A BELEZA DA INTIMIDADE
SEXUAL – Extensão e limites da relação no casamento, 1Co.7.5.
Introd.: A relação sexual gera dúvidas em
qualquer fase de um relacionamento.
Antes
do casamento, os problemas são como nos livrarmos das tentações e nos mantermos
firmes nos propósitos de nos santificar.
Após
o casamento, as indagações são outras.
Não
é porque a relação sexual é permitida que tudo se torna simples.
A
sexualidade de um casal pode ser um grande problema, e é necessário definir a
extensão e os limites dessa relação.
Há
princípios bíblicos práticos para a relação sexual no casamento, que é o
ambiente adequado de consumação dos planos de Deus para a união de um homem e
uma mulher, e que gera bênçãos na comunhão do casal.
A
beleza da intimidade sexual fala sobre [...]
1 – Fartura ou escassez?
Nem
todos foram feitos para o casamento e para a relação sexual.
Sobre
o casamento “Jesus, [...] respondeu (aos)
discípulos: Nem todos são aptos para receber (o casamento) [...] mas apenas
aqueles a quem é dado. Porque há eunucos (castrados) de nascença; há outros a
quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos,
por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita”,
Mt.19.11, 12.
As
formas de nossos corpos, as regiões erógenas (sensíveis a carícias), o fato de
que nos reproduzimos por meio dessa relação, tudo isso aponta a vontade de Deus
de que homem e mulher se relacionem sexualmente.
Há
um modo correto para a área sexual.
Não
é só uma questão de não adiantar as coisas antes do casamento, mas também de
mantê-las na linha durante o casamento.
Deve
ocorrer dentro do casamento a união física entre um homem e uma mulher, daí, “[...] já não são mais dois, porém uma só
carne [...]”, Mt.19.6.
A
primeira regra dentro do casamento é que a relação sexual não pode faltar.
A
sociedade fala em casamento que “não se consumou”, quando não ocorre entre
marido e mulher essa união física.
Há,
contudo, duas questões a serem levantadas: A exposição ao pecado e a manutenção
do casamento.
Paulo
reconhece a importância do sexo no casamento ao dizer que nem o homem e nem a
mulher “não (tem o direito de se) privar
um ao outro [...]”, 1Co.7.5.
Isso
quer dizer que todos têm desejos sexuais legítimos pelo sexo oposto.
É
impróprio “[...] priveis um ao outro
(sem motivo justo) [...]”, 1Co.7.5.
Tal
“[...] privação (seria uma exposição
desnecessária a ponto de dar oportunidade) [...] para que Satanás [...] tente (o
homem e a mulher) por causa da incontinência (lascívia, conduta vergonhosa,
falta de domínio próprio)”, 1Co.7.5.
O único
motivo dado como orientação é aquele “[...]
salvo (a menos que, exceto) talvez por mútuo consentimento (acordado,
conciliado, pactuado entre os dois) [...]”, 1Co.7.5.
E
esse “[...] privar [...] (é) por algum
tempo, (sendo a razão principal) para (se) [...] dedicar à oração [...]”,
1Co.7.5.
Após
um tempo de “[...] oração e, novamente,
(o casal deve se) [...] ajuntar [...]”, 1Co.7.5.
Como
o casamento é o lugar propício para a relação sexual, então, na falta dele, “[...] Satanás [...] (pode) nos tentar [...]”,
1Co.7.5.
A
manutenção do casamento fala sobre “[...]
as raposinhas, que devastam (penhoram, corrompem, destroem) os vinhedos [...]”,
Ct.2.15.
Neste
texto Salomão fala sobre o desejo, a satisfação de um casal.
A
demonstração de amor é apresentada por contatos físicos e de carinho, cujas
práticas contínuas no relacionamento do casal, são o caminho para afastar as “[...] raposas [...] que devastam os vinhedos
[...]”, Ct.2.15.
O
relacionamento sexual, como prática comum da vida do casal, é uma bênção de
Deus para a satisfação do casal, a fim de que o interesse sexual se mantenha em
seu devido lugar.
Na beleza da intimidade
sexual tem [...]
2 – Moeda de troca?
A relação entre um “[...] homem [...] e [...] (uma)
mulher [...] se unindo (sexualmente, para Deus) [...] tornam-se os dois uma só
carne [...]”, Mt.19.5.
Eis
o motivo de Jesus falar sobre o não “[...] repudiar sua mulher, (a) não ser por causa de relações sexuais
ilícitas [...]”, Mt.19.9.
O casamento não pode ser conduzido
em meio a disputas de poder e nem pode ser baseado em uma constante troca de
favores: “Você faz o que quero e eu faço o que você quer”.
