quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O EXERCÍCIO DO JEJUM, Mt.6.16-18; 9.14,15.

O EXERCÍCIO DO JEJUM, Mt.6.16-18; 9.14,15.

            Objetivo da lição: Praticar o jejum espiritual.

Introdução:   
            Ao falar sobre o jejum espiritual as posições são extremadas.
            Algumas pessoas exaltam o jejum religioso elevando-o além das Escrituras e da razão; outras o têm menosprezado por completo.
            Quem exalta afirma que o mesmo é uma ordenação bíblica tal como a oração, a esmola e o dízimo.
            Quem menospreza, diz que o mesmo é uma prática da antiga aliança, portanto, legalista e ascética (negar-se a si mesmo, impondo um tratamento severo ao corpo, a fim de aperfeiçoar-se moral e espiritualmente).
            O resultado é que o jejum é pouco praticado pelos cristãos.
            Qual é a importância do jejum para você?
1 – O jejum na Bíblia.
            O jejum está mais relacionado com a abstinência de qualquer tipo de comida, bebida e com “[...] o teu olho [...] (que) te faz tropeçar [...] e, (com) a tua mão [...] (que) te faz tropeçar [...]”, Mt.5.29,30 durante um período limitado.
            Geralmente o homem fica “[...] ansioso [...] quanto ao que há de comer ou beber [...] (daí, vivem) dizendo: Que comemoremos? Que beberemos? [...]”, Mt.6.25,31.
            Moisés, Elias, Jesus e Paulo fizeram o jejum chamado de absoluto ou extraordinário.
            Observamos que “Moisés ao subir ao monte Horebe [...] ficou quarenta dias e quarenta noites, não comendo pão, nem bebendo água”, Dt.9.9,18; Ex.24.18; 34.28;
            Descobrimos que quando o profeta Elias fugia de Acabe e Jezabel, ele “[...] comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus”, 1Rs.19.8;
            Sabemos também que Jesus, “[...] depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome”, Mt.4.2;
            Paulo “esteve três dias sem [...] nada comer, nem beber”, At.9.9.
            O “[...] jejum (não precisa ser praticado) frequentemente (como) disseram (os fariseus e escribas a) Jesus (de que) [...] os discípulos de João e bem assim os dos fariseus frequentemente jejuam e fazem orações; os (discípulos de Jesus) [...], entretanto, comem e bebem”, Lc.5.33.
            O jejum bíblico é para finalidades espirituais, diferente da greve de fome ou dieta alimentar para emagrecer.
            Os meios normais de jejuar envolve a abstinência de qualquer alimento, sólido ou líquido.
            1.1 – Classificação.
            Na Bíblia, podemos classificar o jejum de três maneiras:
            Individual – Quando o crente resolve fazer por conta própria em favor de alguma tragédia.
            Quebra da lei – “Esdras se retirou de diante da Casa de Deus, e entrou na câmara de Joanã, filho de Eliasibe, e lá não comeu pão, nem bebeu água, porque pranteava por causa da transgressão (quebra da lei) dos que tinha voltado do exílio”, Ed.10.6;
            Destruição da cidade – “Tendo eu ouvido estas palavras (muros de Jerusalém derribados e portas queimadas, Ne.1.3), assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus”, Ne.1.4.
            Coletivo – Quando o líder convoca o povo para o jejum em favor de tragédias nacionais.
            Guerra – Moabe, Amom e os Meunitas “[...] vieram à peleja contra Josafá [...] (este) teve medo e se pôs a buscar ao SENHOR; e apregoou jejum, em todo o Judá. Judá se congregou para pedir socorro ao SENHOR; também de todas as cidades de Judá veio gente para buscar ao SENHOR”, 2Cr.20.3,4;
            Aniquilamento do povo – Ester pediu para “[...] ajuntarem a todos os judeus que se achavam em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci”, Et.4.16;
            Conversão – É quando se “toca a trombeta (Deus falando ao coração) [...] promulgando um santo jejum, proclamando uma assembleia (ajuntamento) solene”, Jl.2.15;
            Individual em favor do povo para sair do cativeiro – “Voltando o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza”, Dn.9.3;
            Pode acontecer de eu e você ser “[...] levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo (a fim de nos levar a prática do) [...] jejum [...]”, Mt.4.1;
