domingo, 29 de dezembro de 2019

DÊ VALOR À SUA SAÚDE.


DÊ VALOR À SUA SAÚDE
            “Chega uma hora em que o estresse crônico com o trabalho não passa. A sensação de falta de energia ou de exaustão é constante. Todos os pensamentos sobre a vida profissional são negativos, cínicos, distantes. Um sentimento de impotência toma conta, e a produtividade vai lá para baixo. A descrição é do “Burnout” (“queima total”, numa tradução livre), um mal de nossos tempos que, neste ano, passou a ser classificado como síndrome pela OMS e já atinge quase 20 milhões de brasileiros [...]” – Esgotamento total – Saúde Mental - por Elisa Martins – Época, no 1119, pag. 30, 16.12.19.
            A descoberta científica sobre o “Burnout” é recente, mas desde muito tempo a Bíblia relata casos em que homens ficaram desesperados, cansados, angustiados, estressados. Nenhum dos homens sabia qual o verdadeiro nome dado a todo tipo de exaustão. Jó, devido às calamidades e aflições que o acometeram: servos mortos a fio de espada, fogo queimando ovelhas e servos, camelos roubados, filhos mortos quando “[...] se levantou grande vento [...] dando nos quatro cantos da casa [...]” (Jó 1.19). Tudo isso sem contar que “[...] Jó foi ferido de tumores malignos [...]” (Jó 1.7), a esposa pedindo que “[...] amaldiçoasse a Deus e morresse [...]” (Jó 2.10), e seus três amigos tentando convencê-lo de que ele havia pecado contra Deus. Jó entrou em parafuso, “[...] e amaldiçoou o seu dia natalício” (Jó 2.13).
            O rei Salomão não conheceu o termo “Burnout”, mas é possível que tenha entrado em parafuso, desespero, depressão quanto às suas várias atividades quando ele “considerou todas as obras que fizera as suas mãos, como também o trabalho que ele, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”, (Ec 2.11).
            A Bíblia relata várias atividades que levaram Salomão ao cansaço mental. Possível que não tenha dado valor à sua saúde física e mental. Ele próprio “resolveu no seu coração dar-se ao vinho, regendo-se, contudo, pela sabedoria, e entregar-se à loucura, até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida” (Ec 2.3).
            Perceba que, não satisfeito, Salomão “empreendeu grandes obras; edificou [...] casas [...] plantou vinhas [...] fez jardins e pomares [...] plantou árvores frutíferas [...] fez açudes, para regar com eles o bosque [...] comprou servos e servas [...] possuiu bois e ovelhas [...] amontoou [...] prata e ouro e tesouros [...] proveu-se de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres (a conclusão do rei judeu é que ele) considerou todas as obras que fizeram as suas mãos, como também o trabalho que ele, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol.” (Ec 2.4-8, 10).
            O texto bíblico não esclarece se Salomão se recuperou ou se piorou do seu suposto “Burnout”. Parece, nada conclusivo, que Salomão chegou à conclusão de que muito trabalho pode adoecer, então ele fala que “nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, viu também que isto vem da mão de Deus” (Ec 2.24) para abençoar a sua vida.
            Interessante notar que Salomão parece ter aprendido com os seus erros de ter trabalhado muito e não descansado. A sua pergunta vale ainda para todos os homens desesperados nestes dias: “que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Ec 1.3). Ele continua dizendo que “considerou todas as obras que fizeram as suas mãos, como também o trabalho que ele, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (Ec 2.11), então, tudo “[...] é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente e (o homem) voa” (Sl 90.10).
            Jó foi recuperado na vida física, material, espiritual e familiar quando “mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuirá” (Jó 42.10).
            Não foram apenas Jó e Salomão, servos de Deus que passaram por esse tipo de depressão, estresse, ansiedade ou outro nome que alguém queira dar. O profeta Jeremias disse que é “maldito o dia em que nasceu! [...]” (Jr 20.14). O profeta Elias “[...] pediu para si a morte [...]” (1Rs 19.4). Sem contar Saul, Davi, Aitofel e tantos outros que não souberam lidar com as cobranças, o muito trabalho, as longas horas sem querer dar um tempo para o descanso.
            O conselho de Jesus: “[...] não andeis ansiosos pela vossa vida [...] (e) não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6.25, 34).
            Se aquiete e dê valor à sua vida neste ano de 2020!
Rev. Salvador P. Santana

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