sábado, 28 de março de 2015

ANANIAS E SAFIRA - Aliados no pecado, At.5.1-11.


 
ANANIAS E SAFIRA – Aliados no pecado, At.5.1-11.

Introd.:           O homem é um ser social. Vive na dependência da coletividade.
            A necessidade de relacionamentos é essencial a ele. A interação social é uma forma de suprir suas necessidades e envolve todos os níveis dos relacionamentos: pais e filhos, marido e mulher, patrão e empregado, amigos e desconhecidos.
            Ao mesmo tempo, a individualidade é parte constituinte do homem. Cada ser humano possui suas particularidades, desejos, preferências. Embora possam ser semelhantes às de outros, distingue uma pessoa da outra.
            Dilema: Como viver adequadamente em coletividade se entre nós há diversidade?
            Como viver em sociedade e respeitar as diferenças pessoais?
            Como expressar nossas ideias, realizar nossos projetos, sem que iniciemos um conflito?
            Como alcançar o entendimento mútuo?
            É aqui que precisa entrar os acordos e alianças.
            Deus nos dotou de capacidade para alinharmos nossas vidas, propósitos e pensamentos de forma que repeitemos, aceitemos e convivamos juntos, apesar das diferenças.
            Devido o pecado, nem sempre utilizamos essa capacidade para construirmos alianças que seja agradável a Deus e que beneficie aos outros e a nós.
            A Bíblia mostra a vida de alguns tipos de relacionamentos conjugais que exemplifica essa dinâmica – Davi e Bate-Seba, Acabe e Jezabel e agora, é o caso de Ananias e Safira.
I – Contexto.
            Atos dos Apóstolos foi escrito por Lucas com o propósito de narrar o início do ministério apostólico sem a presença física de “[...] Jesus (que) foi elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos”, At.1.9.
            Fala sobre a expansão da igreja “[...] tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, At.1.8, ordenada por Cristo Jesus.
            O escritor de Atos dá ênfase na ação poderosa do “[...] Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviou em nome (de) Jesus [...] (para) nos ensinar todas as coisas e nos fazer lembrar de tudo o que Jesus nos tem dito”, Jo.14.26.
            Lucas fala sobre a pregação de “[...] arrependimento [...] (o) batismo [...] (a) remissão dos [...] pecados [...] o dom do Espírito Santo [...] (sobre) os que [...]
aceitaram a palavra [...] (e o) acréscimo [...] de quase três mil pessoas”, At.2.38,41.
            As perseguições narradas neste livro são várias.
            Quando Pedro e João começaram a pregar o Evangelho, “[...] ao povo [...] sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos; e os prenderam, recolhendo-os ao cárcere [...]”, At.4.2,3.
            Esta igreja suportou e cresceu para a glória de Cristo.
            Nessa época a igreja estava em um momento especial a ponto de todos os membros “[...] perseverarem na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”, At.2.42-47.
            Os novos convertidos eram desapegados às coisas materiais ao máximo de “[...] ninguém considerar exclusivamente seu nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum [...] pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade”, At.4.32,34,35.
            Essa ação doadora dos crentes era espontânea, sem imposição dos apóstolos e não havia barganha para ganhar algo em troca.
            É neste contexto que surge o exemplo destoante e condenável de um casal unido no pecado [...]
II – Ananias e Safira.
            O “[...] homem, chamado Ananias (nome judeu – O Senhor é amoroso), com sua mulher Safira (nome aramaico - Formosa) [...]”, At.5.1, pertenciam a igreja Primitiva.
            A Bíblia aponta este casal, não como pessoas de zelo quanto à doutrina, ou por sua disposição em servir à comunidade, mas pela disposição em mentir e se vangloriarem de suas ações, aparentemente humanitária.
            Apesar do nome de “[...] Ananias (significar – O Senhor é amoroso e) [...] sua mulher Safira (Formosa) [...]”, At.5.1, eles não honraram esse significado.
            “[...] Ananias [...] (e) Safira [...]”, At.5.1 resolveram cair no mesmo dia e no mesmo pecado – mentira e ganância.
            Ananias e Safira tiveram [...]
III – Uma cumplicidade pecaminosa.
            A cumplicidade é estender a mão a outro em suas decisões e “[...] Safira (apoiou) Ananias [...] (na) venda (de) uma propriedade”, At.5.1.
            Esse casal “[...] vendeu [...] (a) propriedade”, At.5.1 por conta própria, Ananias “[...] em acordo (concordou em suas opiniões contrárias) com sua mulher [...]”, At.5.2.
            É possível que houvesse uma discussão até que eles acertaram esse “[...] acordo [...]”, At.5.2.
            Nessa época o profeta “[...] Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio (Imperador Romano – 41-54 d.C. Tibério Júlio Alexandre era o procurador da Judeia)”, At.11.28.
            A fome veio e trouxe a escassez do trigo. Ananias, “[...] em acordo com sua mulher, reteve parte do preço [...]”, At.5.2 praticando o pecado da mentira, omissão e ganância.
            Eles mentiram quando “[...] levaram o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos”, At.5.2 – Os apóstolos não fizeram essa exigência, não tinha obrigação de doar aos pobres e não era dízimo.
