quarta-feira, 14 de abril de 2010

ENCHEU A CASA

ENCHEU A CASA


Conta-se que todo final de semana o membro da igreja fazia reclamações para o seu pastor. Ele já não aguentava mais o aperto físico que havia em sua casa. Dizia que apenas um cômodo servia de sala, cozinha e quarto. Estava para entrar em desespero. O casal não conseguia andar com desenvoltura em meio ao aperto. Cada domingo que adentrava na igreja pedia ao dirigente ou ao pastor para orar a seu favor pedindo providências. O pastor, incomodado com essa situação, na segunda-feira, fez uma visita à casa do irmão. Ao chegar, o pastor ficou encostado no batente da porta e travou uma bela conversa com a sua ovelha. Para tentar solucionar o problema, o ministro deu-lhe uma galinha de presente, aconselhou-o a conservá-la por uma semana dentro de casa. Não satisfeito com mais aperto, queixou-se novamente para o bispo no domingo seguinte. Foi acalmado e aconselhado a conservar a galinha por mais uma semana, juntamente com um bode. Nesta semana a compressão foi ainda maior e novo queixume seguido de outro presente, um burrico. Não suportando mais a situação, foi ao culto da semana seguinte disposto a falar poucas e boas ao seu conselheiro espiritual. Para sua surpresa, antes que dissesse qualquer palavra, o orientador vendo a sua aflição, disse-lhe: – “eu sei que está apertado, aquenta mais esta semana, e, resolvo dar-lhe um boi para acrescentar aos que você já conserva dentro de casa”. Sem entender o motivo, após o culto, foi para casa tocando o seu novo animal. A semana transcorreu na mais perfeita ordem e o discípulo não compareceu ao culto. Preocupado, o orientador foi à procura do aprendiz. Ao chegar, batendo à porta, ouviu uma voz espremida saindo de dentro de casa, daí, o conselheiro pediu-lhe que enxotasse os animais para fora da casa. Feito, demorou sair o principiante, mas ao sair, suspirando aliviado, disse: – Ufa! Que casa maravilhosa e espaçosa.

O povo de Deus vive a reclamar contra as dádivas recebidas da “[...] poderosa mão (de Deus) [...]”, Dt.34.12. Ao fazer uma releitura da trajetória do povo de Israel, percebe-se a grande semelhança daqueles, para com estes que vivem nos dias atuais. No deserto “[...] o povo murmurou contra Moisés [...] (perguntando): Que havemos de beber?”, Ex.15.24. Devido a bondade de Deus, nunca faltou água para este povo. Logo depois, irrefletidamente, olharam para trás e se “lembraram dos peixes que, no Egito, comiam de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos”, Nm.11.5. Que belo engodo! Depressa esse povo esqueceu-se “[...] da ânsia de espírito e da dura escravidão”, Ex.6.9 que amargaram no Egito. Apagaram da memória com muita facilidade que todo alimento ingerido, toda água bebida e toda veste recebida, estava sendo descontado em folha de trabalho forçado. Ainda assim “[...] o populacho [...] tinha grande desejo das comidas dos egípcios [...] (e) tornaram a chorar [...] dizendo: Quem nos dará carne a comer?”, Nm.11.4.

Tem acontecido, constantemente, de Deus, “[...] o SENHOR dos Exércitos [...] abrir as janelas do céu e [...] derramar [...] bênçãos sem medida”, Ml.3.10 sobre o seu povo e as reclamações não param de acontecer. Os discípulos ficam tão cheios de bênçãos, que muitas vezes, faz tal como o irmão que encheu a sua casa com presente do seu mestre. Daí, ele fica impedido de sair para cultuar “[...] àquele que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima ao rico mais do que ao pobre; porque todos são obra de suas mãos”, Jó 34.19 e abençoa a quem quer.

A partir de hoje, “em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para contigo”, 1Ts.5.18.

Rev. Salvador P. Santana

Nenhum comentário:

Postar um comentário