Como “[...] o nosso corpo é santuário do Espírito Santo
[...]”, 1Co.6.19, o nosso corpo deve ser
instrumento de santidade para ser utilizado com a mesma disposição de amor e
dedicação.
O exemplo maior que temos é o de “[...] Cristo (que) amou a igreja
e a si mesmo se entregou por ela”, Ef.5.25.
A relação do homem com a sua mulher
deve ser como a de “[...]
Cristo (que se) entregou (em favor da) igreja [...]”, Ef.5.25.
O cônjuge não deve considerar apenas
seu bem-estar, mas deve pensar nas necessidades e agir para o bem-estar do
outro.
Conforme
o texto básico, nem o homem e nem a mulher pode se “[...] privar um ao outro [...] para que Satanás não vos tente
por causa da incontinência (lascívia – conduta vergonhosa, imoralidade sexual)”,
1Co.7.5.
Paulo, falando aos Efésios, declara
que, na relação entre marido e mulher os dois devem se “sujeitar um ao outro no temor (medo,
respeito, reverência) de Cristo”, Ef.5.21.
Então, sexo, cuidado, amor, carinho
e proteção se constituem modos e sujeição que um ser humano pratica em relação
a seu cônjuge.
Se pensarmos bem, iremos fazer igual
a Jesus que “[...] deu
a sua vida para [...] reassumir (a nossa)”,
Jo.10.17 e desse modo os cônjuges precisam agir.
Usar
o sexo como um prêmio pelas boas ações, ou como punição pelos erros, é
desvalorizar o próprio corpo.
Cristo utilizou o corpo como meio de
graça, perdão, vida, muitas pessoas o utilizam como meio de vingança, ira e
condenação.
A entrega deve significar amor e não
troca.
O movimento feminista prega que a
mulher deve ter poder sobre o próprio corpo – aborto.
O cristianismo fala que o corpo deve
ser um instrumento de bênção, intimidade, entrega, misericórdia a ponto em que,
“[...] Cristo cresça e que eu
diminua”, Jo.3.30.
O marido ou a esposa não podem
passar o dia humilhando, magoando o outro e depois querer que o parceiro sinta
desejo e se entregue.
Uma ferida precisa ser tratada. O
perdão deve ser trabalhado. Deve haver sujeição da humilhante confissão do erro
e pedido de perdão, não como moeda de troca pelo sexo, mas para vivenciar o
amor, a entrega e a sujeição mútua.
Devemos lembrar que somos fracos e
temos muito a caminhar “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do
Filho de Deus, à perfeita varonilidade (distinguir um homem de um garoto), à
medida da estatura da plenitude de Cristo”,
Ef.4.13.
Na beleza da intimidade
sexual devemos discutir sobre [...]
3 – As fantasias.
Imaginação
é uma qualidade muito valorizada.
Criar
uma fantasia pode ser algo não apenas interessante, mas animador, e na área
sexual, ela pode demonstrar interesse na relação e na satisfação do outro.
Fantasias
podem dar vazão a desejos e paixões pecaminosos.
Por causa
do nosso pecado, algo bom pode tornar-se mau.
Devemos
ter cuidado com as fantasias, mas isso não significa que precisamos matar a
imaginação.
Cântico
dos Cânticos é um guia sobre a exclusividade e o romantismo.
As
comparações estranhas desse livro podem parecer até ofensivas para nós, mas,
elas faziam todo o sentido naquela época.
A
valorização do marido e da esposa em Cântico dos Cânticos mostra a
exclusividade.
A
grandeza do prazer demonstrado por ambos dispensa uma terceira pessoa na
relação dos dois.
Muitas
das fantasias em nossa sociedade incluem situações com personagens diferentes,
além dos cônjuges.
A
fantasia deve ser uma forma de externar desejo pelo cônjuge, ela não deve
incluir outra pessoa, mas deve valorizar, reforçar a ligação entre os cônjuges.
Fantasiar
que se é ou que se está com outra pessoa não é romantismo, é fuga e pecado.
Não
é nada romântico querer outra pessoa, ao contrário, essa atitude demonstra que
o cônjuge não é importante, não é único em sua vida, nem mesmo quando você
busca prazer.
As fantasias devem ressaltar o valor
do outro por meio de declarações e ações que enfatizem a ligação emocional e
sexual entre o casal.
Algumas declarações do casal de
Cantares:
“Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó querida
minha”, Ct.1.9.
As éguas egípcias eram muito
enfeitadas e se destacavam em meio aos garanhões, causando admiração e
excitação.
“Eis que és formosa, ó querida minha, eis que és
formosa; os teus olhos são como os das pombas”,
Ct.1.15.
Possível
que seja uma referência à meiguice – afabilidade, ternura, bondade, carícia.
“Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do
Líbano; olha do cimo do Amana, do cimo do Senir e do Hermom, dos covis dos
leões, dos montes dos leopardos”, Ct.4.8.
Líbano, Amana, Senir, Hermom são
lugares altos, pontos de difícil acesso, que deveriam ser vencidos, para se
chegar à pessoa amada.
“Eu sou um muro, e os meus seios, como as suas
torres; sendo eu assim, fui tida por digna da confiança do meu amado”, Ct.8.10. Referência
tanto à integridade moral da jovem como a sua maturidade sexual, que mostra-se
reservada a seu amado.
Essas figuras e fantasias estão
ligadas a imagens que enaltecem o relacionamento do casal.
Não há espaço para terceiros ou
objetos de Sex Shop.
O foco é a troca de prazer, o amor e
atenção de um em relação ao outro.
Esse é o romantismo ensinado como
uma forma de relação que revela o amor de Cristo por sua igreja.
Na beleza da intimidade
sexual [...]
4 – Nada além das quatro paredes.
Dentro das quatro paredes o casal
deve erguer esse padrão bíblico: Amor, abnegação (dedicação sacrificial),
satisfação e respeito.
A – Amor.
O
amor é a primeira parede de qualquer relacionamento.
Amor
nos leva a ter interesse no bem-estar do próximo.
Na
conversa entre Deus e Abraão, quando da destruição de Sodoma e Gomorra, Deus
demonstrou amor “[...] se [...] achasse
em Sodoma cinquenta [...] quarenta e cinco [...] quarenta [...] trinta [...]
vinte [...] dez [...] justos dentro da cidade, Deus pouparia a cidade toda por
amor deles”, Gn.18.26, 28-32.
O
amor é a inclinação em favor do outro.
Posso
até “[...] falar as línguas dos homens
e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze (gongo) que soa ou como o
címbalo (prato) que retine (som alto)”, 1Co.13.1.
“[...] Tenho o dom de profetizar e conheço
todos os mistérios e toda a ciência [...] tenho tamanha fé, a ponto de
transportar montes, se não tiver amor, nada serei”, 1Co.13.2.
É
possível até “[...] eu distribuir todos
os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser
queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”, 1Co.13.3.
Então,
entre o casal, entre quatro paredes, “o
amor é paciente (diante dos infortúnios, aborrecimentos), é benigno (gentil com
o outro); o amor não arde em ciúmes (ódio, raiva), não se ufana (gabar, exibir),
não se ensoberbece (tornar arrogante)”, 1Co.13.4.
Tendo
amor, “tudo sofre [...] tudo espera,
tudo suporta”, 1Co.13.7.
O
cônjuge agindo dessa forma, verá que “o
amor jamais acaba [...]”, 1Co.13.8.
Dentro
do ambiente seguro haverá [...]
B – Abnegação
(dedicação sacrificial).
Abnegação
é a marca do amor verdadeiro da igreja de Cristo.
Paulo “recordou (que na igreja de Tessalônica havia)
[...] abnegação (dedicação no) [...] amor (de uns para com os outros) [...]”,
1Ts.1.3.
No
relacionamento conjugal ambos devem se entregar, abrindo mão de si mesmo pelo
bem do outro, se sacrificando.
Por
esse motivo, “temos (que ter) [...] o
mesmo sentimento (modo de entender, sentir, agir em favor do outro) que houve
também em Cristo Jesus”, Fp.2.5.
Na
intimidade sexual é preciso ter [...]
C – Satisfação.
A
satisfação de quem ama é a satisfação da pessoa amada.
O
bem-estar da pessoa amada é a nossa satisfação.
Na
intimidade sexual deve haver [...]
D – Respeito.
Em tempos
em que falamos sobre apimentar o relacionamento, devemos lembrar que a Palavra
de Deus preza a honra do corpo.
Deve
ficar de fora das quatro paredes o sexo anal, oral e swing pelo simples motivo
de “[...] que (devemos) apresentar o nosso
corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto
racional”, Rm.12.1.
A beleza
da intimidade sexual fala que [...]
Conclusão: O sexo é
importante e dever ser praticado dentro dos limites do matrimônio.
Não
deve ser usado como moeda de troca.
Há
uma forma bíblica para o romantismo e, para alcançá-la, o casal deve construir
sua relação a partir de quatro pilares sólidos: Amor, abnegação, satisfação e o
respeito.
Aplicação: Leia
Cantares de Salomão e perceba o romantismo existente nos textos e faça uma
comparação com o romantismo do mundo.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa Fé – A beleza da intimidade
sexual – Extensão e limites da relação no casamento - CCC – Rev. Ricardo Moura
Lopes Coelho.
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