sábado, 18 de dezembro de 2010

ISRAEL E O PLANO DE SALVAÇÃO, Rm.9-11 - Expressão - CCC

ISRAEL E O PLANO DE SALVAÇÃO, Rm.9-11.




Muitos criticam a doutrina da eleição dizendo que Deus é injusto por predestinar alguns e preordenar outros.

Deus não é injusto porque “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”, Rm.3.12.

É preciso aceitar que “todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele (Jesus) a iniquidade de nós todos”, Is.53.6.

Objetivo da lição.

Todos os salvos foram “[...] escolhidos (em) Jesus antes da fundação do mundo [...]”, Ef.1.4 e “[...] foram selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”, Ef.1.13,14.

Deus não trabalha mais com um povo específico como aconteceu no V.T. Ele trata com “[...] todas as nações da terra (para) serem benditas [...]”, Gn.18.18.

Devemos “[...] ser agradecidos”, Cl.3.15 pela nossa salvação, sem nenhum merecimento.

Por sermos alcançados com a salvação devemos “seguir [...] a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”, Hb.12.14.

É através da misericórdia de Deus que somos alcançados para a salvação.

Panorama bíblico.

Nesta seção Paulo trata do papel do povo “[...] israelita (no plano salvador de Deus dizendo que a eles) [...] pertence a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas”, Rm.9.4.

Paulo ainda utiliza da diatribe, que consiste em imaginar um interlocutor sendo interrogado para ser respondido.

Os textos anteriores falaram a respeito da segurança que a obra salvadora de Deus possui.

Nada neste mundo “[...] poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”, Rm.8.39.

Diante dessa certeza pode surgir uma grande dúvida: Se a obra salvadora de Deus é segura, como explicar o fato de que grande parte da nação de Israel, povo com quem Deus trabalhara por tempos, rejeitou a pessoa e obra do Messias?

Para responder a essa questão Paulo escreve essa seção.

Introdução.

Capítulos 9 a 11 Paulo trata da posição da nação de Israel dentro do propósito de Deus que é imutável e seguro.

Deus jamais tem falhado em salvar o povo Judeu, pode acontecer que “todo ramo que, estando em Jesus, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”, Jo.15.2.

É comum vermos pessoas fervorosas voltando às costas para Deus e abandonando a fé.

1 – O contexto.

Paulo era muito criticado pelos judeus. Para muitos, o apóstolo tinha tirado vantagem da situação, e percebendo que o cristianismo se tornaria popular entre os gentios e às autoridades, ele abandonou o judaísmo e aliou-se á nova religião cristã, de modo que Paulo era tido como um traidor.

O ensino sobre a graça era tido como antijudaico e contrária à lei de Moisés.

Talvez a razão de Paulo iniciar o capítulo 9 enfatizando que “Diz a verdade em Cristo, não mente, testemunhando consigo, no Espírito Santo, a sua própria consciência”, Rm.9.1.

Devido alguns “[...] Judeus terem sido rejeitados [...]”, Rm.11.15, Paulo “tinha grande tristeza e incessante dor no coração”, Rm.9.2.

Essa rejeição não fora de Deus, foram “[...] os (próprios) Judeus (que) não receberam (a) Jesus”, Jo.1.11.

Assim como “[...] Paulo (muitos de nós) [...] desejaria ser anátema (amaldiçoado), separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne”, Rm.9.3 no intuito de lhes oferecer a salvação, mas isso é impossível porque a salvação é individual.

Não basta apenas “ser israelita (filho de crente) [...] (ou) pertencer a adoção (conhecer a promessa de vida eterna e de que) [...] as alianças, a legislação, o culto e as promessas”, Rm.9.4 foram feitas um dia.

Para muitos, só pelo fato de pertencer a alguma família cristã, ou, como os Judeus eram descendentes dos “[...] patriarcas, e (que) também deles descende o Cristo [...]”, Rm.9.5 julgavam-se salvos, portanto, podem viver de qualquer maneira.

É preciso ficar gravado na mente de que “[...] sem a santificação (consagração para o serviço de Deus, purificar de toda contaminação) [...] ninguém verá o Senhor”, Hb.12.14.

Paulo declara que “[...] Cristo [...] é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre [...]”, Rm.9.5 para expor algumas verdades difíceis de serem ditas e difíceis de serem ouvidas.

2 – Os dois tipos de Israel.

Paulo responde uma possível objeção pelo “fato de uma imensa maioria de Judeus estarem fora do povo de Deus hoje, dando a entender que Deus falhou”.

A resposta de Paulo é decisiva: “[...] não [...]”, Rm.9.6.

