terça-feira, 8 de maio de 2018

CARINHO DE MAE.


CARINHO DE MAE

            Você já imaginou se de uma hora para outra você perde o contato com seu filho? A poucos instantes lá estava ele brincando e de repente ele não está mais ali. Procura em todos os lugares, com amigos e vizinhos e nada. Ele desapareceu!!! Só na cidade de São Paulo e região metropolitana, desaparecem aproximadamente 60 pessoas por dia (estatística do DHPP), sem que alguém possa impedir” - http://www.maesemluta.org.br/historia.php.

            Muitas dessas mães procuram seus filhos desaparecidos. Elas não sabem se eles foram sequestrados, roubados, aliciados ou mortos. Essas mães, por não terem recebido ainda os corpos de seus filhos, persistem na busca do querido desaparecido.

            Pode ser que estes tenham saído apenas para dar um passeio pela praça, ido à escola e não retornado. É possível que tenham ficado em casa com parentes, amigos e vizinhos, e que, desde aquele dia não mais voltaram para o seio materno.

            Essas mães estão como “[...] Raquel (que) chorando por seus filhos e inconsolável por causa deles, porque não existem [...] clama [...] pranteia [...] (com) grande lamento” (Jr 31.15) a perda do seu querido(a).

            Elas ainda não desistiram de procurar “[...] (porque o amor materno (continua) se aguçando por seu filho) [...]” (1Rs 3.26). São mães que vão de porta em porta, de bairro em bairro, de cidade em cidade, estado em estado, procurando pelo inexplicável desaparecimento daquele que ela tanto ama e quer bem.

            Impossível dizer que as mães não são excelentes. Elas conseguem lavar, passar, cozinhar, cuidar do esposo e dos filhos, e tudo isso é feito ao mesmo tempo. Quase todas sabem cuidar com muita dedicação de seus bebês, algumas poucas, matam ou os entregam para a adoção, mas essa “[...] mulher (jamais) pode [...] esquecer-se do filho [...]” (Is 49.15).

            Sempre ficará martelando em sua mente e doendo em seu coração o desprezo feito ao seu neném que um dia teve a oportunidade de segurar em seus braços. Essas são totalmente diferentes das Mães em Luta que persistem em buscar o filho perdido para poder acolhê-lo. 

            Mãe que é mãe sabe fazer carinho que perdura em seus filhos para sempre. São gestos simples, mas cheios de doçura, quietude, amabilidade. Essa demonstração de afabilidade deixa muitos homens adultos quietos, tranquilos, sossegados, chegando ao ponto de tirar uma soneca, devido a esse grande cuidado.

            O carinho que mais se destaca e por todos os tempos é o modo dessas mães “[...] acariciarem os (seus) próprios filhos” (1Ts 2.7). Esse, talvez, seja um dos grandes desejos da ONG Mães em Luta, procurar, sem saber, aonde, seus filhos, para, se possível, fazer novos afagos no rosto e cabelo daquele que um dia foi o seu recém-nascido.

            Que “[...] o Deus de Israel [...] conceda a petição [...] feita” (1Sm 1.17) pelas mães que tem seus filhos perdidos e tantas outras anônimas.

            Aquele que pensa que o cuidado materno estaciona, está completamente enganado. Filhos adultos, casados, pais experientes, de cabelo encanecido, ainda assim as mães não deixam de orar, zelar, corrigir, aconselhar, dar palpite, mesmo porquê, a “[...] sua mãe (não deseja perder o desejo de ainda) consolar [...]” (Is 66.13) o seu nenê já crescido, independente. Talvez seja esse o grande motivo das Mães em Luta ainda não perderem a esperança de um dia poder fazer isso com seu filho desaparecido.

            À você mãe, que tem o seu filho por perto ou longe, mas sabe onde ele está e tem a oportunidade de lhe fazer um carinho, que pode fazer uma ligação telefônica e ouvir a voz meiga, carinhosa ou até mesmo rancorosa, dê graças a Deus por esse seu filho. Pense no desespero das Mães em Luta e ajude-as a ter a oportunidade de abraçar e acariciar o seu filho que está perdido. Elas também são mães como você.  
Rev. Salvador P. Santana

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