O SEXO CRIADO POR DEUS – Propósitos da relação sexual no casamento, Gn.2.22-24.
Introd.: Que
conceito (noção) você tem sobre o sexo?
Para
a pessoa não cristã, as respostas sobre a imagem do sexo pode ser distorcida,
negativa, pervertida e, amoral.
Algumas
pessoas que professam ser cristãs também tem uma imagem negativa do sexo.
Muitos
evitam falar a respeito do sexo e, quando falam, parece que predomina um olhar
pejorativo, e o sexo é considerado um ato isolado e que não faz parte de nossa
devoção a Deus.
A
Palavra de Deus revela que o sexo é [...]
1 – Prazeroso e tem continuidade.
A
visão reformada tenta resgatar o ensino bíblico, de que, o sexo foi criado por
Deus.
A
– Uma série de equívocos.
Para
o mundo, o sexo deve ter sido criado pelo próprio homem ou pelo diabo, pois o
prazer intenso que ele produz não pode ser obra de Deus.
Na
época da pré-reforma, com a visão dualista (filosofia grega – o gnosticismo
penetrou na Igreja Primitiva – admite a existência de um princípio eterno do
mal – sustenta que no homem o espírito representa o princípio do bem, e o
corpo, o do mal – o único meio de escapar do pecado consiste em livrar-se do
corpo – Teologia Sistemática – Louis Berkhof – 230), ensinava que as pessoas, para
se tornarem santas, não poderiam ter prazer ‘na carne’, que, para eles tinha
conotação erótica, por isso elas deveriam se abster de toda e qualquer forma de
prazer, para evitar o pecado.
Teólogos
católicos da Baixa Idade Média (1.000-1.400 d.C) ensinavam que o celibato era
obrigatório e, com o objetivo de viver uma vida mais próxima a Deus, eles se
afastavam de
todos os prazeres, principalmente
o do relacionamento, ainda que conjugal, com uma mulher.
Monges
se envolviam uns com os outros e, infelizmente, a pedofilia acabou se tornando
uma das marcas do episcopado católico-romano.
Para
o povo a visão sobre o sexo foi transmitida de um modo defeituoso; o sexo devia
ser praticado com fins reprodutivos, para procriação.
Sentir
o prazer do sexo, como diz a teologia romana, é pecado.
A
ideia de que sexo dentro do casamento é pecado permanece até hoje.
B
– O ensino bíblico sobre sexo.
Para
o cristão reformado, o sexo foi criado por “[...]
Deus [...] (para a procriação) serem fecundos, multiplicar, encher a terra
[...]”, Gn.1.28, mas sempre como um ato de prazer. Isso significa que
não existe distinção entre procriação e prazer.
“[...] Deus [...] (criou) homem (e mulher)
auxiliadora [...]”, Gn.2.18 para o prazer do outro e de cada um.
Através
do sexo, “[...] o homem [...] se uni à
sua mulher [...]”, Gn.2.24 é a maneira mais profunda e pessoal que o ser
humano tem de interação.
Quando
“[...] o homem [...] e a sua mulher se unem,
os dois se tornam uma só carne”, Gn.2.24.
Cântico
dos Cânticos é um bálsamo em meio a tanta leitura agressiva sobre o sexo.
A
tendência do mundo é banalizar a sexualidade. Ela foi transformada em ídolo, ou
apenas um prazer vazio e sem significado.
Salomão,
através do livro de Cântico dos Cânticos, nos faz conhecer o amor entre um “[...]
homem [...] (e
uma)
mulher [...]”, Gn.2.22, um marido e sua esposa; os quais se entregam um
ao outro expressando desejo, carinho, afeto e compromisso.
A
linguagem entre casais deve ser a ensinada na Bíblia quando a mulher declara: “O meu amado é meu, e eu sou dele; ele
apascenta o seu rebanho entre os lírios”, Ct.2.16.
A
linguagem poética é que, a mulher pode tecer convites a seu esposo: “[...] Ah! Venha o meu amado para o seu jardim
e coma os seus frutos excelentes!”, Ct.5.16.
A
esposa pode elogiar “[...] o seu esposo
(para as) filhas de Jerusalém (dizendo que) o seu falar (beijo) é muitíssimo
doce; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o seu amado [...]”,
Ct.5.16.
Salomão
desfaz a ideia de que o homem não pode fazer elogios à sua esposa.
Ao
escrever, provavelmente o que aconteceu em seus relacionamentos, o rei de
Israel fala para a sua esposa em forma elogiosa: “Os teus lábios, noiva minha, destilam mel (ao beijá-la). Mel e
leite se acham debaixo da sua língua, e a fragrância (perfume) dos seus
vestidos é como a do Líbano (floresta, corte madeira)”, Ct.4.11.
A
linguagem é erótica quando fala sobre “os
seus dois seios (que) são como duas crias, gêmeas de uma gazela, que se
apascentam entre os lírios”, Ct.4.5, é propícia para fazer calar a boca
de muitos homens que denigrem, menosprezam e colocam defeitos em suas esposas.
