sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Sl.19.1, 7-10, 14 - OS SACRAMENTOS E A PALAVRA.


OS SACRAMENTOS E A PALAVRA, Sl.19.1, 7-10, 14.

Introd.:           A Bíblia, “[...] a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”, Hb.4.12.
            A Palavra de Deus age não apenas em algum tempo ou período histórico, mas é viva e operante sempre e em todas as épocas.
            Em nossa época não é diferente, afinal de contas suas qualidades agem pelos séculos.
            A Bíblia nos ensina sobre a origem, o sentido e o propósito do homem, que foi criado segundo a imagem e semelhança do Criador.
            Ela nos ensina sobre a criação, a queda e a redenção, formando um quadro que torna a realidade compreensível. E nos ensina absolutos morais verdadeiros.
1 – As propriedades da Palavra.
            O salmista declara que “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”, Sl.19.1.
            É por este motivo que a glória de Deus é visível nas obras da criação, mas muito mais visível é a verdade proposicional na sua Palavra escrita, as Sagradas Escrituras.
            Davi, neste salmo, relata as características e qualidades da Palavra de Deus.
            Ele faz isso em seis frases, nos versos 7 a 9 deste salmo, em que repete, em cada uma delas, o nome Yahweh (SENHOR na RA), o Senhor Deus da aliança, aquele que não falha, que cumpre todas as suas promessas.
            [...] SENHOR (Yahweh) [...]”, Sl.19.7 é um nome impronunciável.
            [...] SENHOR (Yahweh) [...]”, Sl.19.7, fala daquele que existe, do único Deus verdadeiro.
            Temos seis títulos diferentes atribuídos à Palavra de Deus, que abrangem todo o conjunto da revelação divina.
            Observe o que essas expressões têm a nos ensinar sobre as qualidades das Escrituras.
            A – A lei do Senhor.
            A lei do SENHOR (Yahweh) é perfeita e restaura a alma [...]”, Sl.19.7.
            O primeiro desses títulos significa que a Palavra de Deus é totalmente perfeita, livre de toda corrupção, corretamente cheia de todo bem e apropriada “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”, 2Tm.3.17.
            É por isso que “a lei do SENHOR é perfeita e restaura (reanima, converte) a alma (a Deus) [...]”, Sl.19.7 e ao dever exigido pelo pacto da graça, firmado pelo Senhor com o seu povo.
            A lei do SENHOR é perfeita [...]”, Sl.19.7 a ponto de designar o padrão divino para a conduta humana.
            É “a lei do SENHOR [...]”, Sl.19.7 que restaura a vida do homem em todas as suas faculdades e vontades intelectuais e morais.
            Nenhuma parte do homem está impossibilitada de ser “[...] restaurada (pela) lei do SENHOR [...]”, Sl.19.7.
            Devemos saber que uma pessoa corretamente instruída na “[...] lei do SENHOR [...] (não necessita de mais nada para se tornar) sábia [...]”, Sl.19.7.
            B – O testemunho do Senhor.
            [...] O testemunho do SENHOR (Yahweh) é fiel e dá sabedoria aos símplices”, Sl.19.7.
            A Palavra de Deus é segura e duradoura.
            [...] O testemunho do SENHOR é [...]”, Sl.19.7 o fundamento infalível de conselhos verdadeiros e base segura de esperanças confortantes e duradouras.
            Quando somos guiados e governados pela Palavra de Deus, não correremos nenhum risco de nos desviar, porque estaremos no caminho pelo qual “[...] o [...] SENHOR [...]”, Sl.19.7 conduz o seu povo rumo a salvação.
            A palavra “[...] testemunho [...]”, Sl.19.7 indica o contrato pactual feito entre Deus e seu povo eleito.
            Esse contrato está expresso especialmente nos dez mandamentos.
            O termo “[...] fiel [...]”, Sl.19.7 nos apresenta a ideia de que a Palavra permanece e está firme e segura, ou seja, ela é apresentada como algo certo e inabalável, pois o Senhor é quem confere essa garantia.
