quinta-feira, 2 de julho de 2015

A IGREJA CARISMÁTICA, 1Pe.1.16-21.

A IGREJA CARISMÁTICA, 1Pe.1.16-21.

Introd.:           Carismática – grego – charisma. Aparece o N.T. traduzida como “[...] dom espiritual [...] repartido [...] para que (muitos servos de Deus) sejam confirmados”, Rm.1.11.
            Em outra Escritura Paulo fala que “[...] o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foi abundante sobre muitos”, Rm.5.15.
            Ele também declara que “[...] o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor [...] (logo) os dons [...] de Deus são irrevogáveis (não desfaz)”, Rm.6.23; 11.29 sobre a vida daqueles que são escolhidos por Deus.
            É por este motivo que “não (podemos) fazer-nos negligentes para com o dom (trabalho, ministério) que há em nós [...]”, 1Tm.4.14.    Em muitas igrejas esses dons são usados para se referir àqueles que dão ênfase aos dons do Espírito Santo.
            Vamos analisar os principais problemas causados pelo movimento carismático e o modo como devemos lidar com eles.
I – Experiência X Escrituras.
            No meio carismático as experiências são supervalorizadas. Elas não precisam nem sequer de uma base bíblica.
            Eventos são mostrados em programas de rádio e TV, ou na internet.
            A postura daqueles que frequentam tais igrejas assume a seguinte postura: “Se as Escrituras não apoiam a experiência, pior para as Escrituras”.
            Alguns exemplos absurdos:              
            Ana Paula Valadão – Unção do leão rugindo.
            Galinha falando em línguas e o galo interpretando.
            Unção da vassoura.
            Colher de pedreiro ungida.
            Unção do pulo.
            Unção do pássaro.
            Unção da lama.
            Pastor cutucado por um anjo. O anjo lhe fazia cócegas, tamanha era a ‘intimidade’ que tinha com o Senhor.
            O público fica extasiado com essas coisas – grita, chora, dá glória a Deus.
            Nesse meio, para que alguém continue a ser visto como espiritual, deve estar constantemente envolvido com mais e mais experiências.
            A consequência da busca incessante de alguma experiência para se mostrar espiritual aconteceu com Moisés.
            Após “[...] descer Moisés do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho [...] não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia (experiência particular com Deus), depois de haver Deus falado com ele. (Até esse momento Moisés não havia percebido, então,) olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele do seu rosto; e temeram chegar-se a ele. Então, Moisés os chamou; Arão e todos os príncipes [...] e Moisés lhes falou [...] aos quais ordenou ele tudo o que o SENHOR lhe falara no monte Sinai. (A partir desse momento) [...] Moisés [...] pôs um véu sobre o rosto (talvez para dizer aos demais: sou mais chegado de Deus, mais espiritual). Porém, vindo Moisés perante o SENHOR para falar-lhe, removia o véu até sair [...] assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, viam que a pele do seu rosto resplandecia; porém Moisés cobria de novo o rosto com o véu até entrar a falar”, Ex.34.29-35.
            Todos nós somos gratos em querer ser visto pelos outros e Moisés não era diferente.
            Paulo fala “[...] que Moisés [...] punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação (fim) do que se desvanecia (já havia desaparecido o brilho, pois era transitório)”, 2Co.3.13.         
            Queremos que o outro fique sabendo que estamos orando, lendo a Bíblia, jejuando, fazendo algum sacrifício como que dizendo: “Sou mais espiritual”.
            Quando se acha que o que dá sentido à vida cristão são a quantidade e a intensidade das experiências tidas, entramos em um buraco sem fundo, pois sempre haverá uma experiência maior.
            Por não se importarem em respaldar as experiências com a Escritura, ou por fazerem isso com base em versículos fora do contexto, quando o fazem, os carismáticos já trouxeram para dentro da igreja, vários outros desvios – ‘dente de ouro’, ‘vômito santo’, ‘unção do riso’, ‘cair no espírito’, ‘unção da ligeireza da corsa’.
            Esses crentes ditos mais ‘próximos de Deus’, colocam um jugo muito grande sobre aqueles que não têm tais experiências.
            Paulo foi acusado pelos falsos mestres de que “[...] a presença pessoal dele (era) fraca, e a palavra desprezível”, 2Co.10.10.
            Paulo lhes disse que não era como aqueles “[...] que se louvam a si mesmos [...]”, 2Co.10.12, dando a entender que, os falsos profetas não consideravam Paulo espiritual.
            É por esse motivo que Paulo fala: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor”, 2Co.12.1.
