O DOM
ESPIRITUAL DE SERVIÇO OU MINISTÉRIO, Rm.12.7.
Objetivo: Estudar
os dons espirituais: Serviço (ministério) e ensino.
Nar.: O texto bíblico fala que não importa qual dom temos, “se
ministério (serviço), dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se (dedicar)
no fazê-lo”, Rm.12.7.
Ao estudar os dons espirituais de
“[...] ministério (serviço) [...] (e do) ensino [...]”, Rm.12.7, devemos saber que
somos motivados por Deus a suprir a necessidade que uma pessoa ou grupo tem de
realizar certas tarefas, mas não sabe, ou talvez não tenha condições ou o tempo
necessário para fazê-lo.
O possuidor do dom de “[...]
ministério (serviço se) [...] dedica ao ministério (serviço); ou o que ensina
esmere-se (dedica) no fazê-lo”, Rm.12.7.
Ele percebe por si mesmo qual tarefa
precisa ser feita logo a seguir, e quer tomar a iniciativa de se
responsabilizar por ela, executando-a a seu modo.
Aquele que se “[...] dedica ao
ministério (serviço); ou o que ensina [...]”, Rm.12.7, substitui professor de
Escola Dominical, resolve assuntos burocráticos, assume a direção de uma casa
quando a mãe adoece.
No grego, dikonia significa
ministério, que significa serviço, não se limitando a algum tipo de atividade
em particular.
Chamar “[...] o dom de serviço
[...]”, Rm.12.7 está registrado no NTLH, é mais compreensível que “[...]
ministério [...]”, Rm.12.7, pois hoje “[...] ministério [...]”, Rm.12.7 é usado
principalmente para se referir a um cargo, incumbência, profissão, ou para se
referir a uma maneira de servir entre “meninos de rua”, que não implica
necessariamente que se tenha o dom espiritual de serviço.
1 – O
bom samaritano.
“Certo samaritano, que seguia o seu
caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele”, Lc.10.33.
Essa história contada por Jesus
ilustra algumas características do cristão com o dom de “[...] ministério
(serviço), dedica-se ao ministério [...]”, Rm.12.7, muito embora Jesus não
tenha contado a parábola com esta finalidade.
“[...] E, colocando-o sobre o seu
próprio animal [...]”, Lc.10.34, montando o seu jumento, o transporte dos “bem
de vida” da época.
O samaritano percebe a necessidade prioritária
do homem.
“E, chegando-se, pensou-lhe os
ferimentos (primeiros socorros), aplicando-lhes óleo (pomada) e vinho
(antisséptico se põe a servi-lo com suas próprias mãos e recursos); e,
colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou
dele”, Lc.10.34.
A distância que o samaritano
percorreu ao lado da montaria cedida ao homem ferido, foi aproximadamente de 24
km de distância, entre Jerusalém e Jericó e, sob o sol escaldante.
Compare a atuação do samaritano com
algumas das suas características em Cristo com o dom espiritual de serviço.
Algumas características comumente
encontradas no possuidor deste dom:
1 – Discerne necessidades práticas.
Toma iniciativa de supri-las, podendo distinguir a necessidade mais urgente do caso.
No caso de “[...] Abrão (discerniu
que) [...] havia contenda entre ele e Ló e entre os seus pastores e os [...] pastores
(de) Ló [...]”, Gn.13.8;
2 – Procura quem possa substituí-lo,
caso ele próprio não possa tomar todas as providências necessárias.
“Débora [...] (disse a Baraque que) iria
(com ele à guerra contra) [...] Sísera (de Azor) [...]”, Jz.4.9;
3 – Cuida de suprir necessidades
urgentes sem se importar com seu próprio cansaço físico; fica frustrado quando
isto não é possível.
Aconteceu com “[...] Eleazar [...]
entre os três valentes [...] (de) Davi, quando desafiaram os filisteus [...] ele
se levantou e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar pegada à espada;
naquele dia, o SENHOR efetuou grande livramento [...]”, 2Sm.23.9, 10;
4 – Tem disposição de usar fundos
pessoais para evitar atrasos, em atender a uma necessidade prática. Esse tem o
dom de repartir.
A lei determina que “a teu irmão não
emprestarás com juros, seja dinheiro, seja comida ou qualquer coisa que é
costume se emprestar com juros”, Dt.23.19;
5 – Assume a responsabilidade de
realizar uma tarefa do seu jeito, muitas vezes sem ser convidado. “Deixe isto
comigo”.
“Perguntou-lhe Jesus: Que queres que
eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver”, Mc.10.51;
6 – Gosta de mandar, mas não se
importa de ser mandado, desde que “bem mandado”.
Jesus fala que “[...] o maior entre nós
seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve”, Lc.22.26;
7 – Evita burocracia que complica e atrasa
a solução do caso.
Para descomplicar, Jesus pergunta: “Qual
é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer:
Levanta-te, toma o teu leito e anda?”, Mc.2.9;
8 – Envolve-se numa variedade de
atividades, por ser muitas vezes incapaz de dizer “não”.
“Seja, porém, a tua palavra: Sim,
sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.”, Mt.5.37;
9 – Está convicto da importância de
testemunhar, mais pela vida cristã autêntica do que por muito falar.