            O próprio “[...] SENHOR (pode regular em nossa vida) [...] o jejum do quarto mês, e o do quinto, e o do sétimo, e o do décimo [...] para (o nosso) regozijo, alegria e festividade solene (a fim de nos levar a) amar, pois, a verdade e a paz”, Zc.8.19;
            Podemos escolher dias para “[...] jejuar [...]”, Mc.2.18 ou, “jejuar duas vezes por semana [...]”, Lc.18.12.
            1.2 – Ocasião.
            Na Bíblia, o jejum é observado sempre em ocasiões:
            Juízo de Deus – Cada um tem o dever de “promulgar um santo jejum, convocar uma assembleia solene, congregar os anciãos, todos os moradores desta terra (a minha casa), para a Casa do SENHOR, nosso Deus e clamar ao SENHOR”, Jl.1.14.
            O motivo dessa convocação é para que eu e você se “[...] converta (ao) SENHOR de todo o nosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto”, Jl.2.12.
            Calamidade pública – “Prantear, chorar e jejuar [...] por [...] (alguém que você ama) e pelo povo do SENHOR, e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada”, 2Sm.1.12.
            Aflições da igreja – Estamos em meio a essa aflição, pois nos foi “[...] tirado o noivo [...] (por isso devemos) jejuar”, Lc.5.35.
            Aflições pessoais e alheias – Oro e faço jejum por outros. “Quanto a mim, porém, estando eles enfermos, as minhas vestes eram pano de saco; eu afligia a minha alma com jejum e em oração me reclinava sobre o peito”, Sl.35.13;
            Dario intercede por Daniel quando lançado na cova dos leões. “Então, o rei se dirigiu para o seu palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música, e fugiu dele o sono”, Dn.6.18;
            O rei “Davi buscou a Deus pela criança; jejuou Davi e, vindo, passou a noite prostrado em terra”, 2Sm.12.16.
            Eleição e ordenação de ministros – “Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram”, At.13.3; Barnabé e Saulo;
            O jejum também é necessário quando se “[...] promove, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendam ao Senhor em quem havia crido”, At.14.23;
            Tentação espiritual – Ao sermos “[...] levados pelo Espírito ao deserto, para sermos tentados pelo diabo [...] (devemos) jejuar [...]”, Mt.4.1,2.        
            1.3 – Acompanhamento.
            Na Bíblia, o jejum é sempre acompanhado por:
            Orações – Isto acontece quando algumas “[...] castas (tipo de espírito) não se expelem senão por meio de oração e jejum”, Mt.17.21.
            Confissão de pecados – Precisamos “[...] derramar (o nosso coração) perante o SENHOR; jejuar aquele dia e dizer: Pecamos contra o SENHOR [...]”, 1Sm.7.6;
            Sabemos que “não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque”, Ec.7.20, então, temos que nos “[...] ajuntar [...] com jejum [...] e fazer confissão dos nossos pecados e das iniquidades (não reconhece o direito de cada um) de nossos pais”, Ne.9.1,2.
            Serviço – Quando “[...] servimos [...] ao Senhor e jejuamos, diz o Espírito Santo: Separei-me, agora [...] (este servo) para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despedem”, At.13.2,3;
            Qualquer um que tenha “[...] oitenta e quatro anos [...] (não precisa) deixar o templo, mas adora noite e dia em jejuns e orações”, Lc.2.37.
            Humilhação e lamento – Esta atitude deve acontecer “[...] por causa de todo [...] pecado que havemos cometido, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira [...] (então, devemos nos) prostrar [...] perante o SENHOR [...] não comer pão e não beber água [...]”, Dt.9.18;
            Devemos nos humilhar perante o Senhor “[...] com jejum [...]”, Ne.9.1;
            Essa atitude deve existir em nosso coração porque precisamos de “[...] nos converter (ao) SENHOR de todo o nosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto”, Jl.2.12.
2 – O jejum hoje.
            É o jejum uma prática obrigatória para os cristãos? Não.
            No Antigo Testamento o jejum era obrigatório no dia da expiação dos pecados do povo.
            Nesse “[...] Dia da Expiação (humilhação e perdão dos pecados nacionais); tinha santa (todos obrigados a comparecer) convocação e (cada um devia) afligir (jejuar) a [...] alma [...]”, Lv.23.27.
