O RESULTADO FINAL
O crescimento da igreja é algo que
incomoda muitos teólogos. Por um lado, existe aquela preocupação de fazer o
melhor possível para ver a todo vapor o rebanho aumentar a qualquer custo. Sendo assim, vale tudo: desde profecias
malfazejas (prejudiciais) até as mais recentes que prometem bens materiais e
curas físicas caso o seguidor seja fiel nos dízimos, nas ofertas e na frequência
aos cultos.
Por outro lado, muitos sustentam a
doutrina de que Deus predestina o homem - então, nada precisa ser feito com
relação ao aumento do número de participantes, Deus por Si só realiza essa
proeza sem a ajuda humana.
Três erros são bem nítidos em meio a
essas ideias. O primeiro é que nenhum ser vivente pode fazer qualquer
programação que, como retorno, obtenha o aumento quantitativo e/ou qualitativo
significativo do rebanho. O segundo erro grotesco é que, mesmo sabendo que a
predestinação, de fato, pertence à autoridade divina, isto não exclui o servo
da responsabilidade de evangelizar. Terceiro é que Deus, em nenhum momento,
determinou que tal igreja deva ter a quantidade ‘x’ ou ‘y’ de membros
participantes. Deus nunca, na história, determinou que o número de seguidores tivesse
que ser exato.
Certa vez, Jesus deixou bem claro
que “[...] muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22.14) e que é
preciso “[...] esforço (para) [...] entrar pela porta estreita, pois [...]
muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.24). Então, a única certeza que
o homem pode ter é que o maior desejo da Trindade Santa é de que os servos de
Cristo Jesus cresçam espiritualmente.
Mas, qual é o modo correto da igreja
crescer tanto em número quanto na espiritualidade? E por que, ao invés de
crescer, as igrejas tem sofrido um golpe mortal, ficam estagnadas? O que afinal
está acontecendo, é que da mesma porta que entram muitos, saem multidões. A
resposta não pode ser outra: a falta de crescimento ou a saída de muitos é
devido à falta de companheirismo, de relacionamento e amizade entre irmãos.
Na igreja apostólica e Primitiva nem
todos os irmãos viviam na perfeita paz. Sabe-se que na igreja de Corinto “[...]
Paulo (foi) informado haver divisões entre eles [...]” (1Co 11.18). Para a
sociedade da época, foi vergonhosa essa desavença dentro da igreja. O texto não
fala, mas é possível que o evangelho tenha caído em descrédito. O escritor da
carta chegou a “rogar [...] pelo nome do [...] Senhor Jesus Cristo, que
falassem todos a mesma coisa e que não houvesse entre eles divisões; antes
[...] (fossem) inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo
parecer” (1Co 1.10).
A situação era tão vexatória que
Paulo os alertou que “o só existir entre eles demandas já era completa derrota
para eles [...] (era preciso) sofrer, antes, a injustiça [...] sofrer [...] o
dano [...]” (1Co 6.7). Eles não pareciam ser irmãos em Cristo. Qual será a
reputação dessa igreja diante da sociedade? Será que os visitantes irão dizer:
‘Oh! Que igreja maravilhosa!’, ‘Como é agradável viver junto com esses
irmãos!’, ou, eles irão falar: ‘Isso para mim não é igreja, parece mais um
ringue onde todos lutam pelo bem próprio’ e ‘que povo desordenado, cheio de
intriga!’. Pense bem nesse tipo de igreja! Bom, esse é o lado ruim que Deus
determinou que um dos seus escritores escrevesse para que a toda a igreja, em
toda parte do mundo soubesse que Ele jamais permite que o Seu povo o sirva
desse modo desregrado.
A igreja Primitiva nasceu e se
fortaleceu de modo bem diferente da de Corinto e de muitas do século XXI. Ela é
o modelo para todos quantos queiram ver crescimento espiritual e numérico,
mesmo porque o único que pode “[...] dar o crescimento é Deus” (1Co 3.7) e está
nas mãos de Deus fazer com que o homem “[...] permaneça em Jesus, e Jesus,
nele, (a fim de que) ele dê muito fruto; porque sem Jesus nada (o homem) pode
fazer” (Jo 15.5).
Dessa forma, não existe outro método
no mundo atual que possa apresentar um novo modelo de crescimento do que a Igreja
Primitiva. A distinção daquele povo era que eles “[...] perseveravam na
doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42).
Com esse intuito de viver uma fé verdadeira, “em cada alma havia temor [...]” (At
2.43). Dessa forma serviu para que “todos os que creram estivessem juntos e
tivessem tudo em comum” (At 2.44).
Na Igreja Primitiva todos queriam e
necessitavam de Deus, eles, “diariamente perseverarem unânimes no templo [...]”
(At 2.46) com um único propósito, “louvar a Deus [...]” (At 2.47). O resultado
não podia ser outro, eles “[...] contavam com a simpatia de todo o povo [...]”
(At 2.47). O resultado final estava nas mãos de Deus, “[...] acrescentando-lhes
o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47). Desse modo deve
acontecer com a igreja hodierna a fim de que Deus dê o crescimento.
Rev.
Salvador P. Santana
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