segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Jo.14.16-18 - O CONSOLADOR.

O CONSOLADOR, Jo.14.16-18.
 

Introd.:           Muitas vezes a igreja esquece da presença e da ação do Espírito Santo em sua vida.        

            Na realidade diária de cada cristão, o Espírito parece mais um princípio teológico com pouca ou nenhuma relação com a nossa realidade, marcada por diversos problemas, dificuldades, vitórias e frustrações.

            Alguns crentes, apesar de sinceros em sua fé, não são esclarecidos e, por isso, invocam o Espírito como se ele ainda não tivesse batizado a igreja definitivamente no Pentecostes.

            A certeza que temos é “[...] que somos santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em nós [...] o santuário de Deus [...] somos nós, (que) é sagrado [...] (portanto) o nosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em nós, o qual temos da parte de Deus, e que não somos de nós mesmos [...]”, 1Co.3.16, 17; 6.19.

            O Espírito está presente em nós e Ele age na igreja como comunidade (organização) e, atua poderosamente na vida individual de cada crente (igreja como organismo).

            O Consolador é [...]

1 – O substituto de Cristo.

            Na quinta-feira, véspera da morte de Jesus, Ele se encontrou com seus discípulos em “[...] um espaçoso cenáculo mobilado [...] (onde fora) feito os preparativos”, Lc.22.12 para a última Páscoa que Jesus iria participar.

            Nesse encontro o Mestre proferiu o seu mais longo discurso sobre a Pessoa e a obra do Espírito Santo, Jo.16; 17.

            Jesus fez a promessa de que “[...] Ele rogaria ao Pai, e ele lhes daria outro Consolador (paracletos), a fim de que estivessem para sempre com (eles)”, Jo.14.16.

            Paracletos - chamado, convocado a estar do lado de alguém, convocado a ajudar alguém, alguém que pleiteia a causa de outro diante de um juiz, intercessor, conselheiro de defesa, assistente legal, advogado; de Cristo em sua exaltação a mão direita de Deus, suplica a Deus, o Pai, pelo perdão de nossos pecados, alguém que presta socorro, do Santo Espírito, destinado a tomar o lugar de Cristo, a conduzi-los a um conhecimento mais profundo da verdade evangélica, a dar-lhes a força divina necessária para capacitá-los a sofrer tentações e perseguições como representantes do reino divino.

            [...] Jesus [...] (prometeu) outro (gr. paracletos) Consolador [...]”, Jo.14.16. Significa que o Paracleto prometido não foi o primeiro a aparecer em cena.

            O título Paracletos é usado no N.T. quase exclusivamente em relação ao Espírito Santo.

            O [...] outro (paracletos) Consolador [...]”, Jo.14.16 deve ser pelo menos igual a ele, que o anteceda.

            Temos de entender que o Espírito não é o Paracleto. Jesus é chamado de “[...] a consolação de Israel [...]”, Lc.2.25.

            No A.T., o conceito da “[...] a consolação de Israel [...]”, Lc.2.25 expressa a esperança da salvação messiânica.

            A imagem simbólica da consolação divina ao seu povo é expressa por meio da metáfora do “[...] pastor [...] (que) apascenta o seu rebanho [...]”, Is.40.11.

            A metáfora está vinculada à imagem de Deus “como [...] (uma) mãe (que) consola [...]”, Is.66.13  o seu filho.

            O maior consolador enviado por Deus, para consolar o povo é o seu Servo, Jesus, porque “o Espírito do SENHOR Deus está sobre Ele, porque o SENHOR o [...] ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-o a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram”, Is.61.1, 2.

            O ministério de Jesus é o ministério de consolação.

            Somente por ocasião de sua partida anunciada deste mundo Jesus proclamou o envio de “[...] outro (paracletos) Consolador [...]”, Jo.14.16.

            O Espírito da verdade [...]”, Jo.14.17 é o “[...] outro (paracletos) Consolador [...]”, Jo.14.16 em face da ausência de Jesus.

            O Consolador e a sua [...]

2 – Tarefa primária.

            O termo paracleto tinha um uso rico variado no mundo antigo.

            Transmitia a ideia de “alguém chamado para o lado de “e apontava para alguém convocado para “dar ajuda em um tribunal de justiça”.

            Esse é o sentido da palavra que é usada na epístola de João, de que, “[...] se, todavia, alguém pecar, temos Advogado (paracleto) junto ao Pai, (esse paracleto é) Jesus Cristo, o Justo”, 1Jo.2.1 e não o Espírito Santo.

            Mas, como Jesus subiu ao céu, o Espirito Santo é o “[...] outro (paracletos) Consolador [...]”, Jo.14.16.

            O Espírito Santo nos [...]

            A – Auxilia em nossas orações.

            Todo cristão tem “[...] o Espírito [...] (que) nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele (Deus) que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus (e não a nossa) é que (o) Espírito intercede pelos santos”, Rm.8.26, 27.

            O Espírito Santo nos auxilia como [...]

            B – Porta-voz.

            Essa ação do Espírito Santo acontece “quando [...] nos levarem e nos entregarem, (então) não nos preocupemos com o que havemos de dizer, mas o que nos for concedido naquela hora, isso falamos; porque não somos nós os que falamos, mas o Espírito Santo”, Mc.13.11.

            É o Espírito Santo que [...]

            C – Convence o mundo do pecado.

            Nenhum homem pode fazer o que o Espírito Santo faz.

            Está no poder do “[...] Espírito [...] convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em Jesus; da justiça, porque Jesus (foi) para o Pai, e não (o) veremos mais; do juízo, porque o príncipe (Satanás) deste mundo já está julgado”, Jo.16.8-1.

            O Espírito Santo está [...]

3 – Em nós e por nós.

