domingo, 10 de dezembro de 2017

Mt.16.13-20 - A GRANDE FAMÍLIA - Quem precisa da igreja?

A GRANDE FAMÍLIA – Quem precisa da igreja? Mt.16.13-20.

 

Introd.:           A igreja, apesar de ser a comunidade de pecadores regenerados, não é perfeita.

            Apesar de haver boas intenções, a fidelidade à Palavra fica esquecida, visto que cada um pretende dar à igreja um modo que lhe é peculiar, segundo melhor lhe parece.

            Não é raro dentro da igreja, membros, imbuídos de bons sentimentos temam pelo futuro da igreja, como se ela pudesse fracassar e ser destruída.

            Os homens se esquecem de que a igreja é de Deus. Foi ele mesmo quem a elegeu, quem a chamou e guarda povo que a compõe.

            No texto base, “indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, pergunta a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?”, Mt.16.13.

            Os discípulos “[...] responderam (apresentando um quadro da opinião popular): Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas”, Mt.16.14.

            Mas (Jesus pergunta a seus discípulos qual a opinião deles) [...] vós [...] quem dizeis que eu sou?”, Mt.16.15.

            A “resposta (coube a) Simão Pedro, dizendo: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, Mt.16.16.

            [...] Jesus [...] afirmou (qualificando como): Bem-aventurado [...] Simão Barjonas (por ter compreendido essa realidade), porque não foi carne e sangue que [...] revelaram (a) Pedro, mas (o) [...] Pai, que está nos céus”, Mt.16.17.

            Cristão fala da igreja de Deus, referindo-se à sua origem, suas lutas e vitória final.

            A lição fala de alguns aspectos fundamentais da igreja, que a tornam insubstituível.

1 – A igreja está fundamentada em Cristo.

            [...] Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja [...]”, Mt.16.18.

            Aqui temos um jogo de palavras. O nome Pedro significa “pedaço de rocha”, “pedra”, “um pequeno deslocamento do maciço rochoso”.

            Jesus “[...] disse que [...] sobre esta pedra (rocha) edificarei a minha igreja [...]”, Mt.16.18.

            Apesar de haver essa distinção entre as palavras utilizadas, é necessário dizer que, na literatura clássica, a diferença entre os termos não é tão nítida, e essas palavras eram usadas indistintamente.

            Todavia, comparando esse texto com outros das Escrituras podemos entender que aqui ele se refere a Cristo.

            Jesus, citando o salmo 118.22, fala sobre “[...] a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular (Cristo)”, Sl.118.22.

            Paulo, referindo-se aos judeus, diz: “E beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo”, 1Co.10.4.       

            A igreja é edificada em Cristo, “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor”, Ef.2.20, 21.

            O fundamento da igreja não é o homem, com as suas fraquezas e pecados, nem a sua vacilante confissão de fé; mas sim o próprio Cristo como rocha eterna e inabalável.

2 – A igreja é edificada por Cristo.

            A igreja sempre fez parte do propósito eterno de Deus. Deus não confiou essa tarefa a mais ninguém.

            Daí a declaração de Cristo: “[...] edificarei a minha igreja [...]”, Mt.16.18.

            A igreja não pertence a terceiros, ela é do Senhor. Ele mesmo a edifica.

            A expressão “[...] minha igreja [...]”, Mt.16.18 indica a relação pessoal que o Senhor mantém com o seu povo.

            Paulo fala aos efésios que “[...] nós juntamente estamos sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”, Ef.2.22.    

            Na criação “[...] Deus [...] fez o homem à (sua) imagem, conforme a (sua) semelhança [...]”, Gn.1.26 com o propósito de adorá-Lo; sendo os primeiros membros da igreja de Deus.          

            O propósito de Deus foi “que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”, 2Tm.1.9. 

            A Bíblia ensina “[...] que a fé [...] é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos”, Tt.1.1, 2.            A confissão da identidade do Filho é fundamental para o ingresso na igreja, essa confissão só é possível pela graça “[...] revelada [...] (através do) Pai, que está nos céus”, Mt.16.17.

            Essa revelação é feita de acordo com o propósito de Deus a partir do momento em que, “se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação”, Rm.10.9, 10.   Essa revelação é feita de acordo com o propósito de Deus, mesmo porque, “[...] ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Por isso, (Deus) nos faz compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo”, Mt.11.27; 1Co.12.3.          

            O evangelho de João declara: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido”, Jo.6.37, 44, 65.

            Ao longo da história, o Espírito tem estabelecido a igreja, chamando, por meio da Palavra, homens para constituir a igreja de Deus.

            A igreja de Deus está sendo formada e aperfeiçoada. Por isso, ela não é perfeita, mas está sendo lapidada pelo próprio Deus.

            É por este motivo que “[...] todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também nós juntamente estamos sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”, Ef.2.21, 22.     

            “As imperfeições e as marcas na igreja visível ainda estão sendo refinadas pelo Mestre de obras” (John MacArthur).

            Assim é a igreja no tempo presente, com suas imperfeições, constituída de pessoas como nós, que precisam ser instruídas, corrigidas, consoladas, estimuladas, precisando ser acabadas.

            O nosso Arquiteto e Mestre tem todo o controle da obra.

            Jesus fala que “ainda tem outras ovelhas, não deste aprisco; a Ele [...] convém conduzi-las; elas ouvirão a sua voz; então, haverá um rebanho e um pastor”, Jo.10.16.     

3 – A igreja é preservada por Cristo.

            Jesus fala que “[...] edificará a sua igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, Mt.16.18.

