sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

A BELEZA DA INTIMIDADE SEXUAL – Extensão e limites da relação no casamento, 1Co.7.5.



A BELEZA DA INTIMIDADE SEXUAL – Extensão e limites da relação no casamento, 1Co.7.5.
           
Introd.:           A relação sexual gera dúvidas em qualquer fase de um relacionamento.
            Antes do casamento, os problemas são como nos livrarmos das tentações e nos mantermos firmes nos propósitos de nos santificar.
            Após o casamento, as indagações são outras.
            Não é porque a relação sexual é permitida que tudo se torna simples.
            A sexualidade de um casal pode ser um grande problema, e é necessário definir a extensão e os limites dessa relação.
            Há princípios bíblicos práticos para a relação sexual no casamento, que é o ambiente adequado de consumação dos planos de Deus para a união de um homem e uma mulher, e que gera bênçãos na comunhão do casal.
            A beleza da intimidade sexual fala sobre [...]
1 – Fartura ou escassez?
            Nem todos foram feitos para o casamento e para a relação sexual.
            Sobre o casamento “Jesus, [...] respondeu (aos) discípulos: Nem todos são aptos para receber (o casamento) [...] mas apenas aqueles a quem é dado. Porque há eunucos (castrados) de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita”, Mt.19.11, 12.
            As formas de nossos corpos, as regiões erógenas (sensíveis a carícias), o fato de que nos reproduzimos por meio dessa relação, tudo isso aponta a vontade de Deus de que homem e mulher se relacionem sexualmente.
            Há um modo correto para a área sexual.
            Não é só uma questão de não adiantar as coisas antes do casamento, mas também de mantê-las na linha durante o casamento.
            Deve ocorrer dentro do casamento a união física entre um homem e uma mulher, daí, “[...] já não são mais dois, porém uma só carne [...]”, Mt.19.6.
            A primeira regra dentro do casamento é que a relação sexual não pode faltar.
            A sociedade fala em casamento que “não se consumou”, quando não ocorre entre marido e mulher essa união física.
            Há, contudo, duas questões a serem levantadas: A exposição ao pecado e a manutenção do casamento.
            Paulo reconhece a importância do sexo no casamento ao dizer que nem o homem e nem a mulher “não (tem o direito de se) privar um ao outro [...]”, 1Co.7.5.
            Isso quer dizer que todos têm desejos sexuais legítimos pelo sexo oposto.
            É impróprio “[...] priveis um ao outro (sem motivo justo) [...]”, 1Co.7.5.
            Tal “[...] privação (seria uma exposição desnecessária a ponto de dar oportunidade) [...] para que Satanás [...] tente (o homem e a mulher) por causa da incontinência (lascívia, conduta vergonhosa, falta de domínio próprio)”, 1Co.7.5.
            O único motivo dado como orientação é aquele “[...] salvo (a menos que, exceto) talvez por mútuo consentimento (acordado, conciliado, pactuado entre os dois) [...]”, 1Co.7.5.
            E esse “[...] privar [...] (é) por algum tempo, (sendo a razão principal) para (se) [...] dedicar à oração [...]”, 1Co.7.5.
            Após um tempo de “[...] oração e, novamente, (o casal deve se) [...] ajuntar [...]”, 1Co.7.5.
            Como o casamento é o lugar propício para a relação sexual, então, na falta dele, “[...] Satanás [...] (pode) nos tentar [...]”, 1Co.7.5.
            A manutenção do casamento fala sobre “[...] as raposinhas, que devastam (penhoram, corrompem, destroem) os vinhedos [...]”, Ct.2.15.
            Neste texto Salomão fala sobre o desejo, a satisfação de um casal.
            A demonstração de amor é apresentada por contatos físicos e de carinho, cujas práticas contínuas no relacionamento do casal, são o caminho para afastar as “[...] raposas [...] que devastam os vinhedos [...]”, Ct.2.15.
            O relacionamento sexual, como prática comum da vida do casal, é uma bênção de Deus para a satisfação do casal, a fim de que o interesse sexual se mantenha em seu devido lugar.
            Na beleza da intimidade sexual tem [...]
2 – Moeda de troca?
            A relação entre um “[...] homem [...] e [...] (uma) mulher [...] se unindo (sexualmente, para Deus) [...] tornam-se os dois uma só carne [...]”, Mt.19.5.
            Eis o motivo de Jesus falar sobre o não “[...] repudiar sua mulher, (a) não ser por causa de relações sexuais ilícitas [...]”, Mt.19.9.
            O casamento não pode ser conduzido em meio a disputas de poder e nem pode ser baseado em uma constante troca de favores: “Você faz o que quero e eu faço o que você quer”.
