terça-feira, 2 de julho de 2019

2Jo.1-13 - AGARRE-SE À VERDADE.


AGARRE-SE À VERDADE, 2Jo.1-13.

Objetivo:         Motivar-se a andar na verdade.        
Nar.:    A estratégias das seitas (partido separa de um grupo maior) é o trabalho de visitação aos lares.
            Duplas vão de casa em casa, distribuindo literatura e divulgando os seus ensinos – Testemunhas de Jeová e Mórmons.
            O segredo dessa estratégia: a família é o campo mais eficaz para se lançar a semente de ideias religiosas.
            Nos tempos do apóstolo João, o cristianismo cresceu com o trabalho “diariamente perseverando [...] de casa em casa [...] não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. Jamais deixando de [...] anunciar coisa alguma proveitosa [...]”, At.2.46; 5.42; 20.20.
            Os falsos mestres ensinavam heresias (pensamento diferente), no entanto, a Palavra de Deus alerta de que eles são “[...] insubordinados (não submetem a nenhuma autoridade apostólica), palradores (falador de palavras ferinas) frívolos (vão) e enganadores [...] (a ordem) é fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe (vergonha) ganância ($) [...] entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões”, Tt.1.10, 11; 2Tm.3.6.
            O objetivo de João foi encorajar aqueles irmãos a permanecerem firmes na fé e na verdade.
            A orientação é que, “se alguém vier ter conosco e não trouxer esta doutrina (de salvação), não o recebamos em casa, nem lhe demos as boas-vindas”, 2Jo.10.
            Esta carta é conhecida como “o cartão postal” de João, por causa da sua brevidade e dos seus ricos detalhes.
            A carta nos incentiva a andar na verdade.
1 – Conhecemos a verdade.
            João inicia a carta falando sobre “[...] presbítero [...] senhora eleita [...] filhos e [...] a verdade”, 2Jo.1.
            A escrita é “por causa da verdade que permanece (entre eles) em nós e conosco estará para sempre (a fim de ser divulgada a todos os homens)”, 2Jo.2. 
            O texto apresenta três destaques:
            A – O remetente.
            Primeiro, o evangelista se apresenta como “o presbítero [...]”, 2Jo.1, como autor ou remetente da carta.
            A palavra “[...] presbítero [...]”, 2Jo.1 significa “ancião” ou “aquele que é mais velho”.
            Trata-se de um termo bíblico bastante conhecido entre os apóstolos.
            Paulo plantava igrejas “e, promovia-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros [...]”, At.14.23.
            O primeiro concílio da Igreja Primitiva “[...] reuniram os apóstolos e os presbíteros [...]”, At.15.6.
            Há qualificações espirituais para alguém ser eleito e ordenado presbítero:
            [...] Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário [...] que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo [...] é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo”, 1Tm.3.1-7.
            Cada igreja local possuía um conselho de anciãos ou de presbíteros, em “[...] Éfeso [...] (tinha) os presbíteros da igreja. (Paulo ordenou a Tito que) [...] em cada cidade, constituísse presbíteros [...]”, At.20.17; Tt.1.5.
            Os presbíteros se dividiam entre o trabalho de governar e o de ensinar, pois eles eram “[...] considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidiam bem, com especialidade os que se afadigavam na palavra e no ensino”, 1Tm.5.17.
            Os presbíteros também homens de “[...] oração [...]”, Tg.5.17.
            João, portanto, se apresenta como “o presbítero [...]”, 2Jo.1, prática comum entre os apóstolos, tal como o exemplo de Pedro, “[...] presbítero como eles [...]”, 1Pe.5.1.
            B – Os destinatários.
            Os destinatários são “[...] à senhora eleita e aos seus filhos [...]”, 2Jo.1.
            [...] A senhora eleita [...]”, 2Jo.1 refere-se a uma igreja local conhecida por João, sendo “[...] seus filhos [...]”, 2Jo.1, os membros individuais que dela participavam.
            Pedro usou termo semelhante ao dizer sobre “aquela que se encontra em Babilônia, também eleita [...]”, 1Pe.5.13.
            Ele não estava falando acerca da sua esposa, mas usou o termo feminino para descrever a igreja de Cristo.
            O mais interessante é a descrição que João faz da Igreja ao dizer que “[...] amava na verdade e não somente ele, mas também todos os que conhecem a verdade (buscam amar uns aos outros)”, 2Jo.1.