O povo de Deus não foi abandonado porque “[...] a palavra de Deus [...] (não) falha [...]”, Rm.9.6 e “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa [...]”, Nm.23.19.

Pode “passar o céu e a terra, porém as palavras (de) Deus não passarão”, Mt.24.35.

Os israelitas não foram rejeitados “[...] porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas”, Rm.9.6.

Existe a diferença entre a nação de Israel e a nação espiritual de Deus, porque, “nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos [...]”, Rm.9.7 espirituais.

As promessas e propósitos de Deus se referem ao Israel espiritual, e não à nação de Israel porque os “[...] filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa”, Rm.9.8.

A família de Abraão é usada para fazer essa diferença.

Abraão teve dois filhos, Ismael e “[...] Isaque (mas somente este foi) [...] chamado [...] descendente”, Rm.9.7 espiritual.

A promessa não é feita no dia do nascimento do filho, é feita “[...] antes da fundação do mundo [...]”, Ef.1.4 por Cristo Jesus.

Para confirmar essa distinção Paulo usa o exemplo de “[...] Rebeca [...] (e) Isaque [...]”, Rm.9.10, dos quais “[...] nasceram gêmeos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)”, Rm.9.11.

Antes do nascimento de Jacó e Esaú Deus “[...] disse [...] (para) Rebeca: O mais velho será servo do mais moço”, Rm.9.12; Gn.25.23.

Deus escolheu na eternidade “[...] Jacó (porque foi) amado, porém Deus aborreceu [...] Esaú”, Rm.9.13.

Tentar descobrir a razão pela qual Deus escolheu um indivíduo, e não outro, é lidar com algo impossível de se fazer.

A razão da escolha não está nos escolhidos, mas naquele que escolhe, o próprio Deus, mesmo “porque eu sei que em mim [...] não habita bem nenhum [...]”, Rm.7.18.

3 – Deus é injusto?

Deus não comete injustiça ao escolher uns e desprezar outros pelo simples motivo de “[...] todos pecarem e carecerem da glória de Deus”, Rm.3.23.

Ao olhar para este mundo Deus contemplou “todos (os homens) se extraviando e juntamente se corrompendo; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”, Sl.14.3.

Pelo motivo de Deus “[...] ter misericórdia de quem lhe aprouve (aprova, decide) ter misericórdia e compadecer de quem lhe aprouve ter compaixão”, Rm.9.15, não “[...] Há injustiça da parte de Deus [...]”, Rm.9.14.

Essa escolha é [...]

A – Uma questão de mistério.

Paulo insiste “que [...] de modo nenhum (não) há injustiça da parte de Deus [...]”, Rm.9.14.

Não é injusto escolher uns e desprezar outros porque “[...] Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”, 1Jo.1.5.

É bom saber que “[...] os juízos (de Deus) são insondáveis (sem explicação), e [...] inescrutáveis (não pode ser compreendido), os seus caminhos! ”, Rm.11.33.

É impossível o homem “[...] conhecer a mente do Senhor [...]”, Rm.11.34.

Homem algum pode “[...] dá a Deus (alguma coisa) para que lhe venha a ser restituído [...]”, Rm.11.35.

Tudo neste mundo é “[...] por meio (de) Deus, e para ele são todas as coisas [...]”, Rm.11.36.

Para nós é um mistério a predestinação “porque os pensamentos (de) Deus não são os nossos pensamentos, nem os nossos caminhos, os Seus caminhos, diz o SENHOR”, Is.55.8.

Para tornar impossível conhecer esse mistério Deus determinou que “[...] os céus [...] (sejam) mais altos do que a terra [...] (e) os caminhos (de) Deus mais altos do que os nossos caminhos, e os pensamentos (de) Deus, mais altos do que os nossos pensamentos”, Is.55.9.

A escolha de uns e rejeição de outros é [...]

B – Uma questão de misericórdia.

A salvação não está baseada nos méritos do homem porque “[...] não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia”, Rm.9.16.

Quando Deus “[...] levantou Faraó [...] (para escravizar o povo Judeu, foi) para mostrar em Faraó o poder (de) Deus e para que o nome (de) Deus (fosse) [...] anunciado por toda a terra”, Rm.9.17.

Está nas mãos de “[...] Deus ter misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz (agrada)”, Rm.9.18.

Quando Deus deixa de salvar alguém, ele trata com justiça, dispensando-lhe o tratamento merecido “porque o salário do pecado é a morte [...]”, Rm.6.23.

Ao salvar o homem pecador Deus “[...] manifesta [...] (a) sua justiça [...] (na vida) daquele que tem fé em Jesus”, Rm.3.26.

A justiça de Deus é resolvida na cruz.

Deus não deixou impunes os pecados dos seus eleitos, Ele cobrou de cada um em Cristo Jesus.

