Objetivo
da lição: Praticar o jejum espiritual.
Introdução:
Ao
falar sobre o jejum espiritual as posições são extremadas.
Algumas
pessoas exaltam o jejum religioso elevando-o além das Escrituras e da razão;
outras o têm menosprezado por completo.
Quem
exalta afirma que o mesmo é uma ordenação bíblica tal como a oração, a esmola e
o dízimo.
Quem
menospreza, diz que o mesmo é uma prática da antiga aliança, portanto,
legalista e ascética (negar-se a si mesmo, impondo um tratamento severo ao
corpo, a fim de aperfeiçoar-se moral e espiritualmente).
O
resultado é que o jejum é pouco praticado pelos cristãos.
Qual
é a importância do jejum para você?
1 – O jejum na Bíblia.
O
jejum está mais relacionado com a abstinência de qualquer tipo de comida, bebida
e com “[...]
o teu olho [...] (que) te faz tropeçar [...] e, (com) a tua mão [...] (que) te
faz tropeçar [...]”, Mt.5.29,30 durante um período limitado.
Geralmente
o homem fica “[...] ansioso [...] quanto ao que há de comer ou beber [...] (daí,
vivem) dizendo: Que comemoremos? Que beberemos? [...]”, Mt.6.25,31.
Moisés,
Elias, Jesus e Paulo fizeram o jejum chamado de absoluto ou extraordinário.
Observamos
que “Moisés
ao subir ao monte Horebe [...] ficou quarenta dias e quarenta noites, não
comendo pão, nem bebendo água”, Dt.9.9,18; Ex.24.18; 34.28;
Descobrimos
que quando o profeta Elias fugia de Acabe e Jezabel, ele “[...] comeu e
bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites
até Horebe, o monte de Deus”, 1Rs.19.8;
Sabemos
também que Jesus, “[...] depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve
fome”, Mt.4.2;
Paulo
“esteve
três dias sem [...] nada comer, nem beber”, At.9.9.
O
“[...]
jejum (não precisa ser praticado) frequentemente (como) disseram (os fariseus e
escribas a) Jesus (de que) [...] os discípulos de João e bem assim os dos
fariseus frequentemente jejuam e fazem orações; os (discípulos de Jesus) [...],
entretanto, comem e bebem”, Lc.5.33.
O
jejum bíblico é para finalidades espirituais, diferente da greve de fome ou
dieta alimentar para emagrecer.
Os
meios normais de jejuar envolve a abstinência de qualquer alimento, sólido ou
líquido.
1.1
– Classificação.
Na
Bíblia, podemos classificar o jejum de três maneiras:
Individual
– Quando o crente resolve fazer por conta própria em favor de alguma tragédia.
Quebra
da lei – “Esdras
se retirou de diante da Casa de Deus, e entrou na câmara de Joanã, filho de
Eliasibe, e lá não comeu pão, nem bebeu água, porque pranteava por causa da
transgressão (quebra da lei) dos que tinha voltado do exílio”, Ed.10.6;
Destruição
da cidade – “Tendo eu ouvido estas palavras (muros de Jerusalém derribados e portas
queimadas, Ne.1.3), assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive
jejuando e orando perante o Deus dos céus”, Ne.1.4.
Coletivo
– Quando o líder convoca o povo para o jejum em favor de tragédias nacionais.
Guerra
– Moabe, Amom e os Meunitas “[...] vieram à peleja contra Josafá [...] (este) teve medo e
se pôs a buscar ao SENHOR; e apregoou jejum, em todo o Judá. Judá se congregou
para pedir socorro ao SENHOR; também de todas as cidades de Judá veio gente
para buscar ao SENHOR”, 2Cr.20.3,4;
Aniquilamento
do povo – Ester pediu para “[...] ajuntarem a todos os judeus que se achavam em Susã, e
jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de
dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda
que é contra a lei; se perecer, pereci”, Et.4.16;
Conversão
– É quando se “toca a trombeta (Deus falando ao coração) [...] promulgando um santo
jejum, proclamando uma assembleia (ajuntamento) solene”, Jl.2.15;
Individual
em favor do povo para sair do cativeiro – “Voltando o rosto ao Senhor Deus, para o buscar
com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza”, Dn.9.3;
Pode
acontecer de eu e você ser “[...] levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
diabo (a fim de nos levar a prática do) [...] jejum [...]”, Mt.4.1;
O
próprio “[...]
