quinta-feira, 21 de outubro de 2021

O QUE PASSOU, PASSOU.

O QUE PASSOU, PASSOU É comum o ser humano pensar no passado. Vez ou outra o pensamento se volta para aquele líquido amniótico, chamado de “... substância ainda informe (que) os olhos (de Deus)... viram...” (Sl.139.16). Talvez você carregue um trauma inconsciente desde a concepção porque alguém lhe disse ou deixou transparecer algo de ruim que tenha acontecido. É como dizerem: “você ficou com a pulga atrás da orelha”. Sem entender muito bem essa situação angustiante em sua vida, o pensamento volta ao passado para tentar solucionar algo impossível de ser resolvido no presente, como: um pedido de desculpa, perdão para alguém que já morreu. O seu primeiro ano de vida já se foi há muito tempo, mas o seu passado ainda continua a incomodar. A sua mente é voltada totalmente para o início do seu ano escolar e isso tem te deixado inquieto por não ter rendido o máximo naquela época. Você pode estar olhando para o passado do insucesso profissional. A falta de garra em adquirir um bem móvel/imóvel. Uma colocação profissional bem-sucedida foi desperdiçada. Coisas que há muito tempo já se passaram em sua vida, como as enfermidades adquiridas, os problemas financeiros, o relacionamento desfeito com o cônjuge, os filhos, os amigos. Nesses momentos da vida o desligamento do passado parece ser impossível. Vem à mente todos os tipos de pensamento negativo e aquela ideia de que você não presta para nada, é um zero à esquerda, de que você não tem sorte na vida. Tais pensamentos só servem para desvalorizar a sua autoestima, o seu grande valor, a sua capacidade de produzir e sair-se bem em todos os negócios da vida. Muitas coisas do passado devem ser deixadas, abandonadas, esquecidas para não prejudicar o presente e o futuro – o que passou, passou. Caso típico é o da “... mulher (que) foi apanhada em flagrante adultério.” (Jo 8.4). Na história contada por Jesus, ele alerta sobre aqueles que agem como “os escribas e fariseus (que) trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério...” (Jo 8.3). Ele chama atenção daqueles que insistem em viver do passado sujo, repugnante das outras pessoas ao “... fazerem-na ficar de pé no meio de todos,” (Jo 8.3) com o propósito de ridicularizar, menosprezar o brio e honradez da pessoa acusada, ainda que essa pessoa seja o que eles falam. Jesus apela para a consciência de que todos em todos os lugares são “... pecadores e carecem da glória de Deus,” (Rm 3.23). Nesse caso, aquele que for considerado ignorante biblicamente, não o será interiormente, pois cada um tem plena certeza de que as coisas ocultas que ele pratica são na realidade uma afronta contra Deus. Isso é tão verdadeiro que Jesus se dirigiu aos escribas e fariseus “... dizendo: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” (Jo 8.7). Para surpresa deles e não de Jesus, “... ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.” (Jo 8.9). Jesus Cristo poderia muito bem ter acusado e condenado essa mulher, mas como o “... sumo sacerdote (Jesus conhece perfeitamente cada coração) ... foi... tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hb 4.15). Jesus não condenou, pelo contrário, concedeu-lhe perdão dizendo: doeu a consciência daqueles que queriam tirar proveito do seu passado? E a sua consciência dói? Então, “... nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.” (Jo 8.11). O passado passou e é marcante na vida de todos os seres humanos. Não tem como apagar uma lembrança remota ou presente, sempre haverá resquícios de coisas erradas, malfeitas, mas também de coisas benfeitas, alegres que marcaram a vida de uma forma muito especial. O apóstolo dos gentios passou por experiências muito mais marcantes de um passado de muitos acoites, apedrejamentos, perigos diversos, trabalho mal e bem-sucedido, fadiga, fome, sede, frio, nudez, mas nem por isso deixou de prosseguir o seu caminho em direção ao céu, pelo contrário, ele aconselha: “... uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,” (Fp 3.13). Exatamente, você não pode ficar paralisado só porque alguma coisa ruim aconteceu com você; o que passou, passou. Siga em frente, não desista, “prossegue para o alvo, (para conquistar o) prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.14) só assim você dará muito mais valor a seu presente e futuro do que ao seu passado, porque o que passou, passou! Que Deus abençoe você! Rev. Salvador P. Santana

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