O
possuidor do “[...] dom (de)
profecia [...]”, Rm.12.6 é poderosamente motivado por Deus a ser Seu
porta-voz para suprir necessidades espirituais de indivíduos ou grupos, dentro
ou fora da igreja, tomando como alvos a injustiça praticada contra Deus, contra
si próprio ou contra o próximo, e o indivíduo que não faz ou não conhece a
vontade de Deus.
Decide
confrontar indivíduos ou grupos com a verdade de Deus no contexto da situação,
e tende a fazer isto diretamente e com dureza.
Paulo
aconselha a que, “[...] se alguém for surpreendido nalguma falta, nós, que
somos espirituais, (devemos) corrigir com espírito de brandura; e guarda-nos
para que não sejamos também tentados”, Gl.6.1.
No
grego “propheteia” significa a proclamação do pensamento e conselho de Deus
para mostrar o pecado, edificar, confortar e animar.
O
profeta chama atenção de um indivíduo ou de uma nação para aquilo que está errado.
Chamando
atenção da pessoa ou da nação, ele o faz, não para empurrar para o desespero,
mas para chamar sua atenção para o caminho da cura, da reforma e da justiça.
O
profeta é um porta-voz proclamando e interpretando a mensagem de Deus.
“[...] Profeta [...]”,
Rm.12.6 é traduzido para “pregador”.
Grande
número de irmãos com este dom são pregadores, sejam eles pastores ordenados ou
leigos.
“Pregação”
não é sinônimo do dom de profeta; é um meio de exercer este dom espiritual,
como é o caso dos dons de exortação, de evangelista ou de ensino.
O
“[...] dom [...] (de)
profecia [...]”, Rm.12.6 é exercido tanto do púlpito – pregação,
devocional, estudo bíblico ou classe da Escola Dominical, e quando em conversa
particular.
Profetas
do Velho Testamento instruíram, admoestaram, exortaram e transmitiram as
promessas e as ameaças de Deus.
Os
profetas denunciavam o pecado e incentivaram ao arrependimento e à obediência.
O
profeta Isaías profetiza contra Israel de que “[...] este povo não se voltou
para quem o fere, nem busca ao SENHOR dos Exércitos. Pelo que o SENHOR corta de
Israel a cabeça e a cauda, a palma e o junco, num mesmo dia”, Is.9.13 –
cativeiro babilônico.
A
profecia de Oséias é de que “[...] Israel (deve) voltar, para o SENHOR, seu
Deus, porque, pelos seus pecados, estás caído”, Os.14.1.
A
Jonas foi ordenado a se “dispor [...] clamar contra a cidade de Nínive, porque
a sua malícia subiu até Deus”, Jn.1.2.
Ezequiel
reclama de que o servo de Deus “não (pode) oprimir a ninguém, tornando ao
devedor a coisa penhorada, não roubando, dando o seu pão ao faminto e cobrindo
ao nu com vestes”, Ez.18.7.
Jeremias
declara que “o pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com
diamante pontiagudo, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus
altares”, Jr.17.1.
O
profeta Joel fala para o povo “rasgar o seu coração, e não as suas vestes, e
converter-se ao SENHOR [...] porque ele é misericordioso, e compassivo, e
tardio em irar-se, e grande em benignidade [...]”, Jl.2.13.
“[...] Profetizar [...]”,
Rm.12.6 significa proclamar a palavra recebida de Deus.
“[...]
Jesus (é) [...] varão profeta [...]”, Lc.24.19.
O
profeta não fala de sua opinião própria, mas transmite a mensagem de Deus.
Muitos
aclamaram Jesus, sem entender bem o que diziam que “[...] grande profeta se
levantou entre eles e: Deus visitou o seu povo”, Lc.7.16.
A
mulher samaritana falou para Jesus: “[...] vejo que tu és profeta”, Jo.4.19.
Do
começo ao fim o ministério de Jesus na terra foi profético.
Jesus
proclamava o recado de Deus para o povo, sempre usando linguagem simples,
persuasiva e com autoridade, para atrair seus ouvintes de volta à obediência ao
Pai.