SENHOR (pode regular em nossa vida) [...] o jejum do quarto mês, e o do quinto,
e o do sétimo, e o do décimo [...] para (o nosso) regozijo, alegria e
festividade solene (a fim de nos levar a) amar, pois, a verdade e a paz”,
Zc.8.19;
Podemos
escolher dias para “[...] jejuar [...]”, Mc.2.18 ou, “jejuar duas
vezes por semana [...]”, Lc.18.12.
1.2
– Ocasião.
Na
Bíblia, o jejum é observado sempre em ocasiões:
Juízo
de Deus – Cada um tem o dever de “promulgar um santo jejum, convocar uma assembleia
solene, congregar os anciãos, todos os moradores desta terra (a minha casa),
para a Casa do SENHOR, nosso Deus e clamar ao SENHOR”, Jl.1.14.
O
motivo dessa convocação é para que eu e você se “[...] converta (ao) SENHOR de todo o nosso
coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto”, Jl.2.12.
Calamidade
pública – “Prantear,
chorar e jejuar [...] por [...] (alguém que você ama) e pelo povo do SENHOR, e
pela casa de Israel, porque tinham caído à espada”, 2Sm.1.12.
Aflições
da igreja – Estamos em meio a essa aflição, pois nos foi “[...] tirado o
noivo [...] (por isso devemos) jejuar”, Lc.5.35.
Aflições
pessoais e alheias – Oro e faço jejum por outros. “Quanto a mim, porém, estando eles
enfermos, as minhas vestes eram pano de saco; eu afligia a minha alma com jejum
e em oração me reclinava sobre o peito”, Sl.35.13;
Dario
intercede por Daniel quando lançado na cova dos leões. “Então, o rei se dirigiu para o seu
palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua presença
instrumentos de música, e fugiu dele o sono”, Dn.6.18;
O
rei “Davi
buscou a Deus pela criança; jejuou Davi e, vindo, passou a noite prostrado em
terra”, 2Sm.12.16.
Eleição
e ordenação de ministros – “Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os
despediram”, At.13.3; Barnabé e Saulo;
O
jejum também é necessário quando se “[...] promove, em cada igreja, a eleição de
presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendam ao Senhor em quem havia
crido”, At.14.23;
Tentação
espiritual – Ao sermos “[...] levados pelo Espírito ao deserto, para sermos tentados
pelo diabo [...] (devemos) jejuar [...]”, Mt.4.1,2.
1.3
– Acompanhamento.
Na
Bíblia, o jejum é sempre acompanhado por:
Orações
– Isto acontece quando algumas “[...] castas (tipo de espírito) não se expelem
senão por meio de oração e jejum”, Mt.17.21.
Confissão
de pecados – Precisamos “[...] derramar (o nosso coração) perante o SENHOR; jejuar
aquele dia e dizer: Pecamos contra o SENHOR [...]”, 1Sm.7.6;
Sabemos
que “não
há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque”, Ec.7.20,
então, temos que nos “[...] ajuntar [...] com jejum [...] e fazer confissão dos
nossos pecados e das iniquidades (não reconhece o direito de cada um) de nossos
pais”, Ne.9.1,2.
Serviço
– Quando “[...]
servimos [...] ao Senhor e jejuamos, diz o Espírito Santo: Separei-me, agora
[...] (este servo) para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e
orando, e impondo sobre eles as mãos, os despedem”, At.13.2,3;
Qualquer
um que tenha “[...] oitenta e quatro anos [...] (não precisa) deixar o templo, mas
adora noite e dia em jejuns e orações”, Lc.2.37.
Humilhação
e lamento – Esta atitude deve acontecer “[...] por causa de todo [...] pecado que havemos
cometido, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira [...] (então,
devemos nos) prostrar [...] perante o SENHOR [...] não comer pão e não beber
água [...]”, Dt.9.18;
Devemos
nos humilhar perante o Senhor “[...] com jejum [...]”, Ne.9.1;
Essa
atitude deve existir em nosso coração porque precisamos de “[...] nos
converter (ao) SENHOR de todo o nosso coração; e isso com jejuns, com choro e
com pranto”, Jl.2.12.
2 – O jejum hoje.
É
o jejum uma prática obrigatória para os cristãos? Não.
No
Antigo Testamento o jejum era obrigatório no dia da expiação dos pecados do
povo.
Nesse
“[...] Dia
da Expiação (humilhação e perdão dos pecados nacionais); tinha santa (todos obrigados
a comparecer) convocação e (cada um devia) afligir (jejuar) a [...] alma [...]”,
Lv.23.27.
