sábado, 1 de outubro de 2022

Cada um é cada um

CADA UM É CADA UM Três pacientes se encontram na enfermaria de um certo hospital. Cada um estava em seu leito com diferentes enfermidades. O primeiro puxou assunto e disse: – O que aconteceu com vocês? O terceiro foi logo reclamando: – Cheguei aqui com muitas dores de cabeça, insuportável, e até o momento não me falaram o que está causando isso em mim. O segundo paciente emendou ao dizer que as dores de cabeça do seu colega ao lado não eram nada comparáveis a ferida exposta em seu pé que a todo instante estava sangrando sem parar. Em uníssono, o terceiro e o segundo pacientes perguntaram ao primeiro: – E você, qual o seu problema? Ele respondeu: – O que vocês sentem está aquém de tudo quanto estou sentindo dentro do meu coração. Uma angústia apoderou-se de mim a tal ponto que não consigo nem sequer conversar com as pessoas. Muitas vezes fico mudo por dias e não consigo ingerir nenhum tipo de alimento. Estou quase à morte. É verdade que cada um enfrenta os seus problemas diários a respeito da sua enfermidade. Cada um sabe onde dói mais em seu corpo mortal. Nenhum outro homem é capaz de sentir a sua dor. A sua dor é única e intransferível mesmo que o outro sinta os mesmos sintomas que você. A dor pode ser breve, ou de longa duração. A sua angústia somente você e Deus sabe até quando você pode aguentar. Por mais forte ou fraco que você se sinta ou mostre para os outros, na hora do seu sofrimento um sorrindo por perto ou tentando colocar o dedo em sua ferida, você não irá suportar. Pode haver desentendimento entre você e ele. É possível que o seu emocional fique totalmente abalado e, daí, pode prejudicar ainda mais a sua ferida. Aquela ideia do outro dizer: – Estou sentindo o que você sente. Não é bem assim. Ele pode ter passado pelo mesmo sofrimento, mas a dor é diferente de um para o outro. Cada um sabe onde está machucando. Cada um sente a sua própria moléstia. Cada um sabe qual é a intensidade da sua aflição. O outro não tem condições de mensurar o seu sofrimento. É possível que muitos falem dessa forma para tentar consolar o seu coração. Neste mundo não existe um que possa se compadecer de você a ponto de levar os seus fardos, aliviar a sua alma, arrancar de dentro de si o peso. Você pode citar o texto do livro de Jó de que “ouvindo, pois, três amigos de Jó todo... mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar... e combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo.” (Jó 2.11). O problema é que Jó não os reconheceu como consoladores amigáveis para a sua alma. Depois de Jó “ter ouvido muitas coisas... (disse que) todos eles... (eram considerados) consoladores molestos.” (Jó 16.2). Até mesmo “... todo sumo sacerdote... dentre os homens... (que) é capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram, pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas.” (Hb 5.2) precisando “... daquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,” (Ef 3.20). O profeta Isaías aponta para o único que tem poder, Jesus, que consegue “... ver os seus caminhos e o sarar; também o guiará e lhe tornará a dar consolação...” (Is 5.18) com o propósito de “... consolar todos os que choram” (Is 61.2). Paulo, falando aos romanos a respeito das virtudes, pegou emprestado o texto de Isaías ao declarar que cada servo de Deus deve se “alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram.” (Rm 12.15) quando você estiver alegre pelo nascimento, aniversário de alguém ou quando você estiver passando por problemas de angústia, aflição por ter acontecido alguma tragédia em sua vida. Fique sabendo que Jesus não é como os três pacientes que estavam no hospital tentando disputar qual tinha a dor maior. Ele sente as mesmas dores, os mesmos problemas, os mesmos sentimentos de derrota que você sente porque “certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si...” (Is 53.4). Creia! “... Deus... (é o único) que conhece os segredos dos corações...” (Sl 44.21). Rev. Salvador P. Santana

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