As
palavras de Jesus era que “Ele falava das coisas que viu junto de seu Pai
[...]”, Jo.8.38.
Os
críticos de Jesus não sabiam que “Jesus, porém, conhecia-lhes os pensamentos
[...]”, Jo.9.4.
Jesus
reconheceu o verdadeiro arrependimento da mulher pecadora ao dizer para ela:
“[...] perdoados lhe são os seus muitos pecados [...]”, Lc.7.47.
Jesus
sabia da podridão espiritual de Zaqueu e de que “[...] ele se hospedara com
homem pecador”, Lc.19.7.
Características
do possuidor do dom de “[...]
profecia [...]”, Rm.12.6.
1
– Entende que é uma pessoa autorizada por Deus, portanto, “[...] aquele em quem
está a [...] palavra (de Deus) fale a [...] palavra (de Deus) com verdade
[...]”, Jr.23.28 – profecias de vida amorosa, prosperidade, saúde;
2
– Interpreta as Escrituras e aplica princípios bíblicos ao contexto de
seus ouvintes.
3
– Identifica, define e repudia o mal, e se entristece com ele.
O
profeta Miquéias fala sobre “os videntes (que) se envergonharão, e os
adivinhadores se confundirão [...] porque não há resposta de Deus”, Mq.3.7;
4
– O profeta aponta o dedo, procurando motivar mudanças de
comportamento, ao dizer que “ainda há, na casa do ímpio, os tesouros da
impiedade e o detestável efa minguado”, Mq.6.10, então, “convertei-vos, pois, ó
filhos de Israel, àquele de quem tanto vos afastastes”, Is.31.6;
5
– Ninguém gosta de repreensão, e este é o dever do profeta, mas
Deus pode “fazer que a [...] língua (do profeta) se pegue ao seu paladar,
ficando mudo e incapaz de os repreender; porque é casa rebelde”, Ez.3.26 – pode
ser o motivo de tantos profetas falsos induzirem o povo às falsas profecias –
saúde, prosperidade.
“[...]
Disse Natã (repreendendo) a Davi: Tu és o homem [...]”, 2Sm.12.7 que pecou
contra Deus;
6
– O profeta promove e incentiva o quebrantamento dizendo:
“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras
obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o seu candeeiro (igreja,
Ap.1.20), caso não te arrependas”, Ap.2.5;
7
– O profeta reconhece e confessa que o povo “[...] tem pecado
e procedido perversamente (contra) Deus [...]”, Dn.9.15;
8
– Por amor, preocupa-se com a recuperação do infrator da lei de Deus,
afirmando como Jesus: “[...] aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o
primeiro que lhe atire a pedra”, Jo.8.7;
9
– Encoraja e “[...] consolando os irmãos com muitos conselhos e os
fortalecendo”, At.15.32 na fé;
10
– Demonstra capacidade para discernir como “[...] Pedro [...]
(reconheceu que) Ananias [...] (deixou) que Satanás enchesse o seu coração
[...]”, At.5.3;
11
– Procura viver o que prega ao dizer: “Eis-me aqui,
testemunhai contra mim perante o Senhor e perante o seu ungido: de quem tomei o
boi? De quem tomei o jumento a quem defraudei? A quem oprimi? E das mãos de
quem aceitei suborno para encobrir com ele os meus olhos? E vo-lo restituirei”,
1Sm.12.3;
12
– Fala em público como “[...] Jesus falou às multidões e aos
seus discípulos”, Mt.23.1, assim como Paulo “[...] pregou a palavra de Deus (ao
carcereiro) e a todos os de sua casa”, At.16.32.
O
“[...] profeta (é exortado a
exercer o seu dom) [...] segundo a proporção da fé”, Rm.12.6.
Fé
aqui, não quer dizer capacidade de crer em Deus.
Se
você vai falar, exercendo seu dom, tenha cuidado para que sua fala concorde com
o corpo da verdade já revelada, que se chama a fé.
Pedro
instrui dizendo: “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos (palavra ou
declaração) de Deus [...]”,
1Pe.4.11.
A
fé é a verdade revelada.