            A palavra “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 aparece quatro vezes referindo-se à realidade divina, aquilo que é real em última análise, o próprio Deus.
            Há quatro lições importantes aqui:
            A – A “[...] verdade (existe) [...]”, 2Jo.1. Ela não é subjetiva, mas objetiva.
            A “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 não é relativa, mas absoluta. Ela não é individual, mas universal.
            A “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 não é abstrata, mas pessoal. Deus é a verdade.
            Jesus é “[...] a verdade [...]”, Jo.14.6, “[...] a palavra (de) Deus é a verdade”, Jo.17.17 e, “o Espírito (é a) [...] verdade, que o mundo não pode receber [...]”, Jo.14.17;
            B – A “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 pode ser conhecida. Ela não é inacessível e vem até nós por meio da revelação pessoal de Jesus e a iluminação do Espírito Santo;
            C – O conhecimento da “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 produz o amor ou nos dá acesso ao amor divino, isto porque “a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor”, 2Jo.3;          
            D – O conhecimento e a permanência na “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 é algo eterno e duradouro.
            A “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 estará conosco para sempre. Fomos introduzidos pela fé e devemos “[...] crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo [...]”, 2Pe.3.18.
            João saúda a igreja com “a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor”, 2Jo.3.
            Aqui João apresenta dois aspectos da verdade:
            A – O acesso à verdade – Temos acesso à verdade por meio da “[...] graça [...] (e da) [...] misericórdia [...]”, 2Jo.3.
            Paulo fala que temos acesso à verdade pelo motivo de “[...] Deus, ser rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça somos salvos”, Ef.2.4, 5.
            Através desse grande amor de Deus, “[...] mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm.5.1.
            É preciso saber que somos salvo pela graça de Deus.
            Só podemos ter acesso, porque Deus decidiu se autorrevelar, porque “tudo [...] foi entregue (a) Jesus por seu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”, Mt.11.27;
            B – A fonte da verdade – vem “[...] da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai [...]”, 2Jo.3.
            A fonte dessa “[...] graça [...] misericórdia e a paz [...] (é o próprio) Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai [...]”, 2Jo.3.
            João associa a Pessoa de Jesus com a Pessoa de Deus, isto porque, “Jesus e o Pai são um”, Jo.10.30.
            [...] Jesus (nos trouxe) a graça e a verdade [...]”, Jo.1.17 para ser colocada em nosso coração.
2 – Andemos na verdade.
            João vai direto ao principal assunto da sua carta: “[...] andar na verdade [...]”, 2Jo.4.
            [...] Andar na verdade [...]”, 2Jo.4 significa viver ou comportar-se de forma obediente a Deus e à sua Palavra, em todas as áreas da vida.
            João faz um elogio: “Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai”, 2Jo.4.
            Na terceira carta João repete essa mesma alegria: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade”, 3Jo.4.
            João faz uma petição: “E agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5.
            A explicação: “E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o princípio, é que andeis nesse amor”, 2Jo.6.
            Três lições:
            A – Um mandamento: “[...] que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5.
            Trata-se de uma ordem antiga de Deus: “não se vingar, nem guardar ira contra os filhos do seu povo; mas amarás o seu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR. Como o natural, será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus”, Lv.19.18, 34.
            Este é o “[...] mandamento novo [...] o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5.
            Amar não é uma opção é uma ordem coletiva de Deus;
            B – A definição do mandamento: “[...] O amor (significa viver) [...] andar [...] (de acordo com) os mandamentos (do Pai) [...]”, 2Jo.6;
            C – A prática do mandamento: “[...] é que andemos nesse amor”, 2Jo.6.
            Amor e obediência são inseparáveis, pois quem ama obedece.
            O amor cristão é um ato de volição (escolher), e não um sentimento meloso.
