sábado, 28 de janeiro de 2012

NEM TODOS TERÃO

NEM TODOS TERÃO


Circula nesta cidade um panfleto com os dizeres: “você não pode perder – seminário cura e libertação – uma semana inteira de bênçãos para você!”. Esse tipo de propaganda parece mais com os incentivos de igrejas que resolvem todos os problemas de todas as pessoas como um vapt-vupt de um grande deus na terra. Está mais para a chamada de: – “venha para cá, você será inteiramente abençoado na vida financeira, conjugal, física”. Pode até ser que aquele que ganha pouco, tenha o salário aumentado em 100%, o empresário falido reerguerá a sua empresa a ponto de readquirir os bens perdidos e ajudar todos os seus, os problemas conjugais de impotência, desajuste, brigas desaparecerão e as suas feridas serão curadas definitivamente.

Não é tão fácil assim como muitos pensam! A vida é cheia de surpresas. As correntezas submersas da vida carregam todos os homens para lugares que ele não deseja. Isso não quer dizer que todos passam por problemas difíceis na vida. Pode acontecer de muitos presenciarem o “[...] justo [...] perecendo na sua justiça, e [...] (o) perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade” (Ec 7.15). É possível que todos os homens, ainda que não queiram aceitar, ou alguns tenham uma ponta de dúvida quanto ao “[...] que sucederá amanhã [...] (na verdade) o homem não sabe [...]” (Ec 10.14). O meio-irmão de Jesus para validar essa palavra declara que os homens “[...] não sabem o que sucederá amanhã. Que é a [...] vida? (Os homens) são, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14).

Suponha que pelo menos mil pessoas cheias de problemas de saúde, de ordem financeira e dificuldades de relacionamento familiar compareçam neste evento. Bem, se o convite fora feito para curar e libertar, então acontecerá de forma milagrosa na vida de todos ou pelo menos em parte. Toda saúde será restaurada, qualquer embaraço financeiro será desfeito e até mesmo os problemas familiares se desfarão como que num piscar de olhos. Caso este frequentador volte para casa de mãos vazias, ficará frustrado e sem crédito em tudo que diz respeito a igreja ou a campanhas para este ou aquele assunto.

Para que ninguém fique decepcionado com tais anúncios e nunca perca a esperança de servir a Deus com integridade de coração, é preciso que cada homem “[...] volte-se para [...] Deus [...]” (Is 55.7) urgentemente sem esperar recompensa terrena de saúde e prosperidade. É bom saber que, nem no V.T. e nem no N.T. Deus prometeu vida farta para todos. É verdade que alguns homens foram agraciados pela bondosa mão do Papai do céu, mas não foram todos. Prova é que “[...] nunca deixará de haver pobres na terra (Deus tem um propósito:) [...] ordena [...] (aos mais abastados de) livremente, abrir a mão [...] para o necessitado, para o pobre na tua terra” (Dt 15.11).

Pensando bem, cura e libertação nem todos terão. É preciso olhar para a soberania de Deus e perceber que somente Ele é quem cura e liberta, pois o “[...] SENHOR [...] terá misericórdia de quem Ele tiver misericórdia e [...] compadecerá de quem Ele [...] compadecer” (Ex 33.19). É preciso saber também que quando se fala de cura, no cartaz não está especificado se é a cura interior, da alma, ou, se do corpo, das feridas. Ora, sendo uma ou outra, depende também do Pai celeste, mesmo porque “[...] Ele somente, e mais nenhum deus além de dEle; Ele mata e Ele faz viver; Ele fere e Ele sara; e não há quem possa livrar alguém da sua mão” (Dt 32.39). A libertação também não é esclarecida se da alma ou dos vícios. Mas o importante é ter a certeza que “se, pois, o Filho [...] libertar, verdadeiramente (o homem) será livre” (Jo 8.36) do pecado, dos vícios e do diabo.

Que nenhum homem venha pensar que ficará impune só pelo motivo de estar nas mãos de Deus o poder de curar e libertar. Jesus ainda insiste no convite de “vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e ele [...] aliviará” (Mt 11.28) as dores, os apertos, as dificuldades nos lares e principalmente, as angústias da alma, mas, todos aqueles que rejeitarem este convite “[...] hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos” (1Pe 4.5).

Rev. Salvador P. Santana

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