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ANANIAS E SAFIRA – Aliados no pecado, At.5.1-11.
Introd.: O homem é um ser social. Vive na
dependência da coletividade.
A
necessidade de relacionamentos é essencial a ele. A interação social é uma
forma de suprir suas necessidades e envolve todos os níveis dos
relacionamentos: pais e filhos, marido e mulher, patrão e empregado, amigos e
desconhecidos.
Ao
mesmo tempo, a individualidade é parte constituinte do homem. Cada ser humano
possui suas particularidades, desejos, preferências. Embora possam ser
semelhantes às de outros, distingue uma pessoa da outra.
Dilema:
Como viver adequadamente em coletividade se entre nós há diversidade?
Como
viver em sociedade e respeitar as diferenças pessoais?
Como
expressar nossas ideias, realizar nossos projetos, sem que iniciemos um
conflito?
Como
alcançar o entendimento mútuo?
É
aqui que precisa entrar os acordos e alianças.
Deus
nos dotou de capacidade para alinharmos nossas vidas, propósitos e pensamentos
de forma que repeitemos, aceitemos e convivamos juntos, apesar das diferenças.
Devido
o pecado, nem sempre utilizamos essa capacidade para construirmos alianças que
seja agradável a Deus e que beneficie aos outros e a nós.
A
Bíblia mostra a vida de alguns tipos de relacionamentos conjugais que
exemplifica essa dinâmica – Davi e Bate-Seba, Acabe e Jezabel e agora, é o caso
de Ananias e Safira.
I – Contexto.
Atos
dos Apóstolos foi escrito por Lucas com o propósito de narrar o início do
ministério apostólico sem a presença física de “[...] Jesus (que) foi elevado às alturas, à vista
deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos”, At.1.9.
Fala
sobre a expansão da igreja “[...] tanto em Jerusalém como em toda a
Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, At.1.8, ordenada por Cristo
Jesus.
O
escritor de Atos dá ênfase na ação poderosa do “[...] Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviou em nome (de) Jesus [...] (para) nos ensinar todas as coisas e nos fazer
lembrar de tudo o que Jesus nos tem dito”, Jo.14.26.
Lucas
fala sobre a pregação de “[...] arrependimento [...] (o) batismo [...] (a) remissão dos
[...] pecados [...] o dom do Espírito Santo [...] (sobre) os que [...]
aceitaram a palavra [...] (e o) acréscimo [...]
de quase três mil pessoas”, At.2.38,41.
As
perseguições narradas neste livro são várias.
Quando
Pedro e João começaram a pregar o Evangelho, “[...] ao povo [...] sobrevieram os sacerdotes, o
capitão do templo e os saduceus, ressentidos por ensinarem eles o povo e
anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos; e os prenderam,
recolhendo-os ao cárcere [...]”, At.4.2,3.
Esta
igreja suportou e cresceu para a glória de Cristo.
Nessa
época a igreja estava em um momento especial a ponto de todos os membros “[...] perseverarem na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no
partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e
sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam
juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens,
distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente
perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas
refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a
simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia,
os que iam sendo salvos”, At.2.42-47.
Os
novos convertidos eram desapegados às coisas materiais ao máximo de “[...] ninguém
considerar exclusivamente seu nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes
era comum [...] pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que
possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e
depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida
que alguém tinha necessidade”, At.4.32,34,35.
Essa
ação doadora dos crentes era espontânea, sem imposição dos apóstolos e não
havia barganha para ganhar algo em troca.
É
neste contexto que surge o exemplo destoante e condenável de um casal unido no
pecado [...]
II – Ananias e Safira.
O
“[...] homem, chamado Ananias (nome judeu – O Senhor é
amoroso), com sua mulher Safira (nome aramaico - Formosa) [...]”,
At.5.1, pertenciam a igreja Primitiva.
A
Bíblia aponta este casal, não como pessoas de zelo quanto à doutrina, ou por
sua disposição em servir à comunidade, mas pela disposição em mentir e se
vangloriarem de suas ações, aparentemente humanitária.
Apesar
do nome de “[...] Ananias (significar – O Senhor é amoroso e) [...] sua
mulher Safira (Formosa) [...]”, At.5.1, eles não honraram esse
significado.
“[...]
Ananias [...] (e) Safira [...]”, At.5.1 resolveram cair no mesmo dia e
no mesmo pecado – mentira e ganância.
Ananias
e Safira tiveram [...]
III – Uma cumplicidade
pecaminosa.
A
cumplicidade é estender a mão a outro em suas decisões e “[...]
Safira (apoiou) Ananias [...] (na) venda (de) uma propriedade”, At.5.1.
Esse
casal “[...] vendeu [...] (a) propriedade”, At.5.1 por conta
própria, Ananias “[...] em acordo (concordou em suas opiniões
contrárias) com sua mulher [...]”, At.5.2.
É
possível que houvesse uma discussão até que eles acertaram esse “[...]
acordo [...]”, At.5.2.
Nessa
época o profeta “[...] Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que
estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio
(Imperador Romano – 41-54 d.C. Tibério Júlio Alexandre era o procurador da
Judeia)”, At.11.28.
A
fome veio e trouxe a escassez do trigo. Ananias, “[...] em acordo com sua
mulher, reteve parte do preço [...]”, At.5.2 praticando o pecado da mentira,
omissão e ganância.
