Introd.: Muitas
vezes a igreja esquece da presença e da ação do Espírito Santo em sua vida.
Na
realidade diária de cada cristão, o Espírito parece mais um princípio teológico
com pouca ou nenhuma relação com a nossa realidade, marcada por diversos
problemas, dificuldades, vitórias e frustrações.
Alguns
crentes, apesar de sinceros em sua fé, não são esclarecidos e, por isso,
invocam o Espírito como se ele ainda não tivesse batizado a igreja definitivamente
no Pentecostes.
A
certeza que temos é “[...] que somos santuário de Deus e que o
Espírito de Deus habita em nós [...] o santuário de Deus [...] somos nós, (que)
é sagrado [...] (portanto) o nosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está
em nós, o qual temos da parte de Deus, e que não somos de nós mesmos [...]”, 1Co.3.16, 17; 6.19.
O
Espírito está presente em nós e Ele age na igreja como comunidade (organização)
e, atua poderosamente na vida individual de cada crente (igreja como organismo).
O
Consolador é [...]
1 – O substituto de Cristo.
Na
quinta-feira, véspera da morte de Jesus, Ele se encontrou com seus discípulos
em “[...] um espaçoso cenáculo mobilado [...] (onde fora) feito os
preparativos”,
Lc.22.12 para a última Páscoa que Jesus iria participar.
Nesse
encontro o Mestre proferiu o seu mais longo discurso sobre a Pessoa e a obra do
Espírito Santo, Jo.16; 17.
Jesus
fez a promessa de que “[...] Ele rogaria ao Pai, e ele lhes daria outro
Consolador (paracletos), a fim de que estivessem para sempre com (eles)”, Jo.14.16.
Paracletos - chamado, convocado a
estar do lado de alguém, convocado a ajudar alguém, alguém que pleiteia a causa
de outro diante de um juiz, intercessor, conselheiro de defesa, assistente
legal, advogado; de Cristo em sua exaltação a mão direita de Deus, suplica a
Deus, o Pai, pelo perdão de nossos pecados, alguém que presta socorro, do Santo
Espírito, destinado a tomar o lugar de Cristo, a conduzi-los a um conhecimento
mais profundo da verdade evangélica, a dar-lhes a força divina necessária para
capacitá-los a sofrer tentações e perseguições como representantes do reino
divino.
“[...] Jesus [...] (prometeu) outro (gr. paracletos)
Consolador [...]”,
Jo.14.16. Significa que o Paracleto prometido não foi o primeiro a aparecer em
cena.
O título Paracletos é usado no N.T.
quase exclusivamente em relação ao Espírito Santo.
O “[...] outro (paracletos) Consolador
[...]”,
Jo.14.16 deve ser pelo menos igual a ele, que o anteceda.
Temos de entender que o Espírito não
é o Paracleto. Jesus é chamado de “[...] a consolação de
Israel [...]”,
Lc.2.25.
No
A.T., o conceito da “[...] a consolação de Israel [...]”, Lc.2.25 expressa a
esperança da salvação messiânica.
A
imagem simbólica da consolação divina ao seu povo é expressa por meio da
metáfora do “[...] pastor [...] (que) apascenta o seu rebanho
[...]”,
Is.40.11.
A metáfora está vinculada à imagem
de Deus “como [...] (uma) mãe (que) consola [...]”, Is.66.13 o seu filho.
O
maior consolador enviado por Deus, para consolar o povo é o seu Servo, Jesus,
porque “o Espírito do SENHOR Deus está sobre Ele, porque o
SENHOR o [...] ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-o a curar
os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em
liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da
vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram”, Is.61.1, 2.
O
ministério de Jesus é o ministério de consolação.
Somente
por ocasião de sua partida anunciada deste mundo Jesus proclamou o envio de “[...]
outro (paracletos) Consolador [...]”, Jo.14.16.
“O
Espírito da verdade [...]”, Jo.14.17 é o “[...] outro (paracletos) Consolador [...]”, Jo.14.16 em face da
ausência de Jesus.