            O pecado da omissão se dá porque Ananias e Safira “[...] reteve parte do preço [...]”, At.5.2 com o intuito de ganância.
            O texto fala que, se “[...] assentamos (em nosso) [...] coração esse desígnio (propósito de mentir, ocultar, querer mais)? Não mentimos aos homens, mas a Deus”, At.5.4.
            É por este motivo que “cada um (deve) contribuir segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria”, 2Co.9.7.
            A oferta precisa ser entendida como uma demonstração de amor cristão para com os irmãos que vivem em extrema dificuldade.
            Ananias e Safira tinha todo direito de “conservar [...] (o que seu) seu [...] e, vendido [...] estaria em seu poder [...]”, At.5.4, não precisa repartir com ninguém, muito menos com a igreja.
            Talvez, muitos de nós agimos como Ananias e Safira; com o propósito de serem consideradas pessoas generosas – sem o ser –, arquitetamos planos mentirosos diante da sociedade e da igreja.
            Queremos ser chamados de benevolentes sem ter de abrir mão dos nossos bens.
            A verdade é que “[...] procedemos mal, (então) eis que o pecado jaz à porta [...] mas [...] (não) dominamos (então, eles e nós mentimos)”. Gn.4.7 e, Ananias e Safira puseram em ação.
            Cada um de nós tem o dever de [...]
IV – Preservar a igreja da falsa espiritualidade.
            Alguém pode achar que o fim deste casal foi rigoroso.
            “[...] Ananias caiu e expirou [...]”, At.5.5, também “[...] Safira caiu aos pés de Pedro e expirou [...]”, At.5.10.
            A questão não é a oferta em si, mas as motivações que Ananias e Safira tiveram.
            Eles colocaram o testemunho da igreja em perigo.
            É verdade que “[...] é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!”, Mt.18.7.
            Qualquer tipo de pecado pode ser danoso para a nossa espiritualidade.
            A punição de “[...] Ananias (e Safira foi pelo fato da falsa espiritualidade ser motivada por) [...] Satanás encher (os) seus corações [...] (daí, afrontaram a Deus) mentindo ao Espírito Santo (não houve fofoca, Deus revelou), reservando parte do valor do campo [...]”, At.5.3.
            Precisamos saber que qualquer “[...] mentira é [...] do diabo [...] desde o princípio (ele) [...] jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”, Jo.8.44.
            A fim de preservar a espiritualidade da igreja, após a punição, “[...] sobreveio grande temor a todos os ouvintes”, At.5.5 para não caírem no mesmo erro.
            “A mulher de Ananias (ainda suspirava manter a mentira e uma falsa espiritualidade, pois) quase três horas depois, (ela) entrou [...] não sabendo o que ocorrera”, At.5.7.
            Não é à toa que Jesus chamou os “[...] escribas e fariseus [...] (de) hipócritas, porque limpavam o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estavam cheios de rapina e intemperança (sem controle, sem moderação em suas ações)!”, Mt.23.25.
            A hipocrisia é algo que está sempre rondando a vida da igreja. Todo cuidado é pouco!
            É impossível esconder a verdade, por isso, “[...] Pedro, dirigiu-se a ela, perguntando-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto”, At.5.8.
            Depois do reconhecimento do seu erro, “[...] Pedro (declara que Safira) [...] entrou em acordo (concordou com as opiniões contrárias de Ananias) para tentar o Espírito do Senhor [...] (a sentença foi:) Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também te levarão”, At.5.9.
            Quando confrontados com a verdade, reconhecemos o nosso pecado, daí, pode ser tarde demais para reverter a situação.
            O alerta de Jesus é que “[...] não [...] há nada encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido”, Mt.10.26.
            “[...] Sobrevêm grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouvem a notícia destes acontecimentos”, At.5.11, daí, a espiritualidade é preservada para a glória de Deus.
            Ananias e Safira são exemplos de um péssimo acordo diante de Deus.
Conclusão:      As alianças e acordos que eu e você temos feito são para glorificar a Deus ou manchar o nome de Cristo?
            Os nossos acordos não podem chegar a ponto de “moços se levantarem [...] cobrirem o (nosso) corpo e, levarem-nos, à sepultura”, At.5.6.
            Quem compra, tem o dever de pagar; quem promete, tem a obrigação de cumprir.
            Somos discípulos de Cristo, então, não podemos “cair no mesmo instante [...] aos pés dos [...] (nossos acusadores) e expirar (de medo ou morte física por sermos agredidos. Caso eu e você formos acusados diante de Deus, pode acontecer de) [...] entrar os moços, achando-nos mortos [...] (nos) levará, sepultando-nos junto (aos demais que não cumpriram com as suas obrigações) [...]”, At.5.10.
Aplicação:       Ore antes de fazer qualquer acordo que seja, ou antes, de assinar um contrato.
            Honre o compromisso assumido em seu namoro, noivado ou casamento e que seja uma aliança que honre o nome de Cristo Jesus.



            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D – Nossa fé – CCC – Rev. José Antônio de Góes Filho.

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