sábado, 13 de julho de 2013

QUIETUDE

QUIETUDE
            “Conheci um diácono que atrapalhava os cultos. Ele circulava no salão, atarefado, carregando uma criança perdida, levando um recado ou um alerta de farol ligado no estacionamento. Fazia tudo com seriedade e zelo, talvez em demasia [...] Certa senhora não parecia ter grandes problemas financeiros nem familiares. Era bem de vida e com os filhos já criados. O mal dela era o cansaço. Ela olhava com uma expressão que parecia querer dizer: ‘Ufa, veja como estou cansada, mas estou firme’” – Rubem Amorese – Consultor legislativo no Senado Federal – Presbítero na IPB Planalto – DF, Revista Ultimato, pg. 66 – Nov/Dez/05.
            É tão verdade que a quietude não faz parte da vida do ser humano que Jesus disse certa vez aos seus discípulos inquietos: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6.34). É um corre e corre tremendo. No caso dos diáconos que correm atrás dos filhos dos outros, é preciso desculpar, mais parece gato e rato brincando de esconde-esconde. Exatamente isso, quando as crianças percebem que você está correndo atrás delas; o que será que passa pela mente dessas crianças? – Ele está querendo brincar comigo. Então, corre mais ainda entre os bancos e ouvindo todos gargalharem, sim, pois um simples sorriso que você dá, para elas que têm os ouvidos tão afinados, é como se fossem gargalhadas, elas entendem que você está simplesmente brincando.
            Quando não só o diácono, mas toda a igreja parar de correr atrás dos filhos dos outros, de dar risadas, as crianças irão perceber que não tem graça nenhuma correr nos corredores da igreja. Deixe o pai, a mãe da criança segurá-la no colo, pois essa é a obrigação deles. Quietude é a melhor coisa que pode acontecer dentro do recinto de culto, do lar e do trabalho. Quieto! Esse é o ensino dos livros históricos para “[...] não temer; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará [...]” (Ex 14.13). Do profeta, “[...] aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração [...]” (Is 7.4) e também do salmista que diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus [...]” (Sl 46.10).
            Lembrete: o diácono representa aquele que trabalha em prol da assistência social na Igreja e na sociedade, portanto, aquiete-se, porque você não dará conta de resolver todas as questões dos “[...] pobres que clamam e também o órfão que não tem quem o socorra” (Jó 29.12). Ei! Você é humano e não Deus. Lute com todas as forças para manter um culto em ordem e decência.
            Um recado a todos os diáconos: a formiga é diligente, ela “corta a folha e carrega, quando uma cansa a outra pega. Deus não quer preguiçoso em sua obra”. Conforme Amorese, o diácono precisa trabalhar diligente na casa do Senhor. Ele deve trabalhar em todas as sociedades, na área da música, da oração, da visitação, do aconselhamento, da pregação, do estudo da Palavra e, o mais importante, ele deve fazer o serviço de diácono “[...] não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1Pe 5.2,3).
            É a partir desse trabalho diligente que virá a quietude sobre os diáconos e sobre o rebanho a ele confiado para trabalhar. Diácono, você não dará conta de mudar todas as coisas tentando fazer isso ou aquilo no culto público a fim de persuadir as pessoas a agirem do modo que você deseja. Aquiete-se! Caso as autoridades constituídas por Deus não busquem “viver [...] acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo [...] firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica” (Fp 1.27) é certo que aquela senhora, a igreja, que parecia sem problemas, sempre andará cansada, aborrecida, desanimada para tudo quanto Deus determinar que ela faça, portanto, aquiete-se.
            Desejamos as muitas bênçãos de Deus sobre a vida de cada diácono.
Rev. Salvador P. Santana

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