Como
se sabe, então, se um profeta está certo ou não?
A
resposta de Paulo é que, “se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça
ser mandamento do Senhor o que nos escreve”, 1Co.14.37 ou fala.
A
palavra do profeta tem que se harmonizar com as Escrituras.
Erros
que o possuidor deste dom deve evitar e riscos e perigos que pode enfrentar.
1
– Sentir-se frustrado e solitário no meio da igreja, dos colegas ou
familiares. Paulo, “na sua primeira defesa, ninguém foi a seu favor; antes,
todos o abandonaram [...]”, 2Tm.4.16;
2
– Duvidar da fidelidade a Deus de irmãos sinceros;
3
– Negligenciar a parte das Escrituras que alimenta e nutre o crente no
seu desenvolvimento cristão.
Precisamos
lembrar que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas
tribulações”, Sl.46.1;
4
– Ser exageradamente exigente ou duro no lar, com cônjuge e filhos;
5
– Prejudicar relacionamentos íntimos devido aos padrões rígidos, e sua
ousadia em aplicá-los na igreja ou fora dela;
6
– Condenar males “selecionados a dedo” para agradar alguns;
7
– “Quem fala por si mesmo está procurando a sua própria glória [...]”,
Jo.7.18.
Sendo
assim, cada servo de Deus deve “[...] receber um profeta, no caráter de
profeta, receberá o galardão de profeta [...]”, Mt.10.41.
Aqueles
que ouvem a proclamação da Palavra de Deus pelo profeta se dividem em quatro
grupos:
1
– Os indiferentes agem dessa forma quando “[...] o SENHOR
[...] lhes fala [...] e não ouvem (a) Deus, (Ele) chama, e não o responde”, Jr.7.13;
2
– Os que resistem e rejeitam a Palavra de Deus, e “[...] quem
rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus que também nos dá o seu
Espírito Santo”, Ts.4.8;
3
– Os que desprezam o profeta, sendo assim, “[...] quem [...]
rejeitar (o profeta) rejeita a Jesus; quem, porém, rejeitar (a) Jesus rejeita
aquele que o enviou”, Lc.10.16;
4
– Os receptivos são aqueles que “[...] recebem a Jesus [...] e
quem recebe (a) Jesus recebe aquele que o enviou”, Mt.10.40.
Sinais
e prodígios.
Sinais
– aquilo que Deus tem feito, o poder de operar milagres.
Prodígios
– fenômeno incomum que transcende as leis da natureza.
O
ministério do profeta é, obrigatoriamente, abonado e confirmado por Deus,
através de sinais extraordinários?
Muitos
assim pensam, mas dos profetas bíblicos somente Moisés, Elias e Eliseu são
conhecidos por realizar prodígios.
Jesus
associou sinais e prodígios com falsos profetas “porque surgirão falsos cristos
e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se
possível, os próprios eleitos”, Mt.24.24.
O
próprio Jesus recusou a reconhecer os falsos irmãos dizendo que “nem todo o que
me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade
de meu Pai, que está nos céus. Muitos naquele dia, hão de dizer-me: Senhor,
Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não
expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes
direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniquidade”, Mt.7.21-23.
Deus
está livre para fazer o que quiser através de qualquer um de seus filhos.
Ser
profeta, possuir o dom espiritual do profeta, em si, nada tem a ver com curas e
prodígios.
Vários
servos de Deus negaram-se a exercer o papel profético nas suas próprias
famílias, com resultados desastrosos! Eli, 1Sm.2.29; Samuel, 1Sm.8.3; Davi, a
respeito dos seus filhos Amnom, Absalão e Tamar, “ouvindo o rei Davi todas
estas coisas, muito se lhe acendeu a ira”, 2Sm.13.21, e nada mais Davi fez para
chamar atenção de seus filhos.
Todos
os pastores têm a função profética; é por isto que se chama um seminário
teológico de “casa de profetas”.
Aos
profetas são instruídos a “pregar a palavra, instar, quer seja oportuno, quer
não, corrigir, repreender, exortar com toda a longanimidade e doutrina”,
2Tm.4.2.