            [...] Sabedoria [...]”, Sl.19.7 fala que o Senhor Deus é a fonte da verdadeira sabedoria, e ele a concede para que os seus saibam decidir entre o que é certo e o que é errado, um parâmetro norteador para a vida.
            [...] Símplices”, Sl.19.7 designa uma pessoa ingênua e inocente, que não tem discernimento para distinguir o certo do errado, assim, o testemunho inabalável do Senhor transforma aquele que é ingênuo em alguém apto para tomar decisões, ou seja, tornar-se sábio e dotado de discernimento.
            C – Os preceitos do Senhor.
            Os preceitos do SENHOR (Yahweh) são retos e alegram o coração [...]”, Sl.19.8.
            Os preceitos de Deus são exatamente acordes com as eternas normas e os princípios do bem e do mal.
            Porque são retos, a observância dos princípios “[...] alegram o coração [...]”, Sl.19.8.
            A lei, em vista do sacrifício de Cristo, produz “[...] alegria [...]”, Sl.19.8; e quando está escrita em nosso coração, imprime o fundamento do gozo perpétuo por sermos restaurados com uma mente santa.
            O termo “[...] preceitos [...]”, Sl.19.8 indica instruções específicas, ou seja, abrangente até mesmo nas questões menores, não apenas os princípios gerais, abrangentes e amplos, mas também as instruções apontadas individualmente.
            Os preceitos do SENHOR (Yahweh) são (sempre) retos e (sempre) alegram o coração [...]”, Sl.19.8.
            A Palavra de Deus dirige nossos passos, até mesmo nas ocasiões mais simplórias e corriqueiras do dia a dia.
            Devemos entender que a nossa vida somente estará ordenada se for moldada unicamente pela Palavra de Deus em todos os seus termos.
            D – O mandamento do Senhor.
            [...] O mandamento do SENHOR (Yahweh) é puro e ilumina os olhos.”, Sl.19.8.
            O quarto título nos ensina que, da mesma maneira que a luz não se mistura com as trevas, a lei de Deus mantêm-se pura e intacta.
            Essa lei, ou “[...] o mandamento do SENHOR (Yahweh) é puro e ilumina os (nosso) olhos”, Sl.19.8.
            [...] O mandamento do SENHOR (Yahweh) [...] ilumina os olhos”, Sl.19.8, guiando-nos pelo caminho correto como sendo “lâmpada para os nossos pés [...] a [...] palavra (de Deus) e, luz para os nossos caminhos”, Sl.119.105.
            A palavra “[...] mandamento [...]”, Sl.19.8 indica os mandamentos que estão à disposição de todo o povo de Deus.
            Nesse sentido, essa palavra diz respeito às coisas designadas pelo Senhor em sua lei.
            A palavra “[...] olhos”, Sl.19.8 é empregada para expressar conhecimento, caráter, atitude, inclinação, opinião e o modo de corresponder às ordenanças da lei do Senhor.
            [...] Os olhos”, Sl.19.8, portanto, são considerados um bom indicador dos pensamentos íntimos do homem.
            [...] O mandamento do SENHOR (Yahweh) [...] ilumina os olhos”, Sl.19.8, o sentido aqui é revigorar ou reanimar, indicando que o mandamento do Senhor revigora o caráter, a atitude do homem.
            É por este motivo que “são os olhos a lâmpada do corpo. Se os nossos olhos forem bons, todo o nosso corpo será luminoso; se, porém, os nossos olhos forem maus, todo o nosso corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!”, Mt.6.22, 23.
            E a “[...] pureza [...] (mostra que somente) o mandamento do SENHOR (Yahweh) é puro [...]”, Sl.19.8 para ser aplicado em nossas vidas.
            E – O temor do Senhor.
            O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre [...]”, Sl.19.9.
            O conhecimento produzido pelo “[...] temor do SENHOR [...]”, Sl.19.9 é puro, o respeito a que os filhos de Deus são levados pela sua Palavra constitui a verdadeira sabedoria.
            Jó fala “[...] que o temor do Senhor é a sabedoria [...]”, Jó 28.28.
            O salmista declara “o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria [...]”, Sl.111.10.
