quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Rm.12.8 - O DOM ESPIRITUAL DE MISERICÓRDIA.



O DOM ESPIRITUAL DE MISERICÓRDIA, Rm12.8.

            “[...] Quem exerce misericórdia, com alegria”, Rm.12.8.

            “[...] Misericórdia [...]”, Rm.12.8 – latim – mercês, mercedis – pagamento, recompensa, que veio a ser associada às recompensas divinas ou atos de compaixão celeste.

            A.T. hesed – ideia de sede física da compaixão, e que leva o indivíduo a sentir e exprimir compaixão.

            A prostituta Raabe “[...] pediu, pelo SENHOR que, assim como (ela) usou de misericórdia para (com os espias) [...] também dela (devia) usar para com a casa de seu pai [...]”, Js.2.12;

            Rhm – raiz hebraica que descreve as atitudes de Deus em relação à miséria e desgraça de seu povo, a compaixão que isso provoca nele;

            A nossa oração: “Perdoa o teu povo, que houver pecado contra ti, todas as suas transgressões que houverem cometido contra ti; e move tu à compaixão os que os levaram cativos para que se compadeçam deles”, 1Rs.8.50.

            No N.T. tem três vocábulos:

            1 – Éleos – misericórdia, compaixão. Significa manifestação eficaz de dó. 

            Está relacionada à ideia de graça porque “a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade”, 1Tm.1.13;

            2 – Oiktirmós – simpatia, compaixão. Se refere às simpatias e interesses de Deus pelos homens, por isso, “sede misericordiosos, como também é misericordioso nosso Pai”, Lc.6.36;        

            3 – Splágchna, entranhas que envolve a misericórdia. “Jesus, profundamente (do fundo do coração) compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo!”, Mc.1.41. Misericórdia vem – Encl. Bíblica, Teologia e Filosofia – R. N. Champlin, Ph.D.

            “[...] Misericórdia [...]”, Rm.12.8 fala de bondade e boa vontade ao miserável e ao aflito, associada ao desejo de ajudá-los.

            Pode acontecer de pessoa para pessoa: exercitar a virtude da misericórdia, mostrar-se misericordioso;

            A misericórdia parte de Deus para os homens: em geral, providência; a misericórdia e clemência de Deus em prover e oferecer aos homens salvação em Cristo;

            A misericórdia de Cristo, pela qual, em seu retorno para julgamento, Ele abençoará os verdadeiros cristãos com a vida eterna. Bol.

            “[...] Misericórdia [...]”, Rm.12.8 ou compaixão é o dom que permite a seu possuidor encarar uma pessoa com amor, esquecendo-se de si próprio, e participar da vida do outro com respeito profundo por ele como membro do Corpo.

Objetivo:         Mostrar que Deus motiva o servo a suprir necessidades do próximo, que sofre mental, física ou emocionalmente, ouvindo-o e compreendendo-o. 

1 – Características encontradas no possuidor do dom de misericórdia.

            1 – Identifica-se com indivíduos crentes e não-crentes, em seus problemas físicos, mentais ou emocionais.

            O misericordioso sente na pele o que o outro sente “alegrando com os que se alegram e chorando com os que choram”, Rm.12.15.

            É possível o misericordioso se “lembrar dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, eles mesmos em pessoa fôsseis os maltratados”, Hb.13.3;

            2 – A misericórdia leva o possuidor “abrir a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado [...] se faz de olhos para o cego e de pés para o coxo. Dos necessitados é pai e até as causas dos desconhecidos ele examina”, Pv.31.20; Jó 29.15, 16.

            Duas falas de Jesus sintetiza o significado da misericórdia: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos [...]”, Mt.5.7; 9.13.

            Ex.: Preocupa-se com vítimas de calamidades;

            É hospitaleiro;

            Discerne motivos insinceros nos outros;

            Relaciona-se fácil com pessoas diversas;

            Envolve-se com aqueles que, aos olhos dos demais, não são merecedores de atenção – os que têm mau cheiro, mães solteiras, viciados, ex-presidiário.

2 – Exercendo o dom de misericórdia.

            “[...] Quem exerce misericórdia, com alegria”, Rm.12.8.

            Estes irmãos são preparados por Deus com a capacitação de demonstrar misericórdia espontaneamente.

            Diferença entre enfiar o seu nariz onde não foi chamado e estar disposto a identificar-se de coração com o outro e seus problemas aflitivos.   

            Na lei, Moisés determinou que é preciso “[...] abrir de todo a mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade”, Dt.15.8.

            O abrir da mão deve ser “livremente, lhe darás, e não seja maligno o seu coração, quando lho deres; pois, por isso, te abençoará o SENHOR, seu Deus, em toda a sua obra e em tudo o que empreenderes”, Dt.15.10.