No
dia da expiação (perdão) cada servo de Deus necessita “[...] jejuar [...] soltando as
ligaduras da impiedade, desfazer as ataduras da servidão, deixar livre os
oprimidos [...]”, Is.58.6.
Como
não existe mais o dia da expiação, o jejum deixa de ser uma prática obrigatória
pelo motivo de Jesus “ter cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que
constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente,
encravando-o na cruz”, Cl.2.14.
Não
sendo obrigatório, não quer dizer que o jejum não seja necessário e importante.
Jesus
aprova o jejum ao falar: “Quando jejuardes, não vos mostreis constristados como os
hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que
jejuam. Em verdade Jesus diz que eles já receberam a recompensa. Tu, porém,
quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos
homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto,
te recompensará”, Mt.6.16-18.
As
palavras de Jesus não constituem uma ordem, mas instruções sobre o exercício
apropriado de uma prática comum do seu tempo.
O
cristão ao jejuar, não deve fazê-lo com ostentação ou como exibição de
espiritualidade.
As
expressões “quando
jejuares [...] (e) tu porém, quando jejuares [...]”, Mt.6.16,17 reforçam
a ideia de que Jesus via o jejum como uma prática devocional do cristão, tal
como, a oferta e a oração.
Ora,
se somos “[...]
imitadores [...] do Senhor Jesus [...]”, 1Ts.1.6, devemos imitá-lo
também no “[...]
jejum (que Ele fez durante) quarenta dias e quarenta noites [...]”,
Mt.4.2.
Gordon
Cove: “[...] Jejum significa que você chegou a um lugar de desespero
espiritual. Significa que está determinado agora a colocar Deus em primeiro
lugar a qualquer custo. Há momentos quando devemos virar as costas a tudo no
mundo, até mesmo à nossa alimentação (sólido e líquido, o que nossos olhos veem
e as nossas mãos fazem) Deus está antes de tudo [...]”.
O
nosso jejum deve ser para Deus e não como os Judeus “[...] quando jejuavam e pranteavam
(não o faziam) para Deus [...]”, Zc.7.5.
R.
Foster: “O jejum pode ser mal praticado [...]” como “o fariseu, posto em pé, orava de si
para si mesmo (orgulho), desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como
os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este
publicano; jejuo duas vezes por semana [...]”, Lc.18.11,12.
O
jejum não pode ser uma prática “[...] como culto de si mesmo, e de falsa
humildade, e de rigor ascético (negar-se a si mesmo, impondo um tratamento
severo ao corpo, a fim de aperfeiçoar-se moral e espiritualmente)”,
Cl.2.23.
Jejum
é colocar Deus em primeiro lugar “[...] fazendo a Sua vontade [...]”,
Jo.4.34.
Pode
acontecer de alguns “[...] discípulos [...] jejuarem [...] (outros) muitas vezes
[...] (e ainda outros) não jejuarem”, Mt.9.14, isto não quer dizer que
um é mais crente que o outro.
O
jejum não mede a espiritualidade do servo de Deus, mas a necessidade de
crescimento espiritual.
É
possível um espírito triste acompanhar o ato de “[...] jejuar [...] (por estar) triste (quando) o
noivo (Jesus) lhes (for) tirado [...]”, Mt.9.15.
3 – Quando devemos jejuar.
Deus
nos orienta a “promulgar (anunciar) um santo jejum, convocar uma assembleia solene,
congregar os anciãos, todos os moradores desta terra, para a Casa do SENHOR,
nosso Deus e clamar ao SENHOR”, Jl.1.14.
A
ordem de Deus é que sejamos “[...] convertidos a Deus de todo o nosso coração; e isso com
jejuns, com choro e com pranto”, Jl.2.12.
Se
desejamos crescer espiritualmente, precisamos “então, apregoar (proclama) [...] um jejum [...]
para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para
nós, para nossos filhos e para tudo o que é nosso. Nós, pois, jejuamos e
pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atende”, Ed.9.21,23.
Conclusão: O jejum
não é uma prática obrigatória para o cristão.
O
fato do jejum não ser obrigatório, não nega a sua importância.
O
cristão pode ou não praticar o jejum. Ao praticá-lo, deve fazê-lo como
expressão de humildade e sem ostentação.
Ore
e jejue com o objetivo de “buscar, pois, em primeiro lugar, o reino (de) Deus e a sua
justiça [...]”, Mt.6.33.
A
decisão de jejuar é pessoal e está ligada à necessidade do coração.
Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana da Revista da E.D. Dieta
Espiritual - Rev. Arival Dias Casimiro – Revista Educação Cristã – Vol 39 – Z3 Editora
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