3 – Permaneçamos na verdade.
            Alerta à igreja: “Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo”, 2Jo.7.
            Quatro perguntas:
            Quem são eles?[...] Muitos enganadores [...]”, 2Jo.7 ou pessoas que fazem outras cometerem atos errados, e não apenas terem ideias erradas – Westcott, e o pior, ele “[...] têm saído pelo mundo fora [...]”, 2Jo.7.
            O ensino falso corrompe a mente e a conduta.
            Eles também são “[...] o anticristo”, 2Jo.7 ou pessoas que são contra ou querem ocupar o lugar de Cristo.
            O que eles confessam? Eles “[...] não confessam Jesus Cristo vindo em carne [...]”, 2Jo.7.
            Em todo tempo “[...] não (podemos) dar crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”, 1Jo.4.1.
            Eles negam a humanidade de Jesus.
            De onde eles saíram? Eles “[...] têm saído pelo mundo fora [...]”, 2Jo.7.
            [...] Dentre nós mesmos, se levantam homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles”, At.20.30.
            Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos”, 1Jo.2.19.
            Quantos são?  Eles são “[...] muitos enganadores [...] e o anticristo”, 2Jo.7.
            O número de enganadores é muito maior do que “[...] discípulos (de Jesus): A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos”, Mt.9.37.
            João exorta aos irmãos a permanecer firmes na verdade ou fiéis às doutrinas fundamentais da fé cristã.
            Ele ordena: “Acautelai-vos [...]”, 2Jo.8. Significa olhai, contemplai ou vigiai.
            Há três perigos que precisam ser vigiados:
            A – O perigo “[...] para não perder aquilo que temos realizado com esforço, mas para recebermos completo galardão”, 2Jo.8 que se conquistou espiritualmente.
            O discurso do falso mestre é que ele está nos oferecendo algo novo que não temos, mas na verdade, eles estão roubando a nossa fé.
            O texto deseja que eu e você “[...] receba completo galardão”, 2Jo.8.
            B – O perigo de ir além do que é ensinado na Bíblia.
            Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho”, 2Jo.9.
            Ultrapassar o que ensina a Bíblia é tão perigoso quanto o ficar aquém do ensino bíblico.
            É perigoso fazer acréscimos à Palavra de Deus.
            C – O perigo de ser condescendente (desviar) com os falsos mestres.
            A reprimenda de João é que, “se alguém vem ter conosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas”, 2Jo.10.
            A explicativa: “Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más”, 2Jo.11.
            A Bíblia fala que devemos ser “[...] hospitaleiro”, rm.12.13 abrindo as portas aos visitantes.
            A respeito do falso mestre, pastor João que “[...] não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas”, 2Jo.10, pois sendo hospitaleiro com os falsos crentes, “[...] dando-lhes (as) boas-vindas fazemos cúmplices das suas obras más”, 2Jo.11.
            João era inflexível sobre este assunto por três motivos:
            A – Não dá ao falso mestre a impressão de que a sua doutrina herética é aceitável;
            B – Que o filho de Deus não seja contaminado pelo contato e possíveis amizades com o falso mestre;
            C – Não dá ao falso mestre a munição para usar no próximo lugar onde parasse.
            João encerra a carta destacando a importância da comunhão e da alegria cristã.
            Ele fala que o assunto para se precaver do falso mestre não acabou, pois “ainda tinha muitas coisas que lhes escrever; não quis fazê-lo com papel e tinta, pois esperava ir ter com eles, e conversaria de viva voz, para que a [...] alegria (deles) seja completa”, 2Jo.12.
            Ele quer dizer que nada substitui o contato humano.
            A igreja é uma comunidade relacional. E as relações não devem ser virtuais, mas presenciais.
            O texto finaliza dizendo que “os filhos da tua irmã eleita (igreja onde João estava) te saúdam”, 2Jo.13.
Aplicações práticas:    Permaneça na verdade.
            Seja fiel à sã doutrina.
            Fica alerta, pois o mundo está cheio de enganadores espirituais.
           


            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – A verdadeira espiritualidade – 1, 2 e 3 João e Judas – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3.

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