terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Rm.12.6 -O DOM ESPIRITUAL DO PROFETA OU DE PROFECIA.

O DOM ESPIRITUAL DO PROFETA OU DE PROFECIA, Rm.12.6.


            O possuidor do “[...] dom (de) profecia [...]”, Rm.12.6 é poderosamente motivado por Deus a ser Seu porta-voz para suprir necessidades espirituais de indivíduos ou grupos, dentro ou fora da igreja, tomando como alvos a injustiça praticada contra Deus, contra si próprio ou contra o próximo, e o indivíduo que não faz ou não conhece a vontade de Deus.
            Decide confrontar indivíduos ou grupos com a verdade de Deus no contexto da situação, e tende a fazer isto diretamente e com dureza.
            Paulo aconselha a que, “[...] se alguém for surpreendido nalguma falta, nós, que somos espirituais, (devemos) corrigir com espírito de brandura; e guarda-nos para que não sejamos também tentados”, Gl.6.1.
            No grego “propheteia” significa a proclamação do pensamento e conselho de Deus para mostrar o pecado, edificar, confortar e animar.
            O profeta chama atenção de um indivíduo ou de uma nação para aquilo que está errado.
            Chamando atenção da pessoa ou da nação, ele o faz, não para empurrar para o desespero, mas para chamar sua atenção para o caminho da cura, da reforma e da justiça.
            O profeta é um porta-voz proclamando e interpretando a mensagem de Deus.
            “[...] Profeta [...]”, Rm.12.6 é traduzido para “pregador”.
            Grande número de irmãos com este dom são pregadores, sejam eles pastores ordenados ou leigos.
            “Pregação” não é sinônimo do dom de profeta; é um meio de exercer este dom espiritual, como é o caso dos dons de exortação, de evangelista ou de ensino.
            O “[...] dom [...] (de) profecia [...]”, Rm.12.6 é exercido tanto do púlpito – pregação, devocional, estudo bíblico ou classe da Escola Dominical, e quando em conversa particular.
            Profetas do Velho Testamento instruíram, admoestaram, exortaram e transmitiram as promessas e as ameaças de Deus.
            Os profetas denunciavam o pecado e incentivaram ao arrependimento e à obediência.
            O profeta Isaías profetiza contra Israel de que “[...] este povo não se voltou para quem o fere, nem busca ao SENHOR dos Exércitos. Pelo que o SENHOR corta de Israel a cabeça e a cauda, a palma e o junco, num mesmo dia”, Is.9.13 – cativeiro babilônico.
            A profecia de Oséias é de que “[...] Israel (deve) voltar, para o SENHOR, seu Deus, porque, pelos seus pecados, estás caído”, Os.14.1.
            A Jonas foi ordenado a se “dispor [...] clamar contra a cidade de Nínive, porque a sua malícia subiu até Deus”, Jn.1.2.
            Ezequiel reclama de que o servo de Deus “não (pode) oprimir a ninguém, tornando ao devedor a coisa penhorada, não roubando, dando o seu pão ao faminto e cobrindo ao nu com vestes”, Ez.18.7.
            Jeremias declara que “o pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com diamante pontiagudo, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares”, Jr.17.1.
            O profeta Joel fala para o povo “rasgar o seu coração, e não as suas vestes, e converter-se ao SENHOR [...] porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade [...]”, Jl.2.13.
            “[...] Profetizar [...]”, Rm.12.6 significa proclamar a palavra recebida de Deus.
            “[...] Jesus (é) [...] varão profeta [...]”, Lc.24.19.  
            O profeta não fala de sua opinião própria, mas transmite a mensagem de Deus.