Deus salvando ou condenando é [...]

C – Uma questão de revelação.

Basta fazer a leitura bíblica para descobrir o que “[...] Deus disse [...] (sobre a) misericórdia [...] (e a) compaixão”, Rm.9.15.

É revelado também que “[...] não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia”, Rm.9.16.

A Bíblia revela que o próprio “[...] Deus levanta (ou abate qualquer pessoa) [...]

para mostrar [...] o Seu poder [...]”, Rm.9.17.

É por este motivo que Deus prepara os “[...] enviados [...] (para) anunciar coisas boas!”, Rm.10.15.

Através das Sagradas Escrituras sabemos que “[...] nem todos obedecem ao evangelho [...]”, Rm.10.16.

Todos nós devemos insistir em “[...] pregar [...] (a) palavra de Cristo (para muitos terem) [...] fé [...]”, Rm.10.17 em Jesus e serem salvos.

O único meio que temos para entender o plano de salvação de Deus é submeter-se humildemente “a toda Escritura (pois somente Ela) é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”, 2Tm.3.16.

Por este motivo Deus não é injusto no [...]

4 – Endurecimento dos Judeus.

Ainda que o povo de Israel tenha rejeitado a salvação, o plano de Deus não falha.

Os Judeus ficaram de fora do plano redentivo de Deus por culpa deles mesmos.

Não é fácil buscar a salvação. Cada servo de Deus necessita “[...] batalhar, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”, Jd.1.3.

Muitos “[...] negligenciam (a) [...] grande salvação (logo é impossível) escapar [...]”, Hb.2.3 da “[...] punição (que Deus aplicará na vida do) justo [...]”, Pv.11.31

porque “[...] é com dificuldade que o justo [...] (será) salvo [...]”, 1Pe.4.18.

Israel andou no caminho da desobediência, daí, “[...] os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia, a que decorre da fé”, Rm.9.30.

Como os Judeus rejeitaram a salvação, “os gentios, ouvindo [...] a palavra do Senhor [...] creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”, At.13.48.

O povo de “[...] Israel [...] buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei”, Rm.9.31 porque é impossível obedecer a lei.

É impossível obedecer a lei “[...] Porque não decorre da fé, e sim como que das obras. (por este motivo) tropeçaram na pedra (Cristo) de tropeço”, Rm.9.32.

Deus é soberano sobre todas as coisas, mas o homem é responsável quando “[...] Deus [...] põe [...] uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido”, Rm.9.33, mas os Judeus decidiram tropeçar porque eles se tornaram legalistas, mas é preciso aceitar que “[...] o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”, Rm.10.4.

A “[...] lei (tem o propósito de) nos servir de aio para nos conduzir a Cristo [...]”, Gl.3.24.

A soberania de Deus não anula a responsabilidade do homem e por este motivo [...]

5 – A rejeição de Israel não foi total, nem final.

Ao olhar para o povo de Israel saindo do Egito, percebemos que “[...] Deus [...] (nunca) rejeitou o seu povo [...]”, Rm.11.1.

“O povo (de) Deus não (foi) rejeitado [...] (porque Deus os) conheceu (de) antemão [...]”, Rm.11.2.

O verbo “conhecer” aponta para o fato de que Deus teve um interesse especial por esta nação.

E esse interesse foi “de (entre) todas as famílias da terra, somente [...] (os Judeus foram) escolhidos [...]”, Am.3.2.

“Deus não rejeitou o seu povo [...]”, Rm.11.2, pelo contrário, desde o passado muitos “[...] deixaram [...] o SENHOR, e se foram após outros deuses, e os serviram, e os adoraram [...] deixando o Senhor e a sua lei não guardaram”, Jr.16.11.

Para não acusar Deus de ser injusto, Paulo traça um paralelo entre o que aconteceu nos dias de “[...] Elias [...]”, Rm.11.2 que havia uma grande apostasia, e, mostra que “[...] no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”, Rm.11.5 – Deus continua sendo misericordioso.

A rejeição não foi final porque os Judeus “[...] tropeçaram [...] (para) vir a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes”, Rm.11.11.

E o melhor é saber que “[...] os dons (presente) e a vocação (chamado) de Deus são irrevogáveis (não pode anular”, Rm.11.29.

Conclusão:

A rejeição de Israel não é total e nem final porque a) a transgressão dos Judeus levou à justificação dos gentios, b) a salvação dos gentios levará os Judeus a invejá-los, c) a inveja dos Judeus os atrairá à mesma salvação que tem os gentios.



Meditação – Deus ainda continua com o seu plano de salvação para “[...] Todo aquele que nele crê não será confundido”, Rm.10.11.

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