A BUSCA DO PRAZER, Ec.2.1-17.
O tema geral da revista
é o sentido da vida, mas, afinal, qual é o sentido da vida para você?
Salomão responde falando
sobre os caminhos que ele percorreu, que são caminhos buscados por aqueles que
ainda não encontraram a resposta última – Deus, na tentativa de se sentirem
plenamente realizados.
Os vários caminhos que
Salomão buscou e vivenciou parte da busca incessante do conhecimento.
Ao entrar no caminho da
sabedoria, percebe que quanto mais se conhece e se desvendam os mistérios da
vida debaixo do sol, mas conturbado fica o coração humano.
Salomão toma o
conhecimento de que o saber, por mais sábio que alguém seja, é limitado e há
muito que aprender.
Então, a busca do
conhecimento não é a realização plena.
Conforme Salomão,
aumentar o conhecimento é aumentar as frustrações da vida.
Salomão não deseja
descobrir apenas o conhecimento, busca também saber um pouco mais sobre os
prazeres da vida.
Os prazeres da vida nos
torna bem realizados neste mundo?
Tópicos para reflexão.
1 – A inexistência de referencias morais e espirituais.
Para encontrar o sentido
da vida, Salomão “[...] prova [...] a alegria [...] goza [...] a felicidade [...]”, Ec.2.1 nos prazeres ilimitados, daí, ele abandona
os referenciais morais e espirituais.
O rei “resolve no seu
coração dar-se (seguir) ao vinho [...] entregar-se (segura com firmeza) à
loucura (estilo de vida que não está correto diante de Deus), até ver o que
melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os
poucos dias da sua vida”,
Ec.2.3.
A fim de obter lucro, o
filho de Davi “empreende grandes obras; edifica [...] casas (a ponto de) “[...] ajuntar
casa a casa, reunir campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como
únicos moradores no meio da terra!”, Is.5.8. (Mas, é preciso saber que) “com
efeito, passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e
não sabe quem os levará”,
Sl.39.6.
Ele “[...] planta [...] vinhas”, Ec.2.4, a qual produz o vinho que gera a
ira de Deus.
Para satisfazer ainda
mais o seu prazer, o pregador “fez jardins e pomares [...] e nestes plantou árvores
frutíferas de toda espécie. Fez para [...] açudes, para regar com eles o bosque
em que reverdeciam as árvores”, Ec.2.5,6.
Por este motivo a rainha
de Sabá “[...] não creu (nas palavras que seus súditos tinham dito para ela) [...]
até que [...] (ela) viu com os seus próprios olhos (e disse que o rei) [...]
sobrepujava em sabedoria e prosperidade a fama [...]”, 1Rs.10.7.
O seu luxo chegou a tal
ponto de “comprar servos e servas e teve servos nascidos em casa; também possuiu bois
e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de Salomão viveram em
Jerusalém”, Ec.2.7.
Sobre a riqueza, o filho de
Bate-Seba fala que “amontoou também para (si) [...] prata e ouro e tesouros de reis e de
províncias [...]”, Ec.2.8 que
fizera alianças.
Para satisfazer a uma vida
sexual desregrada, e a tudo o que seus olhos desejam, o Pregador fez uma “[...] provisão
(ordenar) de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres
e mulheres”, Ec.2.8.
Assim como Salomão,
muitos se tornam adeptos da filosofia hedonista que ensina a busca do prazer
como caminho para se encontrar o sentido da vida e da felicidade.
O livro, Lições de
Godofredo – um ensaio lúdico sobre a vida e seu propósito, Gabriel Lacerda,
prega uma espécie de hedonismo cristão. Afirma que um mundo livre de
proibições, onde todos se comportassem conforme indicasse o seu desejo genuíno,
seria um lugar mais agradável para se viver.
Esse autor propõe uma
vida sem referências. Ele declara que “o homem é o único animal que ainda não
descobriu que o propósito da vida é gozá-la”. Muitos vivem fazendo da busca
pelo prazer a razão de viver.
Mas, a respeito de viver
desregradamente, Salomão “diz com (ele mesmo): [...] também isso (é) [...] vaidade”, Ec.2.1.
Jesus fala sobre um
homem que depois de enriquecer, tornou-se avarento, daí, perdeu as referências morais
e espirituais a ponto de “[...] dizer à sua alma: tens em depósito muitos bens
para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te (diverte)”, Lc.12.19.
Não nos enganemos, pois
“[...]
Deus (nos) diz: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens
preparado, para quem será?”,
Lc.12.20.
Salomão declara que “[...] Deus há de
trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas,
quer sejam más”, Ec.12.14.
Podemos até agir como
Salomão, se “alegrar [...] (sem pudor/proteger a intimidade) na [...] juventude, e
recrear o [...] coração (sem se importar com a adoração a Deus) [...] andar
pelos caminhos que satisfazem ao [...] nosso coração e agradam aos nossos olhos;
sabe, porém, que de todas estas coisas Deus nos pedirá contas”, Ec.11.9.
Outro exemplo bíblico é
do filho pródigo que buscou nos prazeres, o sentido para a vida. Não olhou para
os absolutos morais e espirituais, ele apenas “[...] ajuntou tudo [...] partiu para
uma terra distante [...] dissipou todos os seus bens [...] consumiu tudo, (mas)
sobreveio [...] uma grande fome [...] passou necessidade [...] ele [...] se
agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a
guardar porcos [...] desejava [...] fartar-se das alfarrobas que os porcos
comiam; mas ninguém lhe dava nada. (O resultado:) caiu em si [...] levantou
[...] (foi) ter com o seu pai, e lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante
de ti”, Lc.15.13-18.
