quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A BUSCA DO PRAZER, Ec.2.1-17.

A BUSCA DO PRAZER, Ec.2.1-17.

            O tema geral da revista é o sentido da vida, mas, afinal, qual é o sentido da vida para você?
            Salomão responde falando sobre os caminhos que ele percorreu, que são caminhos buscados por aqueles que ainda não encontraram a resposta última – Deus, na tentativa de se sentirem plenamente realizados.
            Os vários caminhos que Salomão buscou e vivenciou parte da busca incessante do conhecimento.
            Ao entrar no caminho da sabedoria, percebe que quanto mais se conhece e se desvendam os mistérios da vida debaixo do sol, mas conturbado fica o coração humano.
            Salomão toma o conhecimento de que o saber, por mais sábio que alguém seja, é limitado e há muito que aprender.
            Então, a busca do conhecimento não é a realização plena.
            Conforme Salomão, aumentar o conhecimento é aumentar as frustrações da vida.
            Salomão não deseja descobrir apenas o conhecimento, busca também saber um pouco mais sobre os prazeres da vida.
            Os prazeres da vida nos torna bem realizados neste mundo?
Tópicos para reflexão.
1 – A inexistência de referencias morais e espirituais.
            Para encontrar o sentido da vida, Salomão “[...] prova [...] a alegria [...] goza [...] a felicidade [...]”, Ec.2.1 nos prazeres ilimitados, daí, ele abandona os referenciais morais e espirituais.
            O rei “resolve no seu coração dar-se (seguir) ao vinho [...] entregar-se (segura com firmeza) à loucura (estilo de vida que não está correto diante de Deus), até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida”, Ec.2.3.            
            A fim de obter lucro, o filho de Davi “empreende grandes obras; edifica [...] casas (a ponto de) “[...] ajuntar casa a casa, reunir campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra!”, Is.5.8. (Mas, é preciso saber que) “com efeito, passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará”, Sl.39.6.
            Ele “[...] planta [...] vinhas”, Ec.2.4, a qual produz o vinho que gera a ira de Deus.
            Para satisfazer ainda mais o seu prazer, o pregador “fez jardins e pomares [...] e nestes plantou árvores frutíferas de toda espécie. Fez para [...] açudes, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores”, Ec.2.5,6.
            Por este motivo a rainha de Sabá “[...] não creu (nas palavras que seus súditos tinham dito para ela) [...] até que [...] (ela) viu com os seus próprios olhos (e disse que o rei) [...] sobrepujava em sabedoria e prosperidade a fama [...]”, 1Rs.10.7.
            O seu luxo chegou a tal ponto de “comprar servos e servas e teve servos nascidos em casa; também possuiu bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de Salomão viveram em Jerusalém”, Ec.2.7.                     
            Sobre a riqueza, o filho de Bate-Seba fala que “amontoou também para (si) [...] prata e ouro e tesouros de reis e de províncias [...]”, Ec.2.8 que fizera alianças.
            Para satisfazer a uma vida sexual desregrada, e a tudo o que seus olhos desejam, o Pregador fez uma “[...] provisão (ordenar) de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres”, Ec.2.8.
            Assim como Salomão, muitos se tornam adeptos da filosofia hedonista que ensina a busca do prazer como caminho para se encontrar o sentido da vida e da felicidade.
            O livro, Lições de Godofredo – um ensaio lúdico sobre a vida e seu propósito, Gabriel Lacerda, prega uma espécie de hedonismo cristão. Afirma que um mundo livre de proibições, onde todos se comportassem conforme indicasse o seu desejo genuíno, seria um lugar mais agradável para se viver.
            Esse autor propõe uma vida sem referências. Ele declara que “o homem é o único animal que ainda não descobriu que o propósito da vida é gozá-la”. Muitos vivem fazendo da busca pelo prazer a razão de viver.
            Mas, a respeito de viver desregradamente, Salomão “diz com (ele mesmo): [...] também isso (é) [...] vaidade”, Ec.2.1.
            Jesus fala sobre um homem que depois de enriquecer, tornou-se avarento, daí, perdeu as referências morais e espirituais a ponto de “[...] dizer à sua alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te (diverte)”, Lc.12.19.
            Não nos enganemos, pois “[...] Deus (nos) diz: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”, Lc.12.20.
            Salomão declara que “[...] Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”, Ec.12.14.
            Podemos até agir como Salomão, se “alegrar [...] (sem pudor/proteger a intimidade) na [...] juventude, e recrear o [...] coração (sem se importar com a adoração a Deus) [...] andar pelos caminhos que satisfazem ao [...] nosso coração e agradam aos nossos olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus nos pedirá contas”, Ec.11.9.
            Outro exemplo bíblico é do filho pródigo que buscou nos prazeres, o sentido para a vida. Não olhou para os absolutos morais e espirituais, ele apenas “[...] ajuntou tudo [...] partiu para uma terra distante [...] dissipou todos os seus bens [...] consumiu tudo, (mas) sobreveio [...] uma grande fome [...] passou necessidade [...] ele [...] se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos [...] desejava [...] fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. (O resultado:) caiu em si [...] levantou [...] (foi) ter com o seu pai, e lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti”, Lc.15.13-18. 