O
Consolador e a sua [...]
2 – Tarefa primária.
O
termo paracleto tinha um uso rico variado no mundo antigo.
Transmitia
a ideia de “alguém chamado para o lado de “e apontava para alguém convocado
para “dar ajuda em um tribunal de justiça”.
Esse
é o sentido da palavra que é usada na epístola de João, de que, “[...]
se, todavia, alguém pecar, temos Advogado (paracleto) junto ao Pai, (esse
paracleto é) Jesus Cristo, o Justo”, 1Jo.2.1 e não o Espírito Santo.
Mas,
como Jesus subiu ao céu, o Espirito Santo é o “[...] outro (paracletos)
Consolador [...]”,
Jo.14.16.
O
Espírito Santo nos [...]
A – Auxilia em nossas orações.
Todo
cristão tem “[...] o Espírito [...] (que) nos assiste em nossa
fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele (Deus) que sonda os
corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus (e
não a nossa) é que (o) Espírito intercede pelos santos”, Rm.8.26, 27.
O
Espírito Santo nos auxilia como [...]
B –
Porta-voz.
Essa
ação do Espírito Santo acontece “quando [...] nos levarem e
nos entregarem, (então) não nos preocupemos com o que havemos de dizer, mas o
que nos for concedido naquela hora, isso falamos; porque não somos nós os que
falamos, mas o Espírito Santo”, Mc.13.11.
É o
Espírito Santo que [...]
C –
Convence o mundo do pecado.
Nenhum
homem pode fazer o que o Espírito Santo faz.
Está
no poder do “[...] Espírito [...] convencer o mundo do pecado, da
justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em Jesus; da justiça, porque Jesus
(foi) para o Pai, e não (o) veremos mais; do juízo, porque o príncipe (Satanás)
deste mundo já está julgado”, Jo.16.8-1.
O
Espírito Santo está [...]
3 – Em nós e por nós.
Temos “[...]
o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviou em [...] nome (de) Jesus,
esse nos ensinará todas as coisas e nos fará lembrar de tudo o que Jesus nos tem
dito”,
Jo.14.26.
No
N.T. o verbo “[...] consolar [...]”, Lc.16.25 além do sentido primário,
significa também: “[...] implorar”, Mt.8.5, “[...] suplicar”, Mt.18.32, “[...]
conciliar”,
Lc.15.28, “[...] confortar [...]”, At.16.40.
O
Espírito nos consola, fortalece e ajuda em todas as nossas dificuldades, nos
estimulando à ação.
Ele
age em nós como Jesus agiu com os seus discípulos e ainda age por nós.
Por
este motivo “[...] Jesus rogou ao Pai, e ele nos deu outro
Consolador, a fim de que esteja para sempre conosco”, Jo.14.16.
É o
próprio Espírito Santo que nos conduz ao [...]
A –
Testemunho.
A
certeza que temos é que “o próprio Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus”, Rm.8.16.
É
pelo testemunho do Espírito que nos conscientizamos da graça de Deus.
“Nossa
mente, por iniciativa própria, jamais nos comunicaria tal segurança se o
testemunho do Espírito não a precedesse” (João Calvino).
O
Consolador fala sobre o [...]
B –
Desafio e capacitação.
“[...]
Deus não nos tem dado espírito de covardia [...]”, 2Tm.1.7.
Além
do Espírito nos consolar, Ele nos desafia à luta e ao testemunho fiel de nossa
fé.
Paulo declara que “[...]
tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de
que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”, Rm.15.4.
Devemos
lembrar que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”, 2Tm.3.16.
Precisamos
gravar em nosso coração “[...] que nenhuma profecia da Escritura
provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada
por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo”, 2Pe.1.20, 21.
É
por este motivo que “[...] recebemos poder, ao descer sobre nós o
Espírito Santo, e seremos [...] testemunhas (de) Jesus [...] até aos confins da
terra”, At.1.8.
Somente
o Espírito pode capacitar a igreja a lutar e a testemunhar sua fé para
desempenhar de forma eficaz o seu ministério.
