sábado, 14 de abril de 2012

SOFRENDO ABUSO

SOFRENDO ABUSO


“Um juiz de Pernambuco foi condenado à aposentadoria compulsória acusado de praticar assédio moral contra seus subordinados na 7ª Vara Criminal de Recife. O relator do processo enumerou diversos atos de humilhação que teriam sido praticados pelo magistrado contra servidores [...] o magistrado intimidava servidores com uma arma sobre a mesa e os obrigava a lhe fazer companhia até às 22h, quando saía para buscar o filho na faculdade [...] um prestador de serviço era obrigado a lavar o carro do juiz diariamente. Um dos funcionários [...] tinha que comprar leite para o magistrado com o próprio dinheiro sob a justificativa de exercer cargo de confiança. O juiz também teria impedido uma funcionária de ir ao banheiro. Ela acabou urinando na calça e foi obrigada a limpar o local depois [...]” – Tribunal de PE aposenta juiz acusado de assédio moral – Daniel Carvalho – De São Paulo – A8 – Poder – Folha de São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2012.

Não é de hoje a arrogância e prepotência dos juízes da terra. Um dos casos que repercutiu nos tempos bíblicos de um juiz prepotente, sujo, mal falado, desrespeitoso, foi “Acabe [...] rei sobre Israel [...]” (1Rs 16.29). Parece, de acordo com a reportagem da Folha, que este juiz de Pernambuco perdeu feio para Acabe. Acabe chegou a “[...] se vender para fazer o que era mau perante o SENHOR, porque Jezabel, sua mulher, o instigava” (1Rs 21.25) a ponto de permitir que “[...] viessem dois homens malignos, sentar-se defronte (de) Nabote (dono da vinha que Acabe desejava) [...] e testemunharem contra ele [...] perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o apedrejaram, e morreu” (1Rs 21.13). A crueldade imperava no reino do norte nessa época. Como estava nas mãos dos reis ordenar e desordenar qualquer assunto de ordem pública ou privada, a única oportunidade dos súditos era obedecer, caso contrário, eram presos ou mortos. Hoje não é diferente. Os abusos de autoridades por parte de muitos juízes continuam. Eles dão ordem de prisão, dirigem alcoolizados, não pagam fiança e chegam até ao absurdo de matar, se possível for. Não vai muito longe esse desmando, logo acaba, é passageiro, pois “[...] toda a sua glória [...] (é) como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor” (1Pe 1.24).

Em todo tempo o povo sofre de tais abusos. Há “[...] juízes vendendo o justo por dinheiro e condenando o necessitado por causa de um par de sandálias” (Am 2.6). Não é precisa ir muito além para descobrir histórias bizarras como essa em solo brasileiro. As refinarias brasileiras tem contribuído para o desgaste, desmate, matança de seres aquáticos e terrestres desde seu início e nenhum dos seus mandatários ou diretores são punidos, mas quando um cidadão de bem transgride qualquer lei, seja ela leve ou pesada, daí sim, a lei é aplicada com rigor e sem dó. Os magistrados precisam saber que “dois pesos e duas medidas, uns e outras são abomináveis (rejeitado, reprovado, nojento) ao SENHOR” (Pv 20.10). Nenhum cidadão tem o direito de “[...] cometer (qualquer) injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida” (Lv 19.35). Tem que começar desde o mais poderoso, o mais inteligente, a maior autoridade, o exemplo para não “[...] ter gana contra o necessitado e (nem o interesse de) destruir os miseráveis da terra” (Am 8.4) com o intuito de levar vantagem. Deus jamais aprova tais atos.

Uma palavra para todos os homens investidos de autoridade e que são injustos, é vinda dos próprios lábios do “[...] REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16), Jesus Cristo. A orientação ao mesmo tempo é dada para todos aqueles que esperam e confiam em Deus por todos os dias de sua vida. Ainda que este homem pense que os céus não estão atentos a todas as coisas injustas que acontecem neste mundo, a certeza que o servo do Mestre pode ter é que Jesus tem “dito que, depressa, lhes fará justiça [...]” (Lc 18.8), portanto, basta esperar.

Rev. Salvador P. Santana

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