quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PRECISA-SE DE PASTOR

PRECISA-SE DE PASTOR


Certa igreja precisava de um homem de Deus para assumir o pastorado do rebando. A procura foi intensa, cansativa, cheia de dúvidas, interrogatórios, pesquisas junto ao seminário, familiares, aos colegas, SPC, Serasa, antecedentes criminais desde uma varredura na PM até a Interpol para tentar descobrir quem de fato era a pessoa certa que estava pleiteando o ofício de ministro protestante. Na incessante busca o conselho esqueceu de buscar “[...] um [...] homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1). Deixou de observar na vida deste homem se ele tinha interesse pela leitura da Bíblia diariamente, se orava constantemente pelo rebanho. Parece que eles estavam muito mais preocupados com a aparência, com as palavras certas do que com a vida dedicada ao Senhor.

O primeiro candidato não foi muito bem aceito pela maioria. Ficaram sabendo que ele era muito simples, não se vestia muito bem, afinal, a sua aparência era um tanto relaxada para acompanhar o rebanho em todas as festas que viessem acontecer no meio da comunidade e o pior, nunca havia frequentado uma escola. Este homem era desbravador, destemido, enfrentava qualquer autoridade e, foi aí que descobriram também que ele tinha a língua muito solta e quando falava, parecia que não pensava, na verdade, ele era falante demais. Uma coisa muito estranha acontecia com esse candidato; estava disposto a fazer qualquer coisa e era muito explosivo com todas as pessoas. Sem muita conversa, foi dispensado.

O próximo pretendente parecia ser, pelo seu modo dócil de falar, que transbordava do enchimento do Espírito Santo de Deus. Demonstrava ser muito culto, inteligente, muito influente, e estava sendo preparado para ocupar a cadeira principal, pois ele se destacava entre os seus companheiros de ministério. Sabia falar grego, hebraico, aramaico, italiano, espanhol e outras línguas. Mas seus interlocutores não lhe permitiram que se exibisse, pois de imediato descobriu-se que ele era fraco e a palavra desprezível. Ele não esperava duas vezes para sair para evangelizar, sempre estava à frente de todos. Seus planos eram espetaculares para convencer aqueles que o contradiziam. A conversa estava boa até que os responsáveis da contratação leram na ficha sobre o seu passado: Consentia, aprovava, assolava, ameaçava, matava todos aqueles que se opusessem às suas ordens. Este não serve, foi a declaração final.

Parecia que o concílio ia encontrar um melhor que os dois primeiros. Todos eles estavam de comum acordo em contratar o mais rápido possível, pois a igreja estava sofrendo por falta de um pastor. Ao chamar para a entrevista o próximo escolhido da fila de pretendentes, vieram dois, mas apenas um era concorrente. Sim, a gestação da sua mãe trouxe a este mundo gêmeos idênticos, mas quanto a esse assunto os entrevistadores não tinham interesse. Souberam que ele havia andado com outros que tinham o mesmo propósito; revolucionar o mundo. Várias perguntas lhe foram feitas e todas elas respondidas satisfatoriamente. Eles lhe deram um voto de apreciação por saber que estava pronto para morrer em favor do seu Mestre, pelo interesse de buscar o verdadeiro caminho, em ser dedicado à oração e leitura bíblica e que por isso, reconhecia a Deus como Senhor da sua vida. Quando foram bater o martelo da contratação, acharam por bem ainda perguntar-lhe: És incrédulo em algum ponto? Não tiveram dúvida, o despediram.

A igreja ainda sofre por saber que dispensaram homens ilustres que viveram ao lado de Jesus Cristo tais como: Pedro, Paulo, Tomé e tantos outros que se foram. Resolveram então, contratar o “[...] Mestre [...] (o qual poucos desejam) seguir para onde quer que vá” (Mt 8.19), mas, no dia aprazado da entrega da Sua mensagem, toda a igreja fica de pé, começam a bater palmas e com todos os pulmões, “ao verem-no, os principais (da igreja) [...] e os (demais) [...] gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! [...]” (Jo 19.6).

A igreja sofre por falta de Cristo Jesus em seu coração. “[...] Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).

Rev. Salvador P. Santana

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