quarta-feira, 15 de setembro de 2021

2Jo - AGARRE-SE À VERDADE.

AGARRE-SE À VERDADE, 2Jo.1-13. Objetivo: Motivar a andar na verdade. Nar.: A estratégias das seitas (partido separa de um grupo maior) é o trabalho de visitação aos lares. Duplas vão de casa em casa, distribuindo literatura e divulgando os seus ensinos – Testemunhas de Jeová e Mórmons. O segredo dessa estratégia: a família é o campo mais eficaz para se lançar a semente de ideias religiosas. Nos tempos do apóstolo João, o cristianismo cresceu com o trabalho “diariamente perseverando... de casa em casa... não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. Jamais deixando de... anunciar coisa alguma proveitosa...”, At.2.46; 5.42; 20.20. Os falsos mestres ensinavam heresias (pensamento diferente), no entanto, a Palavra de Deus alerta de que eles são “... insubordinados (não submetem a nenhuma autoridade apostólica), palradores (falador de palavras ferinas) frívolos (vão) e enganadores... (a ordem) é fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe (vergonha) ganância ($)... entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões”, Tt.1.10, 11; 2Tm.3.6. O objetivo de João foi encorajar aqueles irmãos a permanecerem firmes na fé e na verdade. A orientação é que, “se alguém vier ter conosco e não trouxer esta doutrina (de salvação), não o recebamos em casa, nem lhe demos as boas-vindas”, 2Jo.10. Esta carta é conhecida como “o cartão postal” de João, por causa da sua brevidade e dos seus ricos detalhes. A carta nos incentiva a andar na verdade. 1 – Conhecemos a verdade. João inicia a carta falando sobre “... presbítero... senhora eleita... filhos e... a verdade”, 2Jo.1. A escrita é “por causa da verdade que permanece (entre eles) em nós e conosco estará para sempre”, 2Jo.2 a fim de ser divulgada a todos os homens. O texto apresenta três destaques: A – O remetente. Primeiro, o evangelista se apresenta como “o presbítero...”, 2Jo.1, como autor ou remetente da carta. A palavra “... presbítero...”, 2Jo.1 significa “ancião” ou “aquele que é mais velho”. Trata-se de um termo bíblico bastante conhecido entre os apóstolos. Paulo plantava igrejas “e, promovia-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros...”, At.14.23. O primeiro concílio da Igreja Primitiva “... reuniram os apóstolos e os presbíteros...”, At.15.6. Há qualificações espirituais para alguém ser eleito e ordenado presbítero: “... Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário... que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo... é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo”, 1Tm.3.1-7. Cada igreja local possuía um conselho de anciãos ou de presbíteros; em “... Éfeso... (tinha) os presbíteros da igreja. (Paulo ordenou a Tito que) ... em cada cidade, constituísse presbíteros...”, At.20.17; Tt.1.5. Os presbíteros se dividiam entre o trabalho de governar e o de ensinar, pois eles eram “... considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidiam bem, com especialidade os que se afadigavam na palavra e no ensino”, 1Tm.5.17. Os presbíteros também são homens de “... oração...”, Tg.5.17. João, portanto, se apresenta como “o presbítero...”, 2Jo.1, prática comum entre os apóstolos, tal como o exemplo de Pedro, “... presbítero como eles...”, 1Pe.5.1. B – Os destinatários. Os destinatários são “... à senhora eleita e aos seus filhos...”, 2Jo.1. “... A senhora eleita...”, 2Jo.1 refere-se a uma igreja local conhecida por João, sendo “... seus filhos...”, 2Jo.1, os membros individuais que dela participavam. Pedro usou termo semelhante ao dizer sobre “aquela que se encontra em Babilônia, também eleita...”, 1Pe.5.13. Ele não estava falando acerca da sua esposa, mas usou o termo feminino para descrever a igreja de Cristo. O mais interessante é a descrição que João faz da Igreja ao dizer que “... amava na verdade e não somente ele, mas também todos os que conhecem a verdade”, 2Jo.1 buscam amar uns aos outros. A palavra “... verdade...”, 2Jo.1 aparece quatro vezes referindo-se à realidade divina, aquilo que é real em última análise, o próprio Deus. Há quatro lições importantes aqui: A – A “... verdade (existe) ...”, 2Jo.1. Ela não é subjetiva, mas objetiva. A “... verdade...”, 2Jo.1 não é relativa, mas absoluta. Ela não é individual, mas universal. A “... verdade...”, 2Jo.1 não é abstrata, mas pessoal. Deus é a verdade. Jesus é “... a verdade...”, Jo.14.6, “... a palavra (de) Deus é a verdade”, Jo.17.17 e, “o Espírito (é a) ... verdade, que o mundo não pode receber...”, Jo.14.17; B – A “... verdade...”, 2Jo.1 pode ser conhecida. Ela não é inacessível e vem até nós por meio da revelação pessoal de Jesus e a iluminação do Espírito Santo; C – O conhecimento da “... verdade...”, 2Jo.1 produz o amor ou nos dá acesso ao amor divino, isto porque “a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor”, 2Jo.3; D – O conhecimento e a permanência na “... verdade...”, 2Jo.1 é algo eterno e duradouro. A “... verdade...”, 2Jo.1 estará conosco para sempre. Fomos introduzidos pela fé e devemos “... crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo...”, 2Pe.3.18. João saúda a igreja com “a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor”, 2Jo.3. Aqui João apresenta dois aspectos da verdade: A – O acesso à verdade – Temos acesso à verdade por meio da “... graça... (e da) ... misericórdia...”, 2Jo.3. Paulo fala que temos acesso à verdade pelo motivo de “... Deus, ser rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça somos salvos”, Ef.2.4, 5. Através desse grande amor de Deus, “... mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm.5.1. É preciso saber que somos salvos pela graça de Deus. Só podemos ter acesso, porque Deus decidiu se autorrevelar, porque “tudo... foi entregue (a) Jesus por seu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”, Mt.11.27; B – A fonte da verdade – vem “... da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai...”, 2Jo.3. A fonte dessa “... graça... misericórdia e a paz... (é o próprio) Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai...”, 2Jo.3. João associa a Pessoa de Jesus com a Pessoa de Deus, isto porque, “Jesus e o Pai são um”, Jo.10.30. “... Jesus (nos trouxe) a graça e a verdade...”, Jo.1.17 para ser colocada em nosso coração. 