            Logo depois ele completa: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte”, 2Co.12.7.
            A ênfase principal dos carismáticos é que todos os crentes devem buscar ardentemente o batismo do Espírito Santo como experiência distinta da salvação.
            Eles chamam de segunda bênção, evidenciada, principalmente, pelo dom de línguas.
            Esse ensino não resiste a uma verificação bíblica, mesmo porque, “[...] em um só Espírito, todos nós fomos batizados em (formar) um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos os foi dado beber de um só Espírito”, 1Co.12.13.
            Não existe nenhuma margem para se entender o batismo do Espírito como uma segunda bênção.
            Após a nossa escolha em Jesus, “[...] o nosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em nós, o qual temos da parte de Deus, e que não somos de nós mesmos [...]”, 1Co.6.19.
            Sendo de Cristo, “[...] somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”, 2Co.6.16.
            Não existe uma segunda bênção porque; “[...] se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”, Rm.8.9.
            No meio carismático existe as [...]
II – Falsas promessas.
            A ênfase nos sinais e maravilhas, e o entendimento de que estes são uma parte essencial da vida cristã fazem do movimento carismático uma grande fábrica de ilusões.
            A ideia passada aos fiéis é que Deus certamente vai curar, conceder prosperidade e dar fim a todos os problemas.
            É interessante notar no meio dos carismáticos quando eles declaram que “o SENHOR te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, (mas não leem o final do verso que diz:) se obedeceres aos mandamentos do SENHOR, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir”, Dt.28.13.
            Os carismáticos ainda dizem: “Eu sou filho do dono do ouro e da prata”.
            É preciso saber que o Senhor Deus pode curar, fazer prosperar e resolver qualquer problema, mas Deus não faz isso todo o tempo e com todas as pessoas.
            Não tendo como fundamentar biblicamente que Deus fará sempre aquilo que os crentes esperam que ele faça, os carismáticos apelam para a experiência. O resultado são as falsas promessas feitas em nome de Deus.
            A – Fé na fé.
            O movimento chamado “Confissão positiva” surgiu no meio carismático.
            Eles ensinam que Jesus já fez tudo o que precisava fazer, bastando ao crente agora exercer sua fé.
            Don Grosset (Há poder em suas palavras, Ed. Vida) diz: “todo este livro trata só de como obter o que se declara”. Ou seja, para que alguém receba algo, deve crer naquilo que declarou, isso é fé na fé.
            Os carismáticos afirmam ser errado pedir para Deus fazer a sua vontade e, que, quando alguém não recebe o que pediu, é porque faltou fé.
            Ensinam que devem determinar, ordenar, reivindicar aquilo que Jesus já conquistou para eles, pois essa é uma promessa da Bíblia, e Deus não volta atrás naquilo que promete.
            É verdade que Deus sempre cumpre o que promete. O problema é não encontrarmos nas Escrituras promessa alguma sugerindo a obrigação de Deus em fazer tudo que pedimos com fé.
            Jesus é contrário aos ensinos dos carismáticos ao nos ensinar a orar pedindo: “[...] faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”, Mt.6.10.
            João, o apóstolo, também fala contra o falso ensino da determinação, da reivindicação ao declarar que “[...] esta é a confiança que temos para com Jesus: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve”, 1Jo.5.14.
            Muitos pastores televisivos aliados aos carismáticos dizem que, se você não recebeu o que pediu foi simplesmente por falta de fé.
            Com esse pensamento antibíblico, os carismáticos pode declarar que Davi não tinha fé, pois “buscou Davi a Deus pela criança: jejuou Davi [...] (mas) a criança morreu [...]”, 2Sm.12.16,19.
            Outro também que é considerado um incrédulo, por parte dos carismáticos, sem fé, é o apóstolo Paulo.
            Paulo “[...] pediu três vezes ao Senhor que [...] afastasse dele [...] (o) espinho na carne [...] (mas o) Senhor lhe disse: A minha graça te basta [...]”, 2Co.12.8,7,9.
            Que tipo de fé é a sua?
            B – Normatização da experiência.
            Biblicamente falando, não há respaldo para as alegadas experiências dos carismáticos, mas imagine que uma delas, pelo menos, seja autêntica.
            Isso confere o direito de normatizá-la e afirmar que todo crente pode e deve experimentá-la? Não.
            Nem todas as promessas feitas na Bíblia se aplicam aos cristãos de modo geral.
            A promessa de “[...] crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”, At.16.31 não se aplica a todas as pessoas.