“No muito falar não falta
transgressão [...] fomos chamados, pois que também Cristo sofreu em nosso
lugar, deixando-nos exemplo para seguirmos os seus passos”, Pv.10.19; 1Pe.2.21;
10 – Tem capacidade de discernir
falsidade (insinceridade, malandragem). Quer que o insincero saiba que ele o
reconhece como tal.
“Jesus [...] conhece os pensamentos,
diz: Por que cogitais o mal no vosso coração?”, Mt.9.4;
11 – É um canal para Deus atrair
outros.
Assim como Paulo, eu e você devemos
“[...] ser [...] testemunha diante de todos os homens, das coisas que temos visto
e ouvido”, At.22.15 a respeito do reino dos céus.
Todos precisam “[...] crescer na
graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a
glória, tanto agora como no dia eterno”, 2Pe.3.18.
O possuidor de cada dom enfrenta,
vez por outra, a má compreensão de outros.
Algumas concepções errôneas
eventuais e possíveis mal-entendidos dos que não têm e não entendam o dom
espiritual de serviço.
Tachar o
possuidor desse dom de: Por agir dessa maneira:
1 – Ser
intrometido. 1
- Por resolver casos sem ser chamado.
2 –
Querer autopromoção. 2
– Por querer servir.
3 – Pouco
interesse vida espiritual. 3
– Preocupar com coisas práticas.
4 – Ser
autossuficiente/não confiar. 4
– Fazer as coisas do jeito dele.
5 –
Pensar mal dos outros. 5
– Detectar falsidade em malandros.
Erros, riscos e perigos:
Todos nós falhamos, propensos a
tropeçar e a pecar.
O possuidor do dom de serviço pode
abrir uma brecha por onde o inimigo pode penetrar.
Alguns erros que o possuidor
deste dom deverá evitar e riscos e perigos que poderá enfrentar:
1 – Negligenciar a família,
resultando no ressentimento do cônjuge ou filhos contra Deus e/ou igreja.
A Bíblia enfatiza que “[...] o homem
(sempre) está [...] cada um com sua família [...]”, 2Sm.2.3;
2 – Dificuldade em estabelecer e
manter prioridades, conforme a vontade de Deus, em reconhecer que a existência
de uma necessidade não é automaticamente o sinal para ele envolver.
O rei “Josias (reconheceu e
priorizou de que devia) [...] deixar estar [...] os ossos [...] do profeta
[...]”, 2Rs.23.18 na sepultura que havia profetizado a respeito da destruição
do altar de incenso;
3 – Cobrar dos irmãos que não correm
para suprir necessidades práticas, tal como ele supre.
“Marta agitava-se de um lado para
outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse:
Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir
sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me”, Lc.10.40;
4 – Ter uma tendência de recusar ser
servido por outros ou ficar impaciente com os que procuram ajudá-lo.
“[...] Pedro (recusou a ação de
Jesus de que) [...] nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te
lavar, não tens parte comigo”, Jo.13.8;
5 – Confiar demais na sua capacidade
de tomar decisões acertadas unilateralmente sem ouvir a opinião das pessoas.
“[...] Jezabel [...] mulher (do rei
Acabe), lhe disse: Governas tu, com efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se
o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita”, 1Rs.21.7; ela
sofreu as consequências;
6 – Quer ser atendido imediatamente
mesmo que tanta pressa não seja necessária.
A filha de Herodias pediu “no mesmo
instante [...] sem demora [...] num prato a cabeça de João Batista”, Mc.6.25.
Exercendo o dom espiritual de
serviço:
O possuidor do dom espiritual
substitui ou representa uma pessoa, assumindo as reponsabilidades dela.
“[...] Joabe (fez um acordo com
Abisai, seu irmão, 1Cr.19.11): Se os siros forem mais fortes do que eu, tu me
virás em socorro; e, se os filhos de Amom forem mais fortes do que tu, eu irei
ao teu socorro”, 1Cr.19.12.
Através do seu ministério você pode
transmitir o amor do Senhor aos outros.
Os dons espirituais são um
reflexo do ministério de Deus entre nós:
O povo de Israel esperava um Messias
guerreiro-libertador, mas ficaram decepcionados porque “[...] o [...] Servo (de)
Deus Jesus [...] procedeu com prudência (encarar situações com cuidado) [...] (foi)
exaltado e elevado [...] (daí) pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto
estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência,
mais do que a dos outros filhos dos homens)”, Is.52.13, 14.
Por este motivo, “[...] o Filho do
Homem [...] não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate por muitos”, Mt.20.28, segundo a ordem do Pai.
Cada crente que não tenha
recebido este dom espiritual tem, apesar disso, a responsabilidade de servir:
Precisamos compreender que “[...] há
diversidade nos serviços (e todos podem servir) [...] há diversidade nas
realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos”, 1Co.12.5, 6 para “servi
uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus”, 1Pe.4.10.
E o mais importante é que “tudo
quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para
homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o
Senhor, é que estais servindo”, Cl.3.23, 24.
2 – Cargos.
O irmão com o dom de serviço
frequentemente ocupa um caro de liderança na igreja, os outros o consideram
líder.
Para desempenhar bem o ofício de
diácono e presbítero, um homem precisa ser portador do dom de serviço.
Conclusão: Paulo
insiste que, “se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina
esmere-se no fazê-lo”, Rm.12.7, isto porquê, “a uns estabeleceu Deus na igreja
[...]”, 1Co.12.28 para servir.
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