            A palavra “[...] temor [...]”, Sl.19.9 indica a advertência a respeito das maldições sobre a desobediência, que pronunciam julgamento, que descrevem a Deus irado com o pecado.
            Esse “[...] temor do SENHOR é límpido (limpo, puro moralmente e eticamente, por este motivo) permanece para sempre [...]”, Sl.19.9.
            A expressão “[...] temor [...]”, Sl.19.9 evidencia o modo pelo qual o Senhor quer ser adorado, portanto, há somente culto verdadeiro quando Deus é adorado segundo prescreve a sua lei.
            F – Os juízes do Senhor.
            [...] os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos”, Sl.19.9.
            A Palavra de Deus sempre está em consonância com a verdade, pois o que Deus quer é sempre a verdade.
            Na oração sacerdotal, Jesus fala que “[...] a [...] palavra (de Deus) é a verdade”, Jo.17.17.
            Por isso “[...] os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos”, Sl.19.9, formando um todo conciso: a Palavra, a verdade e a justiça de Deus.
            [...] Juízos [...]”, Sl.19.9 indica que todos os termos desse trecho se referem ao julgamento do Senhor.
2 – O sacramento como selo da Palavra.
            Os sacramentos são exercícios praticados com a finalidade de nos tornar mais certos e seguros da Palavra de Deus e de suas promessas.
            Como somos carnais, os sacramentos também nos são dados em coisas carnais, a fim de que eles nos instruam conforme a capacidade da nossa rude condição e nos dirijam e nos conduzam como os mestres fazem com as crianças que estão aos seus cuidados.
            Os sacramentos cumprem o propósito firmado pelo Senhor de serem um selo e um penhor da palavra com a finalidade de solidificar nossa fé.
            Sabemos que o Senhor nos selou “[...] como selo da justiça da fé [...] a fim de que nos fosse imputada a justiça [...] (mesmo) daqueles que não são [...] mas [...] andam nas pisadas da fé [...]”, Rm.4.11, 12.
            Os sacramentos são exercícios que nos tornam mais certa a fidedignidade da Palavra de Deus.
            O Senhor confirma sua graça e sua misericórdia pactual, tanto pela Palavra quanto pelos sacramentos, contudo, somente aqueles que recebem a Palavra e os sacramentos, porque é proclamada e crida.
            Paulo fala que “[...] todos quantos foram batizados em Cristo de Cristo nos revestimos”, Gl.3.27.
            O revestimento é a prova de que “[...] em um só Espírito, todos nós fomos batizados [...]”, 1Co.12.13.
            Os sacramentos são testemunhos da Palavra de Deus, que confirmam a bondade do Senhor para conosco em nos sustentar, preservar, alimentar, fortalecer e aumentar a nossa fé.
            A Palavra e os sacramentos possuem a mesma função, comunicar a Cristo Jesus.
Conclusão:      Os sacramentos e a Palavra, possuem a propriedade de fortalecer e instruir no caminho correto a ser seguido.
            Os sacramentos é um meio pelo qual o Espírito Santo do Senhor confirma nossa fé, portanto, a nossa salvação em Cristo Jesus.
Aplicação:       Se os sacramentos ratificam a Palavra de Deus, quão próximo você está dela e quanto você aprofundou seu conhecimento sobre ela?
            Que medidas práticas você pode tomar para aprender mais dos preceitos do Senhor?
            A Palavra de Deus “é mais desejável do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e é mais doce do que o mel e o destilar dos favos”, Sl.19.10 para você?
            As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração são agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!(?)”, Sl.19.14.

            Rev. Salvador P. Santana


            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – O batismo e a Ceia do Senhor – Palavra Viva – Rev. Christian Brially Tavares de Medeiros – ECC.

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