SOFRIMENTO
Rm.8.18-25
Introd.: A
Bíblia fala que “muito sofrimento terá de
curtir o ímpio [...]”, Sl.32.10.
Sofrimento
não é privilégio dos ímpios.
O
sofrimento está tanto para o incrédulo quanto para o crédulo.
Para
o rico e o pobre, o negro e o branco, o índio e o mulato.
O
sofrimento está para todos e toda a criação; ninguém escapa.
Nar.: Para o apóstolo
dos gentios a espera é ativa e dolorosa.
Ele
percebe o sofrimento da humanidade, coisa experimentada em sua própria pele.
Mas
a recompensa era a esperança de dias melhores.
Propos.: No
sofrimento há o glorioso livramento futuro.
Trans.:
Mesmo assim [...]
1 – Sofre a humanidade.
Embora
possuindo “[...] as primícias do Espírito
[...]” e as suas bênçãos, “[...]
gememos em nosso íntimo [...]”, Rm.8.23.
No
grego a palavra ‘gemido’ traz a ideia de “lamentar”.
A
humanidade lamenta por três razões:
1
– Por viver num mundo pecaminoso que entristece o nosso espírito, continua
experimentando a imperfeição, a dor e a tristeza;
2
– Geme por suspirar por sua redenção total e pela plenitude do Espírito Santo
que é outorgado na ressurreição;
3
- Geme pela glória a ser revelada e pelos privilégios da plena filiação
celestial.
Esse
gemer é a aspiração por sermos revestidos da nossa habitação celestial.
Eis
o motivo “[...] da criação aguardar a
revelação dos filhos de Deus”, Rm.8.19.
“A ardente expectativa da criação [...]”, Rm.8.19
espera com ansiedade pelo dia em que os filhos de Deus serão manifestados em
glória.
É
como diz Paulo: “E não somente (a
criação), mas também nós [...] aguardamos a adoção de filhos [...]”, Rm.8.23.
O
sofrimento da humanidade é leve, temporário, comparado com a suprema e eterna
glória.
O
sofrimento do momento – enfermidade, dor, calamidade, decepções, pobreza,
maus-tratos, tristeza, perseguição, deve ser considerado insignificante, “porque para mim tenho por certo que os sofrimentos
do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”,
Rm.8.18.
Não
significa que a glória é uma recompensa para o sofrimento, pois nada “[...] poderá separar-nos do amor de Deus, que está
em Cristo Jesus, nosso Senhor”, Rm.8.39.
O
sofrimento jamais irá abater o servo do Senhor, pois “[...] aguardamos [...] a redenção do nosso corpo”, Rm.8.23.
Eu
e você sofremos, mas também [...]
2 – Sofre a criação.
Paulo
mostra que não é somente a humanidade que sofre, mas também toda a criação
natural “[...] geme e suporta angústias até
agora”, Rm.8.22 por uma ordem melhor de existência.
A
criação lamenta o sofrimento.
A
criação inteira geme pedindo a Deus o dia da completa redenção.
É
como as dores e gemidos do parto, a qual anseia pela alegria que se segue.
A
natureza sofre porque se tornou sujeita ao sofrimento e às catástrofes físicas
“[...] por causa daquele (Deus) que a
sujeitou”, Rm.8.20.
Adão
levou a velha criação à ruína, da qual ele era o senhor e cabeça.
Sobre
a natureza “viu Deus tudo quanto fizera, e
eis que era muito bom”, Gn.1.31 e essa natureza ficou sujeita à vaidade
e frustração quando o pecado entrou no mundo.
Assim
como o homem, “a criação está sujeita à
vaidade, não voluntariamente [...]”, ou seja, sujeita à queda, determinado
por Deus, Rm.8.20.
A
criação foi escravizada, mas em Deus existe “esperança
de que [...] (ela) será redimida do cativeiro da corrupção [...]”, Rm.8.21.
A
criação recebeu a maldição da futilidade, todavia não sem esperança de
livramento, ela irá participar da “[...] liberdade
da glória dos filhos de Deus”, Rm.8.21.
Essa
criação torce e anseia pela mesma consumação dos filhos de Deus.
Eis
o motivo de Deus ter determinado que haverá novo céu e nova terra, nos quais,
habita justiça.
Em
meio a tanto sofrimento da humanidade e da criação ainda existe [...]
3 – Esperança.
A
espera é ativa e dolorosa.
Caso
o nosso objetivo por que ansiamos já se houvesse alcançado, a esperança já
teria deixado de existir.
Paulo
entende que a vida cristã envolve uma paciente espera.
Ele
diz que a nossa salvação apenas começou “porque,
na esperança, fomos salvos [...]”, Rm.8.24.
Num
certo sentido não há necessidade de falar de esperança quando já existe posse.
Temos
o Espírito Santo como se fora uma primeira prestação, mas só chegará à
consumação quando formos ressuscitados.
Paulo
fala que a “[...] esperança que se vê não é
esperança; pois o que alguém vê, como o espera?”, Rm.8.24.
Paulo
necessita da paciência como a graça necessária de Deus em sua vida.
A
paciência serve para conservar essa esperança, porque “[...] com paciência aguardamos”, Rm.8.25 novo céu e nova terra.
Só
é possível para aqueles que têm o Espírito de Deus, e quem tem o Espírito apresenta
perseverança em meio aos obstáculos e sofrimentos neste mundo.
A
perseverança é necessária por três motivos:
1
– Fomos salvos;
2
– O bem esperado não vemos, está ausente aos olhos visíveis;
3
– Existe certa demora, mas “[...] com
paciência o aguardamos”, Rm.8.25.
Ainda não
vemos a salvação concretizada, mas vemos através dos olhos da esperança.
Sofro [...]
Conclusão: Mas
sofro feliz.
Isto
não quer dizer que através do sofrimento irei herdar a vida eterna.
Não
é devido o sofrimento que serei mais aperfeiçoado ou santificado.
Ou
que, através do sofrimento, Deus se compadecerá de mim e me transportará para a
glória celestial.
Quando
sofro, não olho para o sofrimento, mas olho para a glória futura.
Quando
sofro, vejo que a glória futura sobrepuja em muito a aflição do presente.
Farei
o máximo possível para que a obra perfeita de Deus não sofra mais do que está
sofrendo – eu trabalharei com o fim de tornar este universo abençoado.
Sim,
a esperança, não só a minha, mas de toda a criação será de um novo céu e uma
nova terra, e, então poderemos dizer: “porque
sabemos que toda a criação, a um só tempo [...] espera o que não vemos [...]”,
Rm.8.22,25.
Rev.
Salvador P. Santana
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