            No dia da expiação (perdão) cada servo de Deus necessita “[...] jejuar [...] soltando as ligaduras da impiedade, desfazer as ataduras da servidão, deixar livre os oprimidos [...]”, Is.58.6.
            Como não existe mais o dia da expiação, o jejum deixa de ser uma prática obrigatória pelo motivo de Jesus “ter cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”, Cl.2.14.
            Não sendo obrigatório, não quer dizer que o jejum não seja necessário e importante.
            Jesus aprova o jejum ao falar: “Quando jejuardes, não vos mostreis constristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade Jesus diz que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”, Mt.6.16-18.
            As palavras de Jesus não constituem uma ordem, mas instruções sobre o exercício apropriado de uma prática comum do seu tempo.
            O cristão ao jejuar, não deve fazê-lo com ostentação ou como exibição de espiritualidade.
            As expressões “quando jejuares [...] (e) tu porém, quando jejuares [...]”, Mt.6.16,17 reforçam a ideia de que Jesus via o jejum como uma prática devocional do cristão, tal como, a oferta e a oração.
            Ora, se somos “[...] imitadores [...] do Senhor Jesus [...]”, 1Ts.1.6, devemos imitá-lo também no “[...] jejum (que Ele fez durante) quarenta dias e quarenta noites [...]”, Mt.4.2.
            Gordon Cove: “[...] Jejum significa que você chegou a um lugar de desespero espiritual. Significa que está determinado agora a colocar Deus em primeiro lugar a qualquer custo. Há momentos quando devemos virar as costas a tudo no mundo, até mesmo à nossa alimentação (sólido e líquido, o que nossos olhos veem e as nossas mãos fazem) Deus está antes de tudo [...]”.
            O nosso jejum deve ser para Deus e não como os Judeus “[...] quando jejuavam e pranteavam (não o faziam) para Deus [...]”, Zc.7.5.
            R. Foster: “O jejum pode ser mal praticado [...]” como “o fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo (orgulho), desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana [...]”, Lc.18.11,12.
            O jejum não pode ser uma prática “[...] como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético (negar-se a si mesmo, impondo um tratamento severo ao corpo, a fim de aperfeiçoar-se moral e espiritualmente)”, Cl.2.23.
            Jejum é colocar Deus em primeiro lugar “[...] fazendo a Sua vontade [...]”, Jo.4.34.
            Pode acontecer de alguns “[...] discípulos [...] jejuarem [...] (outros) muitas vezes [...] (e ainda outros) não jejuarem”, Mt.9.14, isto não quer dizer que um é mais crente que o outro.
            O jejum não mede a espiritualidade do servo de Deus, mas a necessidade de crescimento espiritual.
            É possível um espírito triste acompanhar o ato de “[...] jejuar [...] (por estar) triste (quando) o noivo (Jesus) lhes (for) tirado [...]”, Mt.9.15.
3 – Quando devemos jejuar.
            Deus nos orienta a “promulgar (anunciar) um santo jejum, convocar uma assembleia solene, congregar os anciãos, todos os moradores desta terra, para a Casa do SENHOR, nosso Deus e clamar ao SENHOR”, Jl.1.14.
            A ordem de Deus é que sejamos “[...] convertidos a Deus de todo o nosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto”, Jl.2.12.
            Se desejamos crescer espiritualmente, precisamos “então, apregoar (proclama) [...] um jejum [...] para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que é nosso. Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atende”, Ed.9.21,23.
Conclusão:     O jejum não é uma prática obrigatória para o cristão.
            O fato do jejum não ser obrigatório, não nega a sua importância.
            O cristão pode ou não praticar o jejum. Ao praticá-lo, deve fazê-lo como expressão de humildade e sem ostentação.
            Ore e jejue com o objetivo de “buscar, pois, em primeiro lugar, o reino (de) Deus e a sua justiça [...]”, Mt.6.33.
            A decisão de jejuar é pessoal e está ligada à necessidade do coração.


Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana da Revista da E.D. Dieta Espiritual - Rev. Arival Dias Casimiro – Revista Educação Cristã – Vol 39 – Z3 Editora

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