nulidade os juízes da terra”, Is.40.23.
No momento em que Deus desejar, príncipes e juízes serão “[...] plantados e semeados, mal se arraigam na terra o seu tronco, já se secam, quando um sopro passa por eles, e uma tempestade os leva como palha”, Is.40.24.
Como está nas mãos de Deus todo conhecimento, “a quem [...] (podemos) comparar (com) Deus para que Ele lhe seja igual? — diz o Santo”, Is.40.25.
Por isso, devemos “levantai ao alto os olhos e ver. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar”, Is.40.26.
Como não adquirimos conhecimento sem esforço, e a nossa vida depende totalmente de Deus, jamais posso dizer: “[...] O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu direito passa despercebido ao meu Deus [...]”, Is.40.27.
Todos nós precisamos gravar em nosso coração “[...] que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga [...] (logo) não se pode esquadrinhar o [...] entendimento (de) Deus”, Is.40.28.
Paulo faz uma declaração da “[...] profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”, Rm.11.33.
A sua pergunta ninguém pode responder, “pois, quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?”, Rm.11.34,35.
Precisamos reconhecer que Deus sabe todas as coisas, então, toda honra e todo louvor pertence somente a Deus, “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”, Rm.11.36.
O homem é totalmente diferente de Deus, ele precisa aprender aos poucos.
A própria revelação divina para o ser humano não foi dada toda de uma vez.
Aconteceu de “[...] Deus, outrora, falar, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”, Hb.1.1,2.
Ainda vivemos um tempo de revelação parcial.
Haverá um dia em que “[...] virá o fim, quando Jesus entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder [...] (então) estaremos para sempre com o Senhor”, 1Co.15.24; 1Ts.4.17, é a partir desse momento que a revelação será completa.
Como somos imperfeitos, não podemos obter, de modo rápido e total, o conhecimento do plano divino, e Deus, sábio e bondoso, deu-nos a revelação aos poucos.
Nenhum homem neste mundo alcança o conhecimento rápido e imediatamente.
Thomas Edson, na escola, tinha problemas. Seu professor dizia que ele "tem o bicho no corpo, que é estúpido, que não para de fazer perguntas e que lhe custa a aprender". Recusava fazer as lições. Em três meses deixa a classe. Nunca mais voltaria a frequentar uma escola. A mãe toma a seu cargo a educação do menino e ele, por seu lado, aprende o que mais lhe interessa. Acaba por devorar todos os livros da mãe com temas sobre ciência. Monta um laboratório de química no sótão e, de vez em quando, faz tremer a casa – em 4 anos 300 novos inventos – levou tempo.
Cada geração ensina a outra geração com muito esforço, fez com que o ser humano chegasse ao que é hoje.
Cientistas, engenheiros, médicos trabalham noite e dia para tornar a vida humana melhor, então, [...]
2 – A busca do conhecimento pode levar à vaidade e à exploração.
Muitos não dizem para os outros, mas dentro do coração “dizem consigo: eis que me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que antes de mim existiram [...] com efeito, o meu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento”, Ec.1.16.
Muitos que passam anos nos bancos escolares, olham os outros como se fossem seres inferiores!
Esse olhar por cima dos ombros é antigo, pois “se (você) ver em alguma província opressão de pobres e o roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que está alto tem acima de si outro mais alto que o explora, e sobre estes há ainda outros mais elevados que também exploram”, Ec.5.8.
Muitos por obterem conhecimento, acabam explorando o próximo.
“Jacó tinha feito um cozinhado (através do conhecimento da cozinha, ele aproveitou), quando, esmorecido, veio do campo Esaú”, Gn.25.29.
“E (, como Esaú não entendia de cozinha, mas de caça) [...] disse (a Jacó): Peço-te que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido [...]”, Gn.25.30.
A fim de explorar o seu irmão por não ter habilidade na cozinha, “disse Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura”, Gn.25.31.
Jacó estava a um passo de extorquir a herança do seu irmão Esaú, pois este “[...] estava a ponto de morrer; de que lhe aproveitaria o direito de primogenitura (recebia porção dobrada da herança) [...]”, Gn.25.32.
Assim como muitos que tem conhecimento, usam-no para enganar, “[...] Jacó (, para assegurar a troca disse): Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó”, Gn.25.33.
