sexta-feira, 23 de março de 2012

QUARESMA E SACRIFÍCIO

QUARESMA E SACRIFÍCIO


“Quaresma, do latim quadragésima, é o período de 40 dias que antecede a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Cristo, comemorada no domingo de Páscoa. E o jejum na quaresma? A verdadeira quaresma, com 40 dias de jejum e abstinência de carne, data do início do século IV. A igreja propôs o jejum como forma de sacrifício e ainda é costume jejuar na quaresma. Os sacrifícios podem ser escolhidos e são, geralmente, baseados em privação de algo que se goste muito – não comer doces, não fumar, não consumir bebidas alcoólicas – ou em atitudes de caridade, como visitar um asilo ou destinar tempo para algum projeto beneficente” – Curiosidades sobre a quaresma – Heloiza Helena C. Zanzotti – Revisão de texto – Tradição – Página 26 – Revista Energia, Ano 3 – edição 19 – Jaú, março de 2012.

Deus não está interessado em homens que tenham coragem de fazer algum tipo de sacrifício. Desde o século IV a história se repete. Hoje é possível buscar um lenço, supostamente, milagroso em alguns dos templos espelhados por este Brasil. Em outras igrejas pode se achegar ao balcão das bênçãos de Deus para uma saúde plena. Outros tantos querem a todo custo a prosperidade material tão sonhada para toda a família. Milhares investem alguns poucos ou muitos trocados, joias, imóveis, móveis com a finalidade de receber aqui e agora, em dobro, triplo, e porque não, cêntuplo, de tudo quanto dera como se o Reino de Deus fosse vivido aqui para todo o sempre. É enganoso o coração deixar-se levar por essas artimanhas, pelo motivo de “[...] o reino de Deus não (ser) [...] comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). Tudo isso acontece sem contar com as fogueiras santas, muralhas derrubadas, o alho e o sal grosso que muitos acreditam serem poderosos para espantar olho gordo ou coisa do gênero.

Desde o passado Deus tem zelado pelo bem-estar de todo o seu povo. Ele jamais deixou de abençoar e dar o melhor para os seus filhos. Em meio a todo esse cuidado é verdade que “[...] nunca deixará de haver pobres na terra [...]” (Dt 15.11). É verdade também que muitas vezes Jesus “[...] não faz [...] muitos milagres [...] (na vida do homem) por causa da incredulidade deles” (Mt 13.58). Outras vezes o próprio Deus permite, tal como aconteceu com “[...]Trófimo [...] (que ficou) doente em Mileto” 2Tm 4.20) e para Paulo, a graça foi o suficiente em sua vida. Devido a essas intervenções de Deus na vida de todos os homens, os que procuram bênçãos materiais ou curas físicas, acabam por ficar desiludidos e começam a cair na vida espiritual, primeiro na frequência, depois na leitura bíblica e por fim no exercício da oração. Que pena!

Deus não se agrada de tais sacrifícios. É tão verdade que muitos doentes, necessitados, servos de Deus, através de Jesus Cristo, em toda a história da cristandade, nunca precisaram fazer este ou aquele tipo de sacrifício para obter vantagem financeira, espiritual ou alguma restauração da saúde física. Basta apenas o carente “pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7,8). Apesar de saber que esta graça de Deus é maravilhosa, desde o século IV o homem procura escolher o seu tipo de sacrifício, mas sem validade diante de Deus. Isto é tão certo que certa vez, o rei Saul, saiu para uma investida de guerra contra os amalequitas. Ele não obedeceu ao que Samuel lhe falara a mando do Senhor Deus, o rei preferiu “[...] poupar o melhor das ovelhas e dos bois, (com a desculpa de) [...] os sacrificar ao SENHOR [...]” (1Sm.15.15). Para o fim da conversa é bom saber que “[...] o SENHOR (não tem) tanto prazer em holocaustos e sacrifícios (o desejo dEle é) [...] em que se obedeça à sua palavra [...] (pois) o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1Sm 15.22).

Somente isto é o suficiente para todos quantos amam e adoram a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas.

Rev. Salvador P. Santana

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