quarta-feira, 28 de junho de 2017

ANÚNCIO.

ANÚNCIO

            “O dono de um pequeno comércio, amigo do poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua e perguntando-lhe: Senhor Bilac, preciso vender o meu sítio, aquele que o senhor conhece tão bem. Será que poderia redigir um anúncio para o jornal? Bilac então escreveu: Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes água de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece sombra tranquila das tardes na varanda. Bem depois, o poeta encontrou o homem e perguntou se ele havia vendido o sítio. Ao que respondeu: ‘Nem pensei mais nisso. Quando li o anúncio, percebi a maravilha que tinha” – Autor Desconhecido.

            Em quarenta anos, no Brasil, ou seja, desde 1984 até 2014, cresceu cerca de 1.107,5% o divórcio. Em 1984 foram registrados 30.800 divórcios. Já em 2014 o registro saltou para 341.100.

            Parece que a separação tem sido o comércio mais lucrativo para advogados, conciliadores, justiça, cartórios, esposas, filhos. Estes, muitas vezes, são apenas usados para adquirir um recurso financeiro mais conveniente.  

            Para se conseguir uns trocados a mais, não existe uma tabela padrão de pagamento da pensão alimentícia. A porcentagem pode variar entre 30% do Salário Mínimo a milhões de dólares. Esse pagamento pode ficar sob a responsabilidade do pai e depende de quanto é sua renda e quanto deseja disponibilizar para o filho. A guarda sempre ou quase sempre será da mãe. Pode acontecer de pai e mãe entrarem em acordo pela guarda do filho.

            A verdade é que o anúncio fora colocado no jornal e acabou em negociação a esposa, os filhos, o antigo marido, os bens móveis e imóveis. Nenhuma das partes envolvidas se deu por conta de que estavam perdendo uma preciosidade. Levam à frente o contrato de separação e nem querem saber qual será o resultado; se desastroso, sangrento, judicioso, ou que cause inimizade para o resto da vida.

            Aquela jura de amor feita no dia do enlace matrimonial caiu por terra de uma hora para outra. Embora alguns anúncios de venda ou divórcio levem tempo para serem anunciados, a média é de sete, quinze, vinte e uns anos e tantos.

            Têm surgido alguns que estão completando os seus vinte e cinco, trinta e até quarenta anos de união conjugal e são desfeitos num piscar de olhos. Deve ter sido por acúmulos de causas de uma palavra, da chegada do filho, de um ente querido passando alguns dias visitando, da falta de carinho, companheirismo, amizade, diversão, diálogo, brigas constantes, espancamento, ameaças que levam casais a desistir de permanecer juntos.

            Enfim, podem ser inúmeras as razões sem motivo para chegar ao pé em que estão, e que parece, sem condições de retorno – o bem maior está para ser entregue ao novo dono como contrato de compra e venda assinado e registrado em cartório.

            É possível que uma das partes ainda não tenha lido ou escutado os conselhos bíblicos a respeito do matrimônio. É preciso pensar muito bem antes de pedir o anúncio em cartório do edital de proclamas, mesmo porque, depois de assinado o termo de casamento perante as testemunhas, conforme o texto bíblico, nem o homem e nem a mulher “[...] não (deve) procurar separar [...]” (1Co 7.27). E, caso você “[...] esteja livre de mulher (ou de homem) [...] não (deve) procurar casamento” (1Co 7.27).

            Caso você já fez a petição para algum descendente de Olavo Bilac anunciar a sua separação, leia com muita atenção o que foi colocado a respeito da sua “mulher (que é) virtuosa [...] (de que) o seu valor muito excede o de finas joias” (Pv 31.10), e também de que os seus “[...] filhos [...] na sua mocidade [...] (são) como plantas viçosas (tem vigor) e [...] filhas, como pedras angulares (sustento), lavradas como colunas de palácio” (Sl 144.12).

            Comunique ao escritor que você nem pensa mais nessa possibilidade de anúncio de separação porque você reconhece a preciosidade que tem dentro de sua casa.
Rev. Salvador P. Santana

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