            Qual valor você dá para a sua vida moral e espiritual?
            A busca do prazer fala que [...]
2 – O prazer sem limites é egocêntrico (prioriza a si).
            Seguir o caminho do prazer, de modo desenfreado, sem limite, revela que o hedonismo é egocêntrico.
            O Pregador não se importou com o próximo, apenas com o seu bem-estar.
            Salomão, no texto base, declara com clareza o seu egoísmo com todas as letras:   “Resolvi no meu coração [...] entreguei-me à loucura [...]”, Ec.2.3; “empreendi [...] edifiquei [...] plantei [...]”, Ec.2.4; “fiz [...]”, Ec.2.5, “comprei [...] tive [...] possuí [...]”, Ec.2.7, “amontoei [...] para mim [...] provi-me [...]”, Ec.2.8, “engrandeci-me e sobrepujei [...]”, Ec.2.9, “tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração [...] eu me alegrava [...]”, Ec.2.10, “considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos [...]”, Ec.2.11.
            Agimos sem importar se o outro vive ou não feliz. Tudo gira em torno de si, por este motivo Salomão declara que ele “engrandeceu e sobrepujou a todos os que viveram antes dele em Jerusalém; perseverou também com (ele) a sua sabedoria”, Ec.2.9.
            O nosso egocentrismo nos impede de perceber que “o caminho do SENHOR é fortaleza (e perfeito) para os íntegros [...]”, Pv.10.29.
            Para denunciar o nosso egocentrismo, Jesus conta que “[...] havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado (apenas)”, Lc.16.19-22.
            As pessoas estão vivendo cada vez mais para si. Justifica-se a busca do prazer como a única forma de se aproveitar a vida.
            Usufruir o máximo, como fala o Pregador: “Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadigas, e isso era a recompensa de todas elas”, Ec.2.10.
            A busca do prazer [...]
3 – Promete mais do que dá.
            No livro Muito além da futilidade (Missão Editora), David A. Hubbard declara o que está nesse título. Ele afirma acerca do prazer: “sua agência de publicidade é mais eficiente que seu departamento de produção. Ele acena com a possibilidade de um fino deleite, mas o melhor que pode oferecer é a pura estimulação. Procura acariciar o espírito do homem, mas não consegue atingir seu âmago”.
            A declaração de Salomão é que ele “considerou todas as obras que fizera as suas mãos, como também o trabalho que ele (praticara neste mundo) [...]”, Ec.2.11 não lhe trouxe muito benefício.
            O autor reconhece que a busca do prazer só lhe trouxe “[...] fadigas [...] (de tudo o que) havia feito [...] (para ele) tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”, Ec.2.11.
            A busca do prazer alertou o rei de que “[...] passasse a considerar (examinar) a sabedoria (que ele pensara haver adquirido), e a loucura (ação de pecar deliberadamente contra Deus), e a estultícia (falta de juízo) [...]”, Ec.2.12.
            É possível que todos “[...] os homens que seguirem ao rei (, e não Deus) fará [...] o mesmo que outros já fizeram”, Ec.2.12, ou seja, o prazer os enganará.
            Devido a busca do prazer e não se satisfazer, o filho do rei Davi declara que “do riso (divertimento) disse: é loucura (fazer de bobo, zombar, pecar contra Deus); e da alegria (vinho e mulheres): de que serve?”, Ec.2.2.
            Ora, se o prazer promete mais do que dá, então não posso “dizer comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; (urgente, preciso saber que) [...] também isso é vaidade”, Ec.2.1, sendo assim, não alcançamos o sentido da vida no prazer.
            A busca do prazer [...]
Conclusão – Precisa ser reorientada.
            Se o prazer deste mundo produz prejuízo para a vida moral e espiritual, conduz ao egocentrismo e oferece mais do que esperamos, “então, (precisamos) ver que a sabedoria (do alto) é mais proveitosa do que a estultícia (falta juízo), quanto a luz traz mais proveito do que as trevas”, Ec.2.13.
            Para não haver acepção de pessoas, o texto declara que “os olhos do sábio estão na sua cabeça (direção), mas o estulto anda em trevas; contudo, entendi que o mesmo lhes sucede a ambos”, Ec.2.14, ou seja, os dois precisam ser orientados por Deus.
            A conclusão de Salomão, o Pregador, é o “[...] que diz [...] com (ele mesmo): como acontece ao estulto (sem juízo), assim me sucede a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade”, Ec.2.15.
            Salomão reconhece que “[...] tanto do sábio como do estulto, a memória (lembrança, fama) não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto!”, Ec.2.16 e daí, o que iremos fazer o todo o prazer desfrutado neste mundo?
            Assim como Salomão, devemos “[...] aborrecer a vida (que não tem futuro eterno), pois me (é) [...] penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento”, Ec.2.17.

Discussão.
            Ser crente em Jesus é incompatível com uma vida prazerosa?
            Você conhece casos que confirmam que os caminhos do prazer desembocam em sofrimento e morte? Elis Regina – álcool e medicamentos, Jimi Hendrix – álcool e inalação do vômito, Kurt Cobain – heroína, tira na cabeça, Marilyn Monroe – excesso de pílulas para dormir, Chorão – cocaína, Champignon – suicídio com arma de fogo.

            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana – Estudo – Vida abundante – Didaquê – Rev. Sérgio Pereira Tavares

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