            Essa promessa foi cumprida, mas fora feita especificamente ao carcereiro da cidade de Filipos e não a todos os crentes.
            Um exemplo é dos filhos de Eli, Hofni e Fineias que “[...] não ouviram a voz de seu pai, porque os SENHOR os queria matar”, 1Sm.2.25 – não sabemos sobre o destino eterno desses homens.
            Os carismáticos generalizam as experiências.
            O resultado desse tipo de comportamento será a decepção para com Deus, por ele ter ‘descumprido o trato’ ou a ‘fabricação’ da experiência, a fim de continuarem a ser vistos como espirituais.
            Precisamos entender que a [...]
III – Experiência (é) confirmada pela Palavra.
            A experiência faz parte da vida cristã.
            Os cristãos têm como regra de fé as afirmações (ou proposições) feitas na Escritura, por isso dizemos que a Escritura é nossa regra de prática.
            A experiência deve estar, portanto, firmada naquilo que a Bíblia ensina, e não existir à parte dela.
            Pedro escreve a segunda epístola aos crentes com o objetivo de fortalecê-los e serem orientá-los quanto à presença de falsos mestres dentro da igreja.
            Um dos ensinos falsos “[...] nos últimos dias, (é que) virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”, 2Pe.3.3,4.
            Pedro deseja aos leitores “graça e paz [...] (para) ser multiplicada, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor”, 2Pe.1.2.           
            Ao obter conhecimento, o servo de Deus sabe que “[...] pelo [...] divino poder (de) Deus, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”, 2Pe.1.3 e não para obter riqueza ou saúde completa.
            Pedro deseja que cada um de nós “[...] esteja sempre [...] lembrado acerca destas coisas (doação da vida e piedade) [...]”, 2Pe.1.12 e não da experiência para viver é por isso que [...]
            A – Pedro conta a sua experiência.
            Pedro foi testemunha ocular da majestade de Cristo quando ele, Tiago e João ouviram a voz do Pai dizendo: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo”, Jo.1.17.
            Essa experiência de Pedro aconteceu no dia da transfiguração de Jesus.
            As vestes do Mestre resplandeceram e eles viram, ao lado de Jesus, Moisés e Elias. Por esse motivo Mateus registrou as palavras do Pai em relação ao seu Filho.
            Pedro afirma nesta epístola que o evangelho pregado por ele não é uma fábula, e sim algo experimentado por ele.
            Pedro sabia que a experiência por si só não é suficiente, por isso continuou seu argumento.
            B – Sob o crivo da Escritura.
            Após falar da experiência da transfiguração, Pedro fala que “[...] não nos deu a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas ele (Tiago e João) [...] foram testemunhas oculares da [...] majestade (de) Jesus (quando da Sua transfiguração)”, 2Pe.1.16.
            A experiência de Pedro foi também de saber que “[...] Jesus recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”, 2Pe.1.17.
            Ele declara: “Ora, esta voz (do Pai celeste), vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo”, 2Pe.1.18 e nem por isso Pedro, Tiago e João se consideraram mais espirituais que os demais apóstolos.
            Pedro e os demais apóstolos “tiveram, assim, tanto mais confirmada a palavra profética (anunciada pelo V.T.), e fazemos bem em atendê-la (também), como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em nosso coração”, 2Pe.1.19 para esclarecer-nos a respeito da vinda de Cristo e de como viver para Deus sem muito alarde.
            A experiência de Pedro só é válida porque a Escritura pode confirmar em nosso coração.
            A influência carismática estranha às Escrituras não pode [...]
Conclusão:      Fazer parte da nossa vida.
            Pedro “sabia, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação (explicação)”, 2Pe.1.20 através de um texto isolado ou porque um anjo tenha lhe falado.
            É por isso que ele fala que “[...] nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”, 2Pe.1.21.
            Eu e você precisamos acreditar muito mais na Palavra de Deus e não em profecias falsas ou algo semelhante, pois ela é a nossa única regra de fé e prática.
Aplicação.
            Você costuma avaliar as experiências por meio da Palavra de Deus?
            Dedique tempo ao estudo pessoal e não perca as oportunidades de estudo oferecidas pela igreja.
            Submeta-se à vontade de Deus, ele não está sujeito àquilo que queremos, mas fará sempre o que lhe apraz – dá com prazer.


            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa fé – CCC – Rev. Milton Coutinho Jesus Jr.

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