DOMINGO DA RESSURREIÇÃO
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento
[...]” (Os 4.6). Existe um grande analfabetismo bíblico com relação à Páscoa.
Caso o homem ainda não tenha o conhecimento correto do que é exatamente o
significado da Páscoa, a recompensa será a destruição, porque Deus não mente e
até o momento tem sido verdadeira a sua Palavra ao dizer que “O [...] povo está
sendo destruído [...] (por) falta (do) conhecimento [...]” (Os 4.6).
Por todos os cantos do mundo se
percebe a associação do ovo de chocolate com o coelho. Quando ocorre essa
péssima associação, fica estabelecida a ideia de que o coelho bota ovo, coisa
absurda e impossível. Outra analogia também é feita quando se diz que o coelho
é símbolo da fertilidade; com respeito à vida espiritual não há correlação.
Sinceramente, nenhuma das duas semelhanças é válida. Outro erro é que se
confunde Páscoa com Ressurreição.
A Páscoa, no contexto
bíblico-judaico, na verdade é a festa na qual os israelitas comemoram a
libertação dos seus antepassados da escravidão no Egito. Esta festa funcionava
da seguinte forma: Acontecia no “[...] primeiro mês do ano”, (Ex 12.2) no dia
14 do mês de NISÃ do calendário judeu (lunar) (ou mais ou menos dia 1º de abril
do calendário (gregoriano). Cada chefe de família, no dia “[...] dez deste mês
(devia) tomar para si um cordeiro [...] para cada família” (Ex 12.3). “O
cordeiro [...] sem defeito, macho de um ano (ou) um cordeiro ou um cabrito; e o
guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da
congregação de Israel o imolará no crepúsculo (quando sol se põe) da tarde” (Ex
12.5,6). Em hebraico o nome dessa festa é “Pessach”, que significa “passar por
cima”, foi o que fez o anjo da morte, “porque, naquela noite, passou pela terra
do Egito e feriu na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até
aos animais; executou juízo sobre todos os deuses do Egito. Deus é o SENHOR” (Ex
12.12). Os judeus não foram atingidos pela mortandade porque o portal de suas
casas estava marcado com o sangue do cordeiro tomado para o sacrifício Pascoal.
Neste período chamado de Páscoa, do
ponto de vista cristão, comemora-se a RESSURREIÇÃO de Jesus Cristo, o Salvador.
Este ato ocorreu na última Páscoa da vida de Cristo neste mundo, durante a qual
foi preso, julgado, morto e ressuscitado ao terceiro dia. Naquele dia, primeira
quinta-feira de abril do ano 33 da era cristã, Jesus “[...] enviou dois dos
seus discípulos [...] à cidade [...] (com a finalidade de preparar o) aposento
(para) comer a Páscoa com os seus discípulos [...] ao cair da tarde [...]” (Mc 14.13,14,17).
No início da noite, “quando estavam à mesa e comiam, disse Jesus: Em verdade
vos digo que um dentre vós, o que come comigo, me trairá” (Mc 14.18). Em meio a
esta festa da Páscoa, antes de Jesus ir para o Getsêmani (jardim no monte das
Oliveiras) para orar, Jesus institui a Santa Ceia e os doze participaram com
Ele. Daí em diante começou o sofrimento de Jesus. Preso, foi levado ao sumo
sacerdote, depois diante de Pilatos (governador romano da Judeia) e do rei
Herodes Antipas que governou a Galileia e a Pereia. Na sexta-feira Jesus foi
entregue aos soldados, açoitado, escarnecido, cuspido, despido para depois
“[...] conduzirem Jesus para fora, com o fim de o crucificarem” (Mc 15.20). “À
hora nona (15h00), clamou Jesus em alta voz: [...] Deus meu, Deus meu, por que
me desamparaste? (todos os pecados dos eleitos estavam sobre os ombros de
Jesus) [...] dando um grande brado, expirou” (Mc 15.34,37). Para muitos, a
morte de Jesus foi o fim, pois Ele ficou na tumba três dias, mas para Deus foi
a conquista da grande vitória, porque “no primeiro dia da semana, Maria
Madalena foi ao sepulcro de madrugada [...] mas Deus o ressuscitou dentre os
mortos” (Jo 20.1); (At 13.30). A vitória
de Cristo é a sua vitória.
Os primeiros cristãos comemoraram a
ressurreição de Jesus em todo primeiro dia da semana [domingo], reunindo-se
para o culto dominical. Mas numa comemoração anual deste evento tão importante
para a fé dos eleitos, ela permanece na data da sua ocorrência conforme o
calendário judeu. Assim é totalmente descabido tomar como essência ou símbolo
desta comemoração cristã o chocolate, o coelho ou o ovo; por belos e
significantes que sejam. Quando se adota esses símbolos, imitando o mundo, pois
este adota, pratica e impõe estes elementos tendo em vista o faturamento
comercial e o faz totalmente alienado do sentido religioso que a comemoração
tem. O elemento central da comemoração é a Pessoa de Jesus Cristo, que nasceu
de mulher, sob a lei e tendo vivido vida perfeita, também morreu pelos pecados
dos eleitos e ressuscitou para justificação destes. A essência da comemoração é
a fé. Fé que é depositada em Jesus Cristo, o Filho de Deus, que garante a
salvação, que alimenta a esperança, e que permanece no coração dos escolhidos,
ou seja, essa fé permanecerá até a consumação dos séculos.
Chocolate é um alimento gostoso,
pode e deve ser consumido, o coelho e o ovo são admiráveis criações de Deus,
mas não são símbolos bíblicos da Páscoa.
Neste domingo da Ressurreição
revigore a sua fé e o seu amor a Jesus num culto fervoroso que só a Ele é
devido.
Rev. Salvador P. Santana
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