            A igreja se deparará sempre com as investidas do diabo, que tentará bloquear o seu avanço e, se possível, destruí-la.

            Jesus não se refere a uma igreja específica, ele fala sobre todos aqueles que permanecem unidos a Cristo, a qual “[...] é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade [...] (pertence a essa igreja todos) aqueles que vierem a crer em Jesus, por intermédio da sua palavra”, 1Tm.3.15; Jo.17.20.

            É preciso saber que o diabo ou “o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir [...]”, Jo.10.10.     

            A ousadia de Satanás é demonstrada no contexto pelo fato de ele logo usar a “[...] Pedro [...] (quando) chama Jesus à parte, começa a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá (morte e ressurreição). Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”, Mt.16.22, 23.      

            A nossa confiança em Deus não pode se transformar em autoconfiança. Satanás é muito poderoso. Jamais o venceremos sozinhos.

            Então, é necessário “o SENHOR (nos) [...] guardar de todo mal; guardar a nossa alma [...] guardar o nosso coração e a nossa mente em Cristo Jesus [...] (isto porque) o Senhor é fiel; ele nos confirmará e guardará do Maligno [...] somos guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo”, Sl.121.7; Sl.121.7; Fp.4.7; 2Ts.3.3; 1Pe.1.5.

            Se faz necessário que a igreja viva debaixo do poder de Cristo, pois “quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus”, Jo.3.21.

            É por este motivo que a igreja é chamada de “[...] coluna e baluarte da verdade [...] (porque a essa igreja) foram confiados os oráculos de Deus”, 1Tm.3.15; Rm.3.2.

            A confiança que temos da preservação da igreja é que Jesus “[...] é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”, Ef.3.20.

            Deus se dignou a preservar a verdade por meio da igreja. Deus continua e continuará preservando o seu povo

4 – A igreja e sua missão.

            Quer aqui, quer na eternidade, a igreja permanecerá como testemunho, inclusive para os anjos, das diversas perfeições de Deus que se agenciam em perfeita sabedoria para constituir, santificar e preservar a igreja.

            A declaração de Paulo é “para que, pela igreja (povo santo), a multiforme (variedade) sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais”, Ef.3.10. 

            A existência da igreja determina a sua missão.

            A igreja foi constituída por Deus para glorificá-lo em sua existência. E, de fato, o Senhor é glorificado quando a igreja o obedece.

            No culto a igreja compartilha a graça da qual ela é beneficiária.

            O salmista fala que a igreja deve “adorar (inclinar, prostrar diante do) [...] SENHOR na beleza da sua santidade; tremer diante dele, todas as terras”, Sl.96.9.          

            A missão da igreja se inspira e fundamenta no exemplo trinitário.

            O “[...] Deus (Pai) [...] deu o seu Filho unigênito (enviando-o), para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, Jo.3.16;

            [...] O Pai (e o) Filho [...] enviaram [...] o Consolador, o Espírito Santo [...] (que) nos ensina todas as coisas e nos fará lembrar de tudo o que nos tem dito”, Jo.14.26;          

            E nós, como igreja de Deis, somos “[...] enviados ao mundo [...] (e através do) Espírito [...]”, Jo.17.18; At.8.29 somos conduzidos a pregar o evangelho.

            Outra missão da igreja é “[...] ser [...] testemunhas (de) Jesus tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, At.1.8.

            Precisamos saber que “[...] não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”, At.4.12.

            É por este motivo que a igreja deve se mobilizar a fim de levar outros homens a “[...] invocar aquele em quem não creram [...] (mas) e como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!”, Rm.10.14, 15.  

            A evangelização tem como alvo final “[...] glorificar a Deus [...] (e) quando Jesus vier (virá) para ser glorificado (louvar, exaltar, magnificar, celebrar, honrar, tornar excelente, renomado) nos seus santos e ser admirado em todos os que creram (nEle) [...]”, Jo.21.19; 2Ts.1.10.

            Neste grande Dia saberemos que foi “[...] Deus o que exaltou Jesus sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra”, Fp.2.9, 10.            Apesar de uma luta intensa, do combate atroz contra o mundo, a carne e o diabo, podemos já, nesta vida, exultar, na certeza do cuidado de Deus, que nos garante a vitória final porque “[...] Jesus [...] é poderoso para nos guardar de tropeços e para nos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!”, Jd.24, 25.

            É por isto que “[...] somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”, Rm.8.37.

            Diante da nossa missão, devemos “[...] ser firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o nosso trabalho não é vão” 1Co.15.58.

Conclusão:      A igreja está sendo formada, moldada à imagem de Cristo. O Senhor dirige a história com esse propósito, é devido a esta verdade que a Escritura declara “[...] que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”, Rm.8.28.

            Assim como Jesus “deu as chaves do reino dos céus (à igreja); (para que) o que ligar na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligar na terra terá sido desligado nos céus”, Mt.16.19, então, “[...] pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”, 2Pe.1.3. 

            No ministério terreno de Jesus, Ele “[...] advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo”, Mt.16.20, mas hoje, devemos anunciar que Jesus reina para todo sempre e, o Pai pode tornar a quem Ele desejar fazer parte da grande família que precisa da igreja.

Aplicação:       Qual a importância é para você fazer parte do corpo de Cristo?     

            Você é atuante na igreja e uma boa testemunha de seu Senhor?

           

 

     Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – Palavra viva – O credo apostólico– Em vez de fé na fé, o conteúdo da fé – CCC – Rev. Hermister Maia Pereira da Costa.                 

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