            Devemos saber que “[...] nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, Deus nos ordena: livremente, abrirás a mão para o seu irmão, para o necessitado, para o pobre na sua terra”, Dt.15.11.

            O misericordioso dá “liberalmente [...] do seu rebanho, da sua eira (celeiro) e do seu lagar (prensa de vinho); daquilo com que o SENHOR, seu Deus, te houver abençoado, lhe darás”, Dt.15.14.

3 – Alguns erros que o possuidor do dom de misericórdia deve evitar e riscos e perigos que poderá enfrentar.

            1 – Orgulhar-se de sua capacidade tal como “o fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano”, Lc.18.11;

            2 – Menosprezar o irmão que não tem este dom assim como muitos “[...] menosprezam o pobre [...]”, Tg.2.6;

            3 – Compartilhar com alguém detalhes privativos da vida de uma pessoa que está recebendo a misericórdia. É como “falar om falsidade uns aos outros, falando com lábios bajuladores e coração fingido”, Sl.12.2;

4 – Impedimentos eventuais no exercício desse dom.         

            1 – Querer recuperar marginais ou socorrer vítimas de acidentes – não sabe e não foi escolhido para esse fim.

            Certa vez, “[...] Alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam isto eram sete filhos de um judeu chamado Ceva, sumo sacerdote. Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E o possesso do espírito maligno saltou sobre eles, subjugando a todos [...] desnudos e feridos, fugiram daquela casa”, At.19.13-16.


            Deus sente aversão a qualquer pecado.

            A Bíblia fala que “[...] o SENHOR, Deus de Israel [...] odeia o repúdio e aquele que cobre de violência as suas vestes [...] portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis”, Ml.3.16.

            Salomão declara que existem “seis coisas (que) o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos”, Pv.6.16-19.

            O que precisamos ter em mente é que a compaixão de Deus ameniza esta desgraça.

            Jeremias fala que “as misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim”, Lm.3.22.

            Compaixão faz parte inerente da natureza do Senhor, pois Ele é o “[...] Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!”, 2Co.1.3.

            Apesar da rebeldia do homem, em “recusar ouvir (Deus) e não se lembrar das suas maravilhas [...] endurecem a sua cerviz [...] porém [...] Deus (é) perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-se e grande em bondade, Deus não nos desampara”, Ne.9.17.

            A compaixão de Deus deve ser padrão para todos os homens.

            Todo aquele que “julga a causa do aflito e do necessitado; por isso, tudo lhe irá bem. Porventura, não é isso conhecer-me? —diz o SENHOR”, Jr.22.16.

            Jesus fala que serão “bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”, Mt.5.7.

            Os profetas e Jesus põem em relevo o contraste entre a religiosidade do povo e a falta gritante de compaixão para com o próximo.

            O profeta Oséias fala que Deus “[...] quer misericórdia, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”, Os.6.6.

            Amós declara que Deus “aborrece, despreza as nossas festas e com as nossas assembleias solenes não têm nenhum prazer”, Am.5.21.

            A declaração de Jesus é que somos “[...] hipócritas, porque damos o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e temos negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devemos, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!”, Mt.23.23.

6 – Cada crente que não tenha recebido o dom da misericórdia tem a responsabilidade cristã de “[...] praticar a justiça, e amar a misericórdia, e andar humildemente com o seu Deus”, Mq.6.8.

            No dia do julgamento final, “[...] perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”, Mt.25.37-40.               

            Os encarcerados na Bíblia fazem referência aos presos injustamente ou por sua fé, por isso, “[...] se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome”, 1Pe.4.16.

            A pseudo-misericórdia, mentira, falsa é censurada por Deus, isto porque, “se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?”, Tg.2.15, 16.

            O cristão é chamado para envolver-se com outros em suas necessidades e expressar interesses de maneiras significativas.

Conclusão:      O texto básico é claro: “[...] Quem exerce misericórdia, com alegria”, Rm.12.8.

            O dom da misericórdia não pode ser feito com desprezo, raiva, apressado, deve ser “[...] com alegria”, Rm.12.8 tal como Jesus fazia diante de pessoas com seus diversos problemas familiares.

            Fica sabendo que “o generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre. Se (você) abrir a sua alma ao faminto e fartar a alma aflita, então, a sua luz nascerá nas trevas, e a sua escuridão será como o meio-dia”, Pv.22.9; Is.58.10.

            “[...] Quem exerce misericórdia, com alegria”, Rm.12.8.

                 

            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Quem é você no Corpo de Cristo – Mis. Lida E. Knight – LPC.



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