quinta-feira, 25 de julho de 2019

A FALSA E INJUSTA SEGURANÇA
            De que adianta viver ansiosamente por ajuntar riqueza neste mundo sabendo que “os dias da [...] vida (o homem) sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e [...] (o homem) voa” (Sl 90.10).
            Parece não haver esse conhecimento. Falta esse conhecimento porque a ganância está sendo vista mundialmente nos últimos dias pelo povo que, indignado com a situação econômica, fica inerte, não pode fazer nada para melhorar, reprovar ou resolver a situação.
            Falta conhecimento bíblico porque, além da roubalheira galopante no meio político, eles estão desejosos de trazer de volta a CMPF com o intuito de arrecadar mais, e quem sabe mais corrupção à vista com desvios milionários.
            Verdade é que muitos estão satisfeitos com a falsa e injusta segurança de bem-estar, de longevidade, de apoio político, de conchavos religiosos, de vida imoral de forma injusta, corrupta, ao tirarem da boca do miserável, do indigente, do pobre, da viúva e do assalariado aquilo lhes é devido, ou seja, o necessário para casa, alimento, veste, estudo, saúde e lazer.
            Seja de qualquer forma que for, “ainda há, na casa do ímpio, os tesouros da impiedade (roubado, extorquido) e o detestável efa (17,5 l) minguado (na mesa do pobre) [...]” (Mq 6.10). Tal advertência harmoniza com a do salmista ao dizer que “não (se deve) confiar naquilo que extorquis, nem [...] vangloriar na rapina; se as suas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10).
            Essa situação de falsa e injusta segurança precisa tomar os rumos da renúncia ao acúmulo de dinheiro. É necessário nascer em cada coração a generosidade, dita por muitos no passado: “é repartindo que se ensina a repartir”. Na verdade essa lição foi ensinada por Jesus ao convidar “[...] a multidão [...] cinco mil homens, além de mulheres e crianças [...] (que) se assentassem sobre a relva [...]” (Mt 14.19, 21).          
            Os discípulos, por sua vez, pareciam não haver aprendido a lição de dar e repartir, pois a primeira atitude deles ao se deparar com os famintos foi dizer em uníssono de que “[...] o lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer” (Mt 14.15).
            Em momento algum Jesus havia dito que a multidão devia ter dinheiro para suprir as necessidades do próximo, pelo contrário, “Jesus, porém, lhes disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vocês mesmos, de comer” (Mt 14.16).
            Para ensinar fazendo, Jesus manda reunir todo alimento que eles têm, toda roupa desprezada no guarda roupa, toda casa abandonada, toda fazenda improdutiva, todo dinheiro que tem e “[...] reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo” (Lc 3.11).
            Essa é a eficácia da compartilha, a bênção da solidariedade que Jesus colocou em prática e exige de todos os povos em todas as épocas que a façam, para que “todos comam e se fartem [...]” (Mt 14.20).
            Não existe outro meio saudável para suprir a necessidade do miserável a não ser através da solidariedade, do amor cristão; aí sim, o problema da pobreza não diminuirá, mas aliviará a dor de bilhões em toda a face da terra.
            Grave bem! Jesus censura a multidão que recorre a ele buscando somente a satisfação material, a falsa e injusta segurança, sem haver entendido o amor que ele lhes demonstrou quando distribuiu os pães e os peixes às multidões famintas.
            Jesus quer mostrar com essa solidariedade que a solução não está no poder de um, mas no amor de todos, porque Ele mesmo instrui que “novo mandamento é [...] dado: que (cada um) [...] ame uns aos outros; assim como Jesus [...] ama, que também (cada um) [...] ame uns aos outros” (Jo 13.34).
            Esse amor precisa ser encarado juntamente com a renúncia da ambição, da falsa e injusta segurança, “porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.10). Eis o motivo do Mestre por excelência dizer: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6.19).
            O começo, em primeiro lugar, precisa ser através dos servos de Deus. Este mundo precisa passar por mudanças radicais. 1 – Seja influente; 2 – Não se alie aos corruptos; 3 – “[...] ajunta para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt 6.20), porque a falsa e injusta segurança não dará o céu a nenhum homem.
Rev. Salvador P. Santana

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