Eles
mentiram quando “[...] levaram o restante, depositou-o aos pés dos
apóstolos”, At.5.2 – Os apóstolos não fizeram essa exigência, não tinha
obrigação de doar aos pobres e não era dízimo.
O
pecado da omissão se dá porque Ananias e Safira “[...] reteve parte do
preço [...]”, At.5.2 com o intuito de ganância.
O
texto fala que, se “[...] assentamos (em nosso) [...] coração esse
desígnio (propósito de mentir, ocultar, querer mais)? Não mentimos aos homens,
mas a Deus”, At.5.4.
É
por este motivo que “cada um (deve) contribuir segundo
tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama
a quem dá com alegria”, 2Co.9.7.
A oferta precisa ser entendida como
uma demonstração de amor cristão para com os irmãos que vivem em extrema
dificuldade.
Ananias
e Safira tinha todo direito de “conservar [...] (o que seu) seu [...] e, vendido
[...] estaria em seu poder [...]”, At.5.4, não precisa repartir com
ninguém, muito menos com a igreja.
Talvez,
muitos de nós agimos como Ananias e Safira; com o propósito de serem
consideradas pessoas generosas – sem o ser –, arquitetamos planos mentirosos
diante da sociedade e da igreja.
Queremos
ser chamados de benevolentes sem ter de abrir mão dos nossos bens.
A
verdade é que “[...] procedemos mal, (então) eis que o pecado jaz à
porta [...] mas [...] (não) dominamos (então, eles e nós mentimos)”.
Gn.4.7 e, Ananias e Safira puseram em ação.
Cada
um de nós tem o dever de [...]
IV – Preservar a igreja da
falsa espiritualidade.
Alguém pode
achar que o fim deste casal foi rigoroso.
“[...]
Ananias caiu e expirou [...]”, At.5.5, também “[...] Safira caiu
aos pés de Pedro e expirou [...]”, At.5.10.
A
questão não é a oferta em si, mas as motivações que Ananias e Safira tiveram.
Eles
colocaram o testemunho da igreja em perigo.
É
verdade que “[...] é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem
o escândalo!”, Mt.18.7.
Qualquer
tipo de pecado pode ser danoso para a nossa espiritualidade.
A
punição de “[...] Ananias (e Safira foi pelo fato da falsa
espiritualidade ser motivada por) [...] Satanás encher (os) seus corações [...]
(daí, afrontaram a Deus) mentindo ao Espírito Santo (não houve fofoca, Deus
revelou), reservando parte do valor do campo [...]”, At.5.3.
Precisamos
saber que qualquer “[...] mentira é [...] do diabo [...] desde o princípio (ele)
[...] jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”,
Jo.8.44.
A
fim de preservar a espiritualidade da igreja, após a punição, “[...]
sobreveio grande temor a todos os ouvintes”, At.5.5 para não caírem no
mesmo erro.
“A
mulher de Ananias (ainda suspirava manter a mentira e uma falsa espiritualidade,
pois) quase três horas depois, (ela) entrou [...] não sabendo o que ocorrera”,
At.5.7.
Não
é à toa que Jesus chamou os “[...] escribas e fariseus [...] (de) hipócritas, porque limpavam
o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estavam cheios de rapina
e intemperança (sem controle, sem moderação em suas ações)!”, Mt.23.25.
A
hipocrisia é algo que está sempre rondando a vida da igreja. Todo cuidado é
pouco!
É
impossível esconder a verdade, por isso, “[...] Pedro, dirigiu-se
a ela, perguntando-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela
respondeu: Sim, por tanto”, At.5.8.
Depois
do reconhecimento do seu erro, “[...] Pedro (declara que Safira) [...] entrou em
acordo (concordou com as opiniões contrárias de Ananias) para tentar o Espírito
do Senhor [...] (a sentença foi:) Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o
teu marido, e eles também te levarão”, At.5.9.
Quando
confrontados com a verdade, reconhecemos o nosso pecado, daí, pode ser tarde
demais para reverter a situação.
O
alerta de Jesus é que “[...] não [...] há nada encoberto, que não venha a ser
revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido”, Mt.10.26.
“[...]
Sobrevêm grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouvem a notícia destes
acontecimentos”, At.5.11, daí, a espiritualidade é preservada para a
glória de Deus.
Ananias
e Safira são exemplos de um péssimo acordo diante de Deus.
Conclusão: As alianças e acordos que eu e você temos
feito são para glorificar a Deus ou manchar o nome de Cristo?
Os nossos
acordos não podem chegar a ponto de “moços se levantarem [...] cobrirem
o (nosso) corpo e, levarem-nos, à sepultura”, At.5.6.
Quem
compra, tem o dever de pagar; quem promete, tem a obrigação de cumprir.
Somos
discípulos de Cristo, então, não podemos “cair no mesmo instante
[...] aos pés dos [...] (nossos acusadores) e expirar (de medo ou morte física por
sermos agredidos. Caso eu e você formos acusados diante de Deus, pode acontecer
de) [...] entrar os moços, achando-nos mortos [...] (nos) levará, sepultando-nos
junto (aos demais que não cumpriram com as suas obrigações) [...]”,
At.5.10.
Aplicação: Ore antes de fazer qualquer acordo que
seja, ou antes, de assinar um contrato.
Honre
o compromisso assumido em seu namoro, noivado ou casamento e que seja uma
aliança que honre o nome de Cristo Jesus.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D – Nossa fé – CCC – Rev. José Antônio de
Góes Filho.
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