            Muitos aclamaram Jesus, sem entender bem o que diziam que “[...] grande profeta se levantou entre eles e: Deus visitou o seu povo”, Lc.7.16.
            A mulher samaritana falou para Jesus: “[...] vejo que tu és profeta”, Jo.4.19.
            Do começo ao fim o ministério de Jesus na terra foi profético.
            Jesus proclamava o recado de Deus para o povo, sempre usando linguagem simples, persuasiva e com autoridade, para atrair seus ouvintes de volta à obediência ao Pai.
            As palavras de Jesus era que “Ele falava das coisas que viu junto de seu Pai [...]”, Jo.8.38.
            Os críticos de Jesus não sabiam que “Jesus, porém, conhecia-lhes os pensamentos [...]”, Jo.9.4.
            Jesus reconheceu o verdadeiro arrependimento da mulher pecadora ao dizer para ela: “[...] perdoados lhe são os seus muitos pecados [...]”, Lc.7.47.
            Jesus sabia da podridão espiritual de Zaqueu e de que “[...] ele se hospedara com homem pecador”, Lc.19.7.
            Características do possuidor do dom de “[...] profecia [...], Rm.12.6.
            1 – Entende que é uma pessoa autorizada por Deus, portanto, “[...] aquele em quem está a [...] palavra (de Deus) fale a [...] palavra (de Deus) com verdade [...]”, Jr.23.28 – profecias de vida amorosa, prosperidade, saúde; 
            2 – Interpreta as Escrituras e aplica princípios bíblicos ao contexto de seus ouvintes.
            3 – Identifica, define e repudia o mal, e se entristece com ele.
            O profeta Miquéias fala sobre “os videntes (que) se envergonharão, e os adivinhadores se confundirão [...] porque não há resposta de Deus”, Mq.3.7;
            4 – O profeta aponta o dedo, procurando motivar mudanças de comportamento, ao dizer que “ainda há, na casa do ímpio, os tesouros da impiedade e o detestável efa minguado”, Mq.6.10, então, “convertei-vos, pois, ó filhos de Israel, àquele de quem tanto vos afastastes”, Is.31.6;
            5 – Ninguém gosta de repreensão, e este é o dever do profeta, mas Deus pode “fazer que a [...] língua (do profeta) se pegue ao seu paladar, ficando mudo e incapaz de os repreender; porque é casa rebelde”, Ez.3.26 – pode ser o motivo de tantos profetas falsos induzirem o povo às falsas profecias – saúde, prosperidade.
            “[...] Disse Natã (repreendendo) a Davi: Tu és o homem [...]”, 2Sm.12.7 que pecou contra Deus;
            6 – O profeta promove e incentiva o quebrantamento dizendo: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o seu candeeiro (igreja, Ap.1.20), caso não te arrependas”, Ap.2.5;
            7 – O profeta reconhece e confessa que o povo “[...] tem pecado e procedido perversamente (contra) Deus [...]”, Dn.9.15;
            8 – Por amor, preocupa-se com a recuperação do infrator da lei de Deus, afirmando como Jesus: “[...] aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra”, Jo.8.7;
            9 – Encoraja e “[...] consolando os irmãos com muitos conselhos e os fortalecendo”, At.15.32 na fé; 
            10 – Demonstra capacidade para discernir como “[...] Pedro [...] (reconheceu que) Ananias [...] (deixou) que Satanás enchesse o seu coração [...]”, At.5.3;
            11 – Procura viver o que prega ao dizer: “Eis-me aqui, testemunhai contra mim perante o Senhor e perante o seu ungido: de quem tomei o boi? De quem tomei o jumento a quem defraudei? A quem oprimi? E das mãos de quem aceitei suborno para encobrir com ele os meus olhos? E vo-lo restituirei”, 1Sm.12.3;
            12 – Fala em público como “[...] Jesus falou às multidões e aos seus discípulos”, Mt.23.1, assim como Paulo “[...] pregou a palavra de Deus (ao carcereiro) e a todos os de sua casa”, At.16.32.