Toda
igreja precisa saber “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho
a quem recebe”, Hb.12.6.
“[...] Tendo, porém, diferentes
dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da
fé”, Rm.12.6.
Profetas na igreja e
na sociedade.
Para realizar seus propósitos
eternos, Deus até usou homens e mulheres que não reconheceram a soberania de
Deus.
Deus falou para Jeremias e ao povo de
Israel que “não (deviam)
dar ouvidos aos [...] profetas e aos [...] adivinhos, aos [...] sonhadores, aos
[...] agoureiros e aos [...] encantadores, que lhes falavam, dizendo: Não
servireis o rei da Babilônia”, Jr.27.9.
Deus chegou a “dizer que [...]
Ciro [...] era seu pastor e cumpriria tudo o que lhe apraz [...]”, Is.44.28.
Deus não mudou. Ele não tem permanecido
neutro nos assuntos políticos, sociais, econômicos, e muito menos nos assuntos
morais e espirituais da humanidade.
Há profetas em nossa sociedade,
apesar de não reconhecerem a soberania de Deus, não terem nenhum compromisso
sério com o Senhor e muito menos o dom espiritual do profeta.
Chico Mendes, ecologista e
sindicalista, denunciava a ganância e o egoísmo responsável pela devastação na
Amazônia. Foi assassinato.
Estes “profetas seculares” apontam e
protestam contra verdadeiras chagas no corpo nacional, mas não o fazem do ponto
de vista de Deus.
Denunciar a falta de justiça na
sociedade é algo que os não-crentes fazem melhor e com mais resultado do que a
Igreja de Cristo.
Os profetas de Deus no Velho
Testamento, João Batista e Jesus, todos denunciaram injustiças praticadas nos
seus dias.
O profeta Amós reclama de que “[...] os juízes
vendem o justo por dinheiro e condenam o necessitado por causa de um par de
sandálias”,
Am.2.6.
Obadias reclama que Esaú ficou “[...] parado nas
encruzilhadas, para exterminar os que escapavam [...] (e) entregou os que lhe
restavam, no dia da angústia”, Ob.1.14.
João Batista reclamou dos “[...] fariseus
e saduceus [...] (chamando-os de) raça de víboras [...] fugindo da ira vindoura
[...]”, Mt.3.7.
Jesus declara que “[...] surgirão
falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para
enganar, se possível, os próprios eleitos”, Mt.24.24.
O profeta é o defensor de causas
impopulares perante a geração atual.
Enganadores disfarçados de “servos
de Deus”.
O falso não se mostra ostensivamente
falso; ele se parece tanto com o verdadeiro, que engana os incautos.
No reinado de Acabe “[...] o SENHOR
[...] (permitiu que um) espírito mentiroso (estivesse) na boca de todos os [...]
profetas (do rei para) enganar e prevalecer [...]”, 1Rs.22.22.
Aquilo que a autoridade queria
ouvir, o profeta falava, como se tal palavra viesse da parte de Deus.
A resposta de Deus é que eles “[...] falsamente
[...] profetizam [...] em [...] nome (do) Senhor; eu não os enviei, diz o
Senhor”,
Jr.29.9.
Jesus nos alerta para ficar “acautelado
dos falsos profetas, que se nos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por
dentro são lobos roubadores”, Mt.7.15.
Esse falto profeta não é um irmão na
fé e nunca foi. Não é possuidor do dom espiritual do profeta.
O falto profeta pode ser um membro
de uma igreja evangélica, mas não nascido de novo.
Desmascarando os falsos profetas.
“O profeta que tem sonho conte-o como
apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com
verdade [...]”,
Jr.23.28.
Uma prova de que esta gente não
representa o Senhor é a ausência do chamamento ao arrependimento.
O reconhecimento do falso profeta é
quando “[...] a árvore má (não) produz frutos bons”, Mt.7.20.
Toma cuidado com qualquer irmão ou
irmã que sustenta um ministério “independente”, não submetido a uma autoridade
delegada por Deus e reconhecida pela igreja.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Quem é você no Corpo de Cristo –
Mis. Lida E. Knight – LPC.
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