            Como “[...] o nosso corpo é santuário do Espírito Santo [...]”, 1Co.6.19, o nosso corpo deve ser instrumento de santidade para ser utilizado com a mesma disposição de amor e dedicação.
            O exemplo maior que temos é o de “[...] Cristo (que) amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”, Ef.5.25.
            A relação do homem com a sua mulher deve ser como a de “[...] Cristo (que se) entregou (em favor da) igreja [...]”, Ef.5.25.
            O cônjuge não deve considerar apenas seu bem-estar, mas deve pensar nas necessidades e agir para o bem-estar do outro.
            Conforme o texto básico, nem o homem e nem a mulher pode se “[...] privar um ao outro [...] para que Satanás não vos tente por causa da incontinência (lascívia – conduta vergonhosa, imoralidade sexual)”, 1Co.7.5.
            Paulo, falando aos Efésios, declara que, na relação entre marido e mulher os dois devem se “sujeitar um ao outro no temor (medo, respeito, reverência) de Cristo”, Ef.5.21.
            Então, sexo, cuidado, amor, carinho e proteção se constituem modos e sujeição que um ser humano pratica em relação a seu cônjuge.
            Se pensarmos bem, iremos fazer igual a Jesus que “[...] deu a sua vida para [...] reassumir (a nossa)”, Jo.10.17 e desse modo os cônjuges precisam agir.
            Usar o sexo como um prêmio pelas boas ações, ou como punição pelos erros, é desvalorizar o próprio corpo.
            Cristo utilizou o corpo como meio de graça, perdão, vida, muitas pessoas o utilizam como meio de vingança, ira e condenação.
            A entrega deve significar amor e não troca.
            O movimento feminista prega que a mulher deve ter poder sobre o próprio corpo – aborto.
            O cristianismo fala que o corpo deve ser um instrumento de bênção, intimidade, entrega, misericórdia a ponto em que, “[...] Cristo cresça e que eu diminua”, Jo.3.30.
            O marido ou a esposa não podem passar o dia humilhando, magoando o outro e depois querer que o parceiro sinta desejo e se entregue.
            Uma ferida precisa ser tratada. O perdão deve ser trabalhado. Deve haver sujeição da humilhante confissão do erro e pedido de perdão, não como moeda de troca pelo sexo, mas para vivenciar o amor, a entrega e a sujeição mútua.
            Devemos lembrar que somos fracos e temos muito a caminhar “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade (distinguir um homem de um garoto), à medida da estatura da plenitude de Cristo”, Ef.4.13.
            Na beleza da intimidade sexual devemos discutir sobre [...]
3 – As fantasias.
            Imaginação é uma qualidade muito valorizada.
            Criar uma fantasia pode ser algo não apenas interessante, mas animador, e na área sexual, ela pode demonstrar interesse na relação e na satisfação do outro.
            Fantasias podem dar vazão a desejos e paixões pecaminosos.
            Por causa do nosso pecado, algo bom pode tornar-se mau.
            Devemos ter cuidado com as fantasias, mas isso não significa que precisamos matar a imaginação.
            Cântico dos Cânticos é um guia sobre a exclusividade e o romantismo.
            As comparações estranhas desse livro podem parecer até ofensivas para nós, mas, elas faziam todo o sentido naquela época.
            A valorização do marido e da esposa em Cântico dos Cânticos mostra a exclusividade.
            A grandeza do prazer demonstrado por ambos dispensa uma terceira pessoa na relação dos dois.
            Muitas das fantasias em nossa sociedade incluem situações com personagens diferentes, além dos cônjuges.
            A fantasia deve ser uma forma de externar desejo pelo cônjuge, ela não deve incluir outra pessoa, mas deve valorizar, reforçar a ligação entre os cônjuges.
            Fantasiar que se é ou que se está com outra pessoa não é romantismo, é fuga e pecado.
            Não é nada romântico querer outra pessoa, ao contrário, essa atitude demonstra que o cônjuge não é importante, não é único em sua vida, nem mesmo quando você busca prazer.
            As fantasias devem ressaltar o valor do outro por meio de declarações e ações que enfatizem a ligação emocional e sexual entre o casal.
            Algumas declarações do casal de Cantares:
            Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó querida minha”, Ct.1.9.
            As éguas egípcias eram muito enfeitadas e se destacavam em meio aos garanhões, causando admiração e excitação.
            Eis que és formosa, ó querida minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas”, Ct.1.15.
            Possível que seja uma referência à meiguice – afabilidade, ternura, bondade, carícia.
            Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano; olha do cimo do Amana, do cimo do Senir e do Hermom, dos covis dos leões, dos montes dos leopardos”, Ct.4.8.           
            Líbano, Amana, Senir, Hermom são lugares altos, pontos de difícil acesso, que deveriam ser vencidos, para se chegar à pessoa amada.
            Eu sou um muro, e os meus seios, como as suas torres; sendo eu assim, fui tida por digna da confiança do meu amado”, Ct.8.10.   Referência tanto à integridade moral da jovem como a sua maturidade sexual, que mostra-se reservada a seu amado.
            Essas figuras e fantasias estão ligadas a imagens que enaltecem o relacionamento do casal.
            Não há espaço para terceiros ou objetos de Sex Shop.
            O foco é a troca de prazer, o amor e atenção de um em relação ao outro.
            Esse é o romantismo ensinado como uma forma de relação que revela o amor de Cristo por sua igreja.
            Na beleza da intimidade sexual [...]
4 – Nada além das quatro paredes.
            Dentro das quatro paredes o casal deve erguer esse padrão bíblico: Amor, abnegação (dedicação sacrificial), satisfação e respeito.
            A – Amor.
            O amor é a primeira parede de qualquer relacionamento.
            Amor nos leva a ter interesse no bem-estar do próximo.
            Na conversa entre Deus e Abraão, quando da destruição de Sodoma e Gomorra, Deus demonstrou amor “[...] se [...] achasse em Sodoma cinquenta [...] quarenta e cinco [...] quarenta [...] trinta [...] vinte [...] dez [...] justos dentro da cidade, Deus pouparia a cidade toda por amor deles”, Gn.18.26, 28-32. 
            O amor é a inclinação em favor do outro.
            Posso até “[...] falar as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze (gongo) que soa ou como o címbalo (prato) que retine (som alto)”, 1Co.13.1. 
            [...] Tenho o dom de profetizar e conheço todos os mistérios e toda a ciência [...] tenho tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei”, 1Co.13.2. 
            É possível até “[...] eu distribuir todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”, 1Co.13.3. 
            Então, entre o casal, entre quatro paredes, “o amor é paciente (diante dos infortúnios, aborrecimentos), é benigno (gentil com o outro); o amor não arde em ciúmes (ódio, raiva), não se ufana (gabar, exibir), não se ensoberbece (tornar arrogante)”, 1Co.13.4. 
            Tendo amor, “tudo sofre [...] tudo espera, tudo suporta”, 1Co.13.7. 
            O cônjuge agindo dessa forma, verá que “o amor jamais acaba [...]”, 1Co.13.8.
            Dentro do ambiente seguro haverá [...]
            B – Abnegação (dedicação sacrificial).
            Abnegação é a marca do amor verdadeiro da igreja de Cristo.
            Paulo “recordou (que na igreja de Tessalônica havia) [...] abnegação (dedicação no) [...] amor (de uns para com os outros) [...]”, 1Ts.1.3.
            No relacionamento conjugal ambos devem se entregar, abrindo mão de si mesmo pelo bem do outro, se sacrificando.
            Por esse motivo, “temos (que ter) [...] o mesmo sentimento (modo de entender, sentir, agir em favor do outro) que houve também em Cristo Jesus”, Fp.2.5.
            Na intimidade sexual é preciso ter [...]
            C – Satisfação.
            A satisfação de quem ama é a satisfação da pessoa amada.
            O bem-estar da pessoa amada é a nossa satisfação.
            Na intimidade sexual deve haver [...]
            D – Respeito.
            Em tempos em que falamos sobre apimentar o relacionamento, devemos lembrar que a Palavra de Deus preza a honra do corpo.
            Deve ficar de fora das quatro paredes o sexo anal, oral e swing pelo simples motivo de “[...] que (devemos) apresentar o nosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional”, Rm.12.1.
            A beleza da intimidade sexual fala que [...]
Conclusão:      O sexo é importante e dever ser praticado dentro dos limites do matrimônio.
            Não deve ser usado como moeda de troca.
            Há uma forma bíblica para o romantismo e, para alcançá-la, o casal deve construir sua relação a partir de quatro pilares sólidos: Amor, abnegação, satisfação e o respeito.
Aplicação:       Leia Cantares de Salomão e perceba o romantismo existente nos textos e faça uma comparação com o romantismo do mundo.



            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa Fé – A beleza da intimidade sexual – Extensão e limites da relação no casamento - CCC – Rev. Ricardo Moura Lopes Coelho.                               

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