            O “[...] profeta (é exortado a exercer o seu dom) [...] segundo a proporção da fé”, Rm.12.6.
            Fé aqui, não quer dizer capacidade de crer em Deus.
            Se você vai falar, exercendo seu dom, tenha cuidado para que sua fala concorde com o corpo da verdade já revelada, que se chama a fé.
            Pedro instrui dizendo: “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos (palavra ou declaração) de Deus [...]”, 1Pe.4.11.          
            A fé é a verdade revelada.
            Como se sabe, então, se um profeta está certo ou não?
            A resposta de Paulo é que, “se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que nos escreve”, 1Co.14.37 ou fala.
            A palavra do profeta tem que se harmonizar com as Escrituras.
            Erros que o possuidor deste dom deve evitar e riscos e perigos que pode enfrentar.
            1 – Sentir-se frustrado e solitário no meio da igreja, dos colegas ou familiares. Paulo, “na sua primeira defesa, ninguém foi a seu favor; antes, todos o abandonaram [...]”, 2Tm.4.16;
            2 – Duvidar da fidelidade a Deus de irmãos sinceros;
            3 – Negligenciar a parte das Escrituras que alimenta e nutre o crente no seu desenvolvimento cristão
            Precisamos lembrar que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”, Sl.46.1;
            4 – Ser exageradamente exigente ou duro no lar, com cônjuge e filhos;
            5 – Prejudicar relacionamentos íntimos devido aos padrões rígidos, e sua ousadia em aplicá-los na igreja ou fora dela;
            6 – Condenar males “selecionados a dedo” para agradar alguns;
            7 – “Quem fala por si mesmo está procurando a sua própria glória [...]”, Jo.7.18.
            Sendo assim, cada servo de Deus deve “[...] receber um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta [...]”, Mt.10.41.
            Aqueles que ouvem a proclamação da Palavra de Deus pelo profeta se dividem em quatro grupos:
            1 – Os indiferentes agem dessa forma quando “[...] o SENHOR [...] lhes fala [...] e não ouvem (a) Deus, (Ele) chama, e não o responde”, Jr.7.13;
            2 – Os que resistem e rejeitam a Palavra de Deus, e “[...] quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus que também nos dá o seu Espírito Santo”, Ts.4.8;
            3 – Os que desprezam o profeta, sendo assim, “[...] quem [...] rejeitar (o profeta) rejeita a Jesus; quem, porém, rejeitar (a) Jesus rejeita aquele que o enviou”, Lc.10.16;
            4 – Os receptivos são aqueles que “[...] recebem a Jesus [...] e quem recebe (a) Jesus recebe aquele que o enviou”, Mt.10.40.
            Sinais e prodígios.
            Sinais – aquilo que Deus tem feito, o poder de operar milagres.
            Prodígios – fenômeno incomum que transcende as leis da natureza.
            O ministério do profeta é, obrigatoriamente, abonado e confirmado por Deus, através de sinais extraordinários?
            Muitos assim pensam, mas dos profetas bíblicos somente Moisés, Elias e Eliseu são conhecidos por realizar prodígios.
            Jesus associou sinais e prodígios com falsos profetas “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”, Mt.24.24.
            O próprio Jesus recusou a reconhecer os falsos irmãos dizendo que “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”, Mt.7.21-23.
            Deus está livre para fazer o que quiser através de qualquer um de seus filhos.
            Ser profeta, possuir o dom espiritual do profeta, em si, nada tem a ver com curas e prodígios.

