sábado, 31 de março de 2012

QUALQUER TIPO DE CARNE

QUALQUER TIPO DE CARNE


“Bacalhau [...] de onde vem este costume? Não se sabe muito bem como o bacalhau virou o prato oficial da Semana Santa, já que a Igreja permite o consumo de qualquer tipo de peixe. A maioria dos pesquisadores acredita que isto ocorreu por se tratar de um alimento que se conserva por mais tempo. Por isso, era possível transportá-lo para regiões mais distantes. E ainda há a versão de que na época em que a Igreja cismou de decretar que, em reconhecimento ao sofrimento de Cristo, os fiéis não poderiam consumir carnes vermelhas durante a Quaresma. Poucos sabiam que o Vaticano era proprietário da maior frota bacalhoeira. Seus armazéns ficavam abarrotados e era preciso escoar a mercadoria antes do vencimento dos prazos de validade (afinal, peixe salgado também estraga porque o sal se desfaz a baixas temperaturas durante o inverno). Não deu outra: as vendas de bacalhau explodiram, já que o alimento era apreciado nas camadas populares europeias por ser nutritivo e barato” – Curiosidades sobre a quaresma – Heloiza Helena C. Zanzotti – Revisão de texto – Tradição – Página 26 – Revista Energia, Ano 3 – edição 19 – Jaú, março de 2012.

O homem jamais pode ficar preso a costumes, tradições, ritos, instituições, organizações, igrejas. É impossível obedecer a qualquer determinação de ordem religiosa ou humana para deixar de comer isto ou aquilo .Nem mesmo dentro dos presídios isso pode acontecer, ainda que o infrator tenha cometido o crime mais bárbaro na face da terra. Todo homem está livre para “comer de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência” (1Co 10.25). Essa autorização divina é para todos os 365 dias de cada ano, e melhor, para todos os alimentos de cada época; nada pode ser excluído. Não tem nenhuma razão o homem deixar de saborear qualquer tipo de comida, mesmo porque, “[...] tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável” (1Tm 4.4). Pode acontecer deste homem ser impedido por alguma restrição médica, daí sim, deve deixar por completo, caso lhe prejudique , ou, ele pode saborear este ou aquele alimento, esporadicamente, para que não seja arruinada a sua saúde e não venha querer culpar o seu médico pelo sua degradação física, mental ou social.

Ora, é preciso entender que todas as frutas, verduras, vegetais, carnes, pescados, cereais, quando foram criados por “[...] Deus viu (que) tudo quanto fizera [...] eis que era muito bom [...]” (Gn 1.31), logo, faz bem ao organismo. O que está proibido ao servo de Jesus Cristo são todas as “[...] coisas sacrificadas a ídolos, (a ordem é para) não comer, por causa daquele (amigo, parente, vizinho, irmão) que [...] (o) advertiu e por causa da consciência; consciência, digo, não a tua propriamente, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia?” (1Co 10.28,29). Mas é preciso saber que Paulo declara que “no tocante à comida sacrificada a ídolos, sabe-se que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus” (1Co 8.4), verdadeiro, criador, sustentador, e esse “[...] Deus (deve ser) amado de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força [...]” (Mc 12.33). Por este motivo é que Paulo reforça o texto ao dizer que “[...] quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, (deveis) fazer tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).

Mas, afinal, na semana em que Jesus foi levado à cruz, o que aconteceu? Jesus esteve em Betânia e levou uma vida normal como nos demais dias. Visitou os seus . Houve uma mulher [...] (que) trouxe um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou sobre a cabeça, estando ele à mesa” (Mt 26.7). Todos sabem que na hora da refeição Jesus não dispensava nenhuma iguaria posta à mesa. Tanto é verdade que “[...] Jesus [...] ordenara (a seus discípulos) [...] (que) preparassem a Páscoa” (Mt 26.19). E, para final de conversa, na Páscoa, “desta maneira (devia-se) [...] comer: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR” (Ex 12.11).

Por este motivo não deve haver a necessidade de se comer apenas peixe, bacalhau, sardinha, em forma de sacrifício devido o sofrimento de Cristo na cruz do calvário. Comendo qualquer tipo de carne não haverá nenhuma reprimenda da parte de Deus e nem mesmo castigo. Fique à vontade quanto a este assunto!

Rev. Salvador P. Santana

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