domingo, 29 de julho de 2012

FAÇA UMA QUEIXA DO SEU PECADO

FAÇA UMA QUEIXA DO SEU PECADO

Logo após a acusação de Jó por parte de Satanás, junto aos ouvidos de Deus e de várias investidas de seus amigos: Elifaz, que o acusou de ser iníquo (não reconhece o direito do próximo), (Jó 4.8), de Bildade, quando disse que o patriarca tinha se esquecido de Deus, (Jó 8.13) e de Zofar, que no seu entender, Jó estava sofrendo por causa de sua perversidade, (Jó 20.5), não se sabe ao certo quanto tempo demorou essa lamúria (queixa) de Jó e dos seus amigos.

Mas o certo é que quando eles terminaram de falar, quando já não tinham mais argumentos contra o Poder Supremo, na pessoa do próprio Deus, diz as Sagradas Escrituras que “depois disto, o SENHOR, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó” (Jó 38.1), perguntando: “Quem prepara aos corvos (ave de cor preta que come de tudo e vive em bandos. Não confundir com urubu) o seu alimento, quando os seus pintainhos gritam a Deus e andam vagueando, por não terem que (o) comer?” (Jó 38.41).

Que resposta estes homens deram ao maravilhoso criador de todas as coisas? Nenhuma. Todos ficaram emudecidos, sem ação, e quem sabe, envergonhados com tal atitude lamuriante diante dAquele que sonda os corações e sabe o tempo exato e qual é a necessidade de cada um. Atitude como essa é vergonhosa! Por que não dizer que deve ser acompanhada de arrependimento profundo por tão impensadas palavras ditas?

O queixume tem o seu lado positivo e negativo. É prejudicial quando o lamuriante, sem motivo, por exemplo, reclama da falta de coisas básicas para a vida, como a comida, bebida e veste. Assim foi o caso do povo israelita na volta para a terra prometida. Eles disseram que se “lembravam dos peixes que, no Egito, comiam de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos” (Nm 11.5). Todos sabem que o passado é muito difícil de ser apagado da mente, mas como é do conhecimento geral, a maioria, principalmente o povo de Deus, tem a mania de esquecer as maravilhas feitas por Deus em favor de sua vida e família.

O povo de Israel disse uma grande mentira ao falar que eles “[...] comiam de graça [...]” (Nm 11.5). Muitas vezes é preciso fazer uma análise profunda antes de proferir qualquer palavra para saber se de fato o que está sendo dito é verdadeiro ou falso. Israel não levou em consideração e esqueceu completamente que os egípcios “[...] lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro, e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o serviço em que na tirania os serviam” (Ex1.14). Repare bem que para esse povo adquirir o alimento diário, foi preciso que os egípcios se mostrassem enfurecidos, a ponto de usar até mesmo da crueldade no trabalho de escravos. Então, é mais justo dizer que não havia nada de comida de graça, pelo contrário, o alimento consumido por aquele povo era ganho a custo da “[...] dura servidão [...] que na tirania os serviam” (Ex.1.14).

Observe bem as semelhanças entre Jó, seus amigos, Elifaz, Bildade, Zofar e o povo israelita. È preciso ficar bem esclarecido que semelhante não é igual. Por exemplo, a lua cheia é semelhante e não igual à bola de futebol. Assim também, todos os homens são semelhantes uns aos outros, mas não iguais em seus defeitos e qualidades. Jó preferiu não ter nascido a ficar passando horríveis dores. Os seus amigos resolveram a seu bel prazer fazer acusações infundadas contra aquele que Deus havia dito que era um “[...] homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1) e o povo de Israel, na falta de juízo, tomou a decisão de dizer que lhes faltava o alimento diário.

Cada um desses homens, em tempos diferentes, teve a ousadia de afrontar Aquele que é providente e sábio em todo o seu trato, para com todos os homens. E, por incrível que pareça, os homens destes dias ainda não conseguiram deixar de ser arrogantes e prepotentes como aqueles no passado. Eis o motivo de Deus ainda perguntar: “Quem prepara [...] o seu alimento [...]?” (Jó 38.41). É verdade que Deus estava dando exemplos de como Ele cuida do mundo animal. Da mesma forma Ele cuida maravilhosamente do homem, pois “[...] se (o homem) [...] é mau, sabe dar boas dádivas aos (seus) filhos, quanto mais [...] (o) Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem [...]” (Mt 7.11). E não somente o alimento, mas também a veste, o teto para morar, o salário de cada mês, as forças para vencer as batalhas de cada dia.

Enfim, “no céu está [...] Deus e tudo faz como lhe agrada” (Sl 115.3). Caso você ainda insista em querer lutar contra a vontade soberana de Deus; em nome de Jesus, não faça isso. Receba e pratique o conselho do apóstolo Paulo que, em “[...] tudo o que fizer, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”, Cl.3.17. E, o lado positivo da queixa é quando você, filho de Deus, servo de Jesus Cristo, “[...] se queixa [...] dos seus próprios pecados” (Lm 3.39).

Rev. Salvador P. Santana




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