quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O MEU PAPAI.

O MEU PAPAI

            “Ruy (Fiuk) vai descumprir uma ordem judicial e fugir com Ruyzinho (Lorenzo Souza) em A Força do Querer. Ritinha (Isis Valverde) ganhará o direito de visitar o filho, mas será proibida pelo playboy, que contrariará os conselhos do irmão e da prima, colocará o garoto no carro e sairá de casa sem avisar a "sereia" "Tão demorando é muito!", comentará Ritinha, enquanto espera no parquinho do prédio. "Eles estão me enganando", completará ela, em conversa com Marilda (Dandara Mariana). A amiga lembrará que a "sereia" pode chamar a polícia se a família de Ruy proibir a visita [...]” -  http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/novelas/forca-do-querer-ruy-proibe-ritinha-de-ver-o-filho-e-foge-com-ruyzinho--17191.

            O que acontece nesse quadro da novela é comumente chamado de Alienação Parental. Alienação Parental nada mais é do que um dos cônjuges forçar, convencer ou fazer de tudo para afastar o filho do ex-cônjuge de forma velada ou não.

            Esse quadro televisivo se enquadra no que se chama de abandono afetivo, quando um dos genitores dá suporte material, mas não moral. Situações como essa já levaram filhos a cobrar dos pais indenização por danos morais.

            O drama de pai ausente acontece em quase todas as famílias brasileiras. É um mal que muitos jovens carregaram por falta não só da assinatura do progenitor em seu registro de nascimento ou ainda carregam devido esse pai não permanecer dentro de casa nos horários de folga do trabalho.

            Ora esse pai está nos bares, ora nos jogos, ora junto a seus amigos prediletos. Outras vezes, esse mesmo pai pode marcar presença dentro de casa, mas longe dos relacionamentos maritais e filiais porque os celulares lhe tomam o tempo.

            Esse distanciamento de corpo presente acontece de vários modos, mas o principal, que causa esfriamento, rebeldia, troca de modelo, exemplo, é a falta de diálogo/companhia/amizade. Essa tríade perniciosa é seguida do hábito costumeiro churrasco/cerveja com os amigos de trabalho grudados na tela da TV.

            Os únicos perdedores neste caso, são os filhos e a esposa que ficam lançados debaixo de um abrigo, mas como se estivessem sem chão e sem teto. É possível que mais tarde, talvez na maioridade do filho, esse gerador venha sentir saudade, remorso, falta de companheirismo, e, pode ser que fique sozinho para o resto da vida, sem a presença da esposa e do próprio filho, e, talvez tardiamente, venha dizer que o ama de verdade.

            É verdade que nos últimos anos houve uma significativa melhora, visto ser obrigado a presença do genitor na hora do registro público de nascimento, mas ainda assim continua sendo dolorido para a mãe e para o filho ter que avisar para aqueles que estão a sua volta que o seu pai não está presente.

            Filho, calma! Nem tudo está perdido. Ainda que o seu pai biológico ou adotivo, sua mãe, seu parente de perto ou de longe não estejam presentes ou te abandonaram moral, fisicamente ou financeiramente, não precisa ficar perturbado “[...] pois [...] (o) Pai celeste sabe que (você) necessita de [...]” (Mt 6.32) de todos eles ao seu lado para o seu desenvolvimento perfeito.

            Pode ser que Deus permita que você os conheça a fim de que você seja consolado, ajudado e aceito por eles. Ou, que após conhecê-los, você fique decepcionado, em dúvida, se sinta rejeitado, magoado por ter ficado esquecido por longos anos.

            Urgentemente, é preciso que você se esforce para “não temer, porque Deus está contigo; não te assombrar, porque (o Senhor) é o teu Deus; Ele te fortalece, e te ajuda, e te sustenta com a sua destra (mão direita) fiel” (Is 41.10) em todos os momentos de solidão que você tenha passado neste mundo.

            Você pode perguntar para qualquer pessoa: “E o meu papai?”. Ao mesmo tempo você mesmo poderá responder: o meu Papai verdadeiro está no céu, por isso “não temo [...] porque (o) meu Pai se agradou em dar-me o seu reino” (Lc 12.32) ainda que você tenha sido esquecido neste mundo, você será aceito no céu.

            Que neste dia da criança, cada pai se sinta responsável não apenas pelo cuidado financeiro, mas também, pelo cuidado moral, psicológico e paternal.

Rev. Salvador P. Santana

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