            Temos “[...] o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviou em [...] nome (de) Jesus, esse nos ensinará todas as coisas e nos fará lembrar de tudo o que Jesus nos tem dito”, Jo.14.26.

            No N.T. o verbo “[...] consolar [...]”, Lc.16.25 além do sentido primário, significa também: “[...] implorar”, Mt.8.5, “[...] suplicar”, Mt.18.32, “[...] conciliar”, Lc.15.28, “[...] confortar [...]”, At.16.40.

            O Espírito nos consola, fortalece e ajuda em todas as nossas dificuldades, nos estimulando à ação.

            Ele age em nós como Jesus agiu com os seus discípulos e ainda age por nós.

            Por este motivo “[...] Jesus rogou ao Pai, e ele nos deu outro Consolador, a fim de que esteja para sempre conosco”, Jo.14.16.

            É o próprio Espírito Santo que nos conduz ao [...]  

            A – Testemunho.

            A certeza que temos é que “o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”, Rm.8.16.

            É pelo testemunho do Espírito que nos conscientizamos da graça de Deus.

            “Nossa mente, por iniciativa própria, jamais nos comunicaria tal segurança se o testemunho do Espírito não a precedesse” (João Calvino).

            O Consolador fala sobre o [...]

            B – Desafio e capacitação.

            [...] Deus não nos tem dado espírito de covardia [...]”, 2Tm.1.7.

            Além do Espírito nos consolar, Ele nos desafia à luta e ao testemunho fiel de nossa fé.

            Paulo declara que “[...] tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”, Rm.15.4.

            Devemos lembrar que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”, 2Tm.3.16.

            Precisamos gravar em nosso coração “[...] que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”, 2Pe.1.20, 21.

            É por este motivo que “[...] recebemos poder, ao descer sobre nós o Espírito Santo, e seremos [...] testemunhas (de) Jesus [...] até aos confins da terra”, At.1.8.

            Somente o Espírito pode capacitar a igreja a lutar e a testemunhar sua fé para desempenhar de forma eficaz o seu ministério.

            A igreja é uma testemunha comissionada pelo próprio Deus.

            Só conseguimos testemunhar “[...] porque nós somos filhos, (porque) enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho [...]”, Gl.4.6.

            E esse mesmo Espírito, “[...] o Consolador [...] (foi) enviado da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de Jesus”, Jo.15.26 através dos nossos lábios.

            A nossa tarefa é ensinar o evangelho tal qual está registrado nas Escrituras, para isso, precisamos pedir para Deus “desvendar os nossos olhos, para [...] contemplar as maravilhas da [...] lei (de) Deus”, Sl.119.18.

            O exemplo que temos é que os acusadores de Estevão “[...] não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava [...] (ele estava) cheio do Espírito Santo [...]”, At.6.10; 7.55.

            Saulo, após a conversão, “[...] ficou cheio do Espírito Santo. E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus”, At.9.17, 20.

            Barnabé “[...] exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. (Isto ele fazia) porque era homem [...] cheio do Espírito Santo e de fé [...]”, At.11.23, 24.

            O poder do Espírito não significa simplesmente vitória sobre as dificuldades, antes, ele fala do triunfo, mesmo quando a derrota nos parece evidente.

            Estevão testemunhou no poder do Espírito e foi apedrejado.

            Paulo cumpriu seu ministério sob a direção do Espírito e foi preso e martirizado.

            Os perigos que corremos “[...] não pode (nos estimular a) deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”, At.4.20 sobre Jesus e o Espírito Santo.

            O que “[...] importa (é) obedecer a Deus do que aos homens”, At.5.29.

            Assim como Paulo, muitos em nossos dias “[...] estão prontos não só para ser preso, mas até para morrer [...] pelo nome do Senhor Jesus”, At.21.13.

            A igreja não pode se calar de dar o seu testemunho, mesmo porque, depois da “[...] receber poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo [...] serás [...] testemunhas (de) Jesus tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, At.1.8.

            Como igreja, somos levados sob a direção do Espírito, de forma irreversível, a testemunhar sobre a realidade de Cristo e do poder da sua graça.

            O Consolador fala sobre o [...]

            C – Fortalecimento.

            Paulo ora “para que [...] (a igreja) seja fortalecida com poder, mediante o seu Espírito no homem interior”, Ef.3.16.

            A oração tem a finalidade de rogar ao Espírito de Deus que ajude a igreja a ter força para enfrentar todas as dificuldades da vida.

            Quando somos “[...] fortalecidos”, 1Co.16.13 por Deus, temos condições de caminhar diante de qualquer obstáculo.

            Por isso de Paulo dizer: “tudo posso naquele que me fortalece”, Fp.4.13.

            Quando a igreja estava sendo perseguida no primeiro século, Pedro os instruiu nestes termos: “Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus”, 1Pe.4.14.

            O próprio Jesus já havia falado que a sua igreja seria “[...] enviada como ovelhas para o meio de lobos [...] (no entanto, Jesus continua) não os temais [...]”, Mt.10.16, 26.

            O Consolador marca [...]

Conclusão:      A sua presença em nosso meio.

            Assim como “[...] Jesus rogou ao Pai, e ele nos deu outro Consolador, (foi) a fim de que esteja para sempre conosco”, Jo.14.16.

            E esse é “o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; nós o conhecemos, porque ele habita conosco e estará em nós”, Jo.14.17.

            E o mais importante é que Jesus “não nos deixará órfãos, voltará para nós outros”, Jo.14.18.

Aplicação:      

            A presença do Espírito Santo em cada crente é uma realidade apresentada pela Palavra de Deus.

 
     Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – Palavra viva – O credo apostólico– Em vez de fé na fé, o conteúdo da fé – CCC – Rev. Hermister Maia Pereira da Costa.                       

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