sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O RESULTADO FINAL

O RESULTADO FINAL
            O crescimento da igreja é algo que incomoda muitos teólogos. Por um lado, existe aquela preocupação de fazer o melhor possível para ver a todo vapor o rebanho aumentar a qualquer custo.       Sendo assim, vale tudo: desde profecias malfazejas (prejudiciais) até as mais recentes que prometem bens materiais e curas físicas caso o seguidor seja fiel nos dízimos, nas ofertas e na frequência aos cultos.
            Por outro lado, muitos sustentam a doutrina de que Deus predestina o homem - então, nada precisa ser feito com relação ao aumento do número de participantes, Deus por Si só realiza essa proeza sem a ajuda humana.
            Três erros são bem nítidos em meio a essas ideias. O primeiro é que nenhum ser vivente pode fazer qualquer programação que, como retorno, obtenha o aumento quantitativo e/ou qualitativo significativo do rebanho. O segundo erro grotesco é que, mesmo sabendo que a predestinação, de fato, pertence à autoridade divina, isto não exclui o servo da responsabilidade de evangelizar. Terceiro é que Deus, em nenhum momento, determinou que tal igreja deva ter a quantidade ‘x’ ou ‘y’ de membros participantes. Deus nunca, na história, determinou que o número de seguidores tivesse que ser exato.
            Certa vez, Jesus deixou bem claro que “[...] muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22.14) e que é preciso “[...] esforço (para) [...] entrar pela porta estreita, pois [...] muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.24). Então, a única certeza que o homem pode ter é que o maior desejo da Trindade Santa é de que os servos de Cristo Jesus cresçam espiritualmente.
            Mas, qual é o modo correto da igreja crescer tanto em número quanto na espiritualidade? E por que, ao invés de crescer, as igrejas tem sofrido um golpe mortal, ficam estagnadas? O que afinal está acontecendo, é que da mesma porta que entram muitos, saem multidões. A resposta não pode ser outra: a falta de crescimento ou a saída de muitos é devido à falta de companheirismo, de relacionamento e amizade entre irmãos.
            Na igreja apostólica e Primitiva nem todos os irmãos viviam na perfeita paz. Sabe-se que na igreja de Corinto “[...] Paulo (foi) informado haver divisões entre eles [...]” (1Co 11.18). Para a sociedade da época, foi vergonhosa essa desavença dentro da igreja. O texto não fala, mas é possível que o evangelho tenha caído em descrédito. O escritor da carta chegou a “rogar [...] pelo nome do [...] Senhor Jesus Cristo, que falassem todos a mesma coisa e que não houvesse entre eles divisões; antes [...] (fossem) inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1Co 1.10).
            A situação era tão vexatória que Paulo os alertou que “o só existir entre eles demandas já era completa derrota para eles [...] (era preciso) sofrer, antes, a injustiça [...] sofrer [...] o dano [...]” (1Co 6.7). Eles não pareciam ser irmãos em Cristo. Qual será a reputação dessa igreja diante da sociedade? Será que os visitantes irão dizer: ‘Oh! Que igreja maravilhosa!’, ‘Como é agradável viver junto com esses irmãos!’, ou, eles irão falar: ‘Isso para mim não é igreja, parece mais um ringue onde todos lutam pelo bem próprio’ e ‘que povo desordenado, cheio de intriga!’. Pense bem nesse tipo de igreja! Bom, esse é o lado ruim que Deus determinou que um dos seus escritores escrevesse para que a toda a igreja, em toda parte do mundo soubesse que Ele jamais permite que o Seu povo o sirva desse modo desregrado.
            A igreja Primitiva nasceu e se fortaleceu de modo bem diferente da de Corinto e de muitas do século XXI. Ela é o modelo para todos quantos queiram ver crescimento espiritual e numérico, mesmo porque o único que pode “[...] dar o crescimento é Deus” (1Co 3.7) e está nas mãos de Deus fazer com que o homem “[...] permaneça em Jesus, e Jesus, nele, (a fim de que) ele dê muito fruto; porque sem Jesus nada (o homem) pode fazer” (Jo 15.5).
            Dessa forma, não existe outro método no mundo atual que possa apresentar um novo modelo de crescimento do que a Igreja Primitiva. A distinção daquele povo era que eles “[...] perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42). Com esse intuito de viver uma fé verdadeira, “em cada alma havia temor [...]” (At 2.43). Dessa forma serviu para que “todos os que creram estivessem juntos e tivessem tudo em comum” (At 2.44).
            Na Igreja Primitiva todos queriam e necessitavam de Deus, eles, “diariamente perseverarem unânimes no templo [...]” (At 2.46) com um único propósito, “louvar a Deus [...]” (At 2.47). O resultado não podia ser outro, eles “[...] contavam com a simpatia de todo o povo [...]” (At 2.47). O resultado final estava nas mãos de Deus, “[...] acrescentando-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47). Desse modo deve acontecer com a igreja hodierna a fim de que Deus dê o crescimento.

Rev. Salvador P. Santana

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