quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PETIÇÃO

PETIÇÃO
            Não existe ninguém neste mundo que ainda não tenha pedido alguma coisa emprestada ao seu próximo. É costume pedir dinheiro, roupa, carro, casa de praia, uma xícara de arroz, feijão, café ou utensílios domésticos emprestados. Geralmente as pessoas são bondosas.
            É muito difícil o pidão receber um não de imediato. Pode ser que o amigo abordado tente protelar a resposta dizendo: – Mais tarde você me procura; – Vou pensar um pouco mais; – Preciso rever a situação; – Tenho que consultar o meu cônjuge; – Por hora é impossível te ajudar. Tais respostas são sinais de que o pedinte pode ter esperança.
            Moisés anda na contramão daqueles que fazem alguma petição ao ser humano. Ao invés de pedir socorro, auxílio, ajuda ao seu próximo, o legislador apresenta dois preciosos pedidos Àquele que pode e tem tudo nas mãos, o próprio Senhor, o Deus criador de todas as coisas.
            A sua petição é simples; ele pede graça e sucesso. Ele entende que quando o homem faz a sua súplica a Deus, é o melhor caminho que ele pode trilhar, visto que é um pisar seguro e verdadeiro.
            Você não pode titubear, duvidar, ficar inseguro. Peça com coragem a quem pode estender a mão para que “seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus [...]” (Sl 90.17). Prestou atenção no rogo? É natural que as pessoas ao fazerem as suas petições, o fazem com interesse próprio, mas o que se nota é que o poeta não foi egoísta, exclusivista, pedindo a graça só para si.
            Ele disse: “Seja sobre nós [...]” (Sl 90.17). Ele se lembrou da família, da Igreja, da coletividade, daqueles que estão à sua volta: vizinhos, amigos e toda a sociedade. Em seu pedido está o desejo da amabilidade, da ternura ou do deleite de Deus em favor de todos.
            O mesmo desejo de pedir a graça de Deus em favor da coletividade nasceu no coração de outro escritor sagrado ao dizer: “[...] Não escondi da grande congregação a tua graça e a tua verdade” (Sl 40.10b). Esse pedido nasce no reconhecimento de que a graça de Deus é o seu rico trato para com o homem. É o reconhecer de que Deus age de forma agradável e amorosa em favor dos seus. É a forma de agradecer, orando, pedindo a Deus os seus favores.
            Quando o autor bíblico fala: “Seja sobre nós [...]”; ele quer dizer que só a bênção da presença do Senhor pode dar significado e alegria à vida. Foi exatamente isso o que aconteceu com Moisés no deserto. Conforme outro salmista: “[...] A [...] graça (do Senhor) é melhor do que a vida [...]” (Sl 63.3).
            Esse é um dos maiores motivos dos lábios de cada adorador louvar a Deus por se lembrar de que a graça é o favor imerecido de Deus em seu favor. Em meio a essa graça, está inclusa a salvação, a boa vontade de Deus que produz nos filhos de Deus a luz das boas obras.
            É interessante notar que o salmista reconheceu que é somente ao “[...] Senhor [...] (que) pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras” (Sl 62.12). Esse pedido da graça de Deus “[...] sobre nós [...]” (Sl 90 17) deve ser constante em sua vida.      Esse pedido da graça deve ser feito somente ao “[...] Senhor, nosso Deus [...]” (Sl 90.17) porque só dele procede toda graça maravilhosa.
            A petição do salmista tinha somente um propósito: O sucesso da vida profissional. É como se ele dissesse: Dá-nos sucesso em tudo o que fazemos, seja no trabalho secular ou espiritual a fim de “[...] confirmar sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos” (Sl 90.17b). Sim, garanta pelo menos a nossa sobrevivência.
            É como se continuasse a pedir para Deus: Ajude-nos a sair da difícil situação econômica em que nos encontramos. Moisés tinha plena certeza que aqueles que servem a Deus seriam outorgados com bênçãos eternas. A confirmação dessas obras sobre as suas mãos é para compensar os anos maus e tristes que ele havia passado no deserto. Por isso, cada serve precisa suplicar para que Deus abençoe e confirme aquilo que tem feito com esforço.
            Faz-se necessário que Deus se faça o seu guia e conselheiro. É preciso que por meio da autoridade de Deus você tenha um privilégio especial, mas é preciso deixar Deus dirigir e governar as obras de suas mãos. Por isso da repetição: “[...] Confirma sobre nós [...] sim, confirma a obra das nossas mãos” (Sl 90.17b).
            Esse é um tipo de curso contínuo de pedido e perseverança na graça de Deus, pois somente ele pode capacitar e completar todo o curso da obra de suas mãos.
            Querido irmão! Deixe Deus conduzir a sua vida a um resultado próspero em todas as ações e empreendimentos que você esteja vivendo neste mundo. Continue pedindo a Deus que não somente as obras de suas mãos sejam confirmadas e abençoadas, mas principalmente, a sua vida espiritual. E saiba desta verdade: É somente Deus que pode conferir sucesso em tudo, nos interesses temporais e espirituais, por isso, não peça ao homem, peça favores a Deus.

Rev. Salvador P. Santana 

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