E, assim, “deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura”, Gn.25.34.
Atualmente a exploração de quem tem conhecimento é muito mais dissimulada (calado, fingido, astuto, manhoso).
Os países mais desenvolvidos impõem regras que impedem outros países de alcançar determinados conhecimentos; e, se alcançam, há leis que impedem o uso do conhecimento – ex: remédios – só podem ser produzidos e distribuídos por grandes grupos farmacêuticos.
Outro meio usado é o protecionismo que os governos fazem para proteger as indústrias nacionais da concorrência externa.
A verdade é que, os detentores do conhecimento, “[...] com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro”, Ez.33.31 e não estão interessados com vidas humanas.
Desta forma o conhecimento é usado como gerador de riqueza, e não como benefício para todos.
Por este motivo [...]
3 – O conhecimento produz tristeza.
Salomão declara que “[...] na muita sabedoria há muito enfado (canseira); e quem aumenta ciência aumenta tristeza”, Ec.1.18.
A canseira e a tristeza acontecem porque quando se adquire conhecimento, o estudante percebe melhor a realidade que o cerca, logo, eu e você precisa “atentar para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo é vaidade e correr atrás do vento”, Ec.1.14.
Ele sabe que as coisas poderiam ser diferentes, sabe que é difícil mudar a situação.
Quanto mais adquire conhecimento, mais condições de conhecer melhor o funcionamento da sociedade, daí, mais tristeza, pois é penoso ver uma situação ruim, sendo que para muitos, não tem interesse de melhorar, devido a maldade e a ganância.
Quanto mais você estuda, mais você adquire a certeza de que há muito a se descobrir e aprender, então, “aplique o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e venha a saber que também isto é correr atrás do vento”, Ec.1.17.
De uma coisa nós podemos ter a certeza, “pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto!”, Ec.2.16.
Ora, se vamos morrer, para que serve tanto conhecimento sendo que o nosso fim é a morte?
Se o conhecimento não ocupa espaço, sabemos que ele pode trazer tristeza e sofrimento pelo sentimento de incapacidade diante dos grandes desafios enfrentados pela humanidade.
Essa realidade mostrou não somente para o povo Judeu, mas também para todos nós, que a cultura que procuramos para satisfazer os nossos desejos nos leva a descrença e a tristeza.
Ao invés da cultura influenciar o povo para a vaidade e exploração que traz pesar e sofrimento, é preciso “[...] temer [...] (o) SENHOR (que) é o princípio da sabedoria, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino”, Pv.1.7 que conduz a Deus.
Esse conhecimento de Deus pode transformar a sociedade pelo motivo do próprio Senhor “nos ensinar a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”, Sl.90.12.
Para mostrar a diferença do conhecimento adquirido neste mundo e a sabedoria vinda de Deus, Tiago pergunta: “Quem entre nós é sábio e inteligente? (na verdade não existe nenhum que possa transformar este mundo através do saber humano, isso acontece porque devemos) mostrar em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as nossas obras”, Tg.3.13.
Ao olhar para a sabedoria deste mundo, encontramos “[...] corações (cheios de) inveja amargurada e sentimento faccioso, (por isso, não podemos) nos gloriar disso [...]”, Tg.3.14.
Toda busca de conhecimento que temos neste mundo “[...] não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca”, Tg.3.15.
Tiago fala sobre este assunto porque ele percebia que também no seu tempo “[...] havia inveja e sentimento faccioso [...] confusão e toda espécie de coisas ruins”, Tg.3.16 devido a buscar do saber terreno.
Deve ser por este motivo que Salomão fala que “aquilo que é torto não se pode endireitar; e o que falta não se pode calcular”, Ec.1.15, pois o homem sem Deus é incorrigível.
Mas, conforme o seu ensino, “a sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento”, Tg.3.17.
A sabedoria do alto precisa ser buscada.
Discussão
É possível ser um cientista, pesquisador ou professor universitário, e, ao mesmo tempo, crer na Bíblia e ser um crente fiel?
O pastor dever estudar outras coisas além da Bíblia?
O que podemos oferecer de contribuição, com protestante, na promoção do conhecimento?
Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – Vida abundante – Didaquê – Rev. Silas Luiz de Souza
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