2 – Andemos na verdade. João vai direto ao principal assunto da sua carta: “... andar na verdade...”, 2Jo.4. “... Andar na verdade...”, 2Jo.4 significa viver ou comportar-se de forma obediente a Deus e à sua Palavra, em todas as áreas da vida. João faz um elogio: “Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai”, 2Jo.4. Na terceira carta João repete essa mesma alegria: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade”, 3Jo.4. João faz uma petição: “E agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5. A explicação: “E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o princípio, é que andeis nesse amor”, 2Jo.6. Três lições: A – Um mandamento: “... que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5. Trata-se de uma ordem antiga de Deus: “não se vingar, nem guardar ira contra os filhos do seu povo; mas amarás o seu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR. Como o natural, será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus”, Lv.19.18, 34. Este é o “... mandamento novo... o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5. Amar não é uma opção é uma ordem coletiva de Deus; B – A definição do mandamento: “... O amor (significa viver) ... andar... (de acordo com) os mandamentos...”, 2Jo.6 do Pai; C – A prática do mandamento: “... é que andemos nesse amor”, 2Jo.6. Amor e obediência são inseparáveis, pois quem ama obedece. O amor cristão é um ato de volição (escolher), e não um sentimento meloso. 3 – Permaneçamos na verdade. Alerta à igreja: “Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo”, 2Jo.7. Quatro perguntas: Quem são eles? “... Muitos enganadores...”, 2Jo.7 ou pessoas que fazem outras cometerem atos errados, e não apenas terem ideias erradas – Westcott, e o pior, ele “... têm saído pelo mundo fora...”, 2Jo.7. O ensino falso corrompe a mente e a conduta. Eles também são “... o anticristo”, 2Jo.7 ou pessoas que são contra ou querem ocupar o lugar de Cristo. O que eles não confessam? Eles “... não confessam Jesus Cristo vindo em carne...”, 2Jo.7. Em todo tempo “... não (podemos) dar crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”, 1Jo.4.1. Eles negam a humanidade de Jesus. De onde eles saíram? Eles “... têm saído pelo mundo fora...”, 2Jo.7. “... Dentre nós mesmos, se levantam homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles”, At.20.30. “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos”, 1Jo.2.19. Quantos são? Eles são “... muitos enganadores... e o anticristo”, 2Jo.7. O número de enganadores é muito maior do que “... discípulos (de Jesus): A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos”, Mt.9.37. João exorta aos irmãos a permanecer firmes na verdade ou fiéis às doutrinas fundamentais da fé cristã. Ele ordena: “Acautelai-vos...”, 2Jo.8. Significa olhai, contemplai ou vigiai. Há três perigos que precisam ser vigiados: A – O perigo “... para não perder aquilo que temos realizado com esforço, mas para recebermos completo galardão”, 2Jo.8 que se conquistou espiritualmente. O discurso do falso mestre é que ele está nos oferecendo algo novo que não temos, mas na verdade, eles estão roubando a nossa fé. O texto deseja que eu e você “... receba completo galardão”, 2Jo.8. B – O perigo de ir além do que é ensinado na Bíblia. “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho”, 2Jo.9. Ultrapassar o que ensina a Bíblia é tão perigoso quanto o ficar aquém do ensino bíblico. É perigoso fazer acréscimos à Palavra de Deus. C – O perigo de ser condescendente (desviar) com os falsos mestres. A reprimenda de João é que, “se alguém vem ter conosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas”, 2Jo.10. A explicativa: “Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más”, 2Jo.11. A Bíblia fala que devemos ser “... hospitaleiro”, Rm.12.13 abrindo as portas aos visitantes. A respeito do falso mestre, o que “... não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas”, 2Jo.10, pois sendo hospitaleiro com os falsos crentes, “... dando-lhes (as) boas-vindas fazemos cúmplices das suas obras más”, 2Jo.11. João era inflexível sobre este assunto por três motivos: A – Não dá ao falso mestre a impressão de que a sua doutrina herética é aceitável; B – Que o filho de Deus não seja contaminado pelo contato e possíveis amizades com o falso mestre; C – Não dá ao falso mestre a munição para usar no próximo lugar onde parasse. João encerra a carta destacando a importância da comunhão e da alegria cristã. Ele fala que o assunto para se precaver do falso mestre não acabou, pois “ainda tinha muitas coisas que lhes escrever; não quis fazê-lo com papel e tinta, pois esperava ir ter com eles, e conversaria de viva voz, para que a... alegria (deles) seja completa”, 2Jo.12. Ele quer dizer que nada substitui o contato humano. A igreja é uma comunidade relacional. E as relações não devem ser virtuais, mas presenciais. O texto finaliza dizendo que “os filhos da tua irmã eleita (igreja onde João estava) te saúdam”, 2Jo.13. Aplicações práticas: Permaneça na verdade. Seja fiel à sã doutrina. Fica alerta, pois o mundo está cheio de enganadores espirituais. Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – A verdadeira espiritualidade – 1, 2 e 3 João e Judas – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3.

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