sábado, 1 de outubro de 2022

O filho e o moedor de carne

O FILHO E O MOEDOR DE CARNE Um moedor de carne será sempre um moedor. Não importa o tempo de uso e nem mesmo se está ou não sendo usado. Seja o moedor profissional, manual ou caseiro, ao colocar pedaços de carne bovina, sairá apenas carne bovina. Trocando e colocando carne suína, sairá carne moída suína. Se, carne de frango ou outra qualquer, será a mesma carne colocada e não outra. Filho não é criado para se passar no moedor de carne. Filho é criado para ser amado, alimentado, cuidado, respeitado, recebendo exemplo de todos quantos estão à sua volta. Por mais desobediente, ingrato, irreverente, doente, arrogante, estúpido que seja o filho, ainda assim seus pais lhe demonstram amor, cuidado e fazem de tudo para livrá-lo de qualquer enrosco que porventura ele venha se meter. Todos sabem que filhos não são como as carnes, que colocadas no moedor saem moídas. Filhos são diferentes, mesmo nascidos do mesmo útero, criados no mesmo lar, com as mesmas mordomias, os mesmos costumes. Um é totalmente diferente do outro. Jesus conta a história de uma família que vivia em Jerusalém, com dois filhos criados na mesma casa e debaixo do mesmo carinho dos pais. Os dois eram totalmente diferentes no comportamento. A biografia conta que o pai “... chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi.” (Mt 21.28-30). É possível que muitos pais entrem em desespero quando enfrentam tais situações de rebeldia. Não é apenas a rebeldia que ronda os corações dos filhos. A Bíblia relata outro caso muito interessante dizendo que “cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas.” (Gn 25.27). Até aí tudo bem. Nada de anormal e nem confusão. Alguns pais, até certa idade de seus filhos conseguem controlar, mante-los unidos e ditar as regras da casa, mas é possível chegar um momento em que um ou outro filho se rebele insidiosamente contra seus progenitores. Foi o que aconteceu de forma velada com Esaú e Jacó. Entre eles mesmos, sem envolver seus pais, “... Jacó... (pediu ao seu irmão Esaú para) vender... o direito de primogenitura.” (Gn 25.31). Foi o que aconteceu. Em outra oportunidade, sem conhecimento do pai, de forma unilateral, em conluio com sua mãe Rebeca, Jacó “... veio... astutamente tomou a... bênção.” Gn 27.35) de Esaú, “... enganando... usurpando a bênção que era sua...” (Gn 27.36). Desta vez, o resultado não foi o esperado, pois “passou Esaú a odiar a Jacó, por causa da bênção, com que seu pai o tinha abençoado... (resolveu em seu coração) matar a Jacó, seu irmão.” (Gn 27.41). A má notícia “chegou aos ouvidos de Rebeca... ela, pois, mandou chamar a Jacó... dizendo-lhe... Esaú... se consola a teu respeito, resolvendo matar-te... retira-te para a casa de Labão... em Harã;” (Gn 27.42, 43). Que desespero! Um filho é declarado ladrão e o outro está prestes a se tornar assassino. A única solução que Rebeca encontrou foi enviar o seu filho para longe da confusão. Imagine um filho ficar “vinte anos...” (Gn 31.41) fora da casa paterna, sem dar nenhum tipo de notícias. Sabe-se apenas que ele se foi e os pais não tinham certeza do seu retorno. É possível que muitos pais tomem a oração do salmista por empréstimo dizendo: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” (Sl 42.5). De fato, o único socorro de todos os pais é somente Deus. Só haverá mudança na vida do filho se ele passar pelo crivo de Deus, caso contrário, tudo quanto os pais desejarem, se tornará em vão. Jacó teve uma experiência formidável com Deus. Ele “... viu a Deus face a face, e a sua vida foi salva.” (Gn 32.30) para ter condições de receber o perdão do seu irmão “... Esaú (que) correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.” (Gn 33.4) dando por encerrada a desavença que havia começado há mais de vinte anos por causa de um “... cozinhado de lentilhas...” (Gn 25.34), e por “... seu irmão vir astuciosamente e tomar a sua bênção.”, (Gn 27.35) importante para sua vida. Deixe Deus fazer uma transformação em sua vida “dando coração novo e por dentro de você espírito novo; tirar de você o coração de pedra e lhe dar coração de carne.” (Ez 36.26) sendo maleável nas mãos do grande Deus. Rev. Salvador P. Santana

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