sexta-feira, 13 de novembro de 2015

MATE O QUANTO PUDER

MATE O QUANTO PUDER
            “A bancada da bala no Congresso planeja um crime monstruoso [...] ao facilitar a compra, a posse, o porte e o uso de armas de fogo [...] armas passam a ser vendidas para maiores de 21 anos (e não 25) [...] a taxa inicial de porte, que era de R$ 1.000, cai para R$ 300 [...] temos a grande liquidação – de armas e vidas [...] o texto aprovado pela ‘comissão especial’ da Câmara amplia os locais permitidos de posse e uso de armas. O que se chamava de ‘casa’ passa a ser ‘qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade [...] escritórios, consultórios’ [...] só os já condenados por crimes dolosos são impedidos de comprar arma. O projeto libera as armas para quem estiver sob investigação ou processo criminal [...]” – Época – 2 novembro 2015, no. 908 – Arma, para que te quero? – Ruth de Aquino – pág.90.
            Que bom saber que neste final de ano o povo brasileiro pode contar com pelo menos, essa promoção de armas. Será um alívio para muitos bolsos e poderá sobrar um pouco mais de grana para as festas comemorativas de natal e de passagem de ano.
            Com essa nova da Comissão Especial da Câmara, investir para liberar armas para todos, sendo aprovado o texto em Plenário e também no Senado, todos, querendo, podem matar à vontade e indiscriminadamente. Sendo assim, o Brasil poderá ser considerado um país de primeiro mundo onde todos tem o direito de portar uma arma assim como EUA, República Tcheca, Suíça, entre outros.
            Em qualquer situação é possível usar textos bíblicos para apoiar os intentos do governo brasileiro. As leis acerca da violência, biblicamente falando, são terríveis. Moisés escreveu que, “quem ferir a outro, de modo que este morra, também será morto” (Ex 21.12). Dependendo do crime, o juiz “não (podia) [...] olhar com piedade [...] (a condenação era): vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Dt 19.21).
            A condenação bíblica é sem misericórdia. Não tem escapatória para aquele que negar condenar ou matar o acusado. A lei tem e deve ser cumprida, custe o que custar. Não importa qual crime você tenha praticado; seja ele de pouca ou muita repercussão diante da sociedade; a ordem é única e certa “[...] dita aos juízes: [...] Cada um mate os homens [...]” (Nm 25.5) por qualquer crime que tenha cometido.
            Para contradizer todas as perspectivas e interesses da indústria bélica e política brasileira a respeito de facilitar a compra, a posse, o porte e o uso de armas de fogo, Jesus contradiz a maioria quando falou sobre o “[...] que fora dito aos antigos: Não matarás [...]” (Mt 5.21).
            Matar a sangue frio ou não, abrange muito mais que apenas tirar vidas de inocentes, condenados no judiciário ou pelas mãos de julgadores impiedosos e carrascos. É preciso investir em outro tipo de morte sugerida pelas Escrituras Sagradas a fim de que alguém consiga sobreviver mais e melhor.
            A arma utilizada nessa morte não precisa sair da IMBEL, nem do contrabando e muito menos da comissão especial da Câmara dos Deputados.  Essa arma não é física, ela é espiritual e pode alcançar muitos corações.
            Assim como Jesus falou que “[...] não (se deve) matar [...]” (Mt 5.21), também Paulo ordena a cada cristão “fazer (imperativo) [...] morrer a (sua) [...] natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria” (Cl 3.5). Note bem que a decisão de julgar e fazer a execução do crime é do próprio indivíduo, pois cada um será responsável pelos seus próprios atos. 
            A razão para não usar as armas carnais e sim espirituais é que, “por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]” (Cl 3.6). Então é preciso reforçar essa matança indiscriminada. Deve-se urgentemente “[...] crucificar com Jesus o [...] velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirva o pecado como escravo”, (Rm 6.6).
            Algo interessante de se verificar é que, “[...] se (por acaso você) viver segundo a carne, (o seu) caminhar (será) para a morte (pode ser física, espiritual e o pior, é que ela pode ser progressiva até alcançar a morte eterna); mas, se, pelo Espírito, mortificar os feitos do corpo, certamente, viverá (eternamente)” (Rm 8.13).
            Neste modo cruel de funcionamento da vida neste mundo, é preciso ouvir mais uma vez “[...] Jesus dizer [...]: Mete a espada (ou qualquer arma de fogo) na bainha [...]” (Jo 18.11), “e [...] (sendo servo) de Cristo Jesus (aprenda a) crucificar a carne (matando o quanto puder) [...] as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24).
Rev. Salvador P. Santana

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