A
igreja é uma testemunha comissionada pelo próprio Deus.
Só
conseguimos testemunhar “[...] porque nós somos filhos, (porque) enviou
Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho [...]”, Gl.4.6.
E
esse mesmo Espírito, “[...] o Consolador [...] (foi) enviado da
parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de Jesus”, Jo.15.26 através dos
nossos lábios.
A nossa tarefa é ensinar o evangelho
tal qual está registrado nas Escrituras, para isso, precisamos pedir para Deus “desvendar
os nossos olhos, para [...] contemplar as maravilhas da [...] lei (de) Deus”, Sl.119.18.
O
exemplo que temos é que os acusadores de Estevão “[...]
não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava [...] (ele
estava) cheio do Espírito Santo [...]”, At.6.10; 7.55.
Saulo,
após a conversão, “[...] ficou cheio do Espírito Santo. E logo
pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus”, At.9.17, 20.
Barnabé
“[...] exortava a todos a que, com firmeza de coração,
permanecessem no Senhor. (Isto ele fazia) porque era homem [...] cheio do
Espírito Santo e de fé [...]”, At.11.23, 24.
O
poder do Espírito não significa simplesmente vitória sobre as dificuldades,
antes, ele fala do triunfo, mesmo quando a derrota nos parece evidente.
Estevão
testemunhou no poder do Espírito e foi apedrejado.
Paulo
cumpriu seu ministério sob a direção do Espírito e foi preso e martirizado.
Os perigos
que corremos “[...] não pode (nos estimular a) deixar de falar das
coisas que vimos e ouvimos”, At.4.20 sobre Jesus e o Espírito Santo.
O
que “[...] importa (é) obedecer a Deus do que aos homens”, At.5.29.
Assim
como Paulo, muitos em nossos dias “[...] estão prontos não só
para ser preso, mas até para morrer [...] pelo nome do Senhor Jesus”, At.21.13.
A
igreja não pode se calar de dar o seu testemunho, mesmo porque, depois da “[...]
receber poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo [...] serás [...]
testemunhas (de) Jesus tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até
aos confins da terra”, At.1.8.
Como
igreja, somos levados sob a direção do Espírito, de forma irreversível, a
testemunhar sobre a realidade de Cristo e do poder da sua graça.
O
Consolador fala sobre o [...]
C –
Fortalecimento.
Paulo
ora “para que [...] (a igreja) seja fortalecida com poder, mediante o
seu Espírito no homem interior”, Ef.3.16.
A
oração tem a finalidade de rogar ao Espírito de Deus que ajude a igreja a ter
força para enfrentar todas as dificuldades da vida.
Quando
somos “[...] fortalecidos”, 1Co.16.13 por Deus, temos condições de
caminhar diante de qualquer obstáculo.
Por
isso de Paulo dizer: “tudo posso naquele que me fortalece”, Fp.4.13.
Quando
a igreja estava sendo perseguida no primeiro século, Pedro os instruiu nestes
termos: “Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados,
bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus”, 1Pe.4.14.
O
próprio Jesus já havia falado que a sua igreja seria “[...]
enviada como ovelhas para o meio de lobos [...] (no entanto, Jesus continua) não
os temais [...]”,
Mt.10.16, 26.
O
Consolador marca [...]
Conclusão: A sua
presença em nosso meio.
Assim
como “[...] Jesus rogou ao Pai, e ele nos deu outro
Consolador, (foi) a fim de que esteja para sempre conosco”, Jo.14.16.
E
esse é “o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não no vê, nem o conhece; nós o conhecemos, porque ele habita conosco e
estará em nós”,
Jo.14.17.
E o
mais importante é que Jesus “não nos deixará órfãos, voltará para nós
outros”,
Jo.14.18.
Aplicação:
A
presença do Espírito Santo em cada crente é uma realidade apresentada pela
Palavra de Deus.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – Palavra viva – O credo apostólico–
Em vez de fé na fé, o conteúdo da fé – CCC – Rev. Hermister Maia Pereira da
Costa.
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