Essa
linguagem bíblica não é vulgar como encontramos no meio incrédulo.
A
linguagem de Salomão é Palavra de “[...]
Escritura [...] inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correção, para a educação na justiça”, 2Tm.3.16.
A
partir desse registro de Salomão, vemos que “[...]
Deus [...] abençoou (o sexo não apenas para) [...] fecundar, multiplicar, encher
a terra (mas também para o prazer humano) [...]”, Gn.1.28.
O
sexo criado por Deus exige [...]
2 – Cumplicidade e doação.
Cumplicidade
é a coparticipação com outro.
Logo
após a criação do homem, Adão reconheceu a cumplicidade de sua esposa ao “[...] dizer: Esta, afinal, é osso dos meus
ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”,
Gn.2.23 e, após, Adão se doou “[...] se
unindo à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”, Gn.2.24.
Esses
aspectos na vida do casal não são evidentes ou reconhecidos, mas procedem do
ensino das Escrituras.
Eles
são motivos para melhorar o relacionamento conjugal (se você já é casado) ou
colocá-lo em prática quando se casar (se ainda é solteiro).
A
– Sexo é união.
O
sexo e uma união não apenas física, mas também espiritual.
O
ato sexual entre um homem e uma mulher é a maior demonstração de vida em comum
em um relacionamento.
Não é
sem propósito que o envolvimento entre um homem e uma mulher casados, nas
Escrituras, é referido como “[...] tornar-se os dois uma
só carne”, Gn.2.24.
O
“[...] tornar-se os dois uma só carne”,
Gn.2.24 é uma alusão às primeiras palavras de Adão quando ele “[...]
disse [...]: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne;
chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”, Gn.2.23.
O
que se quer dizer é que o matrimônio revela intimidade e proximidade entre
marido e mulher.
O
relacionamento matrimonial deve e precisa ser direcionado em submissão à
vontade e glória de Deus.
Paulo
fala que é preferível, “[...] por causa
da angustiosa situação presente, ser bom para o homem permanecer assim como
está (solteiro)”, 1Co.7.26.
Os
solteiros, conforme Paulo, “[...] estão
livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como
agradar ao Senhor”, 1Co.7.32.
“Mas o que se casou cuida das coisas do mundo,
de como agradar à esposa (cumplicidade e doação) [...] e assim está dividido
(entre fazer a vontade de Deus ou agradar o cônjuge)”, 1Co.7.33, 34.
E
“[...] também a mulher, tanto a viúva
como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como
no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas do mundo, de como
agradar ao marido (vida em conjunto, que é vivida para o cônjuge)”,
1Co.7.34.
O
sexo representa na vida do casal o ápice dessa união de vida: sentimentos,
propósitos, planos, carreiras, e tudo o mais que a vida de casado demanda.
B – Sexo
é serviço.
Outro
importante aspecto do sexo dentro do casamento é que ele ajuda a servir o
cônjuge e expressa nossa obediência a Deus e nosso amor ao próximo.
Para
o apóstolo Paulo, quando ele fala a respeito do casamento, ele indica que a
mulher reconhecendo o papel de liderança do marido e o marido que serve a
esposa, ambos estão “sujeitando um ao
outro no temor de Cristo”, Ef.5.21.
Cumprimos
os nossos deveres matrimoniais, e dentre eles, está a prática sexual e nessa
prática, “sujeitamos um ao outro no
temor de Cristo”, Ef.5.21.
Infelizmente,
muitos associam o sexo à impiedade ou à imoralidade.
“O marido (serve) concede à esposa o que lhe é
devido, e também, semelhantemente (serve), a esposa, ao seu marido”,
1Co.7.3.
Isso
pode surpreender alguns, mas o meio de servir ao cônjuge é levar uma vida
sexual ativa e dinâmica.
Como
cristãos não podemos deixar de servir nossos cônjuges em uma área tão
importante.
Muitos
casamentos têm afundado porque a prática sexual é distorcida.
Não
tem nada a ver com procedimentos que ferem a santidade do casamento, e sim
sobre a constância, entrega e recebimento de prazer, diálogo sobre o assunto.
O
recado de Jesus é que eu e você aceitemos o “novo
mandamento (que Jesus) nos dá: que nos amemos uns aos outros; assim como Ele nos
amou, que também [...] amemos uns aos outros (dentro do casamento)”,
Jo.13.34.
Conclusão: Um dos ensinos do catolicismo é que, na
prática diária dos casais, Deus não tem nada a ver com o sexo.
Sabemos
que Deus criou o sexo justamente para servirmos a pessoa mais próxima de nós
nesta vida; o cônjuge.
Aplicação: Para aquele que é casado, aproveite e
glorifique o Senhor na vida íntima.
O solteiro,
deve se guardar para o casamento, e comprovar, na sua vida, que “[...]
a vontade de Deus (é) boa, agradável e perfeita [...]”, Rm.12.2.Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Nossa fé – Casais da Bíblia – CCC – Rev. André Scordamaglio.
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