            Vários servos de Deus negaram-se a exercer o papel profético nas suas próprias famílias, com resultados desastrosos! Eli, 1Sm.2.29; Samuel, 1Sm.8.3; Davi, a respeito dos seus filhos Amnom, Absalão e Tamar, “ouvindo o rei Davi todas estas coisas, muito se lhe acendeu a ira”, 2Sm.13.21, e nada mais Davi fez para chamar atenção de seus filhos.
            Todos os pastores têm a função profética; é por isto que se chama um seminário teológico de “casa de profetas”.
            Aos profetas são instruídos a “pregar a palavra, instar, quer seja oportuno, quer não, corrigir, repreender, exortar com toda a longanimidade e doutrina”, 2Tm.4.2.
            Toda igreja precisa saber “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”, Hb.12.6.
            “[...] Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé”, Rm.12.6.
            Profetas na igreja e na sociedade.
            Para realizar seus propósitos eternos, Deus até usou homens e mulheres que não reconheceram a soberania de Deus.
            Deus falou para Jeremias e ao povo de Israel que “não (deviam) dar ouvidos aos [...] profetas e aos [...] adivinhos, aos [...] sonhadores, aos [...] agoureiros e aos [...] encantadores, que lhes falavam, dizendo: Não servireis o rei da Babilônia”, Jr.27.9.
            Deus chegou a “dizer que [...] Ciro [...] era seu pastor e cumpriria tudo o que lhe apraz [...]”, Is.44.28.
            Deus não mudou. Ele não tem permanecido neutro nos assuntos políticos, sociais, econômicos, e muito menos nos assuntos morais e espirituais da humanidade.
            Há profetas em nossa sociedade, apesar de não reconhecerem a soberania de Deus, não terem nenhum compromisso sério com o Senhor e muito menos o dom espiritual do profeta.
            Chico Mendes, ecologista e sindicalista, denunciava a ganância e o egoísmo responsável pela devastação na Amazônia. Foi assassinato.
            Estes “profetas seculares” apontam e protestam contra verdadeiras chagas no corpo nacional, mas não o fazem do ponto de vista de Deus.
            Denunciar a falta de justiça na sociedade é algo que os não-crentes fazem melhor e com mais resultado do que a Igreja de Cristo.
            Os profetas de Deus no Velho Testamento, João Batista e Jesus, todos denunciaram injustiças praticadas nos seus dias.
            O profeta Amós reclama de que “[...] os juízes vendem o justo por dinheiro e condenam o necessitado por causa de um par de sandálias”, Am.2.6.
            Obadias reclama que Esaú ficou “[...] parado nas encruzilhadas, para exterminar os que escapavam [...] (e) entregou os que lhe restavam, no dia da angústia”, Ob.1.14.
            João Batista reclamou dos “[...] fariseus e saduceus [...] (chamando-os de) raça de víboras [...] fugindo da ira vindoura [...]”, Mt.3.7.
            Jesus declara que “[...] surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”, Mt.24.24.
            O profeta é o defensor de causas impopulares perante a geração atual.
            Enganadores disfarçados de “servos de Deus”.
            O falso não se mostra ostensivamente falso; ele se parece tanto com o verdadeiro, que engana os incautos.
            No reinado de Acabe “[...] o SENHOR [...] (permitiu que um) espírito mentiroso (estivesse) na boca de todos os [...] profetas (do rei para) enganar e prevalecer [...]”, 1Rs.22.22.
            Aquilo que a autoridade queria ouvir, o profeta falava, como se tal palavra viesse da parte de Deus.
            A resposta de Deus é que eles “[...] falsamente [...] profetizam [...] em [...] nome (do) Senhor; eu não os enviei, diz o Senhor”, Jr.29.9.
            Jesus nos alerta para ficar “acautelado dos falsos profetas, que se nos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores”, Mt.7.15.
            Esse falto profeta não é um irmão na fé e nunca foi. Não é possuidor do dom espiritual do profeta.
            O falto profeta pode ser um membro de uma igreja evangélica, mas não nascido de novo.
            Desmascarando os falsos profetas.
            O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade [...]”, Jr.23.28.
            Uma prova de que esta gente não representa o Senhor é a ausência do chamamento ao arrependimento.
            O reconhecimento do falso profeta é quando “[...] a árvore má (não) produz frutos bons”, Mt.7.20.
            Toma cuidado com qualquer irmão ou irmã que sustenta um ministério “independente”, não submetido a uma autoridade delegada por Deus e reconhecida pela igreja.
                         
                         
                                   
              
                
            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Quem é você no Corpo de Cristo – Mis. Lida E. Knight – LPC.

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