quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

MUITO OU POUCO RECURSO.


MUITO OU POUCO RECURSO
            A pobreza é muito relativa. Alguns são “[...] pobres, mas enriquecem a muitos; (outros) nada tem, mas possuem tudo” (2Co 6.10).
            Humanamente falando é muito estranho pensar desta forma porque mais de 13,5 milhões de brasileiros não “[...] possuem recursos deste mundo, e [...] (a todo instante) padecem necessidade [...]” (1Jo 3.17).
            Muitos destes, além de não terem o que comer e vestir, são privados do teto, do saneamento básico, do trabalho, da assistência médica, do direito à educação, ao lazer e até mesmo do descanso.
            O restante da população, cerca de 10% dos mais ricos no Brasil ganham cerca de 17,5 vezes mais que 40% da população mais pobre. Eles detém toda a riqueza, é possível até que eles costumem “[...] dizer: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, (mas é preciso) [...] saber que (segundo o conceito de Deus, esse homem) [...] é infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3.17).
            O filho de Deus não tem necessidade de possuir bens materiais deste mundo para ser considerado rico. A bem da verdade, tudo quanto o homem possui não é dele, pois todas as coisas “[...] que agora existem e a terra [...] têm sido entesourados para fogo [...]” (2Pe 3.7) e ninguém poderá levar nada daquilo que tenha conseguido ajuntar.
            O próprio Jesus aconselha a “não acumular [...] tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6.19). Não queira pensar que, a partir deste momento, você deva mudar-se para uma choupana, voltar a usar o fogão a lenha, trocar a rede elétrica por lamparina, os vestidos de seda por saco de algodão, o carro completo por uma charrete, a cidade pela roça, não.
            Deus não deseja que seus filhos retrocedam ao lugar de pobreza de onde vieram. Caso “[...] a sua riqueza (tenha) prosperado, não ponha nela o coração” (Sl 62.10), pois em muitos casos, aqueles “[...] que querem ficar ricos caem em tentação e ciladas, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” (1Tm 6.9). Ou seja, se a riqueza atrapalha a sua comunhão com Deus; abandone-a para que “[...] o Deus da esperança te encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejas rico de esperança no poder do Espírito Santo” (Rm 15.13).
            Ao falar sobre esperança, Paulo aponta para a “[...] pátria (que) está nos céus, de onde também (os servos de Deus podem) aguardar o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). É por este motivo que o Deus de todo poder quer o bem para os seus. Isto é mostrado quando o “[...] Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de (todo o seu povo) [...] para que, pela sua pobreza, (muitos se) [...] tornassem ricos” (2Co 8.9) espirituais.
            Veja bem, ainda que o seu recurso financeiro neste mundo seja pouco, contudo, “[...] a riqueza da glória (do Pai Celeste) [...] concede que (cada um) seja fortalecido com poder [...]” (Ef 3.16) para suportar as adversidades da vida.
            A partir de então, cada um terá a ousadia de dizer como Paulo: “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13) para “[...] aprender a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Logo, a riqueza ou pobreza não tem poder de trazer felicidade a qualquer homem deste mundo,  
            Ter muito ou pouco recurso deste mundo não tem muita importância “porque para [...] Deus não há acepção de pessoas” (Rm 2.11), principalmente para aquele que busca servir a Deus com fidelidade, mesmo porque, o que tem mais valor é a “[...] escolha (que) Deus (faz dentre todos aqueles que estão no) [...] mundo [...] (o) pobre (não necessariamente de bens, mas de espírito), para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam [...]” (Tg 2.5).
            Eis o motivo de Jesus insistir com os seus servos para “[...] ajuntar [...] tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt 6.20), aí sim, estes serão riquíssimos.
Rev. Salvador P. Santana

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