Qual valor você dá para
a sua vida moral e espiritual?
A busca do prazer fala
que [...]
2 – O prazer sem limites é egocêntrico (prioriza a si).
Seguir o caminho do
prazer, de modo desenfreado, sem limite, revela que o hedonismo é egocêntrico.
O Pregador não se
importou com o próximo, apenas com o seu bem-estar.
Salomão, no texto base,
declara com clareza o seu egoísmo com todas as letras: “Resolvi no meu coração [...] entreguei-me à loucura [...]”, Ec.2.3; “empreendi [...] edifiquei [...]
plantei [...]”, Ec.2.4; “fiz [...]”, Ec.2.5, “comprei [...] tive [...] possuí [...]”, Ec.2.7, “amontoei [...] para mim [...] provi-me
[...]”, Ec.2.8, “engrandeci-me e
sobrepujei [...]”, Ec.2.9, “tudo quanto
desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração [...] eu me
alegrava [...]”, Ec.2.10, “considerei todas as
obras que fizeram as minhas mãos [...]”, Ec.2.11.
Agimos sem importar se o
outro vive ou não feliz. Tudo gira em torno de si, por este motivo Salomão
declara que ele “engrandeceu e sobrepujou a todos os que viveram antes dele em Jerusalém;
perseverou também com (ele) a sua sabedoria”, Ec.2.9.
O nosso egocentrismo nos
impede de perceber que “o caminho do SENHOR é fortaleza (e perfeito) para os
íntegros [...]”, Pv.10.29.
Para denunciar o nosso
egocentrismo, Jesus conta que “[...] havia certo homem rico que se vestia de
púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente.
Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à
porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico;
e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser
levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado
(apenas)”, Lc.16.19-22.
As pessoas estão vivendo cada vez
mais para si. Justifica-se a busca do prazer como a única forma de se
aproveitar a vida.
Usufruir o máximo, como
fala o Pregador: “Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração
de alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadigas, e isso era
a recompensa de todas elas”,
Ec.2.10.
A busca do prazer [...]
3 – Promete mais do que dá.
No livro Muito além da
futilidade (Missão Editora), David A. Hubbard declara o que está nesse título.
Ele afirma acerca do prazer: “sua agência de publicidade é mais eficiente que
seu departamento de produção. Ele acena com a possibilidade de um fino deleite,
mas o melhor que pode oferecer é a pura estimulação. Procura acariciar o
espírito do homem, mas não consegue atingir seu âmago”.
A declaração de Salomão
é que ele “considerou todas as obras que fizera as suas mãos, como também o trabalho
que ele (praticara neste mundo) [...]”, Ec.2.11 não lhe trouxe muito benefício.
O autor reconhece que a
busca do prazer só lhe trouxe “[...] fadigas [...] (de tudo o que) havia feito
[...] (para ele) tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito
havia debaixo do sol”, Ec.2.11.
A busca do prazer alertou
o rei de que “[...] passasse a considerar (examinar) a sabedoria (que ele pensara haver
adquirido), e a loucura (ação de pecar deliberadamente contra Deus), e a
estultícia (falta de juízo) [...]”,
Ec.2.12.
É possível que todos “[...] os homens que
seguirem ao rei (, e não Deus) fará [...] o mesmo que outros já fizeram”, Ec.2.12, ou seja, o prazer os enganará.
Devido a busca do prazer
e não se satisfazer, o filho do rei Davi declara que “do riso (divertimento)
disse: é loucura (fazer de bobo, zombar, pecar contra Deus); e da alegria
(vinho e mulheres): de que serve?”,
Ec.2.2.
Ora, se o prazer promete
mais do que dá, então não posso “dizer comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria;
goza, pois, a felicidade; (urgente, preciso saber que) [...] também isso é vaidade”, Ec.2.1, sendo assim, não alcançamos o
sentido da vida no prazer.
A busca do prazer [...]
Conclusão – Precisa
ser reorientada.
Se o prazer deste mundo
produz prejuízo para a vida moral e espiritual, conduz ao egocentrismo e
oferece mais do que esperamos, “então, (precisamos) ver que a sabedoria (do alto) é
mais proveitosa do que a estultícia (falta juízo), quanto a luz traz mais
proveito do que as trevas”,
Ec.2.13.
Para não haver acepção
de pessoas, o texto declara que “os olhos do sábio estão na sua cabeça (direção), mas
o estulto anda em trevas; contudo, entendi que o mesmo lhes sucede a ambos”, Ec.2.14, ou seja, os dois precisam ser
orientados por Deus.
A conclusão de Salomão, o Pregador,
é o “[...]
que diz [...] com (ele mesmo): como acontece ao estulto (sem juízo), assim me
sucede a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim
mesmo que também isso era vaidade”,
Ec.2.15.
Salomão reconhece que “[...] tanto do
sábio como do estulto, a memória (lembrança, fama) não durará para sempre;
pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da
mesma sorte, o estulto!”,
Ec.2.16 e daí, o que iremos fazer o todo o prazer desfrutado neste mundo?
Assim como Salomão,
devemos “[...] aborrecer a vida (que não tem futuro eterno), pois me (é) [...] penosa
a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento”, Ec.2.17.
Discussão.
Ser crente em Jesus é
incompatível com uma vida prazerosa?
Você conhece casos que confirmam que
os caminhos do prazer desembocam em sofrimento e morte? Elis Regina – álcool e
medicamentos, Jimi Hendrix – álcool e inalação do vômito, Kurt Cobain –
heroína, tira na cabeça, Marilyn Monroe – excesso de pílulas para dormir,
Chorão – cocaína, Champignon – suicídio com arma de fogo.
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